quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Fixação - Capítulo 43
Cena 1/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
TIAGO: Delegada Isadora, isso está me parecendo tão confuso. Saber que houve uma reviravolta no caso da morte da Amanda era algo que eu não esperava.
ISADORA: Não se preocupe, Tiago. Tudo será esclarecido. O verdadeiro assassino de sua ex-mulher pagará pelo crime que cometeu.
LUANA: Você fala como se a investigação do delegado Andrade estivesse errada, como se o Alexandre estivesse injustamente naquela cadeia.
ISADORA: Estou me baseando nas informações que eu obtive da testemunha ocular, Luana. E tive acesso a muitas informações que me levam a crer que o Alexandre Bueno possa mesmo estar pagando por um assassinato que não cometeu.
TIAGO: As digitais dele foram encontradas na arma do crime.
ISADORA: E daí? Desde quando isso comprova a culpabilidade de alguém? O Alexandre pode ter sido vítima de uma armação. Melhor dizendo, pode ter sido um bode expiatório, o culpado perfeito de um crime que nem cometeu. Mas é muito cedo para afirmar qualquer coisa. Como eu disse, tudo será esclarecido. Onde está o resto da sua família, Tiago Bertolin? Eu queria conhecê-los.
TIAGO: Minha irmã está dando a luz nesse momento, delegada Isadora. Todos estão no hospital acompanhando o nascimento do meu sobrinho.
ISADORA: Menos vocês.
TIAGO: Menos nós.
Cena 2/ Hospital/ Sala de parto/ Interno/ Dia
(Luiza está deitada na cama, com as pernas abertas. Uma médica está de frente para ela e Felipe, ao lado dela, segurando sua mão. Luiza grita)
FELIPE: Força, meu amor. Força.
MÉDICA: Mais um pouco, Luiza.
(Luiza dá um grito forte. Ela dá a luz e o bebê é amparado pela médica. Ela corta o cordão umbilical e mostra a criança para Felipe e Luiza)
MÉDICA: Olha como é lindo o filho de vocês. Já pensaram em algum nome?
LUIZA: Sim. Ele se chamará Marcos.
Cena 3/ Hospital/ Sala de espera/ interno/ Dia
(Marta e Caio estão sentados. Felipe entra)
FELIPE: Nasceu. Meu filho nasceu.
CAIO: Parabéns, Felipe.
MARTA: E como está a Luiza?
FELIPE: Ela está ótima. Foi sedada e o bebê foi fazer uns exames iniciais. Mas, segundo a médica que fez o parto, ele, visivelmente, nasceu sadio.
MARTA: Ah, que bom.
Cena 4/ Delegacia/ Interno/ Dia
ANDRADE: Aqui estão os dossiês que você me pediu.
(Andrade entrega a Isadora alguns envelopes)
ISADORA: Obrigada, delegado Andrade. Nesses dossiês estão relatadas todas as coisas sobre os envolvidos no assassinato da Amanda?
ANDRADE: Tudo, delegada Isadora. Eu me sinto tão envergonhado de só pensar na possibilidade de ter posto um inocente na cadeia.
ISADORA: Uma pena o senhor ter se desvinculado da investigação. Poderia me ajudar bastante.
ANDRADE: Mas eu irei ajudá-la, delegada Isadora. No que precisar. Mas eu não quero mais estar associado a esse assassinato.
ISADORA: Por medo de possivelmente ter colocado um inocente na cadeia?
ANDRADE: Exatamente.
ISADORA: Não se preocupe, delegado Andrade. Eu irei pôr um ponto final nesse crime e farei o verdadeiro assassino pagar pelo o que fez.
Cena 5/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Dia
LUANA: Um absurdo.
TIAGO: Você ainda está falando do fato de ter sido reaberto a investigação sobre a morte da Amanda?
LUANA: Claro. Tudo foi provado, Tiago. As digitais do Alexandre foram encontradas na arma do crime. Essa reabertura é um verdadeiro absurdo. Testemunha ocular uma pinóia. Estão querendo ganhar em cima de um caso desvendado, isso sim.
