terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Fixação - Capítulo 27
Cena 1/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
ALEXANDRE: Acalme-se. Eu posso explicar.
TIAGO: Você não pode explicar nada, seu traidor. Meu Deus, como eu pude me enganar tanto? Alexandre, eu te considerava como meu melhor amigo, eu confiava você, eu gostava de você. E, na verdade, tudo não passou de uma mentira.
ALEXANDRE: Não é mentira, Tiago. Nossa amizade nunca foi uma mentira.
TIAGO: Foi o quê, então? Hein? Como você pode explicar uma traição dessas? Você e a Amanda juntos e me traindo. Dois traidores. Dois safados.
ALEXANDRE: Tiago, me deixe explicar.
TIAGO: Eu nunca mais quero olhar na tua cara, Alexandre. Vai embora da minha casa. Suma da minha frente. Saia da minha vida. Arrume tuas tralhas e dê o fora da minha casa.
ALEXANDRE: Tiago.
TIAGO: FORA!
ALEXANDRE: Tudo bem. Se você prefere assim, eu vou embora. Com licença.
(Alexandre sobe a escada. Marta se aproxima do filho)
MARTA: Você está bem, Tiago?
TIAGO: Estou péssimo, mãe. Ontem, eu perdi minha esposa e agora, eu descubro que eu nunca tive um amigo de verdade ao meu lado. Eu vou subir. Prefiro ficar sozinho. Não venha atrás de mim. Não venha.
(Tiago sobe a escada)
Cena 2/ Escola/ Sala de aula/ Interno/ Dia
LUIZA: Não pode ser verdade. Eu não posso estar grávida, Felipe. Não posso.
FELIPE: Calma, Luiza. Isso não passa de uma hipótese. Mas você não pode desconsiderá-la. Afinal, os sintomas que você vem sentindo são os mesmos indícios relatados no trabalho sobre gravidez.
LUIZA: Felipe, você tem noção de como a minha vida vai virar pelo avesso se eu realmente estiver grávida? O que a minha família vai pensar sobre isso? A minha mãe vai me matar.
FELIPE: Luiza, você tem que verificar essa hipótese. Compra um teste de farmácia e tira a prova.
LUIZA: Não sei se tenho coragem.
FELIPE: Você tem que ter. O que não pode acontecer é você sofrer por antecipação. Faz o que eu estou te aconselhando. Compra o teste de farmácia e verifica se está grávida ou não.
Cena 3/ Mansão Bertolin/ Quarto de Alexandre/ Interno/ Dia
(Alexandre está pondo suas roupas em uma mala. Marta entra)
MARTA: Como você pôde fazer isso com o meu filho?
ALEXANDRE: Dona Marta. Eu sinto muito pelo o que aconteceu. Não queria que o Tiago descobrisse dessa maneira.
MARTA: Alexandre, seja sincero comigo. Você realmente considerava o Tiago como um amigo? Ou tudo não passou de uma farsa?
ALEXANDRE: Eu sempre considerei o Tiago como um amigo, dona Marta. Um amigo de verdade. Mas não posso negar o fato de que eu me apaixonei verdadeiramente pela Amanda. Eu só queria uma chance para poder explicar toda a história para o Tiago, mas ele não me deu espaço.
MARTA: E por que você não conta essa história para mim?
ALEXANDRE: Se a senhora quer tanto ouvir, eu irei contar. Eu me apaixonei pela Amanda desde o primeiro dia em que eu a vi, quando o Tiago me apresentou. No início, eu nunca tive pretensão de ter algum relacionamento com ela, pelo fato da Amanda ser namorada do Tiago. Só que houve uma noite em que eu mudei de idéia.
MARTA: Que noite?
ALEXANDRE: Houve uma noite em que a Amanda e o Tiago tiveram uma briga feia. Eu decidi consolar a Amanda por causa da briga e ela se entregou para mim. Nós passamos a noite juntos. E a partir dessa relação amorosa que nós tivemos, eu decidi que iria conquistá-la. Eu coloquei na minha cabeça que a Amanda não gostava do Tiago da mesma maneira que ele gostava dela. Isso, porque se a Amanda realmente amasse o Tiago, ela não teria se deitado comigo, se entregado para mim da forma que ela se entregou, independentemente de qualquer briga ou eventualidade. E eu passei a insistir. Só não imaginava que tudo isso poderia gerar conseqüências tão desastrosas.
