Cena 1/ Mansão Bovary/ Quarto Clarissa/ Interno/ Manhã
(Continuação imediata da última cena do capítulo anterior)
CLARISSA: Você não pode estar falando sério. Eu sei que isso é mentira.
CASSANDRA: Não é mentira, querida. Pergunte à Carlota, se tiver dúvidas.
CLARISSA: Fora da minha casa.
CASSANDRA: Clarissa, por favor, eu não quero que...
CLARISSA: Fora da minha casa antes que eu mesma te chute daqui.
CASSANDRA: Violência não é necessária. Meus pêsames.
(Cassandra sai. Clarissa, abalada, começa a chorar copiosamente. Ela desaba na cama)
Cena 2/ Vila Prata/ Comércio Geraldo/ Frente/ Externo/ Manhã
(Continuação imediata da cena 12 do capítulo anterior)
CASSILDA: Bom, me desculpe mais uma vez por ter derrubado sua água.
CHARLES: Já disse que não precisa se desculpar. Eu sei que não foi sua intenção.
CASSILDA: Mas mesmo assim, eu quero recompensar o transtorno que eu causei. Posso pagar uma água para você?
CHARLES: Não é necessário.
CASSILDA: Eu faço questão.
CHARLES: Você quer mesmo me recompensar? Dizer seu nome já é o suficiente.
CASSILDA: Cassilda.
CHARLES: O meu é Charles. Prazer em conhecer você, Cassilda.
CASSILDA: Igualmente.
CHARLES: Bom, agora eu tenho que ir. Espero te reencontrar em breve. Até mais.
(Charles sai)
CASSILDA (para Carlota): Eu sou mesmo uma desastrada.
CARLOTA: Pelo menos algo de bom acabou de acontecer.
(As duas irmãs riem e entram no comércio)
Cena 3/ Vila Prata/ Rua/ Manhã
(O carro de Viriato estacionado em um canto da rua. Ele já se encontra dentro do veículo. Charles entra, sentando-se ao seu lado)
CHARLES: Vamos?
VIRIATO: Eu vi que você esbarrou em uma moça na frente do comércio. Você sabe quem ela é?
CHARLES: Cassilda. Nós nos apresentamos.
VIRIATO: E você sabe de quem ela é filha?
CHARLES: Não.
VIRIATO: Ela é filha de Bonavante Sabarah, meu maior inimigo. Então, não se meta com essa gente, Charles. Estamos entendidos?
(Viriato encara Charles)
CHARLES: Estamos.
(O carro parte)
Cena 4/ Mansão Sabarah/ Gabinete/ Interno/ Manhã
(Simão e Bonavante entram)
BONAVANTE: Simão, eu quero que você prepare a fazenda para a chegada do Joca.
SIMÃO: Sim senhor.
BONAVANTE: Além disso, eu preciso que você se aproxime do Osório.
SIMÃO: O braço direito do Viriato?
BONAVANTE: Exatamente. Ficará mais fácil para nós o seqüestrarmos.
SIMÃO: Mas como eu farei isso, doutor Bonavante? Ele sabe que eu sou seu capataz.
BONAVANTE: Dê o seu jeito. Diga ao Osório que você não me suporta, algo do tipo. Ganhe a confiança dele.
SIMÃO: Pode deixar.
(Simão sai)
Cena 5/ Paisagens de Vila Prata/ Tarde
(Toca I Wanna Be Yours – Arctic Monkeys)
Cena 6/ Mansão Bovary/ Cozinha/ Interno/ Tarde
(Marilda está cozinhando. Clarissa entra)
CLARISSA: Podemos conversar?
MARILDA: Claro.
CLARISSA: É verdade que você é minha mãe?
MARILDA: Clarissa
CLARISSA: Vamos. Responda a pergunta que eu lhe fiz.
MARILDA: Como você descobriu?
CLARISSA: Então é verdade. Como isso foi acontecer?
MARILDA: Clarissa, vamos sentar. A gente pode conversar com mais calma.