TIAGO: Luana, eu acho que a policia está certa. Se surgiu uma testemunha ocular, eu acho que o depoimento dela deve ser considerado. Só aviso uma coisa: agora sou eu que quero saber se o Alexandre matou ou não a Amanda. Eu quero que o verdadeiro assassino pague o que fez.
LUANA: Você vai compactuar com isso, Tiago?
TIAGO: Irei sim. Eles estão falando da morte da Amanda, a mulher da minha vida, uma pessoa que significou muito para mim. Não virarei as costas para isso.
Cena 6/ Penitenciária/ Cela de Alexandre/ Interno/ Dia
(Tonhão sai de um buraco e entra na cela. Ele e Alexandre escondem a abertura com um colchão.)
ALEXANDRE: E então? Ainda falta muito para terminar de cavar e encontrar uma saída?
TONHÃO: Um pouco. Alexandre, eu estou muito cansado. Será que você poderia continuar a escavação no meu lugar?
ALEXANDRE: Claro, se você me der cobertura.
TONHÃO: Óbvio que darei.
ALEXANDRE: Você tem certeza que ninguém desconfia desse túnel?
TONHÃO: Certeza absoluta. Agora, cave. Não podemos perder tempo.
(Eles voltam a afastar o colchão. Alexandre entra no buraco)
Cena 7/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta e Caio entram. Tiago desce a escada)
TIAGO: E então? O filho da Luiza nasceu?
MARTA: Sim. É um lindo menino. Foram feitos todos os exames e o bebê é altamente sadio.
TIAGO: Meu primeiro sobrinho. Estou tão feliz.
CAIO: Você não é o único, meu filho.
(Caio põe o celular em cima da mesinha de centro e vai ao escritório)
TIAGO: O que ele foi fazer no escritório?
MARTA: Pegar uma das garrafas de champanhe que ele tem guardada. Já quer comemorar o nascimento do primeiro neto.
TIAGO: Bom, eu vou mudar um pouco de assunto. Enquanto vocês estavam no hospital, uma delegada apareceu aqui.
MARTA: Delegada?
TIAGO: Sim. Ela veio dizer que a investigação sobre a morte da Amanda foi reaberta. Surgiu uma testemunha ocular do assassinato afirmando que não foi o Alexandre quem matou a Amanda.
MARTA: Quem é essa testemunha ocular?
TIAGO: Ela não disse. Essa delegada foi convocada para assumir a investigação e ela me parece bastante compenetrada no que faz. Afirmou que irá descobrir quem matou a Amanda e pôr o verdadeiro assassino na cadeia.
MARTA: E quanto a você, meu filho? Você acha que o Alexandre possa não ser o assassino da Amanda, agora com a afirmação dessa testemunha?
TIAGO: Eu não sei mais de nada, mãe. O que eu sei é que eu irei colaborar com a delegada Isadora e que eu confio bastante na eficiência dela. Bom, vou tomar um pouco de água.
(Tiago sai. O telefone de Caio toca e Marta vê, pela tela de chamada, o nome da pessoa que está ligando)
MARTA: Ludmila. O que essa vagabunda quer com o meu marido?
(Marta rejeita a ligação)
Cena 8/ Casa de Lucrécio/ Sala/ Interno/ Dia
(Raimunda e Lucrécio estão passeando pela sala)
RAIMUNDA: Ainda não me acostumei com a idéia de fazer uma festa de casamento, Lucrécio. Você sabe que eu preferia um jantar mais reservado.
LUCRÉCIO: Meu amor, eu quero que essa cidade inteira saiba que estou me casando com a mulher que eu amo.
RAIMUNDA: Mas você não acha que essa festa é um pouco demais?
LUCRÉCIO: Raimunda, eu concordei quando você me pediu para adiar o casamento para você se acostumar melhor com a idéia. Por favor, agora concorde com a minha vontade de fazer uma festa de comemoração aqui em casa.
