terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sem Pudor - 2º Capítulo


(Versão Revista)
Web Novela de: @FellixKhoury


Cena 1 / Delegacia / Int. / Noite

(Um policial traz Olívia algemada, ela séria de cara fechada. Sem expressar emoção alguma)
Delegado – É essa?
Policial – Sim senhor. A que matou o bêbado!
Olívia – Eu não matei ninguém!
Delegado – Hey, shiu! Ninguém te deu autorização de abrir a boca!
Policial – A perícia já está no bar, já coletamos alguns depoimentos... Essa ai não sai da cadeia tão cedo!
(O policia sorri para Olívia que o encara friamente)
Delegado – Certo. Pode ir, chame o escrivão, eu vou colher o depoimento dela!
(Olivia encara o delegado)

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Cena 2 / Casa de Viviane / Sala / Noite

(Ícaro na sala, Viviane entra desesperada)
Viviane – Seu pai foi internado!
Ícaro – Hã?
Viviane – O José Eugênio ta no hospital!
Ícaro – Ele não é meu pai, mãe!
Viviane – Claro que é, não renegue o seu sangue. Um dia ele vai lhe assumir, eu sei que vai... Eu preciso ir lá!
Ícaro – Esse seu delírio de que eu sou filho desse homem ta  te deixando louca... Aliás, ta deixando mais louca!
Viviane – Ele é seu pai... Ele só não pode assumir, mas ele É! É SEU PAI! SEU PAI! SEU!
Ícaro – Louca! Fica ai com seus delírios que eu vou trabalhar por que alguém precisa por dinheiro dentro dessa casa!
(Ícaro sai batendo a porta)
Viviane – É seu pai! É seu pai... Seu pai! Eu ainda vou provar!

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Cena 3 / Delegacia / Int. / Noite
Continuação imediata da cena 01 deste capítulo.

Olívia – Foi legitima defesa, delegado!
Delegado – Aquele homem já tinha me causado alguns problemas... Muitas...
(ele encara Olívia de cima a baixo)
Delegado – Muitas prostitutas já haviam prestado queixa dele...
Olívia – Eu não sou prostituta, delegado!
Delegado – E fazia o que naquele bar?
Olívia – Minha mãe, pobrezinha, está em cima de uma cama, com um câncer infeliz que pode lhe tirar a vida a qualquer momento...
(O delegado a observa, desconfiado)
Olívia – Eu não estava mais suportando ficar dentro de casa vendo-a sofrer e não poder fazer nada, delegado...
(Olívia cai no choro. O Delegado se levanta e pega um copo d’água para ela)
Delegado – Acalme-se!
Olívia – Meu pai é caminhoneiro, ele chegou hoje e eu pude sair, esfriar a cabeça um pouco e aquele pardieiro foi o único lugar que eu encontrei aberto!
(Ela toma um gole d’água)
Olívia – Quando entrei lá é que me dei conta de onde eu estava... Eu estava saindo já quando aquele homem, meu Deus, aquele homem começou a me tocar como se eu fosse uma qualquer, uma vadia...
Delegado – Fique calma!
Olívia – Quando eu vi eu estava o empurrando e... Bom o resto o senhor já sabe!
(Ele volta a chorar muito forte)
Delegado – Hey, hey acalme-se... Está tudo bem, foi legitima defesa, ninguém vai te prender por isso!
Olívia – Mas eu matei um homem... Eu sou uma criminosa!
Delegado – Eu vou colher o seu depoimento e você está liberada. Ok? Nenhum juiz vai lhe condenar por tirar a vida daquele porco imundo!
Olívia – Mas eu me condenarei a vida inteira por ter tirado a vida de alguém!
Delegado – Não faça isso... Você é linda, jovem... Ele mereceu!
(O delegado pega na mão de Olívia que lhe sorri aliviada)

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Cena 4 / Hospital / Quarto / Int. / Noite