MARTA: Mas gerou. Alexandre, apesar do pacto que nós selamos para desmascarar a Luana e descobrir o que ela pretende com a minha família, eu não posso ficar do seu lado. O meu filho está sofrendo de uma maneira inconsolável.
ALEXANDRE: Eu sei, dona Marta. E a senhora está certa. É o seu filho que também está sofrendo. Se duvidar, o Tiago está sofrendo por perder a Amanda mais do que eu. Bom, o que me resta agora é sair da mansão e alugar um quarto de uma das pousadas para eu ficar.
MARTA: Pousada? Você não vai embora de Dourados?
ALEXANDRE: Não, dona Marta. Essa cidade vai ter que aturar um pouco mais a minha presença.
Cena 4/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Dia
(Luana entra no quarto, segurando uma bandeja)
LUANA: Com licença. (pousando a bandeja em cima do criado mudo): Eu trouxe o suco de maracujá e os morangos que você me pediu.
TIAGO: Obrigado, Luana.
LUANA: Tiago, eu ouvi a discussão que você teve com o Alexandre e ouvi também quando você pediu para ficar sozinho, mas te ver, assim, triste, me entristece também. Parte meu coração. Eu não gosto de ver você assim. Você precisa reagir, levantar a cabeça, tocar a vida para frente.
TIAGO: Eu vou reagir, Luana. Mas não sei se serei capaz de fazer isso agora. Não sei se serei capaz de tocar a minha vida para frente sem ela ao meu lado. Apesar da traição que ela cometeu comigo, a Amanda foi uma mulher muito importante para mim. Eu a amava de verdade.
LUANA: Eu também gostava da Amanda. Era uma mulher tão boa, tão incrível. Um ser único. Mas você não pode se entregar a esse mundo de escuridão que aparece quando se perde alguém. Eu sei o que você está sentindo. Eu também passei por isso. Antes de vim para Dourados, eu perdi a minha mãe. Eu a vi morrer e não sabia o que fazer para mudar aquela situação. É difícil, mas temos que ser fortes para encarar a realidade.
TIAGO: Obrigado pela força, Luana. Obrigado por estar do meu lado nesse momento difícil da minha vida.
LUANA: Imagina. Estarei aqui sempre quando você precisar. E, como sua amiga, eu também quero te alertar sobre uma coisa. Você não podia expulsar o Alexandre da mansão.
TIAGO: Como é? Eu não acredito no que estou ouvindo. Luana. Se você realmente ouviu toda a discussão que eu tive com o Alexandre, você deve ter percebido que ele e a Amanda tinham um caso. Eles me traíram.
LUANA: Eu sei. Mas você não vê que o Alexandre pode ser o assassino da Amanda?
TIAGO: O quê?
LUANA: Eu não quero acusar ninguém de forma aleatória, mas depois que eu soube do caso entre ele e a Amanda ao ouvir a discussão que vocês tiveram agora pouco na sala, parece que tudo ficou mais claro. A meu ver, o Alexandre matou a Amanda. Veja bem, quando todos chegaram ao cais para verificar se a Amanda tinha mesmo morrido, o Alexandre já estava lá. E outra, ele e a Amanda tinham um caso. Ele pode não ter aceitado o fato dela ter se casado com você e a matou por ciúmes.
TIAGO: Não. O Alexandre não seria capaz de cometer uma brutalidade dessas. Apesar do que ele fez, o Alexandre é um homem justo, correto, íntegro.
LUANA: Ou ele pode ser tudo ao contrário do que você acabou de citar. Se ele foi capaz de esconder uma traição de você, ele pode ter montado um personagem para te enganar.
TIAGO: Será?
LUANA: É um caso a se pensar.
TIAGO: Pois bem. Então, eu vou denunciar o Alexandre. O delegado Andrade, que está cuidando do caso da morte da Amanda, vai saber o que fazer com essa informação.
Cena 5/ Casa de Lucrécio/ Sala/ Interno/ Dia
RAIMUNDA: Morta? A Amanda está morta? Mas como isso foi acontecer?
LUCRÉCIO: Eu não sei. Quando entrei no cais para buscar o celular que eu tinha esquecido, ela já estava caída no chão, completamente ensangüentada. Morta.
