Continuação imediata do
capítulo anterior.
Cena 1. Hospital –
Sala de Espera – Noite
Nesse momento, Luiza
chega.
EDVALDO – Luiza?
MARCELO – Mãe?
LUIZA – Desculpem a
demora. Como tá o Fábio?
ANA – Ele tá bem. Logo
o médico vai trazer mais notícias, mas apenas quebrou algumas
costelas.
LUIZA – Ei Edvaldo,
quem é essa vadia aqui? Por acaso é alguma amante do Fábio?
ANA – Quem é vadia
aqui?
LUIZA
– Quem será?
Luiza
agarra Ana pelos cabelos. As duas começam a brigar. Edvaldo
rapidamente dá um jeito de separar a briga.
MARCELO
– Mãe!!!
EDVALDO
– Luiza! Para já com isso! Respeita a moça!
LUIZA
– Eu não tenho que respeitar ninguém aqui! Eu é que devo ser
respeitada! Onde já se viu, eu chegar aqui e encontrar outra
esperando pelo meu marido!
ANA
– Me desculpe. Eu não sabia que ele era casado. Só vim ajudar,
fiquei preocupada com o rapaz...
MARCELO
– Meu pai e minha mãe não são mais casados. Se separaram.
LUIZA
– Cala a boca, moleque! Ninguém te chamou na conversa!
MARCELO
– (tímido) Desculpa mãe.
EDVALDO
– Não, Marcelo. Não tem que se desculpar por nada! Quem deve um
pedido de desculpas aqui é a sua mãe, para a Ana.
LUIZA
– Eu? Nunca!
ANA
– Não precisa, eu entendo...
EDVALDO
– Faço questão! Anda, Luiza! Peça desculpas!
LUIZA
– Eu não! Quer saber? Volto outra hora! Tchau!
Luiza
sai, deixando Edvaldo sem jeito.
EDVALDO
– Ana, me desculpe pelos modos da Luiza.
MARCELO
– Não liga. Minha mãe é sempre assim.
Cena
2. Rua – Carro de Franchesco – Noite
Franchesco
andando rápido em direção ao hospital.
DORIVAL
– Pai, anda devagar!
MARIANA
– É, Franchesco! Ouve o Dorival. Por enquanto não tem ninguém da
família ferido. Não quer que sejamos nós, né?
Franchesco
diminui um pouco a velocidade.
FRANCHESCO
– Desculpem. É que to um pouco nervoso.
DORIVAL
– Pai, a mãe já disse que tá tudo bem com a Ana. Não precisa se
preocupar.
FRANCHESCO
– Tá bom, filho!
Cena
3. Favela – Casa de Tonhão – Quarto de Guilherme – Noite
Guilherme
ainda irritado, com a foto de Ana nas mãos. Tonelada entra.
TONELADA
– Guilherme, posso entrar?
GUILHERME
– Que é, Tonelada?
TONELADA
– Queria só conversar um pouquinho. Podemos?
GUILHERME
– Não quero saber de sermão. Hoje eu to irritado.
TONELADA
– Baixa a guarda, Guilherme. Não vou te dar sermão.
GUILHERME
– Tá bom. Que você quer?
TONELADA
– Bonita sua namorada nessa foto.
GUILHERME
– É. A Ana é muito linda mesmo.
TONELADA
– Tem bom gosto hein! Podia me apresentar a mãe dela, né? Haha
GUILHERME
– Esquece, cara. Ela é casada. O pai dela é dono do jornal
Bertollo.
TONELADA
– Era brincadeira. Haha
Guilherme
sorri.
TONELADA
– Bom ver você sorrindo, Guilherme. Parecia meio triste quando
chegou. Posso ajudar?
GUILHERME
– Ah, tive um desentendimento aí com a Ana.
TONELADA
– Relaxa, Guilherme. De cabeça quente você não resolveria nada.
Amanhã cê vai lá e conversa com ela. Vai dar tudo certo. Se
quiser, vou com você.
GUILHERME
– Valeu pela força, Tonelada, mas vou sozinho. Não sou mais
criança!
TONELADA
– Cê que sabe! Qualquer coisa, tô aí!
GUILHERME
– Obrigado, Tonelada. Você tá sendo mais meu pai do que meu
próprio pai.
TONELADA
– Sou amigo de infância do seu pai. Sou praticamente seu tio. Haha
GUILHERME
– Tá bom, titio! Haha
TONELADA
– Guilherme, posso te fazer um pedido?
GUILHERME
– Fala, titio! Haha
TONELADA
– Queria que você fosse conversar com sua mãe. Ela ficou bem
nervosa com tudo. Cê sabe que ela tem aquele probleminha, né?
