quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Classe Social - Capitulo Dezoito


1º Cena – Interior – Fazenda  - Quarto – Manhã

Lara levanta da cama com dificuldades, pega a muleta e anda até a janela para observar o barulho. Ao abrir, ela dar de cara com  Pedro e se assusta.
Lara: Você?
Pedro sorrir
Pedro: Eu sabia que você estava viva!
Eles se encaram.
Lara: Pedro, você ficou maluco garoto? O que você está fazendo aqui? O Kleber vai lhe matar.
Pedro: Eu vim te salvar, Lara, vim tirar você das mãos desse bandido.
Lara olha para os lados assustada
Lara: Sai daí, sobe e entra nesse quarto, agora!
Pedro: Mas e o Kleber?
Lara: A porta está trancada, anda logo antes que alguém te veja.
Pedro Escala a janela e entra no quarto. Ao entrar eles dão um abraço apertado.
Lara: Ai que saudades de você.
Pedro: O que é isso na sua perna?
Lara: O Kleber atirou em mim, por pouco não morremos.
Padro: E quem está cuidando desse ferimento?
Lara: O próprio né.
Pedro: Ok, agora vamos, precisamos sair desse lugar.
Lara: Como assim, Pedro? Você acha que vai ser fácil sair daqui? Você acha mesmo?
Pedro: Mas não encontrei nenhuma dificuldade pra chegar.
Lara: Isso é o que você pensa.
Pedro: Como assim?
Lara: Isso não interessa, agora, o que você precisa saber é que o Kleber está com duas crianças para vender, ele já tem data marcada pra exportar elas, nós temos que fugir e dar um jeito de levar elas.
Pedro: Meus Deus, o Kleber é um animal.
Lara: A maldade do Kleber não tem limites.
Pedro: Mas como eu vou conseguir sair daqui com você machucada e as crianças?
Lara: Eu tenho um plano. Provavelmente o Kleber irá sair amanhã, ele deixa as crianças comigo, é a chance que temos pra sair desse lugar.
Pedro: Mas como vou chegar aqui de carro?
Lara: Na mata tem uma trilha, é usada para fuga caso a policia baixe aqui, é por lá que teremos que fugir, se pegarmos a estrada, daqui há alguns quilômetros tem um posto com capangas do Kleber, seriamos presos de qualquer forma.
Pedro: Mas...
Lara: Pedro, confia em mim.
Pedro: Tá, tudo bem.
Lara: Volta amanhã, vai dar tudo certo. Nesse mesmo horário.
Pedro: Tudo bem, meu amor. Eu venho te salvar desse monstro.
Lara: Agora vai, some daqui seu louco.
Pedro: Eu vou, me espera.
Pedro pula pela janela, Lara observa sorridente.
(Toca: Você, o amor e eu – Carlinhos Brown)

2º Cena – Aeroporto do Galeão – Saguão – Manhã

Carlos e Roger ainda encaram Gustavo.
Roger: Gustavo? O que você faz aqui?
Gustavo: A gente precisa conversar.
Carlos: Vocês não tem nada pra conversar. Você não cansa de se intrometer na vida do Roger não, garoto?  
Gustavo: Carlos, eu estou na paz!
Roger: Gustavo, eu e o Carlos iremos embarcar daqui há alguns minutos.
Gustavo: É justamente sobre isso que eu queria falar com você.
Roger: Então fala!
Gustavo: Fica! Desiste dessa viajem, fica aqui no Rio, eu quero voltar a ser seu amigo.
Roger: A distancia não interfere uma amizade verdadeira.
Gustavo: Mas não é só isso, porque agora vai ser diferente, eu juro.
Roger: Gustavo, mais uma vez eu vou repetir: Nada que você disser vai me fazer mudar de ideia. É o meu destino em jogo, não posso arriscar. Se você realmente quiser a minha amizade, você terá, porém você aqui e eu lá na Bahia.
Carlos sorrir
Gustavo: Mas eu prometo...
Roger: Não prometa, faça! Promessa não enche barriga, muito pelo contrário, a gente só se ilude. E se você me der licença, eu vou para o saguão de embarque, meu voo já vai sair. Adeus!
(Começa tocar: Ride – Lana Del Rey)
Roger e Carlos dão as costas e seguem para o portão de embarque. Gustavo observa a cena lacrimejando.

