sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Fixação - Capítulo 5
Cena 1/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
MARTA: Então? Vocês não vão nos dar licença?
CAIO: Vamos, Tiago.
TIAGO: Olha lá o que a senhora vai falar, mãe.
MARTA: O que é isso, meu filho? Você falando desse jeito, vai acabar passando uma imagem errada de mim para a moça.
CAIO: Vamos, Tiago.
TIAGO: Vamos.
(Tiago e Caio saem)
MARTA: Enfim, sós. Sabe Luana? Eu sempre tive vontade de te conhecer. Desde quando você sofreu aquele acidente perto do meu filho. E agora você está aqui, na minha frente, na minha casa.
LUANA: Está sendo uma grata oportunidade poder trabalhar aqui, dona Marta.
MARTA: Que gentil. Então aproveite bem essa oportunidade antes que seja tarde.
LUANA: Como assim?
MARTA: Minha querida, você só está aqui por causa do meu filho. Se dependesse de mim, você nem passava na frente da minha casa.
LUANA: Dona Marta, eu juro que eu não estou entendendo. A senhora falando assim, parece que está incomodada com a minha presença, parece que não gostou de me ver como a nova cozinheira da mansão.
MARTA: E não gostei mesmo. Para ser mais sincera, eu não gostei de você, Luana. Não gostei mesmo. E isso vem desde quando você se esborrachou no chão culpando o meu filho pelo seu acidente.
LUANA: Mas eu não culpei ninguém. O Tiago que se ofereceu para me ajudar.
MARTA: Já não basta o meu filho ter pagado todas as suas despesas médicas, você ainda foi fazer ceninha para ele te oferecer esse emprego. Nada me tira da cabeça que foi você que provocou toda aquela situação.
LUANA: Meu Deus, dona Marta. A senhora está fazendo um julgamento muito errado de mim.
MARTA: Mas eu te digo uma coisa, garota. Se você acha que vai passar muito tempo nessa casa, você está muito enganada. Na primeira oportunidade, eu te coloco para fora daqui. Você me entendeu?
LUANA: Dona Marta, eu sinto muito ter causado essa primeira impressão negativa. Mas eu juro a senhora que irei surpreendê-la, falando pelo lado positivo da expressão.
MARTA: Vivian.
(Vivian entra)
VIVIAN: Me chamou, dona Marta?
MARTA: Chamei sim. Leve a Luana para o quartinho de empregada e depois termine de apresentar os outros aposentos da casa.
VIVIAN: Sim senhora. Acompanhe-me, garota. Com licença, dona Marta.
(Vivian sai e Luana a acompanha)
Cena 2/ Paisagens de São Paulo/ Dia
(Toca o refrão de Love Me Again – John Newman)
Cena 3/ São Paulo/ Restaurante/ Interno/ Dia
(Lara e Celso estão em uma mesa. Um sentado na frente do outro)
CELSO: E então? Aprova o restaurante que eu escolhi para almoçarmos juntos?
LARA: Por que está me fazendo esse tipo de pergunta?
CELSO: Ah, você trabalha em um restaurante, não é? Então, você deve entender mais desse assunto do que eu.
LARA: Bobagem. Mas eu vou responder sua pergunta, sim. Estou gostando daqui, tem um ambiente agradável, a comida é muito boa, está tudo ótimo.
CELSO: Mudando um pouco de assunto, faz muito tempo que você trabalha como garçonete naquele restaurante?
LARA: Uns três meses. Eu fiz faculdade muito cedo e quando eu me formei em jornalismo, decidi procurar um emprego nessa área, mas não estava tendo vagas em nenhum jornal da cidade. Então, tive que apelar para um plano B. Daí veio essa oportunidade de trabalhar como garçonete. Sabe, Celso, eu nunca tive nada na minha mão com facilidade. Sempre tive que ralar duro para garantir o meu sustento de cada dia. Já você, parece que vive em todas as circunstâncias contrárias às da minha.
CELSO: Por quê?
LARA: Ora, você não é rico?
CELSO: Quem te disse isso?
LARA: Ninguém, mas também eu não sou cega, né, Celso? Nem burra. Suas roupas, seu comportamento, suas atitudes, tudo isso faz a gente perceber que você é rico, sim.
CELSO: Bom, eu faço parte de uma família rica, mas não dou tanta atenção assim para o dinheiro como as outras pessoas dão. O que me importa é o amor, os verdadeiros sentimentos.
LARA: Você não está dizendo isso só para me agradar, não é?
