quarta-feira, 12 de março de 2014
Fixação - Capítulo 73
Cena 1/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Noite
LUANA: Solano?
SOLANO: Não esperava que eu estivesse vivo também?
LUANA: Isso é impossível. Isso só pode ser um pesadelo.
ISADORA: Isso não é pesadelo, Luana. É real. Nem eu nem o Solano morremos.
LUANA: Mas como?
ISADORA: Eu salvei a vida do Solano. Eu estava lá quando você ateou fogo no galpão. Só esperei você sair para tirar o Solano do incêndio.
LUANA: E por que você fez isso?
ISADORA: Você ainda pergunta?
LUANA: Para convencer o Solano a me desmascarar.
SOLANO: Eu pensei que nós éramos parceiros, Luana. Que você gostava de mim, mas eu me enganei. Quando eu soube que você tinha tentado me matar, eu decidi me vingar.
LUANA: E a sua vingança é contar os meus crimes, Solano?
SOLANO: Sim. É te desmascarar.
LUANA: Solano, eu te amo.
(Solano dá um soco em Luana)
SOLANO: Ama nada. Você ama a si mesma e só.
LUANA: Você é mesmo um idiota, Solano. Será que você não percebe que contando os meus crimes, você se lasca também?
SOLANO: Eu não tenho nada a perder mesmo, Luana. A sua pretensão não é sair ganhando o dinheiro do golpe sozinha? Foi por isso que você me matou, não foi? Para se beneficiar sozinha com o golpe que pretendíamos aplicar na família Bertolin.
LUANA: Isso não importa mais, Solano.
ISADORA: Você perdeu, Luana.
LUANA: Perdi? Você acha mesmo que o testemunho do Solano vai me colocar na cadeia? As fantasias se foram quando eu taquei fogo naquele galpão. Você não tem prova nenhuma.
ISADORA: Você tem certeza disso?
(Isadora esboça um sorriso sarcástico)
SOLANO: A Isadora recuperou as fantasias, Luana.
LUANA: O quê?
ISADORA: Eu fui ao galpão dias antes do incêndio e encontrei as fantasias. Além delas, eu possuo o depoimento do Solano e a lista de convidados do casamento da Amanda e do Tiago. Provas suficientes para te colocar na cadeia.
LUANA: Mas como você conhecia o trajeto até o galpão? Eu só te levei lá uma vez, quando te torturei.
ISADORA: Eu vi você e o Solano transando lá.
LUANA: Então foi você que tirou aquelas fotos e enviou-as para a Vera.
ISADORA: Exatamente.
LUANA: Mas isso não importa. Você não é mais delegada, não vai me poder me prender pelo assassinato da Amanda.
ISADORA: O Andrade ficou encarregado de colocar os verdadeiros culpados pela morte da Amanda na cadeia, quando eu fui afastada do cargo de delegada. Ele já está com as provas em mãos.
(Ouve-se barulho de sirenes da policia)
ISADORA: E a caminho de te colocar atrás das grades, Luana.
LUANA: Desgraçados. Como você pôde ajudar essa vadia a me destruir, Solano?
SOLANO: Você tentou destruir a minha vida, Luana. Só estou dando o troco.
LUANA: Você vai ser preso também, seu imbecil. Se eu cair, você cai também.
ISADORA: O Solano receberá tratamento diferenciado, Luana. Ele será visto como um criminoso que decidiu se entregar para a polícia. Poderá até responder o processo em liberdade, sem falar que também será protegido pela polícia. Quanto a você, Luana, eu não posso dizer a mesma coisa.
LUANA: Isso não vai acontecer, sabe por quê? Porque o Tiago não vai deixar. Eu tenho certeza que ele irá me tirar da cadeia.
ISADORA: Deixa de ser ridícula, Luana. Você perdeu. Conforme-se. Você irá responder por todos os seus crimes, como o assassinato da Amanda, da Raimunda e do Lucrécio, além de falso testemunho por me culpar por uma agressão que eu não cometi e tentativas de homicídio, sem falar que irá responder também pela tentativa de aplicar um golpe na família Bertolin.
LUANA: Não. Eu não nasci para ser presa e eu não vou ser presa. Essa casa é recheada de quartos com janelas. Eu irei pular uma dessas janelas e fugir para um lugar que ninguém irá me achar. Ninguém.
