quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
Fixação - Capítulo 9
Cena 1/ Mansão Amorim/ Jardim/ Interno/ Noite
(Amanda empurra Alexandre)
AMANDA: Você está louco?
ALEXANDRE: Eu sei que você gostou disso também.
AMANDA: Deixa de ser ridículo. Eu odeio você, Alexandre. Odeio.
ALEXANDRE: Amanda, não deixe se enganar. Eu sou o amor da sua vida. Eu. Você não será feliz...
AMANDA: CHEGA! Cala essa boca. Vai embora daqui. Vai.
ALEXANDRE: Amanda
AMANDA: SOME DAQUI.
ALEXANDRE: Tudo bem. Mas eu te digo uma coisa: a nossa história ainda não acabou. Pensa nisso.
(Alexandre sai. Amanda, furiosa, se dirige à porta da mansão e entra em casa)
Cena 2/ Mansão Amorim/ Sala/ Interno/ Noite
(Amanda entra. Mirna se aproxima dela)
MIRNA: Boa noite, dona Amanda. Deseja alguma coisa?
AMANDA: Não, obrigada. Só quero dormir um pouco.
MIRNA: Dona Amanda, eu preciso falar com a senhora.
AMANDA: Ah, sim, Mirna. Desculpe. Nem estava lembrando-se disso. Sobre que assunto você quer falar comigo?
MIRNA: Sobre a dona Vera. Estou preocupada com ela, dona Amanda.
AMANDA: O que tem a minha irmã?
MIRNA: Eu flagrei a dona Vera tomando remédios controlados hoje de manhã.
AMANDA: Remédios controlados? Você tem certeza? A Vera não falou nada sobre isso comigo.
MIRNA: Eu tenho certeza, dona Amanda. E ao que tudo indica, ela estava usando esses tais remédios sem receita médica.
AMANDA: Como é que é?
Cena 3/ Mansão Amorim/ Quarto de Vera/ Interno/ Noite
(Vera está sentada na cadeira de balanço. Amanda entra)
AMANDA: Boa noite, Vera.
VERA: Boa noite, minha irmã. Tudo bem?
AMANDA: Comigo tudo ótimo, agora com você, eu não tenho essa certeza. Que história é essa de você estar tomando remédios controlados sem receita médica?
VERA: Nossa. Não conhecia esse teu lado direto em iniciar conversas.
AMANDA: Vera, isso é sério. Você está tomando remédios controlados sem acompanhamento médico?
VERA: Não exatamente, Amanda.
AMANDA: Então, você está tomando mesmo. Por quê? O que está acontecendo, hein?
VERA: Nada
AMANDA: Como nada? Ninguém toma remédio tarja preta por nada, Vera? Minha irmã, você é uma mulher adulta, experiente, inteligente. Você sabe que tomar remédios controlados de forma avulsa pode ser perigoso, não sabe?
(Vera confirma com a cabeça)
AMANDA: Então? O que está acontecendo? Por que você está tomando esses tipos de remédios? Por quê?
VERA: De uns tempos para cá, eu venho sentindo umas tremedeiras pelo corpo. Eu conversei sobre isso com a Marieta, a nossa vizinha, e ela me disse que também passou por essa situação quando chegou à minha idade. Ela disse também que o médico receitou alguns remédios. Ela apenas me repassou o nome desses remédios e eu comprei-os na farmácia.
AMANDA: Sem se consultar com um médico?
VERA: Isso. E se consultar com médico para quê? A Marieta tomou esses remédios um tempinho depois ela parou de sentir esses tremeliques. Comigo, vai ser a mesma coisa. Isso vai passar rapidinho.
AMANDA: Mas é perigoso.
VERA: Eu sei o que estou fazendo, viu?
AMANDA: E que farmácia é essa que te vendeu um remédio controlado sem receita médica?
VERA: Eu consultei um fármaco informal. Foi isso.