CELSO: Não. Juro que não. A verdade é que eu estou encantado por você, Lara. E isso me deixou ainda mais admirado depois de conhecer esse seu lado guerreiro, trabalhador, esforçado. Eu gosto de você, Lara.
LARA: Eu também gosto de você, Celso.
(O casal dá um sorriso meigo)
Cena 4/ Dourados/ Escola/ Interno/ Dia
LUIZA: Você tem noção do que você está me pedindo?
VITOR: Tenho mais do que você pensa. Eu não quero que você fique mantendo contato com o Felipe.
LUIZA: Pois fique sabendo que eu não vou acatar o seu pedido. O Felipe é um rapaz legal, interessante, super inteligente. Em vez de ficar me criticando, você deveria se aproximar dele.
VITOR: Eu, o cara mais popular do colégio, misturado com aquele nerdzinho? Nunca.
LUIZA: Respeite o Felipe, ouviu bem? Ele é meu amigo e eu não admito que você se refira a ele dessa maneira pejorativa.
VITOR: Então, o negócio é mais sério do que eu pensava. Já está defendendo aquele garoto.
LUIZA: Eu vou te dizer uma coisa: se você acha que pode me controlar, traçar o meu destino, decidir sobre coisas no meu lugar, você está muito enganado. E só porque você fez esse pedido sem cabimento, agora mesmo que eu vou ficar mais próxima do Felipe. Agora, sai da minha frente que eu tenho muita coisa importante para fazer. Não posso perder meu tempo com besteira.
(Luiza sai e Vitor permanece imóvel. Cíntia se aproxima do rapaz)
CÍNTIA: Desculpe. Eu não pude deixar de ouvir a discussão.
VITOR: Você viu? A Luiza está toda próxima do Felipe. Não estou gostando disso nem um pouco.
CÍNTIA: Que parte do “Não seja machista” você não entendeu? Se comportando desse jeito, você nunca vai se reconciliar com a Luiza. Nunca. E tem outra coisa: ciúmes da Luiza com o Felipe, Vitor? O Felipe? Nem vaca tem ciúmes dele. Por favor, né?
(Cíntia sai)
Cena 5/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luana está lavando algumas frutas. Tiago entra)
TIAGO: Oi, Luana. Vai fazer salada?
LUANA: Olá. Vou sim.
TIAGO: Bom, resolvi dar uma passada aqui antes de ir para a cooperativa. Eu não sei se você sabe, mas a minha família tem uma cooperativa de grãos de soja. É dela de onde vem toda a nossa riqueza.
LUANA: Nossa. Não sabia.
TIAGO: Então, boa sorte nesse seu primeiro dia de trabalho aqui. Mais tarde, estou de volta para provar a sua comida.
LUANA: Espero que você goste. Afinal não posso fazer feio. Ainda mais, depois da sua mãe ter me pressionado naquela conversa.
TIAGO: Pressionado? Como assim?
LUANA: Ah, sua mãe deixou bem claro que não gostou de mim. Disse que eu só estou trabalhando aqui por sua causa, que na primeira oportunidade, ela me demite.
TIAGO: Não acredito que ela teve coragem de dizer essas coisas. Olha, façamos o seguinte, desconsidere tudo o que a minha mãe diz. Tudo. Você só sai dessa casa quando eu quiser, entendeu? Você pode ficar aqui o tempo que for necessário. Tudo bem?
LUANA: Tudo.
TIAGO: Então, deixa eu ir, porque eu já estou atrasado. Mais uma vez, boa sorte. Até mais.
LUANA: Até.
(Tiago sai. Luana dá um sorrisinho sarcástico)
Cena 6/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta está no sofá. Tiago passa por ela)
MARTA: Já vai sair, meu filho? Por acaso, vai ver a Amanda?
TIAGO: Não. Vou até a cooperativa. Ah, e aproveitando que a senhora está aqui, que história é essa de pressionar a Luana?
MARTA: Pressionar a Luana? Também não estou sabendo de nada.
TIAGO: Mãe, por favor. A Luana me disse que a senhora fez ameaças ao emprego dela. A senhora acha isso certo?
MARTA: Está vendo? Mal passou cinco minutos aqui nessa casa, ela já está querendo fazer sua cabeça contra mim.
TIAGO: Isso não tem nada a ver. Ela fez certo em me contar. Olha aqui, dona Marta, a Luana só sai dessa casa por meio do meu aval, entendeu? Eu a contratei, portanto só eu que possuo o direito de demiti-la. Agora, com licença.
(Tiago sai)
MARTA: Vivian!
(Vivian entra)
VIVIAN: Deseja alguma coisa, senhora?
