segunda-feira, 30 de março de 2015

Velhos Tempos - Capítulo 38




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Cena 1/ Mansão Bragança/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Continuação imediata da última cena do capítulo anterior)
VIRIATO: Você está me sufocando.
BONAVANTE: Eu já disse que essa é a intenção. Eu vou acabar com a tua raça, Viriato.
(Bonavante aperta suas mãos no pescoço de Viriato cada vez mais. Viriato lutando para não perder os sentidos. Charles surge e vê, incrédulo, Bonavante tentando matar seu pai. Ele desce as escadas)
CHARLES: Mas o que está acontecendo aqui? Largue meu pai, Bonavante.
BONAVANTE: Só quando esse traste já estiver morto.
CHARLES: Largue meu pai agora, Bonavante. Não se esqueça que eu sou advogado. Se você matar o meu pai, eu te jogo na cadeia.
(Bonavante, indeciso, olha para Charles e depois para Viriato, a ponto de desmaiar. Bonavante solta Viriato, que tosse, acompanhada de uma respiração profunda)
BONAVANTE: Se meta com a minha família novamente, Viriato, que da próxima vez eu não terei pena. E quanto a você, garoto, fique longe da minha filha, entendeu? A Cassilda não é pro seu bico. Estejam avisados.
(Bonavante sai)
VIRIATO: Você salvou minha vida, filho.
CHARLES: E estou completamente arrependido. Pela forma que o Bonavante falou, ele já deve saber que eu tive um relacionamento com a Cassilda. Como você teve a coragem de contar para ele?
VIRIATO: Mas eu não falei nada.
CHARLES: Poupe-me das suas mentiras, pai.
(Charles sobe as escadas, furioso)

Cena 2/ Estrada/ Carro Bonavante/ Interno/ Noite
(Simão dirige o carro. Bonavante ao lado, no banco do motorista)
SIMÃO: A Cassilda e o Charles já foram namorados?
BONAVANTE: Exatamente. Como que eu irei lidar com isso agora, Simão?
SIMÃO: Se permite a minha opinião, o senhor inventou de separar a Carlota daquele Joca e, agora, sua filha está desaparecida por conta própria. Não faça o mesmo com a Cassilda.
BONAVANTE: Todos os problemas resolveram cair em cima de mim como uma bomba ao mesmo tempo. A Cassandra está presa, a Carlota, desaparecida e agora mais essa envolvendo a Cassilda. Quando será que eu voltarei a ter paz, Simão? Quando?

Cena 3/ Vila Prata/ Restaurante/ Interno/ Noite
(Continuação imediata da cena 11 do capítulo anterior)
ARIANA: Você aceita namorar comigo, Vitorino?
VITORINO: Aceito, Ariana. É o que eu mais quero.
(Vitorino e Ariana se beijam)
ARIANA: Estou tão feliz. Confesso que sempre esperei por esse momento, Vitorino.
VITORINO: Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo, Ariana.
ARIANA: E eu prometo te fazer o homem mais feliz desse mundo.
(Ariana e Vitorino se beijam novamente. Dessa vez, um beijo apaixonado mais demorado e intenso)

Cena 4/ Casa Chester/ Quarto Dorotéia/ Interno/ Noite
(Continuação imediata da cena 10 do capítulo anterior)
MARCÍLIO: A senhora não pode estar falando sério, mãe.
DOROTÉIA: Marcílio, eu estou decidida. Amanhã mesmo essas maletas virão para essa casa.
MARCÍLIO: Mas e se algum dos meus irmãos virem essas maletas repletas de moedas de ouro? Eles irão desconfiar. O Vitorino já acha que o papai foi assassinado por alguém. E ele está certo. E se ele descobrir que a morte do papai tem a ver com essas maletas, com essas moedas?
DOROTÉIA: Chega, Marcílio. Ninguém vai encontrar essas maletas, pois eu as esconderei muito bem. E ninguém vai descobrir que você matou o Elizeu. A única coisa que você tem que se preocupar é em seduzir a Laurinda cada vez mais e, com ela aqui em casa, fica tudo mais fácil.
MARCÍLIO: A gente quase se beijou no quarto.
DOROTÉIA: Ótimo. Isso significa que ela também está interessada em você.
MARCÍLIO: Eu já disse que não irei fazer da Laurinda uma vítima do nosso golpe.
DOROTÉIA: E eu já disse pra você tratar de reprimir esses sentimentos que você está nutrindo por ela. Marcílio, você não pode se apaixonar verdadeiramente pela Laurinda. Não pode.
MARCÍLIO: Eu já estou.
DOROTÉIA: Então trate de se desapaixonar, seu infame. Nós daremos um golpe na Laurinda e essa paixão medíocre que você sente por ela não pode nos atrapalhar. Você precisa se declarar pra ela, mas falsamente, claro.
MARCÍLIO: Mãe, eu não sei...
DOROTÉIA: Você vai fazer isso, Marcílio, se você não quiser parar na cadeia por minha causa. Ou você faz tudo do jeito certo ou eu conto pra polícia que você matou o Elizeu.
(Dorotéia encara Marcílio)