(Luana corre até o corredor, mas é surpreendida pela presença de Tiago)
TIAGO: Você pensa que vai para onde, sua assassina?
LUANA: Tiago?
(Tiago dá um tapa em Luana)
TIAGO: Como você pôde matar a Amanda e depois se fingir de minha amiga? Como?
LUANA: Tiago, não é nada disso que você está pensando.
TIAGO: PARA DE MENTIR.
ISADORA: Ele ouviu tudo, Luana.
LUANA: Não, não.
TIAGO: Eu te odeio, sua vadia. ODEIO!
(Tiago dá um soco em Luana, que cai. Tiago fica em cima dela e a estapeia. Luana grita e Tiago continua espancando-a. Isadora e Solano tiram Tiago de cima de Luana)
TIAGO: Eu tenho nojo de você e nojo de mim mesmo por ter passado esse tempo todo ao lado da assassina da Amanda, da primeira mulher por quem eu verdadeiramente amei. Tudo o que minha mãe disse ao seu respeito era verdade. Você ainda queria aplicar um golpe na família?
LUANA: OTÁRIO!
(Luana cospe em Tiago, que dá outro tapa na vilã)
LUANA: Você é tão idiota, Tiago, que nunca percebeu as minhas reais intenções. Matei aquela songa monga da Amanda mesmo e mataria de novo, se fosse necessário. Só você mesmo para ter estômago com aquela débil.
TIAGO: VAGABUNDA! Não fala assim dela, sua piranha, cachorra ordinária.
(Tiago dá mais três tapas em Luana. O sangue escorre pela boca, nariz e canto do olho direito de Luana)
LUANA: Sua família inteira é uma merda. MERDAS!
(Tiago empurra Luana, que bate na parede e cai. A policia, comandada por Andrade, chega)
ANDRADE: Polícia de Dourados se apresentando.
ISADORA: Chegou na hora certa, Andrade. Podem levar. Solano, obrigado por contribuir.
SOLANO: Como eu disse, eu não tenho nada a perder, Isadora.
(Solano deixa que dois guardas o algemem e eles saem. Três guardas pegam Luana, que começa a se debater, furiosamente)
LUANA: Larga meu braço, me solta, tirem essas patas de cima de mim. Vocês irão me pagar. Eu prometo. EU VOLTAREEEEEEEEEEI!
(Os guardas e Luana, algemada, saem. Andrade os acompanha)
ISADORA: Tudo bem com você?
TIAGO: Eu quero sair daqui.
Cena 2/ Mansão Bertolin/ Quarto de Luiza e Felipe/ Interno/ Noite
(Luiza e Felipe deitados, abraçados)
FELIPE: Você quer comer alguma coisa?
LUIZA (abatida): Não. Eu quero ficar quieta.
FELIPE: Eu estou aqui para te ajudar, meu amor.
LUIZA: Eu só queria o nosso filho aqui, Felipe. Aquela armação do Vitor destruiu qualquer chance da gente ficar com a guarda do Marquinhos.
FELIPE: Ei, o que é isso? Eu não quero que você fique falando isso. Nós vamos conseguir provar que esse vídeo é uma armação do Vitor.
LUIZA: Mas como, Felipe?
FELIPE: Eu só queria saber como o Vitor conseguiu filmar a nossa noite de amor.
LUIZA: Com certeza, tinha alguma microcâmera instalada no nosso quarto.
FELIPE: Mas o Vitor não entraria na mansão para instalar uma microcâmera.
LUIZA: No caso, ele teria um ajudante.
FELIPE: Um ajudante que conhece a mansão e, principalmente, este quarto aqui.
LUIZA: Você está pensando que...
FELIPE: ...que a pessoa que ajudou o Vitor nessa armação é alguém de dentro da mansão.
LUIZA: Você acha?
FELIPE: Tenho certeza.
LUIZA: Mas quem de dentro da mansão ajudaria o Vitor? Quem?
Cena 3/ Pousada/ Quarto de Maura e Alexandre/ Interno/ Noite
MAURA: Você me perdoa, Marta? Me perdoa por ter ajudado a Ludmila nesse plano?
MARTA: Não precisa pedir perdão, Maura. Eu entendo os motivos que te levaram a ajudar aquela vadiazinha. Confesso que, se eu estivesse no seu lugar, faria a mesma ou coisa pior para se vingar. Eu que tenho que te pedir perdão por desconsiderar a nossa amizade no momento em que o Alexandre foi preso.