RAIMUNDA: Chantagem não vale, Lucrecio.
LUCRÉCIO: Por favor, minha paixão.
RAIMUNDA: Tudo bem, Lucrécio. Eu aceito que você faça uma festa para comemorar o nosso casamento. Satisfeito?
LUCRÉCIO: Mais do que satisfeito. Muito mais.
(O casal se beija)
Cena 9/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta está sentada no sofá, segurando o celular de Caio em uma das mãos. Caio entra, com uma garrafa de champanhe e três taças)
CAIO: Ué. Onde está o Tiago?
(Caio põe o champanhe e a taças na mesinha de centro)
MARTA: Foi na cozinha e depois voltou para o quarto.
CAIO: Eu avisei que iríamos comemorar o nascimento do nosso neto. Vá chamá-lo, Marta.
MARTA: Eu não vou chamar ninguém, Caio. O Tiago, se quiser comemorar também, que venha.
CAIO: Que mau humor é esse?
(Marta mostra o celular de Caio para ele)
MARTA: Você pode me explicar que tantas ligações são essas que a Ludmila anda fazendo para você?
CAIO: Ah, Marta. Não é nada demais.
MARTA: Caio, enquanto você estava no escritório pegando essa garrafa de champanhe, a Ludmila ligou e eu vi. E nesse registro de chamadas, estão arquivadas outras ligações dela. Caio, por acaso você anda me traindo com a Ludmila?
CAIO: Claro que não, Marta. Eu já disse a você que a única mulher com quem eu te traí na vida foi a Andressa, mãe da Lara.
MARTA: Então, me explique que tantas ligações são essas.
CAIO: A Ludmila me pediu segredo.
MARTA: Segredo?
CAIO: Ela quer voltar a ter contato conosco, principalmente com você. Por isso, ela ficava me ligando, pedindo para intermediar as pazes entre vocês.
MARTA: Eu nunca voltarei a ficar de bem com aquela periguete de quinta.
CAIO: Era só isso, meu amor. Nunca te traí com a Ludmila, Marta. Nunca.
MARTA: Temos de avisar ao Celso que o filho da Luiza nasceu.
Cena 10/ Paisagens de São Paulo/ Dia
(Toca Falling Down – Oasis)
Cena 11/ Restaurante/ Interno/ Dia
(Lara está limpando as mesas. Celso entra)
CELSO: Lara?
LARA: Celso. O que você está fazendo aqui?
CELSO: Será que nós poderíamos conversar?
Cena 12/ Dourados/ Penitenciária/ Cela de Alexandre/ Interno/ Dia
(Alexandre está sentado próximo à grade e Tonhão, está deitado no colchão. Um guarda se aproxima da cela deles)
GUARDA: Alexandre Bueno?
ALEXANDRE: Sou eu.
GUARDA: Visita para você.
Cena 13/ Penitenciária/ Sala de visita/ Interno/ Dia
(O guarda abre o portão da sala. Alexandre entra e vê uma mulher esperando por ele)
ALEXANDRE: Quem é você?
ISADORA: Sou Isadora Magalhães, delegada encarregada de solucionar o assassinato de Amanda Amorim.
ALEXANDRE: Solucionar? Pensei que a investigação tinha dado por resolvida, depois de terem me enviado para esse inferno de penitenciária.
ISADORA: Ocorreu uma reviravolta no caso, Alexandre. Surgiu uma testemunha ocular do crime que afirma que não foi você quem matou a Amanda naquela noite.
ALEXANDRE: Jura? Quem é essa pessoa?
ISADORA: Não posso falar. Alexandre, com o depoimento dessa testemunha, sua inocência pode ser provada.
ALEXANDRE: Que maravilha, delegada. Receber uma notícia dessas é como ver uma luz no fim do túnel.
ISADORA: Mas para isso acontecer, eu preciso que você colabore comigo.