Cena 5/ Mansão Bovary/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Continuação imediata da cena 12 do capítulo anterior)
CLARISSA: Marilda? O que você está fazendo aqui?
MARILDA: Eu vim te ver, Clarissa.
SÁVIO: Eu encontrei a Marilda no caminho e a convidei para jantar conosco. Fiz mal?
CLARISSA: Claro que não. A Marilda é sempre bem vinda nessa casa.
SÁVIO: Bom, vou tomar um banho. Volto num instante para jantarmos.
(Sávio sai)
CLARISSA: O que você veio fazer aqui, Marilda?
MARILDA: Eu já disse. Eu vim te ver.
CLARISSA: Me ver? Na nossa última conversa, você deixou bem claro que lavaria suas mãos em relação a mim.
MARILDA: Eu senti saudades, Clarissa.
CLARISSA: Marilda, eu pensei que já estava tudo resolvido entre nós. Inclusive, eu pensei que eu nunca mais olharia pra sua cara depois de você ter ido morar na capital.
MARILDA: Aconteceram umas coisas bem eletrizantes na minha vida, recentemente.
CLARISSA: Eu não quero saber, Marilda. Eu só quero que você me esqueça. Eu não sou sua filha e nunca serei, entendeu?
MARILDA: Eu estou rica, Clarissa.
CLARISSA: O quê? Como assim?
MARILDA: A história é um pouco longa. Se você estiver disposta a ouvir, eu posso contar.
(Marilda encara Clarissa)

Cena 6/ Mansão Sabarah/ Quarto Cassandra e Cassilda/ Interno/ Noite
(Cassilda está deitada. Bonavante entra)
BONAVANTE: Cassilda, você está acordada?
CASSILDA: Sim, pai.
BONAVANTE: Podemos conversar? Prometo que não demorará muito.
CASSILDA: O senhor foi atrás do Viriato, não foi? O que o senhor fez com ele, pai?
BONAVANTE: Infelizmente, não fiz nada com aquele desgraçado, mas não foi por falta de vontade. Cassilda, lá eu descobri que você e o Charles já foram namorados. Isso é verdade?
CASSILDA: Como o senhor ficou sabendo?
BONAVANTE: O Viriato me contou.
CASSILDA: Ah, claro.
BONAVANTE: O que ele disse é verdade, Cassilda?
CASSILDA: Eu não vou mentir para o senhor, pai. É verdade, sim. Eu e o Charles nos conhecemos e começamos a namorar. Eu o amo, pai.
BONAVANTE: Cassilda, ele é filho do meu maior inimigo.
CASSILDA: Eu sei, mas quem disse que a gente manda no coração? O senhor não vai me pedir para ficar longe dele, vai?
(Cassilda encara Bonavante)

Cena 7/ Mansão Sabarah/ Gabinete/ Interno/ Noite
(Bonavante sentado à mesa. Simão na frente dele)
SIMÃO: O senhor deixou a Cassilda namorar o Charles?
BONAVANTE: Deixei. Tomara que eu não me arrependa disso.
SIMÃO: Fico feliz que o senhor pensou na felicidade da Cassilda.
BONAVANTE: A felicidade da minha filha é importante, mas não foi isso que me motivou a permitir esse namoro. Com o Charles e a Cassilda namorando, o Viriato ficará mais furioso. Afinal, ele me fez essa revelação acreditando que eu iria fazer de tudo para separá-los. Quando ele descobrir que, ao invés de me opor, eu aprovei o relacionamento, ele ficará uma fera.
SIMÃO: Essa é a sua vingança?
BONAVANTE: Ainda tem mais, Simão. Eu vou fazer de tudo para trazer o Charles para mais perto da Cassilda, de mim, da minha família. Quando o Viriato perceber que está perdendo o próprio filho dele pra mim, ele ficará bastante furioso. E a raiva dele será a minha alegria.