MAURA: Você não me deve perdão.
MARTA: Nenhuma de nós devemos.
(Marta e Maura se abraçam)
MAURA: Eu quero consertar o meu erro, Marta. Eu quero te ajudar a provar para o Caio que o teste de DNA foi falsificado.
MARTA: Só há uma maneira de ele acreditar nisso.
MAURA: Qual?
MARTA: Fazer a Ludmila confessar que falsificou o exame de DNA.
Cena 4/ Sorveteria/ Interno/ Noite
(Isadora e Tiago, cada um com um sorvete nas mãos, sentados frente a frente)
ISADORA: Esse sorvete está te deixando melhor?
TIAGO: Não muito. Você me perdoa, Isadora?
ISADORA: Pelo quê?
TIAGO: Por não ter acreditado em você em nenhum momento.
ISADORA: Não precisa pedir perdão. Agora, tudo foi provado.
TIAGO: Estou pensando em visitar a Luana na cadeia. Ainda tem coisas que eu preciso saber se faziam parte do plano dela de aplicar um golpe na família.
ISADORA: Se você acha que isso é necessário, eu te apóio em ir visitá-la.
TIAGO: Isadora, eu nunca mais quero viver longe de você. Eu te amo.
ISADORA: Eu também te amo.
(Tiago e Isadora se beijam)
Cena 5/ Mansão Bertolin/ Quarto de Marta e Caio/ Interno/ Noite
(Caio deitado. Marta deita-se ao lado dele)
CAIO: Passou a maior parte da noite fora.
MARTA: Fui conversar com a Maura.
CAIO: Sobre?
MARTA: Assuntos de mulher. E você? Que cara triste é essa?
CAIO: Fico pensando na situação da Lara e Celso. Me sinto culpado por eles estarem afastados.
MARTA: Culpado?
CAIO: É visível que eles ainda se amam, Marta. O fato de eu ser pai da Lara faz com que eles não possam retomar aquele romance.
MARTA: Eles irão se entender. Eu garanto.
Cena 6/ Paisagens de Dourados/ Dia
(Toca Royals – Lorde)
Cena 7/ Mansão Bertolin/ Sala de jantar/ Interno/ Dia
(Marta, Celso, Lara, Tiago, Isadora, Luiza, Felipe e Caio estão sentados à mesa)
CAIO: Eu não acredito que a Luana cometeu todas essas maldades.
TIAGO: Pois cometeu, pai.
ISADORA: Ela ainda tentou me matar, seu Caio.
MARTA: Eu sempre disse que a Luana não valia nada, que ela planejava aplicar um golpe nessa família, mas ninguém acreditava.
TIAGO: Eu deveria ter escutado a senhora desde o inicio, mãe. Foi horrível ter que descobrir quem é a Luana de verdade daquela maneira.
ISADORA: Eu acho que você deve um pedido de desculpas à sua mãe, Tiago.
CELSO: Todos nós, por não termos acreditado nela.
MARTA: Ninguém precisa pedir desculpas, porque eu sei que, em breve, eu falarei a verdade e vocês não irão acreditar.
Cena 8/ Hospital/ Diretoria/ Sala do diretor/ Interno/ Dia
(Diretor sentado. Ludmila entra)
LUDMILA: O senhor me chamou?
DIRETOR: Sim. Ludmila, eu recebi uma denúncia de que você falsificou um exame de DNA realizado nesse hospital. Isso procede?
LUDMILA: Claro que não.
DIRETOR: De qualquer forma, o hospital não pode admitir uma funcionária que tenta burlar suas regras. Eu já convoquei uma equipe para verificar a veracidade da denúncia. Enquanto isso, eu não posso correr o risco de deixar você trabalhando aqui. Você está afastada do seu trabalho de faxineira, Ludmila.
LUDMILA: O quê?
DIRETOR: Não adianta contestar.
(Ludmila encara o diretor)
Cena 9/ Mansão Amorim/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Mirna atende)
MIRNA: Luiza?
LUIZA: Olá, Mirna. O Vitor está? Eu queria ver o meu filho.
MIRNA: Está sim.