AMANDA: Eu não vou deixar você acabar com a sua saúde desse jeito. Cadê esses remédios?
VERA: Quanto a isso, não precisa se preocupar. O Vitor viu meus remédios espalhados pela gaveta e ele escondeu todos eles.
AMANDA: Pelo menos ele teve bom senso. Você tem certeza que não quer ir a um médico?
VERA: Não. Eu estou bem. Eu juro.
AMANDA: Se eu fosse você, eu iria. Com saúde não se brinca. Mas você não é nenhuma garotinha de cinco anos, não é? Deve saber o que está fazendo. Então, boa noite. Cuide-se.
VERA: Boa noite.
Cena 4/ SP/ Restaurante/ Interno/ Noite
LARA: O nome do meu pai é Josivaldo? Você conhece algum Josivaldo?
CELSO: Josivaldo. Sinceramente, eu não me lembro. Mas meu pai mora lá em Dourados desde criança. Ele pode conhecer o seu pai.
LARA: Quem sabe, né?
CELSO: Se você estiver disposta a encontrar o seu pai, eu te ajudo. A gente marca uma viagem para irmos à Dourados e lá, tentamos encontrar o seu pai. O que acha? Topa?
LARA: Eu vou pensar.
Cena 5/ Mansão Bertolin/ Quarto de Luiza/ Interno/ Noite
(Luiza está deitada na cama)
(FLASHBACK – Cap. 03 – Cena 11: Sorveteria/ Interno/ Noite)
LUIZA: Ótimo. Já pedi um sorvete para descontrair. Você vai comprar um?
FELIPE: Não. Não tenho dinheiro. Para falar a verdade, é a primeira vez que eu venho aqui. Você sabe, né? Sou filho da faxineira da escola, não tenho tanto dinheiro assim para gastar.
LUIZA: Eu te pago um, então.
FELIPE: Não Luiza. Não é preciso.
LUIZA: Que é isso? Eu faço questão.
(Luiza vai até o balcão e traz dois sorvetes. Ela senta e coloca os dois sorvetes na mesa)
FELIPE: Tão rápido assim?
LUIZA: Claro. Aqui o atendimento é super eficiente.
...
(Luiza derruba o sorvete de Felipe no chão)
LUIZA: Ai desculpa. Foi sem querer, eu juro. Ando tão estabanada esses dias.
FELIPE: Sem problemas.
(Luiza olha para Felipe, que olha para ela)
LUIZA: Desculpa mesmo. Se você quiser outro...
FELIPE: Não precisa. Deixa para lá.
LUIZA: Tem certeza?
FELIPE: Absoluta.
(Luiza dá um riso meigo para o rapaz. Ele retribui)
LUIZA: Sabe de uma coisa, Felipe? Estou adorando estudar com você. Você é um rapaz bem legal.
FELIPE: Imagina.
LUIZA: Estou falando sério. E como prova disso olha o que eu faço.
(Luiza põe o sorvete em cima da mesa. Pega um pouco com o dedo e suja o nariz de Felipe. Eles riem e Felipe faz o mesmo com Luiza. Os dois continuam nessa brincadeira, um sujando o outro com o sorvete, sempre sorridentes – FIM DO FLASBACK)
LUIZA (deitada e dando um sorrisinho): Felipe.
Cena 6/ Paisagens de Dourados/ Amanhecendo
(Toca Royal – Lorde)
Cena 7/ Mansão Bertolin/ Quarto de Caio e Marta/ Interno/ Dia
(Vivian bate na porta e entra)
VIVIAN: Com licença. A senhora havia me chamado?
MARTA: Chamei sim. Eu passei a noite pensando em como eu poderia entrar em contato com esse Solano. E finalmente encontrei uma solução.
VIVIAN: Como?
MARTA: Eu quero que você roube o telefone da Luana. Na primeira oportunidade em que aquela garota estiver distraída, você pega o celular dela e me entrega.