MARTA: Desejo. Desejo que você investigue essa Luana. Desejo que você esteja a par de tudo o que ela faz ou deixa de fazer dentro e fora dessa casa.
Cena 7/ Mansão Amorim/ Quarto de Vera/ Interno/ Dia
(Vera está sentada na cadeira de balanço, bordando. Ela, de repente, põe as mãos na cabeça, sentindo uma dor muito forte no local)
VERA: Ai, ai que dor de cabeça. Ai.
(Vera levanta-se da cadeira, se dirige ao armário e abre uma gaveta. Ela pega uns remédios e começa a tomar. Mirna bate na porta e entra)
MIRNA: Com licença, senhora.
VERA: O que você quer, Mirna?
MIRNA: Dona Vera, eu estive pensando em fazer um frango acabidela para o almoço, mas não tem mais frango no estoque. Vou ter que comprar um na feira.
VERA: Pega minha bolsinha de dinheiro em cima do meu criado mudo, por favor. Ai.
MIRNA: A senhora está passando bem?
VERA: Estou sim, Mirna.
MIRNA: A senhora tem certeza? Esses remédios em cima do seu armário são remédios controlados, Dona Vera. Tarja preto.
VERA: EU JÁ DISSE QUE ESTOU BEM. VOCÊ É SURDA? Desculpa Mirna. Desculpe. Eu estou bem, viu? Agora pegue o dinheiro e me deixe sozinha, ok?
MIRNA: Sim senhora.
(Mirna pega a bolsinha e sai)
Cena 8/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Dia
LUCRÉCIO: Gostei muito de conhecer sua sobrinha. Ela me pareceu tão simpática.
RAIMUNDA: Ah, é verdade. A Luana é um amor de pessoa.
LUCRÉCIO: Ela veio para Dourados apenas para passar uns dias ou par ficar?
RAIMUNDA: Para morar definitivamente comigo.
LUCRÉCIO: E por acaso isso tem a ver com a Salma? Eu ainda me lembro de quando eu perguntei a Luana sobre a mãe e você me disse que esse era um assunto muito difícil para ela.
RAIMUNDA: Na verdade, tem sim. A Salma morreu. Foi por isso que a Luana se mudou para cá.
LUCRÉCIO: Meu Deus. Eu me lembro perfeitamente da última vez que eu vi a Salma. Eu fui até São Paulo e ela me pareceu tão jovem; tão sadia. Mas do quê que ela morreu?
RAIMUNDA: Parece que foi morte súbita. Eu não sei te explicar muito bem. No dia, a Luana me ligou tão desesperada, perguntando o que deveria fazer diante aquela situação. Ah, Lucrécio, a Salma me faz tanta falta.
Cena 9/ Mansão Bertolin/ Quarto de Vera e Caio/ Interno/ Dia
(Vera entra e vê Caio deitado)
VERA: Não era para você estar na cooperativa?
CAIO: Não. Resolvi ficar e descansar. Foi por isso que eu pedi que o Tiago resolvesse algumas coisas lá.
VERA: Acredita que o Tiago me enfrentou? Tudo para defender aquela Luana.
CAIO: O que você fez para a moça?
VERA: Não fiz nada. Só deixei bem claro que eu não fui com a cara dela. Aí, ela se aproveitou e começou a fazer a cabeça do Tiago contra mim. Caio, eu sei, eu sinto. Essa Luana não é flor que se cheire. Escreve o que eu estou te dizendo.
Cena 10/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luana está mexendo na panela)
LUANA: Ai, que vontade louca de colocar veneno nessa comida de merda.
(O celular de Luana toca e ela atende)
LUANA: Alô? Solano? Você está louco?
...
LUANA: Estou trabalhando no momento. Isso mesmo, na mansão Bertolin
...
LUANA: Isso não significa que você já pode desembarcar em Dourados. Só depois do meu sinal. Eu já disse.
...
LUANA: Só tenho um problema. A dona Marta, mãe do Tiago, não foi com a minha cara. Tenho certeza que essa velha vai fazer de tudo para me infernizar.
(Luana ouve passos)
LUANA: Tenho que desligar. Tchau.
(Luana desliga o telefone e o esconde no bolso da sua calça. Vivian entra)
VIVIAN: Estava falando com alguém?
LUANA: Não.
VIVIAN: Mas eu ouvi sua voz.
LUANA: Ah sim. Eu estava cantando. Amo cantar enquanto cozinho.
