1X06 – Mistérios
Escrito por @PillarKhoury
Cena 1/Mansão
Carvarral/Jardim/Noite
31/12/2014 – 23h50
Branca, Marta, Pedro, Guto, Everaldo,
Pilar, Félix e Cláudio reunidos no Jardim.
PILAR – Faltam 10 minutos para um
novo ano começar!
MARTA – Como se ninguém soubesse
disso. Temos relógios, querida!
Pilar e Marta se encaram.
FÉLIX – Briga logo agora?
PEDRO – Quando essas duas se
juntam...
CLÁUDIO – Contenham-se!
PILAR – Eu não vou ficar batendo
boca com essa aí não.
EVERALDO – Então vai lá dentro
buscar a champagne. Ela acabou!
PILAR – E eu lá tenho cara de
garçonete?
EVERALDO – Não foi isso que eu quis
dizer...
PILAR – Mas pensou!
CLÁUDIO – Vai logo, mamãe!
BRANCA – Quer que eu vá, Cláudio?
MARTA – Não ouviu o que o meu marido
disse? Ele pediu para a Pilar ir lá. E é melhor essa velha se mexer
um pouco porque na idade dela se ficar parado demais podem pensar que
é escultura do século XII.
PILAR – E se você andar pela rua tem
que abaixar a cabeça para os seus chifres não acertarem a rede
elétrica!
MART A - Olha aqui...
PILAR – Não vou olhar nada. Vou lá
dentro buscar a champagne!
Pilar, sorrindo, vai para dentro da
casa.
FÉLIX – E não é que a velha é
venenosa...
Cena 2/Mansão
Carvarral/Cozinha/Int./Noite
31/12/2014 – 23h53
Pilar entra na cozinha ainda com as
luzes apagadas.
PILAR – Cadê esse maldito
interruptor.
Pilar encontra o interruptor e dá um
grito assustado ao acender a luz. Ela deixa a garrafa que estava em
sua mão cair.
PILAR – NÃO! NÃO PODE SER!
Pilar, chorando, leva a mão à boca e
encara o chão. A câmera se vira lentamente e flagra o corpo de
Clara estirado no chão com uma poça de sangue em volta.
Cena 3/Mansão Carvarral/Sala/Noite
27/12/2014 – 00h50
PILAR – O que essa louca está
dizendo, Cláudio?
GLÁUCIA – Foi esse canalha que matou
a minha filha! ASSASSINO!
CLÁUDIO – Eu não faço a mínima
ideia do que você está falando.
GLÁUCIA – Por que você destruiu os
sonhos da minha filha daquela maneira?
CLÁUDIO – A senhora enlouqueceu ou o
quê?
GLÁUCIA – Eu nunca estive tão
lúcida em toda minha vida!
CLÁUDIO – Não é o que parece!
PILAR – Alguém pode me explicar que
show é esse?
GLÁUCIA – O seu filhinho matou a
minha Marizete, a minha filha!
PILAR – Você só pode estar louca!
CLÁUDIO – Eu não tenho nada a ver
com o assassinato da sua filha. Acredite ou não, eu lamento mais do
que a senhora imagina!
GLÁUCIA – Você acabou com a vida
dela!
CLÁUDIO – Eu não acabei com a vida
de ninguém! Pelo contrário, dei a Marizete o que ela merecia, mas
não tinha. Infelizmente ela terminou daquela maneira e eu lamento
muito.
GLÁUCIA – Eu vou te destruir! Eu vou
tirar de você, Cláudio, tudo o que você tem de mais precioso. E
não tô falando de dinheiro não! Nem dos seus inúmeros
patrimônios. Vai ser algo muito doloroso! MUITO!
Gláucia sai da casa. Pilar fecha a
porta e encara Cláudio.
PILAR – Essa mulher pode ser
perigosa!
Cláudio encara Pilar.
Cena 4/Casa de Dodi/Quarto/Int.
/Noite
27/12/2014 – 1h50
Tóia e Dodi acabaram de transar. Ela
com a cabeça sob o peito dele.
DODI – Como você, ninguém.
Dodi ri.
TÓIA – Diz pra mim, eu dou de dez
naquela velha, não dou?
DODI – Você não tem noção do
quanto!