Cena 8/ Mansão Bovary/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Clarissa e Marilda sentadas frente a frente)
MARILDA: E foi assim que eu fiquei rica.
CLARISSA: Que sorte, Marilda.
MARILDA: O problema é que eu não sei o que fazer com mais da metade desse dinheiro. Sempre levei uma vida tão simples, sem muito luxo.
CLARISSA: Se você quiser, eu posso te ajudar a administrar esse dinheiro.
MARILDA: Como é? Só foi eu falar na minha riqueza, que você amansou a voz, ficou mais agradável, até quer se aproximar de mim.
CLARISSA: Não é bem assim, Marilda.
MARILDA: É isso o que só importa pra você, Clarissa? Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro? Eu não quero que você administre o meu dinheiro. Eu quero se tornar sua amiga, eu quero te conhecer, eu quero que você me conheça.
CLARISSA: Marilda, você tem que entender que tudo isso pra mim é difícil. A mágoa que eu carrego é ainda muito grande.
MARILDA: Clarissa, eu não vou te obrigar a me chamar de mãe. Eu só quero ter uma boa convivência com você. Eu compreendo a sua tristeza por saber que eu te entreguei pra Eva, mas eu fiz isso pensando no seu bem.
CLARISSA: Eu preciso pensar, Marilda. Eu preciso ver se eu realmente quero você perto de mim.
MARILDA: Eu entendo. Eu não tenho previsão de sair de Vila Prata. Leve o tempo que quiser para pensar, mas não demore muito. Eu quero recuperar o tempo perdido, Clarissa.

Cena 9/ Vila Prata/ Igreja/ Interno/ Noite
(Carlota deitada em cima de um colchão. Joca entra e senta-se ao lado dela)
JOCA: Boa noite.
CARLOTA: Veio passar essa noite comigo?
JOCA: Claro.
CARLOTA: Joca, eu não tenho como agradecer toda essa proteção e carinho que você está me proporcionando.
JOCA: Estou fazendo isso porque eu te amo, Carlota. É bom ter você por perto.
CARLOTA: Só fugindo de casa pra gente poder namorar, né?
JOCA: Verdade, mas terá um dia que você deverá enfrentar seu pai e deixar claro que...
CARLOTA: Não quero falar sobre isso. Vamos aproveitar esse momento, Joca.
JOCA: Como você quiser.
(Joca e Carlota se beijam)
CARLOTA: Joca, eu acho que estou preparada.
JOCA: Pra quê?
CARLOTA: Pra me entregar pra você. Joca, eu quero que você me faça se sentir mulher essa noite.
JOCA: Você tem certeza?
CARLOTA: Absoluta.
(Joca e Carlota voltam a se beijar, com mais intensidade. À medida que se beijam, Joca se inclina em direção a ela. Os dois deitados, aos beijos. Cenas alternadas de Carlota tirando a camisa de Joca, este tirando o vestido dela. Joca tirando sua calça e Carlota o beijando. Muita sensualidade. Os dois nus, Joca em cima dela, fazendo de forma sutil o movimento da penetração. Ambos visivelmente excitados, aos beijos bastante calorosos. A cena ao som de I Wanna Be Yours – Arctic Monkeys)

Cena 10/ Paisagens de Vila Prata/ Manhã

Cena 11/ Vila Prata/ Delegacia/ Cela Cassandra/ Interno/ Manhã
(Cassandra está encostada em um canto da cela. Um guarda se aproxima de sua cela. Ela, ao vê-lo, levanta-se rapidamente e vai em direção às grades da cela)
CASSANDRA: Ei, seu guarda. Ei.
GUARDA: O que você quer?
CASSANDRA: Eu estou passando mal, muito mal.
GUARDA: Você acha que eu vou cair nessa sua jogada, garota?
CASSANDRA: Eu estou falando sério, seu guarda. Eu preciso de ajuda. Eu to passando...
(Cassandra, de repente, desmaia)
GUARDA (abrindo a porta da cela): Ai meu Deus.
(O guarda se aproxima de Cassandra, que, vagarosamente, recobra a consciência)
GUARDA: Você está bem, menina? Eu vou chamar um médico.
CASSANDRA: Não, não precisa. Foi só uma tontura básica, nada demais.
GUARDA: Você tem certeza?
CASSANDRA: Na verdade, eu estou precisando de ajuda, sim, mas não de um médico. Eu preciso da ajuda de outra pessoa, e o mais rápido possível.
(Cassandra encara o guarda.)