RAIMUNDA: Que horror. E ela morreu de quê?
LUCRÉCIO: A tiros. O assassino efetuou três tiros na Amanda. Ainda bem que a policia já está investigando o caso. Espero que encontrem o criminoso o mais rápido possível e ponha na cadeia.
RAIMUNDA: Estranho.
LUCRÉCIO: Estranho? O que é estranho?
RAIMUNDA: A Luana foi armada para a festa de casamento do Tiago. Será que ela teve alguma participação no assassinato da Amanda?
Cena 6/ Mansão Bertolin/ Quartinho de Luana/ Interno/ Dia
(Luana entra e vê Raimunda sentada na cama)
LUANA: Tia Raimunda? Que surpresa.
RAIMUNDA: Eu fiquei sabendo que a Amanda foi assassinada ontem.
LUANA: Ah, pois é. Foi horrível. Todos nós estamos sofrendo muito com essa perda.
RAIMUNDA: Por que você não me contou?
LUANA: Tia, eu não iria ligar para a senhora no meio da madrugada, né? Bom, é só isso que a senhora veio fazer aqui?
RAIMUNDA: Não, Luana.
LUANA: Então, a senhora tem que ser breve. Se a dona Marta souber que estou recebendo visitas no meio do trabalho, ela me mata.
RAIMUNDA: Não se preocupe com isso. Foi a própria dona Marta que me recebeu. Luana, eu vim buscar a minha arma.
LUANA: Ah, tia, aconteceu algo muito desagradável com seu revólver. Roubaram sua arma. Quando eu cheguei aqui, eu tratei logo de guardá-la aqui mesmo no meu quartinho, e no fim da festa, quando eu vim pegá-la para entregar à senhora, ela havia sumido. Alguém roubou o seu revólver, tia.
RAIMUNDA: Não acredito nisso. Luana, você vai dar conta do meu revólver. Eu quero notícias da minha arma. É muita coincidência a Amanda morrer a tiros na mesma noite em que você resolve ir armada à festa dela. O pior de tudo é que eu não acredito em coincidências.
LUANA: O que a senhora está insinuando?
RAIMUNDA: Luana, você tem alguma participação no assassinato da Amanda?
LUANA: Claro que não. Eu nunca seria capaz de cometer uma monstruosidade como essa. A senhora está me ofendendo com essa desconfiança. Eu já disse que roubaram o revólver. Quem sabe para usá-lo a matar a Amanda? Eu não sei. Eu só sei que eu sou inocente.
RAIMUNDA: Estou confiando na sua palavra, Luana. E não se esqueça de dar conta da minha arma. Com licença.
(Raimunda sai)
Cena 7/ Escola/ Pátio/ Interno/ Dia
(Felipe e Luiza estão caminhando pelo pátio)
FELIPE: Você tem certeza que não passou mal durante essas três primeiras aulas?
LUIZA: Já disse que tenho.
FELIPE: Se eu fosse você, lancharia nesse recreio algo mais leve.
LUIZA: Você fala como se eu estivesse grávida.
FELIPE: Essa é uma hipótese que não se pode descartar.
LUIZA: Felipe, eu já disse que irei fazer esse teste de farmácia, ta? E não quero mais falar sobre isso. Como se foi de vestibular?
FELIPE: Acho que fui bem...
(Luiza vê Cíntia e Vitor aos beijos)
FELIPE: Só me atrapalhei um pouco nas questões de física e química. Você sabe que essas matérias não são meu forte. E você. Gostou?
(Luiza permanece calada e olhando para Vitor e Cíntia se beijando)
FELIPE: Luiza? Estou falando com você.
LUIZA: Ah, Felipe, desculpa. Olha ali o Vitor e a Cíntia se beijando. Será que ele ainda não sabe o que aconteceu com a Amanda?
FELIPE: Você ainda não conseguiu esquecer o Vitor?
LUIZA: Felipe, eu passei quase nove meses ao lado do Vitor. Apesar da farsa, nós construímos uma relação um pouco sólida. Não dá para esquecer isso de uma hora para outra. Eu vou falar com ele.
(Luiza caminha em direção ao casal)
FELIPE (indo atrás dela): Luiza. Espera.
LUIZA: Desculpe interromper o beijo do casal.
VITOR: Luiza, o que você quer?
LUIZA: Queria saber como você está depois do que aconteceu ontem.