3º Cena – Copacabana Palace – Apartamento de Fábio – Manhã

Maitê e Fábio continuam conversando.
Maitê: [...] Eu exijo que você corte a mesada da Nina, ela tem que aprender a se portar como gente!
Fábio: Maitê, eu entendo o seu lado, me solidarizo com a sua dor, mas não será cortando a mesada da Nina que fará dela uma pessoa mais consciente. Sem falar que você sempre provocou.
Maitê: Então você vai ficar do lado dela?
Fábio: Não, você está entendendo errado. Eu repudio a atitude da Nina em te xingar e te bater, você é mãe dela e isso não se faz. Mas você sempre insultou ela e a família do namorado dela, você inclusive quase matou o coitado, coisa que eu também repudio.
Maitê: Eu fiz isso por amor, pra defender a nossa família!
Fábio: Você fez isso por desequilíbrio e preconceito, é bem diferente. O que as duas precisam é de uma boa conversa, até porque essa situação já chegou ao extremo.
Maitê: EU ME RECUSO OUVIR QUALQUER PALAVRA QUE VENHA DELA!
Fábio: Mas você é mãe dela!
Maitê: EU NÃO FUI MÃE QUANDO ELA ENCHEU A BOCA PARA ME CHAMAR DE VAGABUNDA? E QUANDO ELA ME BATEU, EU NÃO FUI MÃE?
Fábio: Maitê, você não entende que para ela se redimir, você precisa ouvir ela? Que não perdoe, mas que a ouça. A nossa filha está passando por um momento delicado, a cabeça dela está delirando.
Maitê: EU NÃO QUERO ENTENDER, EU NÃO VOU ENTENDER, EU NÃO VOU PERDOAR A NINA!
Neste momento Nina entra no apartamento e se surpreende com as palavras da mãe.
Nina: Mãe...
Maitê encara a filha.

4ºCena – Edifício beira mar – Apartamento de Vera – Fim da manhã

Gustavo chega em casa triste e encontra Beto preocupado.
Gustavo: Oi, tudo bem?
Beto: Tudo péssimo Gustavo. Onde você estava?
Gustavo: Fui visitar uma amigo, porque? Aconteceu alguma coisa?
Beto: A mãe foi presa ontem.
Gustavo se preocupa
Gustavo: Presa? Mas deve ter alguma coisa de errado, o que ela fez?
Beto: Se você tivesse em casa você saberia, mas não, você foi dormir na casa de um amigo, sempre assim. Suas amizades são mais importantes que a sua família?
Gustavo: Ei, calma aí mano, você agora vai me culpar?
Beto: Eu não estou te culpando, estou te mostrando que quando sua família mais precisa de você, você nunca está.
Gustavo: Beto, eu só quero saber da mãe. Em qual delegacia ela está?
Beto: Isso não interessa!
Gustavo: Mas como vou poder ajudar se você não fala?
Beto: A situação é séria, estão ligando para delegacia fazendo inúmeras denuncias de roubo contra a mãe.
Gustavo: Mas tem fiança, podemos pagar!
Beto: Como? Até a Nina que poderia nos ajudar está passando o maior perrengue com a mãe dela.
Gustavo: Um empréstimo.
Beto: Gustavo, nenhum de nós trabalhamos aqui, como vamos conseguir?
Gustavo para e parece receber uma ideia.
Gustavo: Eu sei quem pode nos ajudar.
Beto: Quem?
Gustavo: Mano, espera aqui, eu vou consegui o dinheiro pra tirar a mãe da cadeia.
Gustavo pega a mochila e sai. Close em Beto preocupado.

5º Cena – Copacabana Palace – Apartamento de Fábio – Tarde

Maitê e Nina ainda se encaram.
Nina: Mãe, que bom te encontrar aqui.
Maitê: Pena que eu não posso dizer o mesmo.
Nina: Mãe, me perdoa, pelo amor de Deus. Eu me arrependi de tudo que eu fiz.
Maitê: Nina, é MAITÊ, pra você é MAITÊ, de “mãe” só alguma filha minha pode chamar, e minha filha morreu.
Com essas palavras Maitê se despede e sai deixando Nina aos prantos.
Nina: Pai, eu não fiz porque eu quis.
Fábio abraça Nina.
Fábio: Filha, você vai precisar ter muita paciência.
Nina: Ela vai me odiar pra sempre.
Fábio: Por mais picareta que sua mãe seja, ela te ama, e isso vai passar.
Nina: Ta tudo dando errado comigo, tudo!