CLARISSA: Não, eu não quero. Você não é a minha mãe, não pode ser. Você só é uma empregadinha medíocre e miserável que sempre babou a minha mãe pra ganhar uns usufrutos. Nada mais do que isso.
MARILDA: Você não sabe do que está falando.
CLARISSA: Cala a boca. Você nunca será a minha mãe, ouviu bem? Nunca. Eu vou sair agora e quando eu voltar, eu não te quero mais aqui. Some.
(Clarissa sai. Os olhos de Marilda marejam)
Cena 7/ Vila Prata/ Casa Chester/ Quarto Marcílio/ Interno/ Tarde
(Marcílio e Dorotéia sentados na cama dele)
DOROTÉIA: E por conta dessa falta de dinheiro suficiente, seu pai não vai me ajudar a montar a confeitaria.
MARCÍLIO: Eu ainda não entendi como essa confeitaria vai resolver meus problemas com o papai.
DOROTÉIA: Ele vai parar de te azucrinar com essa história de emprego, já que você irá trabalhar na confeitaria.
MARCÍLIO: Trabalhar?
DOROTÉIA: Trabalhar entre aspas, meu querido.
MARCÍLIO: Melhor assim.
DOROTÉIA: No entanto, falta dinheiro para isso se tornar realidade.
MARCÍLIO: Será que a Liduína e o Vitorino não podem ajudar dando para a senhora o dinheiro que eles ganharam do papai?
DOROTÉIA: Acho muito difícil, apesar de eles ainda não terem gastado nada daquele dinheiro.
MARCÍLIO: Sério? Bom saber. Não se preocupe, mãe. Eu arranjarei o dinheiro necessário para a construção da confeitaria.
Cena 8/ Vila Prata/ Comércio Geraldo/ Interno/ Tarde
(Vitorino e Geraldo no balcão. Ariana entra)
ARIANA: Boa tarde
GERALDO: Boa tarde.
VITORINO: Ariana, que bom te ver. Você nem apareceu na inauguração do comércio.
ARIANA: Eu sinto muito. Aconteceram umas coisas em casa, mas estou aqui para recompensar minha ausência.
GERALDO: O que você deseja?
ARIANA: Coisas básicas, tipo carne, frutas, verduras.
VITORINO: Eu faço questão de te atender, me acompanhe.
(Vitorino entra no corredor e Ariana o segue)
Cena 9/ Mansão Bragança/ Quarto Cassandra, Cassilda e Carlota/ Interno/ Tarde
(Cassilda e Carlota sentadas na cama da última)
CASSILDA: Acho que estou apaixonada por ele, Carlota.
CARLOTA: Eu percebi isso.
CASSILDA: Charles. Parece que ele é novo na vila. Não me lembro dele.
CARLOTA: Tive essa mesma impressão.
(Alzira entra)
ALZIRA: Carlota, você tem visita. É a Clarissa.
CARLOTA: Obrigada por avisar, Alzira. Estou indo.
Cena 10/ Vila Prata/ Igreja/ Interno/ Tarde
(Juscelino termina a missa. As pessoas saem. Cassandra entra e se direciona ao padre)
CASSANDRA: Boa tarde, padre Juscelino.
JUSCELINO: Boa tarde, Cassandra.
CASSANDRA: Eu estou procurando pelo Joca. Passei na sua casa, mas não o encontrei.
JUSCELINO: Cassandra, eu não quero ver você perto do meu afilhado. Estamos entendidos?
Cena 11/ Mansão Sabarah/ Sala de estar/ Interno/ Tarde
(Clarissa sentada em uma poltrona. Carlota desce as escadas. Clarissa levanta-se ao vê-la)
CARLOTA: Clarissa, minha amiga. Que bom ver você.
(Clarissa dá um tapa na cara de Carlota)
CLARISSA: Sua falsa, amiga da onça.
(Close alternado entre Carlota e Clarissa. Congela em Carlota)
FIM DO CAPÍTULO (Toca Scream My Name – Tove Lo)
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