VITOR: Se está falando da minha mãe, saiba que eu fiquei extremamente envergonhado do papelão que ela fez no casamento do seu irmão.
LUIZA: Não estou falando da Vera. Pelo seu comportamento, percebe-se que você ainda não sabe.
VITOR: Não sei do quê?
LUIZA: Pensei que a Cíntia tinha te contado, afinal, ela também estava na festa quando tudo aconteceu.
VITOR: Do que você está falando, Luiza?
LUIZA: Sua tia Amanda foi assassinada.
VITOR: O quê?
LUIZA: Eu sinto muito. Com licença.
(Luiza e Felipe saem. Vitor, chocado, olha para Cíntia)
VITOR: É verdade o que a Luiza falou? Minha tia está morta?
CÍNTIA: É verdade sim, Vitor. Não te contei antes, porque eu não sabia como dar essa notícia para você. Mas a Luiza falou a verdade, sim. A Amanda foi assassinada. Ela está morta.
Cena 8/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Alexandre, segurando diversas malas na mão, desce a escada. Luana vê e se aproxima do rapaz)
LUANA: Indo embora?
ALEXANDRE: Não é da sua conta.
LUANA: Quanta grosseria. O Tiago estava na razão dele em te mandar para fora dessa casa. Afinal, que homem suportaria ao saber que foi traído pelo melhor amigo e pela própria noiva?
ALEXANDRE: Foi você, não foi? Piranha. Você enviou aquelas fotos para o Tiago como encomenda.
LUANA: Garoto esperto. Engraçado que antes você me dizia que iria me destruir e agora quem está saindo de casa é você. Eu acabei com qualquer vínculo entre você e essa família.
ALEXANDRE: Mas até foi bom o Tiago descobrir que eu tinha um caso com a Amanda. Assim, nada vai me impedir de contar a ele a vagabunda que você é, contar a ele todas as suas tentativas de acabar com a Amanda.
LUANA: Não brinca comigo, Alexandre. Se você me dedurar, eu faço coisas piores com você. Acredite.
ALEXANDRE: Vai para o Inferno, Luana.
(Alexandre caminha em direção a porta)
LUANA: Não vai perder o enterro da Amanda hoje. Vai acontecer no final da tarde.
ALEXANDRE: Isso quem decide sou eu, piranha.
(Alexandre sai)
LUANA (para si e com um sorrisinho): Eu sei que você vai acabar indo.
Cena 9/ Delegacia/ Interno/ Dia
(Tiago entra e delegado Andrade o cumprimenta)
ANDRADE: Tiago, que bom ver você aqui. Eu estava mesmo me aprontando para ir à sua casa te avisar que o corpo da Amanda já foi liberado do necrotério. Ela já pode ser enterrada. Terminaram todas as análises no corpo da vítima.
TIAGO: E quanto ao revólver?
ANDRADE: A perícia está finalizando a análise. Parece que foram encontradas digitais na arma. Possivelmente, digitais da pessoa que matou a Amanda.
TIAGO: Que bom. Bom, delegado Andrade, eu vim fazer uma denúncia. Mesmo com as digitais da arma já encontradas, eu tenho um suspeito e eu queria que o senhor soubesse.
ANDRADE: Claro. Quem é seu suspeito?
TIAGO: Alexandre Bueno. Eu descobri que ele tinha um caso com a Amanda. Por obsessão, pode tê-la matado.
ANDRADE: Ah, claro. Estou esperando a visita do próprio Alexandre na minha delegacia. Eu o intimei para dar um depoimento hoje. Afinal, pelo o que se sabe, ele foi o primeiro a encontrar o corpo, visto que ele já estava no cais quando todos apareceram.
(Alexandre entra)
ALEXANDRE: Com licença.
(Alexandre e Tiago entreolham-se. Tiago encara o ex-amigo)
TIAGO: Bom, já estou indo. Com licença, delegado.
(Tiago sai)
ANDRADE: Veio dar seu depoimento, doutor Alexandre?
ALEXANDRE: Sim delegado.
ANDRADE: Ótimo. Eu queria que o senhor me contasse como chegou ao cais antes de todos.
ALEXANDRE: Eu irei contar. Bom, delegado Andrade, eu sempre fui apaixonado pela Amanda, apesar do Tiago, noivo dela, ser meu melhor amigo. Eu sabia que...