Corta para:
6º Cena – Morro do Alemão – Casa de Capeta – Tarde

Gustavo é levado até Capeta.
Capeta: Ora, ora quem veio nos visitar... O garotinho da zona sul. Ficou importante né cumpadi? Fiquei sabendo que está morando num apartamentão, de frente pro mar...
Gustavo: Mas não é disso que eu vim falar.
Capeta: Então passa a real da situação, ta esperando o que?
Gustavo: Minha mãe foi presa cara.
Capeta: Presa? Dona Vera?
Gustavo: Sim. E o pior, não temos dinheiro para pagar a fiança.
Capeta: E aí você decidiu vim pedir pro Capeta aqui.
Gustavo: Você é chefe do morro cara, e conhece a minha mãe, sabe que ela é uma pessoa honesta. Sem falar que tem contato com os azuis da UPP.
Capeta: Ninguém trabalha de graça, eles são pagos.
Gustavo: Eles são corruptos e você pode muito bem pedir pra eles soltarem a minha mãe.
Capeta pensa um pouco.
Capeta: Quanto é o valor?
Gustavo: Mil, dois mil, três... não sei.
Capeta: Eu vou fazer isso pela dona Vera, mas você terá que fazer um favorzinho pra gente. Temos um urso de 500 gramas para entregar em Madureira essa semana e adivinha quem vai lá entregar?
Close em Gustavo.

Corta Para:
7º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Tarde

Gustavo chega em casa trazendo um urso nas mãos. Beto estranha.
Beto: Que urso é esse? Você sai daqui dizendo ir resolver o problema da mãe e volta com um urso na mão?
Gustavo: Não se preocupa, a mãe vai sair da cadeia amanhã mesmo.
Beto: Como você conseguiu?
Gustavo: Um amigo meu vai me emprestar à grana, depois pago tudo a ele.
Beto: Graças a Deus... Mas, e esse urso?
Gustavo: Isso não tem importância, é um presente que comprei para uma menina que quero namorar. Me de licença.
Gustavo segue para o quarto com o urso na mão. Beto desconfia.

8º Cena – Imagens do Rio de Janeiro – Dia seguinte

(Toca: Radioactive – Imagine Dragons)

9º Cena – Interior – Fazenda – Quarto - Manhã

Kleber entra no quarto trazendo Clara e Cauã
Kleber: Bom dia, meu amor.
Lara: Bom dia.
Kleber: Hoje você está tão bela, acordou tão linda.
Lara: Acho que é porque minha perna está bem melhor, estou sentindo poucas dores.
Kleber: Assim que eu gosto de te ver. Bom, deixarei os meninos contigo, pois terei que ir na cidade, se comporte e cuide bem da nossa fortuna.
Lara: Tudo bem, eu vou cuidar muito bem deles.
Kleber entrega Clarinha para Lara.
Kleber: Eu volto em tempo pro almoço, fica com Deus.
Kleber dá um selinho em Lara, que limpa assim que ele dá as costas.
Lara: Cauã, faz um favor pra tia? Abre aquela janela.
Cauã abre a janela do quarto e Pedro aparece esperançoso.
Pedro: É hoje!
Cauã: Tia, quem é ele?
Lara: Cauã, presta atenção na tia. Nós vamos sair pro parque, mas o tio Kleber não pode saber disso, ok? Vamos sair pelos fundo em silencio. Você ajuda a tia?
Cauã: Ta
Lara olha para Pedro, insegura.
Pedro: Vai dar tudo certo, agora me dá a garota.
Pedro pula a janela novamente e Lara entrega Clara em seus braços. Logo em seguida ela passa Cauã e pula a janela trazendo uma de suas muletas. Eles seguem andando cuidadosamente até entrar na trilha da mata que tem ao fundo da sede da fazenda. Lara olha sempre para trás, com medo.
Lara: Onde você deixou o carro?
Pedro: Na estrada. A gente precisa seguir essa trilha e passar a cerca de segurança. Fica longe da guarita.
Lara: Tudo bem, agora vamos adiantar antes que o Kleber volte ou alguém nos veja.

10º Cena – Interior – Fazenda – Mata - Manhã

Lara e Beto chegam no final da trilha e se ajeitam para passar a cerca de segurança.
Depois de passar a cerca, eles entram no carro levando as crianças, um ar de alivio toma conta deles, Pedro dá a partida e arrasta.
Já na estrada, Pedro percebe que está sendo seguido.
Pedro: Tem um carro nos seguindo
Lara: Deve ser capangas do Kleber. Será que eles viram a gente fugir?
Pedro: Não sei, mas segure as crianças porque vou fazer eles comerem poeira.
Pedro passa à macha e pisa no acelerador. O carro ao fundo acelera também.
Lara: Eles aceleraram também, e agora?
Close em Lara com medo

Congela em Lara

(Gancho ao som: Instrumental ação)
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