(Versão
Revista)
Web
Novela de: @FellixKhoury
Cena 1 /
Restaurante Fontenele/ Salão / Noite
(CAM abre em José Carlos segurando a mão de Tatiana, o anel de brilhantes na mão
direita brilha tanto quanto os olhos apaixonados de Tatiana, que sorri quando
José Carlos lhe beija a mão)
Tatiana – Falta tão pouco!
J. Carlos – Parece que foi ontem que nos conhecemos!
Tatiana – Eu que não acreditava em amor a primeira a vista!
J. Carlos – Na verdade não há como não me amar, NE?
Tatiana – Ah eu estava sentindo falta do modesto José Carlos
Cerqueira de Morais!
Ele sorri.
Tatiana – Eu estive pensando, e se o casamento não fosse tão
convencional como nossos pais querem? Eu queria algo ao ar livre... Nunca fui
muito de igrejas, você sabe!
J. Carlos – Você sabe que por mim a gente faria um casamento
simples, no civil apenas, mas essa idéia para minha mãe está totalmente fora de
cogitação, assim como para sua!
Tatiana – Por mim, pode ter tudo que elas querem de mais
glamoroso, mas eu poderia pelo menos escolher o local né?
J. Carlos – Você está certa, nós vamos casar ao ar livre. Está
decidido!
Tatiana – É por isso que eu te amo!
J. Carlos – Agora, você é quem vai dar essa notícia para aquelas
duas doidas!
Tatiana – Talvez eu te ame um pouquinho menos depois disso!
(Ele sorri se aproxima e a beija apaixonado)
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CAMPINAS
Cena 2 / Casa de Olívia / Cozinha / Noite
(Olívia usando uma camiseta de manga curta larga, uma calça jeans
desbotada e chinelo de dedos, ensaboa os pratos do jantar que a mãe acabara de
tirar da mesa)
Olívia – Que ódio. Que raiva, por que meu Deus? Por que... Eu
não nasci para isso!
(Quando vai largar um prato sobre o escorredor ela o deixa cair e
ele quebra. A mãe entra rapidamente na cozinha.)
Senerstina – Oh minha filha, deixa que a mãe junta, vai deitar
eu termino isso!
Olívia – Sai daqui!
(Senerstina se abaixa para juntar os cacos de vidro, mas é
impedida por Olivia)
Olívia – SAI DAQUI, SAI! Você não disse que estava com dor nas
costas? Eu não estou lavando a porcaria dessa louça? Deixa que depois eu
junto isso!
Senerstina – Calma filha!
Olívia – Sai! Sai que eu não posso olhar na sua cara sua velha
inútil! Olha o estado das minhas mãos, a unha que eu fiz ontem já está
descascando por que você arranjou essa maldita dor nas costas para não fazer
nada dentro dessa casa, agora sai daqui!
Senerstina sai chorando em direção a sala.
Olívia – Velha idiota, porca, imunda! Que ódio!
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Cena 3 / Apartamento / Quarto / Int. / Noite
(José Eugênio deitado, ele fuma um charuto. O lado esquerdo da
cama está revirado. Ouvimos o barulho do chuveiro)
J. Eugênio – Você não estava nos seus melhores dias hoje,
aconteceu alguma coisa?
(sem resposta, escutamos apenas a água do chuveiro cair no chão)
J. Eugênio – Foi alguma coisa na empresa?
(Ainda sem resposta, o chuveiro é desligado)
J. Eugênio – Se você não falar eu não vou poder te ajudar!
(José Eugênio encara a porta do banheiro, PAULO está parado lá,
enrolado em uma toalha)
Paulo – Não é nada na empresa não meu amor... Sua filha. Sua
filha é que é o meu problema, que está cada dia mais possessiva!
J. Eugênio – Tereza sempre foi ciumenta, você sempre soube
disso!
Paulo – Mas está pior, me liga de 5 em 5 minutos... Quase que eu
não venho hoje!
J. Eugênio – Diga que estava na empresa... Sempre deu certo!
Paulo – Ela ta desconfiada!
J. Eugênio – Pois hoje nós acabamos com essa desconfiança...
Chegaremos juntos!
Paulo – Perfeito!