(A conversa segue fora de áudio)
Cena 10/ Paisagens de Dourados/ Anoitecendo
(Toca Ships – Umbrellas)
Cena 11/ Mansão Bertolin/ Quarto de Luiza/ Interno/ Anoitecendo
(Luiza está sentada na cama. Felipe entra)
LUIZA: Ainda bem que você veio.
FELIPE: O que houve? Cadê sua família?
LUIZA: Minha família está no enterro da Amanda. Eu aproveitei a ausência deles para fazer o teste de farmácia.
FELIPE: E então? O que deu?
LUIZA: Olhe você mesmo
(Luiza entrega o teste de farmácia para Felipe, que pega)
FELIPE: A temperatura está alta.
LUIZA: Sim. Deu positivo, Felipe. Positivo. Eu estou grávida.
(Luiza abraça Felipe e chora no ombro do amigo)
Cena 12/ Clínica de Tratamento/ Quarto de Vera/ Interno/ Anoitecendo
(Vitor entra)
VERA: Filho. Que bom que você veio me ver.
VITOR: Eu sempre irei vim te ver, mãe. Sempre.
VERA: Fico muito feliz em saber disso.
VITOR: Mãe, aconteceu uma coisa muito ruim com a tia Amanda.
VERA: Eu não quero saber nada que envolva sua tia. Depois de ela ter me expulsado da festa, não quero mais saber dela.
VITOR: Mas é importante.
VERA: Seja o que for, não quero saber. Ela foi muito desagradável comigo. Ela não conseguiu enxergar o esforço que eu fiz para poder prestigiá-la...
VITOR: Mãe, me deixe falar.
VERA: ...fugi dessa clínica para poder vê-la e ela me expulsa daquela maneira. Egoísta. Nunca gostou de mim. Só fingia...
VITOR: Mãe, a tia Amanda foi assassinada.
VERA: ...preocupação. (pausa) O quê? Assassinada?
VITOR: Sim. A tia Amanda está morta.
Cena 13/ Cemitério/ Interno/ Anoitecendo
(No centro, o caixão de Amanda está sendo posto dentro da cova. Ao redor, estão os convidados, assistindo ao enterro. Tiago não se contém e chora. Marta o conforta. Luana, finge tristeza e lágrimas nos olhos. Ao fundo, atrás de uma árvore, aparece Alexandre, que assiste a tudo de maneira escondida. Alexandre está com os olhos marejados. A polícia entra no lugar e vê Alexandre. O delegado se aproxima dele)
ANDRADE: Alexandre Bueno.
ALEXANDRE: Sou eu. Aconteceu alguma coisa?
ANDRADE: O senhor está preso por assassinar Amanda Amorim.
ALEXANDRE: O quê?
ANDRADE: Guardas, algemem-no.
(Dois guardas seguram Alexandre nos braços e um terceiro algema-o)
ALEXANDRE: Vocês estão cometendo uma injustiça. Eu sou inocente. Eu não matei ninguém. Eu não matei a Amanda. Eu sou inocente.
(Tiago e os outros ouvem a gritaria de Alexandre e se aproximam do rapaz)
TIAGO: O que você está fazendo aqui, traidor?
ALEXANDRE: Não me chame de traidor, Tiago. Por favor. Eu também tinha uma afeição pela Amanda.
TIAGO: Você tinha um caso com ela, isso sim.
MARTA: Tiago, contenha-se.
CAIO: Por que o Alexandre está algemado? O que aconteceu?
ANDRADE: Alexandre Bueno matou Amanda Amorim.
ALEXANDRE: Isso é mentira. Eu sou inocente.
ANDRADE: A análise da arma do crime comprovou isso. As digitais de Alexandre foram encontradas no revólver.
TIAGO: Desgraçado. Assassino.
(Tiago dá um soco em Alexandre)
ANDRADE: Sem brigas. Vamos. Guardas, levem o senhor Alexandre para a viatura. De lá, ele será enviado para uma penitenciária.
ALEXANDRE: Não. Eu sou inocente. Vocês estão sendo injustos comigo. Eu sou inocente. Eu não matei a Amanda. Eu não matei ninguém. Vocês têm que acreditar em mim. Eu sou inocente. INOCENTE!
(Congela em Alexandre. Toca Radioactive – Imagine Dragons)
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