VIVIAN: E se ela sentir falta do celular, dona Marta?
MARTA: Não se preocupe quanto a isso, Vivian. Pegue o celular e logo depois venha me entregar. Do resto, cuido eu.
Cena 8/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Dia
(O telefone de Raimunda e ela atende)
RAIMUNDA: Alô?
LUCRÉCIO (do outro lado da linha): Bom dia, Raimunda. Não está reconhecendo a voz?
RAIMUNDA: Não exatamente. É você, Lucrécio?
LUCRÉCIO: Sim, sou eu. Liguei para te fazer um convite. Aceita jantar comigo amanhã, aqui mesmo, na minha casa?
RAIMUNDA: Não sei se terei tempo para isso, Lucrécio.
LUCRÉCIO: Raimunda, aceite. Eu imploro.
RAIMUNDA: Aceito sim, seu bobo. Obrigado pelo convite. Eu vou.
Cena 9/ Escola/ Refeitório/ Interno/ Dia
(Todos estão sentados em determinadas mesas. Felipe e Luiza estão sentados juntos)
FELIPE: Vamos estudar na sorveteria hoje a noite novamente?
LUIZA: Não. Hoje, eu irei te dar uma chance. Vamos estudar na biblioteca.
FELIPE: Se você quiser estudar na sorveteria, por mim, tudo bem.
LUIZA: Estou achando que eu acabei te viciando em estudar na sorveteria.
FELIPE: Não ache. Tenha certeza, porque é isso mesmo que está acontecendo. Eu gosto da sua companhia, Luiza.
LUIZA: Eu também gosto de estar perto de você, Felipe. Você me dá uma sensação tão boa, leve, agradável. Eu me sinto especial perto de você.
(Vitor se aproxima da mesa onde está Luiza e Felipe. Em uma das mãos, ele segura a lixeira)
VITOR: Bom dia, gente. É impressão minha ou formamos mais um casal escolar?
LUIZA: Deixa de ser ridículo, Vitor.
VITOR: O que foi? Você mesma disse que não tem mais certeza se estamos namorando. Para mim, você deixou de ser minha namorada há muito tempo, desde o dia em que você passou a manter contato com esse vermezinho estúpido.
LUIZA: Não fala assim com ele. Respeite o Felipe. Ele não é lixo para estar na sua boca suja, Vitor.
VITOR: Ah, ele não é lixo? Se eu fosse você, tratava de mudar a sua opinião rapidamente.
(Vitor joga a lixeira na cabeça de Felipe, derramando em cima do garoto lixo de todos os tipos: resto de comida, latas de refrigerante, papel, entre outros)
LUIZA: Felipe. Ai, meu Deus.
(Salete, ao fundo, vê a cena e se aproxima de Vitor)
SALETE: Para de fazer isso com meu filho.
VITOR: Só faltava a faxineira pobretona para completar a festa.
SALETE: Saia da minha frente agora, antes que eu enfie o cabo da minha vassoura no meio do seu nariz.
VITOR: Olha como fala comigo. Eu posso acabar com esse teu emprego miserável em dois tempos.
FELIPE: Para de falar assim com a minha mãe. Já não basta ter me humilhado, quer provocar mais?
VITOR: Não dirija a palavra a mim, lixeira ambulante. E isso foi apenas uma prévia do que eu posso fazer com você, caso continue no meu caminho.
LUIZA: Vitor.
VITOR: O que é?
LUIZA: Você não poderia ir embora antes de eu te dar isso.
(Luiza dá um tapa na cara de Vitor)
LUIZA: Nunca mais chegue perto do Felipe ou de mim, ouviu bem? Nunca mais. Você pode ter jogado lixo na cara do Felipe, mas quem fede aqui é você.