(Luana dá um sorrisinho para Vivian)
Cena 11/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Dia
(Lucrécio entrega um copo de suco para Raimunda)
LUCRÉCIO: O suco estava ótimo. Estou amando matar a saudade de sua companhia, Raimunda.
RAIMUNDA: Ah, Lucrécio. Você tão gentil.
LUCRÉCIO: Tive uma idéia. Vamos passear?
RAIMUNDA: Agora?
LUCRÉCIO: Sim. Vamos. A gente faz um tour pela cidade.
RAIMUNDA: Mas já está na hora do almoço, Lucrécio.
LUCRÉCIO: Isso não é desculpa. A gente almoça no meu cais. Vamos? Por favor.
RAIMUNDA: Está bem. Você me convenceu. Só vou trocar de roupa.
(Raimunda sai)
Cena 12/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta desce a escada, se aproxima do telefone, disca alguns números e leva-o ao ouvido)
Cena 13/ Mansão Amorim/ Sala/ Interno/ Dia
(Amanda entra e se depara com Mirna, passando pela sala)
MIRNA: Ai, dona Amanda, que bom que a senhora chegou.
AMANDA: Aconteceu alguma coisa?
MIRNA: Aconteceu sim, dona Amanda. É sobre a dona Vera.
AMANDA: O que tem a minha irmã, Mirna?
MIRNA: Bom, dona Amanda, eu vou ser direta. Eu entrei no quarto da dona Vera e...
(O telefone de Amanda toca e ela segura o telefone na mão)
AMANDA: Só um instante, Mirna.
(Amanda atende)
AMANDA: Alô?
MARTA (do outro lado da linha): Oi, Amanda, tudo bem?
AMANDA: Tudo, dona Marta. Aconteceu alguma coisa?
MARTA: Não. Nada demais. Só quero te convidar para almoçar na minha casa hoje. O que você acha?
AMANDA: Acho uma boa idéia.
MARTA: Então você aceita?
AMANDA: Claro. Daqui a pouco, estarei aí. É só isso?
MARTA: É sim, querida. Até daqui a pouco, então.
AMANDA: Até.
(Amanda leva o celular de volta à bolsa)
AMANDA: Mirna, mil desculpas, mas eu não vou poder falar contigo agora. Dona Marta acabou de me convidar para almoçar na mansão dela e eu tenho que me arrumar às pressas, afinal, o horário do almoço já está bem aí. Ok?
MIRNA: Tudo bem, dona Amanda. Nós nos falamos outra hora, então.
(Amanda sobe a escada)
Cena 14/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta põe o telefone na mesinha de centro. Caio desce a escada)
CAIO: Estava falando com quem?
MARTA: Com a Amanda. Convidei-a para almoçar hoje conosco.
CAIO: Nossa, que ótimo, meu amor.
MARTA: Eu só quero ver o que a Amanda vai achar quando descobrir que a Luana está trabalhando aqui por causa do Tiago.
(Luiza entra)
LUIZA: Com licença, família.
MARTA: Isso é jeito de entrar em casa, Luiza?
LUIZA: Ah mãe, estou morrendo de fome. Outra hora a gente discute.
(Luiza vai em direção a cozinha)
Cena 15/ Mansão Amorim/ Quarto de Vera/ Interno/ Dia
VERA: E você aceitou o convite da Marta?
AMANDA: Aceitei sim. Para ela me convidar a almoçar na casa dela, ainda mais em cima da hora, é porque alguma coisa aconteceu. Você vem comigo?
VERA: Acho melhor não.
AMANDA: Mas por que, Vera? Você é minha única irmã. Se eles me querem na família, vão ter que te aturar também.
(Amanda solta um riso, mas Vera só dá um sorrisinho fraco)
VERA: Mas eu prefiro não ir. A Marta não me suporta. Isso porque ela odeia o Vitor também.
AMANDA: Já que você prefere. Bom, vou indo.
(Amanda sai)
Cena 16/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luiza entra, abre a geladeira e, sem querer, derruba uma garrafa de suco no chão)
LUIZA: Meu Deus, como eu sou estabanada.
LUANA: Pode deixar que eu limpo.
LUIZA: Espera aí. Você é nova aqui na mansão?
LUANA: Sou sim. Estou começando hoje.
(Vivian entra)
VIVIAN: Ela é a nova cozinheira da mansão, Luiza. O nome dela é Luana.
LUIZA: Prazer Luana e desculpa mesmo te dar mais esse trabalho.
LUANA: Imagina. Sem problemas.
LUIZA: Com licença.