Cena 12/ Vila Prata/ Tenda Soraya/ Sala de consultas/ Interno/ Manhã
(Liduína entra, ao mesmo tempo em que uma mulher sai. Liduína, intrigada, se aproxima de Soraya)
LIDUÍNA: Mas o que é isso, mãe Soraya?
SORAYA: Isso o quê?
LIDUÍNA: Essa mulher que acabou de sair veio fazer consulta?
SORAYA: Claro, ué. Que outra coisa ela viria fazer aqui?
LIDUÍNA: E a senhora a consultou?
SORAYA: Óbvio, Liduína. E eu lá vou recusar cliente?
LIDUÍNA: Mas a senhora não perdeu seus poderes de previsão?
SORAYA: E daí, Maria Rapariga?
LIDUÍNA: Como e daí? Eu não acredito que a senhora voltou a enganar essas pessoas, como fazia antes.
SORAYA: Essa tenda é o meu sustento. O nosso sustento, porque é daqui que vem o teu salário.
LIDUÍNA: Mas enganar as pessoas é errado, mãe Soraya. Desculpa mas eu não vou permitir que a senhora fique dando previsões falsas para essas pessoas.
SORAYA: Liduína, esse é meu trabalho. Eu não posso fazer nada.
LIDUÍNA: Pode. Feche a tenda. A senhora reabre quando recuperar seus poderes.
SORAYA: Você está louca, menina? Eu preciso disso aqui pra sobreviver.
LIDUÍNA: Ou a senhora fecha essa tenda e para de enganar as pessoas ou eu conto pra todo mundo dessa vila que a senhora era uma vidente charlatã. O que a senhora prefere?
(Liduína encara Soraya)

Cena 13/ Vila Prata/ Escritório de Advocacia Charles/ Sala Charles/ Interno/ Manhã
(Charles está sentado à mesa. Cassilda entra.)
CASSILDA: Bom dia.
CHARLES: Olá, bom... Cassilda?
CASSILDA: Podemos conversar, Charles?
(Cassilda encara Charles)

Cena 14/ Vila Prata/ Casa Juscelino/ Sala de jantar/ Interno/ Manhã
(Ariana sentada à mesa, tomando café. Joca entra)
ARIANA: Chegando agora? Posso saber onde o senhor estava?
JOCA: Na igreja, com a Carlota.
ARIANA: Ah claro. E pelo brilho desses olhos, eu já imagino o que vocês fizeram.
JOCA: Foi mágico, Ariana.
ARIANA: O amor de vocês é tão lindo. Pena que tenham que enfrentar mil e um obstáculos para ficarem juntos.
JOCA: É verdade, mas eu estou disposto a enfrentar qualquer coisa para ficar com a Carlota.
ARIANA: Bom saber, meu irmão. O delegado Pedreira passou aqui lhe convocando para ir à delegacia. A Cassandra quer falar com você.
JOCA: Não quero mais saber dessa maluca na minha vida.
ARIANA: A Cassandra desmaiou na cela. Ela está precisando de ajuda e chamou por você.
JOCA: E por acaso eu sou médico?
ARIANA: Joca, pode ser importante. É melhor você ir e ver o que a Cassandra quer.

Cena 15/ Mansão Sabarah/ Gabinete/ Interno/ Manhã
(Sávio sentado à mesa. Bonavante entra)
BONAVANTE: Bom dia, Sávio. Desculpe a demora.
SÁVIO: Eu entendo, doutor Bonavante. A Alzira já me adiantou sobre o que está acontecendo. Eu quero ajudar nas buscas pela Carlota.
BONAVANTE: Toda ajuda é sempre bem vinda.
SÁVIO: Doutor Bonavante, eu preciso que o senhor me responda uma coisa. A Carlota fugiu de casa pra não se casar comigo? Foi por minha causa que ela fugiu?
(Sávio encara Bonavante)

Cena 16/ Vila Prata/ Delegacia/ Cela Cassandra/ Interno/ Manhã
(Cassandra sentada em um banquinho. Joca se aproxima da cela. Cassandra levanta-se ao vê-lo. O guarda abre a porta da cela e Joca entra)
CASSANDRA: Que bom que você veio.
JOCA: O que você quer, Cassandra? Seja direta, por favor.
CASSANDRA: Quanta grosseria. Era pra eu estar te tratando mal por você ter me jogado nessa lama, não você.
JOCA: Sem enrolação, Cassandra. Eu tenho mais o que fazer.
CASSANDRA: Eu estou grávida. E nem precisa ser o gênio da lâmpada mágica pra perceber que você é o pai dessa criança que eu estou esperando.
JOCA: O quê?
(Joca encara Cassandra. Close em Joca)

FIM DO CAPÍTULO

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