(Paulo se aproxima e o beija)
Paulo – Mas falando na empresa... É o Carlos quem você pretende
colocar no seu lugar?
J. Eugênio – Você sabe que sim!
Paulo – É seu filho... É direito dele!
J. Eugênio – Hey... Não faz essa cara, junto da nomeação do
Carlos a presidência sai a sua a vice!
Paulo – Já é um avanço!
(Paulo vai ao bar e pega um copo de Whisky e entrega a J.
Eugênio, que deixa o copo cair e imediatamente coloca a mão sobre o peito)
Paulo – Que foi? Eugênio?
(José Eugênio se rebate de dor, a mão ainda no peito, ele
desmaia. PAULO pega o telefone e liga para emergência)
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Cena 4 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Interior / Noite
(Tereza ao telefone, andando impaciente pela sala. Maria Cecília
está no topo da escada e observa a filha)
Tereza – Desgraçado, não atende a porcaria desse telefone!
M. Cecília – Ele deve esta trabalhando, Tereza!
(Tereza se vira para a mãe que vem descendo as escadas)
Tereza – Há essa hora? Duvido! Esse cretino deve estar na cama
com alguma vagabunda!
M. Cecília – O seu pai também não chegou ainda, nem o Carlos,
eles devem estar todos na empresa! Acalme-se, daqui a poucos eles chegam!
Tereza – Eu vou ligar para empresa!
M. Cecília – Você vai perder o seu marido por ser tão
possessiva!
Tereza – Ele que pense em me deixar... Eu acabo com a vida a
dele!
(Ela coloca o telefone no ouvido)
Tereza – (ao telefone)É Tereza, passa para
sala do marido!
M. Cecília – Você está sendo ridícula!
Tereza – (telefone) Oi querida, meu marido ainda está ai?
(Tereza encara a mãe e olha desconfiada)
Tereza – Obrigada!
M. Cecília – E então?
Tereza – Então que o Paulo saiu da empresa há duas horas... O
que significa que ele está com alguma vadia!
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Cena 5 / Casa de Amanda /Quarto / Noite
(AMANDA no computador. A televisão ligada no canal de notícias)
Repórter –
Manoel Gonçalves, Diretor Executivo da petrolífera Cerqueira de Moraes, falou
conosco sobre os novos investimentos da empresa...
(Amanda encara a televisão quando a câmera foca no rosto de
MANOEL)
Amanda – É ele!
(Sem tirar os olhos da televisão)
André – Finalmente eu te encontrei!
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Cena 6 / Casa de Olívia / Sala / Noite
(Olívia sai da cozinha e percebe uma unha lascada, os pais
assistem televisão)
Olívia – Que maravilha... Eu sendo obrigada a destruir a minha
mão lavando louça e os dois imundos aqui!
Lorivaldo – Olha lá...
Olívia – Olha lá o que? Vai me bater?
Lorivaldo – Agora não adianta mais... Mas é o que eu devia ter
feito quando você ainda tinha solução!
Olívia – Eu tenho tanto nojo de vocês... Meu Deus, essa vida
miserável que vocês me deram, como... Me diz como eu poderia nutrir algum
sentimento por vocês?
Senerstina – Não fala assim minha filha!
Olívia – Falo sim, falo porque é verdade... Por que eu não
suporto o cheiro de merda de vaca que essa casa tem
(Ela olha para o telhado, há um furo na telha)
Olívia – Olha para essa casa imunda, caindo aos pedaços, chove
dentro dessa choupana... Eu não nasci para isso!
Lorivaldo – Pois se não está satisfeita... Pega as suas trouxas e
saia da minha casa. Vá viver a sua vida luxuosa...
Senerstina – Não fala assim com ela... Ela está nervosa!
Lorivaldo – O pouco que nós tínhamos nós lhe demos... Pagamos a
escola particular para você ter uma vida melhor que a nossa, mas você não quis
crescer, você sempre esperou que as coisas caíssem em suas mãos e a vida não é
assim Olívia!
Olívia – A das pessoas com quem eu convivi é... Não é justo que
a minha também não seja...
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Cena 7 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Noite
Berenice – Dona Cecília!