GUILHERME
– Tá certo, Tonelada. Vou lá.
TONELADA
– Isso aí. Sabia que você entenderia.
Guilherme
abraça Tonelada.
Cena
4. Hospital – Sala de Espera – Noite
O
médico chega. Edvaldo, Marcelo e Ana se levantam.
EDVALDO
– E então, doutor? Como tá meu filho?
DOUTOR
ARTHUR – Fizemos todos os exames necessários e ele quebrou algumas
costelas, além de ferimentos superficiais, mas não se preocupe. O
estado dele é estável. Fizemos todos os procedimentos e agora ele
vai ficar em observação.
EDVALDO
– Podemos ir lá ver ele?
DOUTOR
– Sim, mas um por vez. O estado não é grave, mas é bom que o
paciente não se estresse muito. Ele precisa de repouso.
EDVALDO
– Eu vou. Você fica aí, Marcelo? Depois
eu te ajudo a entrar lá pra ver seu pai.
MARCELO
– Pode deixar, vovô.
ANA
– Deixa que eu cuido dele,
EDVALDO
– Obrigado, Ana.
MARCELO
– Eu não sou criança pra ter que ser cuidado!
ANA
– Claro que não. Então, eu te faço companhia. Pode ser?
MARCELO
– Pode.
Cena
5. Paisagens da Cidade – Noite
Cenas
da cidade ao som de Raul Seixas – Tente Outra vez
Cena
6. Casa de Tonhão – Quarto de Tonhão e Catarina – Noite
Guilherme
chega devagar. Catarina tá deitada.
GUILHERME
– Mãe?
CATARINA
– Oi, filho. Tá melhor.
GUILHERME
– To mãe. E a senhora?
CATARINA
– Tomei um calmante. To ficando com um sono...
GUILHERME
– Não quero atrapalhar. Vim aqui pra te pedir perdão pela
confusão hoje.
CATARINA
– Tudo bem, meu filho. Tá perdoado. Não gosto de te ver assim
revoltado.
GUILHERME
– Tive uns problemas aí, mas tudo bem. Não se preocupa. Vou
resolver.
CATARINA
– Me dá um abraço, Guilherme!
Guillherme
abraça Catarina.
CATARINA
– Não quero que você faça aquelas coisas erradas que cê sabe
que seu pai faz.
GUILHERME
– Ah mãe, não pensa nisso...
CATARINA
– Me promete que não vai se meter em encrenca, filho?
GUILHERME
– Prometo, mãe. Agora descansa. Fica bem, viu?
CATARINA
– Você não vai sair essa hora, né?
GUILHERME
– Não, mãe. Fica tranquila. Já vou dormir.
CATARINA
– Tá bom, então. Boa noite, filho!
GUILHERME
– Boa noite, mãe!
Cena
7. Hospital – Quarto 520 – Noite
Edvaldo
entra no quarto onde Fábio tá.
FÁBIO
– Pai?
EDVALDO
– Filho! O que houve com você? Que susto você nos deu!
FÁBIO
– Desculpa, pai.
EDVALDO
– Não precisa se desculpar, filho. Graças a Deus você tá bem.
FÀBIO
– É... to ainda com muita dor.
EDVALDO
– Vai passar, filho. O médico vai te dar a medicação, afinal
você sofreu um acidente.
FÀBIO
– Não tive culpa, pai. Cê sabe que eu cuido. O motorista do carro
é que teve culpa.
EDVALDO
– Não vamos falar disso agora, filho. Você tem que descansar.
FÁBIO
– E o Marcelo? Como ele tá?
EDVALDO
– Tá bem. Ele tá aí fora esperando. Daqui a pouco ajudo ele a
entrar pra te ver.
FÀBIO
– Que bom, pai. Mas, como eu vim parar aqui? Não lembro de nada.
EDVALDO
– Uma moça te trouxe.
FÁBIO
– Uma moça?
EDVALDO
– É. Inclusive ela tá bem preocupada. Tá aí fora, com o
Marcelo.
FÁBIO
– Queria falar com ela.
EDVALDO
– Vou dizer pra ela entrar, então.
Cena 8. Favela – Casa de Tonhão – Quarto de Guilherme – Noite
GUILHERME
– Não me importa a hora. Preciso falar com você AGORA!
Guilherme
pega o celular, disca os números de Ana. O telefone cai na caixa
postal.
GUILHERME
– (irritado) Droga! Cê vai me pagar, Ana!
Guilherme
abre a gaveta, pega um envelope.
GUILHERME
– Isso aqui vai me ajudar! Família Bertollo, cês não sabem com
quem tão lidando!
Congela
em Guilherme irritado.
FIM
DE CAPÍTULO.
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