LUIZA: Eu aproveitei e trouxe a assistente social Camila Soares para orientar o Vitor a cuidar direito do Marquinhos, já que ele não está tão habituado.
MIRNA: Tudo bom? Eu me lembro de você.
CAMILA: Sim. Eu vim aqui um dia para analisar a mansão.
MIRNA: É verdade. Você se importa de esperar aqui, Luiza? Irei chamar o Vitor. Com licença.
(Mirna sobe a escada. Luiza e Camila sentam-se)
Cena 10/ Mansão Amorim/ Quarto de Vitor/ Interno/ Dia
(Vera entra e vê Vitor dormindo no chão. Ao lado dele, está o berço onde Marquinhos dorme)
VERA: Vitor.
(Vera sacode Vitor)
VERA: Vitor.
VITOR: O que é, mãe? Eu não posso mais dormir em paz?
VERA: Você se esqueceu que hoje eu tenho consulta com a médica que fez a minha cirurgia de retirada do tumor? Eu queria que você me acompanhasse. Sem falar que chão não é lugar de dormir.
VITOR: Me deixa, que saco. Que dor de cabeça danada.
VERA: Esse cheiro, esse bafo. Vitor, você bebeu?
VITOR: Só um pouquinho.
VERA: Eu não acredito que você passou a noite na folia, Vitor. Você tem um filho para cuidar agora.
VITOR: Qual é o problema, mãe? Eu só saí para comemorar o fato de eu ter ganhado a guarda do meu filho. E só estou com um pouquinho de ressaca.
VERA: Eu não acredito que você saiu no meio da noite, deixou esse bebê sozinho no quarto e não me avisou.
(Vera se aproxima do berço e vê Marquinhos. Ela pega o bebê no colo e nota alguns machucados no corpo do menino)
VERA: O Marquinhos está cheio de carocinhos. Tenho certeza que o menino passou a noite sendo picado por esse mosquitos malditos.
(Mirna entra)
MIRNA: Com licença. Vitor, a Luiza está lá embaixo com uma assistente social. Ela quer falar com você.
VITOR: A Luiza está lá embaixo?
VERA: Com uma assistente social?
MIRNA: Isso mesmo.
VITOR: Ferrou.
Cena 11/ Delegacia/ Cela de Solano/ Interno/ Dia
(Andrade entra e Solano levanta-se)
ANDRADE: Como vai, Solano?
SOLANO: Já serei liberado?
ANDRADE: Ainda não. Agora, você será transferido para um presídio. A Luana já foi.
SOLANO: Presídio? Mas você e a Isadora prometeram que iriam me proteger, que eu iria responder o processo em liberdade.
ANDRADE: Verdade, mas não se preocupe. Eu já encaminhei seu caso para um juiz. Vai demorar um tempo para ele se pronunciar, pois é o juiz que determina se você responde o processo em liberdade ou não. Enquanto ele não se pronuncia, você terá que passar uns dias na penitenciária.
SOLANO: Tomara que não demore muito.
(Solano deixa que Andrade o algeme e eles saem)
Cena 12/ Pousada/ Quarto de Ludmila/ Interno/ Dia
(Batidas na porta. Ludmila atende)
LUDMILA: Marta? Veio conversar comigo sobre o exame de DNA?
MARTA: Não. Vim saber se o diretor do hospital foi gentil com você ao te demitir.
LUDMILA: Foi você que me denunciou, não foi?
MARTA: Isso mesmo. Eu te avisei para não se meter comigo, Ludmila. Isso é apenas uma prévia do que eu posso fazer com você.
LUDMILA: Tudo isso só porque eu falsifiquei um exame de DNA?
MARTA: Pode se preparar que vem mais coisa por aí, queridinha. Eu vou acabar com você.
(Marta sai)
Cena 13/ Penitenciária feminina/ Cela de Luana/ Interno/ Dia
(Luana está sentada, encostada na parede. Um guarda se aproxima)
GUARDA: Luana Bertolin?
LUANA: Sou eu.
GUARDA: Você tem visita.
LUANA: Quem?
Cena 14/ Penitenciária feminina/ Sala de visita/ Interno/ Dia
(Luana entra e senta-se em frente à sua visita)
LUANA: Tiago.
TIAGO: Será que nós podemos conversar, Luana?
(Congela em Luana. Toca Promises – The Cramberries)
0 comentários:
Postar um comentário