M. Cecília – Sim, querida?
Berenice – O doutor Paulo ligou agora...
Tereza – Onde esse cretino está?
Berenice – O doutor José Eugênio passou mal e ele o levou para o
hospital!
Cecília – O que?
Tereza – Meu Deus!
Cecília – Ele disse qual o hospital?
Berenice – Sim, o que o doutor...
Cecília – Ok, onde o Eugênio faz os exames, avisa o Junior e o
Carlos, Berenice!
Tereza – Eu com você mãe, vou pegar minha bolsa!
Cecília – Rápido!
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Cena 8 / Casa de Olívia / Sala / Noite
(continuação imediata da cena 06)
Lorivaldo – Ótimo então Olívia... Seja rica, tenha a
vida que você sempre sonhou, eu como seu pai ficarei muito feliz!
Olívia – Quando eu sair daqui e vou sair, eu espero nunca mais olhar para
essa sua cara... Nem a barba você faz, você é nojento!
(Lorivaldo lhe da um tabefe. Olívia põe a mão no rosto)
Olívia – Cretino!
Senerstina – Parem!
Olívia – Esse tapa vai te custar muito caro!
Lorivaldo – Saia da minha casa!
Olívia – Anote o que eu estou te dizendo...
Lorivaldo – Saia da minha casa!
(Olívia caminha até a porta, Senerstina vai atrás e segura seu
braço)
Senerstina – Filha, não!
(Olívia a empurra. Senerstina cai no chão)
Olívia – Me solta!
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Cena 9 / Hospital / Recepção / Interior / Noite
(Maria Cecília e Tereza entram e caminham em direção a Paulo)
Paulo – Minhas queridas!
Cecília – Como ele está?
Paulo – Fazendo alguns exames, mas o médico disse que vai ficar
tudo bem!
Tereza – Meu Deus... Como foi que aconteceu? Onde é que você
estavam?
Paulo – A gente saiu da empresa e fomos a um restaurante com
alguns investidores...
M. Cecília – Eu já disse pro Eugênio que esses jantares são
muito cansativos!
Paulo – Por isso eu fui junto, para auxiliar... Mas ele está
estafado, acho até que ele devia sair da empresa antes do previsto!
M. Cecília – É o que ele vai fazer!
Tereza – Por que aquela secretária inútil não disse que você
saiu com meu pai?
Paulo – Você ligou para empresa?
Tereza – Você não atendia o telefone!
Paulo – Você está passando de todos os limites, Tereza!
M. Cecília – Aqui não é o lugar para isso, por favor!
Paulo – A sua mãe tem razão, em casa nós conversamos!
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Cena 10 / Restaurante / Ext. / Noite
(JUNIOR sai apressado puxando a esposa pelo braço)
Bibiana – Calma môzão!
Junior – O meu pai ta morrendo!
Bibiana – Herança!
Junior – O que?
Bibiana – Nada, vamos!
(Ele continua a puxá-la até que ela tropeça e cai)
Junior – Ah mais essa agora!
Bibiana – Meu salto quebrou!
(Ele cai no choro)
Junior – Bibiana pelo amor de Deus vamos... Os meus irmãos já
devem estar todos lá!
Bibiana – Meu salto!
Junior – Você tem um milhão de pares de sapato, Bibiana!
Bibiana – Mas esse era de estimação, ai quero morrer!
Junior – Vai morrer de fome se o meu pai acordar naquele quarto
e todos os filhos estiverem lá exceto eu... Que, aliás, sou o único que não
trabalho!
Bibiana – Ok. Ok!
(Ele tira o salto e os dois correm até o carro)
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Cena 11 / Hospital / Int. / Noite
(José Carlos e Tatiana entram)
M. Cecília – Meu filho!
Carlos – Meu pai? Como está?
Paulo – Está tudo bem, ele ta passando por uma bateria de exames!
Tereza – Se não fosse o meu marido nosso pai estaria morto!
Carlos – Que bom saber que a gente pode contar com o Paulo, eu
só não entendi por que você está me dizendo isso, Tereza!
Tereza – Por quê?
M. Cecília – Pelo amor de Deus o pai de vocês quase morreu, é
hora dessa família se unir!
Tatiana – Eu vou lá dentro ver se consigo mais alguma
informação!