(MARIA CECÍLIA entra. Os três filhos e Paulo logo atrás com Tatiana. ELA se aproxima do leito do marido que lhe sorri)
M. Cecília – Nunca mais nos de um susto desses!
J. Eugênio – Meu amor!
J. Carlos – Você ta bem?
J. Eugênio – To sim meu querido... Vaso ruim não quebra, não é o que dizem?
Tereza – Papai!
(Tereza segura à mão de J. Eugênio)
Tereza – Se não fosse o meu marido eu não sei o que seria de nós!
(Eugênio encara Paulo, que levanta a sobrancelha e se põe diante de Tereza)
Paulo – E você queria ir sozinho naquele jantar com os investidores, hein meu sogro?
(Eugênio o encara por alguns instantes)
J. Eugênio – Claro... Você é de grande valia, Paulo.
Junior – Que susto papai, a Bibiana até se machucou quando soube...
J. Eugênio – Me poupe Junior. Não me chateie com suas asneiras nesse momento!
Tatiana – Gente! Vamos deixar o meu sogro descansar? Amanhã ele estará em casa e todos poderão ficar perto, agora é hora de ele descansar!
J. Carlos – A Tatiana tem razão!
M. Cecília – Eu vou ficar, vou passar a noite aqui!

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Cena 5 / Casa de Amanda / Sala / Interior / Noite

Geraldina – Você o que Amanda?
Amanda – Isso mesmo que você ouviu. Eu encontrei o Manoel, depois de todos esses anos buscando por ele... Eu finalmente o encontrei!
Geraldina – Minha neta, você é uma garota jovem, com uma vida para ser vivida, esqueça essa história...
Amanda – Eu não posso e você sabe muito bem os motivos... Você é a pessoa que mais devia me apoiar, vó!
Geraldina – Eu não posso minha filha, não posso te apoiar por que se você fizer o que cresceu jurando fazer você vai se igualar a ele e eu não quero isso!
(Amanda e encara)

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Cena 6 / Casa de Manoel / Sala / interior / Noite

(Clara sentada com uma taça de champanhe em mãos. Manoel entra com as mãos para trás. Ela o encara)
Clara – Isso são horas?
(Sorrindo ele tira as mãos das costas e entrega a ela um ramalhete de flores e um caixa de jóias)
Manoel – Achou que eu tinha esquecido não é?
Clara – Lógico... Não me telefonou o dia inteiro e chega tarde!
Manoel – Ia te levar para jantar, mas aquele escritório ta virado num pandemônio!
Clara – Eu te amo!
Manoel – Não mais que eu! Há 20 anos eu chegava a essa cidade sem nada, só com uma mochila nas costas e você me acolheu!
Clara – Digamos que foi amor a primeira vista!
Manoel – Com a carinha que eu tinha era impossível não se apaixonar mesmo!
Clara – Era um pouco mais modesto, mas...
(Ele a beija)

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Cena 7 / Casa de Tatiana / Frente / Externo / Noite

(Carlos estaciona o carro)
Tatiana – Vai descer?
Carlos – Não... Tenho acordar cedo amanha, conversar com meu pai!
Tatiana – Eu te amo tanto!
(Ele segura a mão dela)
Carlos – Logo a gente vai dividir a mesma casa, e não ficaremos mais um segundo separados!
Tatiana – Eu to tão nervosa... Falta tão pouco, mas ao mesmo tempo tanto tempo!
Carlos – A gente vai ser tão feliz!
Tatiana – Lindo!
(Eles se beijam apaixonadamente)
Tatiana – Tem certeza que não quer ficar aqui?
Carlos – Não faça isso comigo!
Tatiana – Tá bom!!!
(Ela desce do carro, ele a observa entrar)
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Cena 8 / Casa de Olívia / Sala / Interior / Noite

(Olivia entra, Senerstina na sala)
Senerstina – Filha!
(Olívia passa por ela, a mãe vai atrás)
Senerstina – Oh meu anjo, onde você estava até essa hora?
Olívia – SAI DO MEU QUARTO!
Senerstina – Filha...
Olivia – SAI DAQUI VELHA... SAI. TUDO QUE ACONTECEU HOJE É CULPA SUA, CULPA DA VIDA MISERÁVEL QUE VOCÊ DEU!
(Ela bate a porta na cara da mãe, que chora)