(Todos ovacionam Luiza. Vitor sai furioso)
Cena 10/ Paisagens de São Paulo/ Dia
(Toca Falling Down – Oasis)
Cena 11/ Restaurante / Interno/ Dia
(Celso entra e vê Lara encostada no balcão)
CELSO: Lara.
LARA: Celso?
CELSO: Fui até sua casa e uma vizinha me disse que você tinha saído cedo. Presumi que o restaurante tinha sido reaberto e que você estivesse aqui.
LARA: Presumiu corretamente.
CELSO: Vim te perguntar sobre aquele assunto de ontem. Pensou a respeito de viajar para Dourados comigo para encontrarmos seu pai?
LARA: Pensei.
CELSO: E então?
LARA: Eu aceito. Eu vou com você.
Cena 12/ Dourados/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Estão Luana e Vivian)
VIVIAN: Vai preparar que tipo de prato para o almoço de hoje?
LUANA: Pensei em lasanha.
VIVIAN: Lasanha? Boa idéia. É um dos pratos favoritos da dona Marta.
LUANA: Por isso mesmo que vou fazer justamente esse prato. Bom, vou até o depósito pegar as massas de macarrão.
(Luana sai. Vivian olha para a mesa de mármore e vê o celular de Luana. Vivian se aproxima da mesa e quando estica o braço para pegar o celular, o objeto toca. Vivian pega e olha a tela de chamada. Luana aparece e pega o seu celular da mão de Vivian. Luana atende)
LUANA: Alô? Tia? Uma visita para mim está na sua casa?
...
LUANA: Está bem, tia. Darei um jeito para ir aí. Certo. Até daqui a pouco.
(Luana desliga o telefone e coloca-o no bolso)
LUANA: Vivian, será que você pode me ajudar? Uma visita acabou de aparecer na casa da minha tia e eu preciso ver que visita é essa. Será que você me cobre aqui? Pelo menos, por uns minutinhos. Eu juro que não vou demorar.
VIVIAN: Eu não quero entrar em encrenca com a dona Marta por tua causa.
LUANA: Vai ser tão rápido que ela nem vai perceber minha ausência. Eu juro. Por favor.
VIVIAN: Está certo. Mas vai logo, hein? Vai.
(Luana sai)
Cena 13/ Escola/ Portaria/ Interno/ Dia
CÍNTIA: Não gostei da sua atitude. Você acha mesmo que vai se reconciliar com a Luiza depois dessa humilhação ridícula que você fez contra o Felipe?
VITOR: Aquele nerd teve o que mereceu.
CÍNTIA: Olha aqui, Vitor. Se eu fosse você, parava de se comportar feito um moleque e começasse a agir para ter a Luiza de volta em suas mãos. Minha paciência está se esgotando.
VITOR: Eu não sei o que fazer.
CÍNTIA: É simples: joga um charminho para cima da Luiza, diz umas palavras bonitas, leva ela no papo, transa com ela, depois larga e assume um relacionamento comigo. Pronto. Será que dá para ser?
Cena 14/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Dia
AMANDA: Tiago, eu vim aqui te fazer um pedido. Um pedido muito importante.
TIAGO: Qual?
AMANDA: Tira o Alexandre da sua casa. Tira ele das nossas vidas.
Cena 15/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Dia
(Raimunda abre a porta)
LUANA: Oi tia. Cadê essa tal visita?
RAIMUNDA: Está lá no seu quarto.
LUANA: No meu quarto?
Cena 16/ Casa de Raimunda/ Quarto de Luana/ Interno/ Dia
(Raimunda abre a porta e Luana entra. Ela vê Solano sentado na cama)
LUANA: Solano?
SOLANO: Luana. Eu estava morrendo de saudades de você.
LUANA: O que você está fazendo aqui?
SOLANO: Vim te ver. Por quê? Não estava com saudades de mim?
(Solano encara Luana, que revida)
(Congela em Luana. Toca Baiya – Delphic)
0 comentários:
Postar um comentário