Carlos – Obrigado amor!
Tereza – Ela da plantão aqui?
Carlos – Faz residência aqui!
Tereza – Humm!
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Cena 12 / Estrada / Noite
(No carro Junior dirige apressado)
Bibiana – Meu pé está inchado!
Junior – Nós estamos indo para o hospital!
Bibiana – Acho que vão amputar... Ai meu Deus, meu pé vai
explodir!
Junior – Para de escândalo, Bibiana.
Bibina – Escândalo por que não é o seu pé que está virado nessa
bola!
Junior – Ai Deus...
Bibiana – Não brigue comigo... Eu estou com dor e a culpa é
sua... Sua que me puxou como se eu fosse uma vaca empacada no pasto!
Junior – Mas era o que você estava parecendo, uma vaca empacada,
não, melhor, uma mula empacada!
(Ela o encara e vira o rosto para a janela)
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Cena 13 / Bar / Interior / Noite
(Um bar de aspecto sujo. Há vários homens espalhados pelas
mesas, alguns jogam bilhar. Uma dançarina em um pole dance faz uma coreografia
enquanto alguns homens assoviam. Um bêbado avista Olívia)
Olívia – Ele vai se arrepender amargamente!
Garçom – Falou comigo?
Olívia – Mais uma dose, por favor!
Bêbado – (com a língua enrolada) Por minha conta!
(Olívia lhe encara)
Bêbado – E ai docinho, que tal a gente ir para minha casa?
Olívia – Dá pra tirar esse energúmeno daqui?
Bêbado – Se fazendo de difícil? Assim eu gamo!
(Ele passa a mão na coxa dela)
Olívia – Não toque em mim!
Bêbado – Eu sei que você me quer, vi você me cuidando desde a
hora que chegou!
Olívia – Você ta louco, olha bem para mim e veja se eu vou me
interessar por um lixo como você, se enxerga!
(Ele se aproxima e tenta beijá-la. Ela o empurra com força o
homem cai e bate a cabeça no pé de uma mesa, o sangue começa a escorrer)
Corta para:
Cena 14 / Hospital / Interior / Noite
(Tatiana sai da emergência)
Carlos – Então?
M. Cecília – Ele está bem?
Tatiana – Sim! Falei com o médico, ele está sedado agora, mas
assim que acordar o doutor vai liberar a visita!
Tereza – Graças a Deus!
(Cecília abraça Carlos)
Tatiana – Se o quadro continuar como está amanhã de manhã ele já
deve ter alta!
(Escutamos berros desesperados vindo da porta da frente. Todos
se viram e encaram Junior empurrando Bibiana em uma cadeira de rodas)
Bibiana – Me ajuda pelo amor de Deus, eu estou morrendo!
M. Cecília – Meu pai do céu!
Tereza – Essa mulher não tem limites!
Paulo – Culpa do Junior que não sabe escolher!
(Junior se aproxima, um enfermeiro leva Bibiana para dentro da
emergência)
Carlos – O que houve Junior?
Junior – Estávamos saindo do restaurante o salto dela quebrou e
bom... Deu nisso!
Tereza – Todo esse escândalo por que ela torceu o pé? Por
favor... Você podia ter escolhido uma esposa um pouco menos vulgar!
Junior – Olha aqui Tereza eu não vou admitir que você fale assim
da Bibiana!
Paulo – Chega! Pelo amor de Deus isso aqui é um hospital, vamos
manter a compostura, por favor!
Corta para:
Cena 15 / Bar / Int. / Noite
(O bar agora quase vazio. Apenas alguns funcionários e Olívia. O
corpo do homem estatelado no chão envolto a uma poça de sangue. A polícia o
cobre um pano preto. Olívia apavorada encarando a cena)
Olívia – Ele tentou me agarrar eu o empurrei, foi um acidente!
Policial – Isso a senhora vai explicar ao delegado!
Olívia – Não, você não está entendendo... Eu não posso ser
presa, eu não o matei, eu estava me defendendo!
Policial – Eu já disse, isso a senhora vai explicar ao delegado! A senhora está presa!
Olívia o encara.
Corta para:
FIM DO CAPÍTULO
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