ALEXANDRE: Eu irei colaborar em tudo, delegada. Eu sou inocente. Estou aqui injustamente, pagando por um crime que não cometi. Eu nunca seria capaz de matar a Amanda. Nunca.
ISADORA: Então, por favor, comece me explicando o que você fez na noite em que a Amanda foi assassinada. Onde você estava? Como suas digitais foram parar na arma do crime? Como você foi parar no cais antes de todo mundo? Eu preciso que você me esclareça alguns desses pontos. Você pode começar?
Cena 14/ Galpão/ Interno/ Dia
SOLANO: Uma testemunha ocular?
LUANA: Isso mesmo, Solano. Alguém nos viu matando a Amanda.
SOLANO: E agora? Será que essa pessoa nos reconheceu?
LUANA: Eu não sei você, mas a mim, tenho quase certeza que não. Estava fantasiada de mulher gato da cabeça aos pés. A fantasia cobria meu rosto totalmente.
SOLANO: A minha fantasia não cobria meu rosto. Ela o deixava totalmente a mostra.
LUANA: Solano, nós precisamos descobrir quem é essa testemunha ocular, antes que nossos crimes sejam descobertos.
SOLANO: Não seria melhor roubar aquela família, fugir dessa cidade e nunca mais voltar?
LUANA: Não posso fazer isso. Ainda não conquistei a confiança de todos daquela casa e eu já disse que não quero policia atrás de mim.
SOLANO: Mas ela vai estar, caso continuarmos aqui. Essa delegada vai descobrir tudo.
LUANA: Não vai. Eu não vou deixar. Solano, a gente precisa calar essa testemunha ocular.
SOLANO: Mas como iremos fazer isso, se nem sabemos direito quem é essa testemunha?
LUANA: EU vou seguir os passos da delegada Isadora para descobrir alguma coisa. Com certeza, ele deve ter um contato intenso com essa pessoa.
Cena 15/ Pousada/ Quarto de Ludmila/ Interno/ Dia
(Alguém bate na porta e Ludmila atende)
LUDMILA: Caio? Pensei que só nos veríamos a noite.
CAIO: Você me meteu em uma grande saia justa, Ludmila.
LUDMILA: O que aconteceu?
CAIO: Depois eu te explico. Vamos aproveitar o tempo que temos.
(Caio e Ludmila se beijam)
Cena 16/ Penitenciária/ Sala de visita/ Interno/ Dia
ISADORA: Foi o Lucrécio Dantas que avisou a você que a Amanda estava morta no cais?
ALEXANDRE: Isso mesmo. Ele me avisou antes por causa desse jantar romântico que eu preparei para Amanda, como eu lhe falei. Daí, eu fui até o cais e desabei quando vi a Amanda morta e ensangüentada naquele chão. E, ao lado dela, estava um revólver, que foi utilizado no crime, segundo a polícia. Eu estava tão desmoronado, que acabei pegando na arma impulsivamente e as minhas digitais ficaram gravadas nela. Mas eu não matei a Amanda. Eu juro, delegada. Juro.
ISADORA: Para você, Alexandre, quem matou a Amanda? Você tem alguma suspeita?
ALEXANDRE: Tenho sim, delegada Isadora. Quem fez isso com a Amanda se chama Luana Carvalho.
ISADORA: A esposa de Tiago Bertolin?
ALEXANDRE: Esposa? Então, aquela vagabunda conseguiu o que queria.
ISADORA: Do que está falando, Alexandre?
ALEXANDRE: A Luana não vale nada, delegada Isadora. Ela entrou naquela mansão como cozinheira, mas o que ela sempre quis foi casar com o Tiago, para fazer valer um golpe que ela planeja aplicar.
ISADORA: Golpe?
ALEXANDRE: Isso. Ela matou a Amanda. Tenho quase certeza. A Luana é a assassina de Amanda Amorim.
(Congela em Isadora. Toca Radioactive – Imagine Dragons)
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