(Luiza sai. Vivian, discretamente, encara Luana)
Cena 17/ Escola/ Externo/ Dia
(Cíntia e Vitor estão passeando pela calçada)
CÍNTIA: Você deu mancada com aquela de exigir que a Luiza se afastasse do Felipe.
VITOR: Já é a milésima vez que você me diz isso.
CÍNTIA: É para ver se você não repete esse erro. Vitor, eu digo isso porque eu quero te ajudar, entendeu? Eu acho que não há mais nenhuma pessoa que torce por você transar logo com a Luiza do que eu. Afinal, eu só vou ter você por inteiro quando isso acontecer, né?
VITOR: Mas, se você quiser, eu posso te mostrar uma prévia do que eu vou fazer com você quando assumirmos um relacionamento.
(Vitor puxa Cíntia para um beco e a beija)
Cena 18/ Mansão Bertolin/ Externo/ Dia
(Tiago estaciona seu carro na frente da mansão. Ele sai do veículo e começa a subir os primeiros degraus da entrada, quando percebe o carro de Amanda se aproximando e parando logo atrás do dele. Amanda sai de dentro do seu carro)
TIAGO: Veio me ver?
AMANDA: Também. Na verdade, sua mãe que me convidou para almoçar na sua casa hoje.
TIAGO: Nossa, que coisa boa.
(Amanda se aproxima de Tiago e o casal se beija)
TIAGO: Vamos entrar juntos e de mãos dadas.
(Tiago abre a porta da mansão e entra com Amanda)
Cena 19/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Tiago e Amanda entram. Marta e Caio levantam-se do sofá)
MARTA: Amanda, que bom te receber.
AMANDA: É um prazer, dona Marta.
CAIO: Estou muito feliz em vê-la, Amanda.
AMANDA: Eu também, doutor Caio.
TIAGO: Agora, parem de rondar minha noiva, por favor.
MARTA: Veja, Caio, que filho ciumento e super protetor que nós criamos.
(Todos riem)
TIAGO: Amanda, eu quero te apresentar uma pessoa.
AMANDA: Quem?
MARTA: Ora, Amanda, você não soube que estamos de cozinheira nova?
AMANDA: A Luana?
CAIO: Sim. Você já sabia?
AMANDA: Ah, sim. O Tiago comentou comigo que iria oferecer um emprego para ela.
MARTA: Engraçado. Nunca sei por que eu sempre sou a última a saber das coisas.
TIAGO: Sem ataque, mamãe, por favor. Venha Amanda.
AMANDA: Com licença.
(Amanda e Tiago se dirigem à cozinha)
MARTA: Você viu isso, Caio? Até a Amanda sabia disso e eu não.
Cena 20/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luana está limpando o chão.)
LUANA: Até que enfim terminei de limpar a sujeira que aquela moleca fez. Garota desastrada. E o pior é que eu tinha acabado de preparar o suco. Mas já que sobrou um restinho, vou beber um pouco.
(Luana despeja em um copo o resto de suco que havia na garrafa. Tiago e Amanda entram. Luana fica com o copo de suco em uma das mãos)
TIAGO: Luana.
LUANA: Oi, seu Tiago.
TIAGO: Nada de “seu”. Apenas me chame de Tiago.
LUANA: Tudo bem, Tiago.
TIAGO: Luana, eu quero te apresentar uma pessoa muito importante para mim. Essa é Amanda Amorim, minha noiva.
AMANDA: Tudo bem, Luana? Nesses últimos dias, só ouço o Tiago falar de você. Prazer em conhecê-la.
LUANA: Acredite, o prazer é todo meu.
(Luana estende uma mão para Amanda, que a cumprimenta)
TIAGO: E então, Luana? Como foi esse seu primeiro dia?
LUANA: Ele ainda está acontecendo, não é? Vocês querem alguma coisa?
TIAGO: Ah, Luana, não será preciso.
AMANDA: Ah, eu quero um suco, se for possível.
LUANA: Infelizmente, o suco já acabou. Só restou esse, que está nesse copo que estou segurando. Você aceita?
AMANDA: Ah, não, obrigado.
LUANA: Estou indo preparar outro agora. Se você não se incomodar em esperar. Só vou pegar o liquidificador aqui.
(Luana finge escorregar e derruba o suco no vestido de Amanda)
LUANA: Meu Deus, mil desculpas.
AMANDA: Olha o que você fez, garota.
LUANA: Desculpa. Desculpa mesmo. Pelo menos, está aí o suco que você queria.
(Amanda encara Luana, que se controla para não rir e a encara de volta.)
(Congela em Luana. Toca o refrão de Royal – Lorde)
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