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Cena 9 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Int. / Noite

Bibiana – Meu pé... Ai que dor!
Junior – Calma amor, vai passar!
Bibiana – Eu to quase morrendo de tanta dor!
Teresa – Nossa Bibiana, para de drama pelo amor de Deus!
Bibiana – Por que não é você que está quase perdendo o pé!
(Teresa fecha a revista eu lia encara Bibiana e sobe as escadas)
Teresa – Eu não tenho mais paciência para isso!
(Carlos entra)
Carlos – Junior!
Junior – Maninho!
Carlos – Era com você mesmo que eu precisava conversar!
Bibiana – Meu pezinho!
Carlos – Doendo muito Bibi?
Bibiana – Ai demais Carinhos... Acho até que eu deveria estar no hospital... Não sei nem se vou voltar a andar... O medi...
Carlos – Tá certo Bibiana... Junior, venha até o escritório comigo, por favor!
(Carlos e Junior se dirigem ao escritório)
Junior – O que foi?
Carlos – Eu quero você na empresa comigo!
Junior – Aquilo lá não é para Mim, Carlos. Você sabe disso!
Carlos – Aquilo lá, como você diz, é seu também... Tá mais do que na hora de você assumir responsabilidades na vida... Você é o filho mais velho, é você quem deveria substituir o papai, não eu!
Junior – Mas você sempre foi mais competente, melhor nos negócios, você nasceu para isso, eu não!
Carlos – E você nasceu para que Junior? O papai ta a ponto de mandar você e a Bibiana embora dessa casa...
Junior – Ele não faria isso!
Carlos – Faria, você sabe que ele faria!
Junior – Você acha que se eu for trabalhar na empresa...
Carlos – Ele vai esquecer essa idéia? Certamente.
Junior – O que eu faria lá?
Carlos – Você começa como meu assistente, e depois a gente vê onde te encaixar!
Junior – E eu preciso ir todo dia?
Carlos – Lógico né Junior!
(Junior bufa, mas balança a cabeça positivamente)
Carlos – Perfeito! Você começa amanhã!
Junior – Amanhã?

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Cena 10 / Casa de Olívia / Quarto / Int. / Noite

(Lorivaldo entra no quarto de Olívia, que está deitada)
Lorivaldo – O que foi que você fez para sua mãe sua inútil?
Olívia – Sai daqui, eu não te autorizei a entrar no meu quarto!
Lorivaldo – Eu não preciso de autorização para entrar em qualquer peça da minha casa!
Olívia – Saia!
Lorivaldo – Eu só vim te dar um aviso: A partir de agora você vai ter que ajudar nessa casa, as coisas vão começar a mudar...
Olívia – SAIA DO MEU QUARTO!
Lorivaldo – Eu consegui um emprego para você...
Olívia – Emprego? Olha para minha cara seu velho, eu não vou trabalhar numa bosta de emprego que você me arrumou... Eu não preciso disso!
Lorivaldo – Pode rosnar a vontade Olívia, mas você vai sim, vai por que você não tem opção... Ou começa a dar um jeito na sua vida ou pode arrumando as suas trouxinhas e dar o fora da minha casa!
Olívia – Essa casa é da minha mãe, não é sua. Você não pode me mandar embora!
Lorivaldo – Eu sustento essa casa. E você vai pegar esse emprego ou vai para debaixo da ponte!
Olívia – Pois eu prefiro viver embaixo da ponte a aceitar um emprego miserável de carteira assinada e ter uma vida como a que você tem!
Lorivaldo – Pois bem...
(Ele se aproxima do guarda roupas e abre as portas)
Lorivaldo – Arrume as suas coisas... Ou eu mesmo faço isso!

(Olívia o encara)

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FIM DO CAPÍTULO









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