TÓIA – Então quer dizer que ela
quase descobriu as fotos?
DODI – Sim. Por pouco! A sorte é que
eu passei elas pro notebook pouco antes da Marta chegar aqui em casa.
TÓIA – E eu posso ver essas fotos?
DODI – Claro. O computador tá ali na
mesinha.
Tóia sorri, enrola-se no lençol e vai
até a mesinha. Ela liga o notebook e abre uma pasta.
TÓIA – A família Carvarral
envolvida em um assassinato... Ah, que delicia!
DODI – Você sabe muito bem que essas
fotos não podem sair daqui, não é?
TÓIA – Eu sei. Eu sei!
DODI – Elas são um trunfo pra mim.
Ainda mais contra o Félix!
Tóia volta a encarar a tela do
notebook e aproxima o rosto de Félix.
TÓIA – Félix é tão tolinho... Não
acredito que ele pensou mesmo que você não o flagrou nessas fotos!
DODI – É claro que ele não
acredita. Eu dei a minha palavra e usei um programa de edição pra
apagar o rosto dele nas cópias que ele comprou de mim.
TÓIA – Como você é genial, meu
amor!
DODI – Acho que mereço um prêmio
por toda essa genialidade... Não mereço?
Tóia, sorrindo e com um olhar
malicioso, se aproxima de Dodi lentamente.
TÓIA – O que você quiser!
Tóia e Dodi se beijam e voltam a
transar.
Cena 5/Casa de Gláucia/Quarto/Tarde
30/12/2014 – 15h00
GLÁUCIA – Amanhã é o dia de o
Claudinho perder um herdeirinho...
Gláucia ri e aponta uma arma com
silenciador para o espelho.
Cena 6/Mansão Carvarral/Quarto de
Branca/Tarde
30/12/2014 – 15h30
Marta bate na porta e entra. Branca
está sentada à cama em frente ao notebook.
MARTA – Branca?
BRANC A – Sim.
MARTA – Eu quero saber como estão os
preparativos para a festa de fim de ano.
BRANCA – Quase tudo finalizado.
MARTA – E por que quase?
BRANC A – Falta um pequeno detalhe.
MARTA – E eu posso saber que detalhe
é esse?
BRANCA – Nada que eu não possa
resolver.
MARTA – Assim espero. Você é bem
paga para executar seu serviço com perfeição!
BRANCA – Alguma vez já lhe
decepcionei?
MARTA – Inúmeras. Mas por sorte os
seus acertos superam seus erros.
BRANCA – Todos nós erramos.
MARTA – E nem sempre podemos
consertar nossos erros.
BRANCA – Como um casamento por
exemplo.
MARTA – O que você quer dizer com
isso?
BRANC A – Quando duas pessoas que não
se amam se casam por um interesse maior, a separação é algo quase
impossível. Que exemplo mais estereotipado de erro pode ser melhor
que o casamento?
MARTA – Talvez seja por isso que você
nunca se casou, não é queridinha. Ah, me esqueci que você não se
casou porque tem um amor platônico pelo meu marido! Um homem que
nunca vai pertencer a você por vários motivos. Entre eles estão a
sua mediocridade e submissão. Afinal de contas, que homem se casaria
com uma coisa feito você? Uma pobre coitada.
Marta ri e vai embora. Branca fica
furiosa.
Cena 7/Universidade/Sala da
Reitoria/Manhã
23/11/2014 – 14h30
Connor e Clara aos beijos.
CONNOR – Você não acha isso
arriscado?
CLARA – Tudo que é arriscado se
torna mais gostoso!
Clara sorri.
CONNOR – E você não acha que o seu
pai pode chegar e...
Clara coloca seu dedo nos lábios de
Connor.
CLARA – O papai não vai chegar
agora! Eu sei. Pode ficar tranquilo!
CONNOR – Se você diz assim...
Clara e Connor voltam a se beijar. Ben
abre a porta e se assusta.
CLARA – BEN?
BEN – Que pouca vergonha é essa?
Connor, assustado, encara Ben.
CLARA – Eu pensei que fosse o papai!
Que susto.
BEN – Se ele visse vocês dois se
pegando aqui...
CLARA – Me mataria, eu sei.
BEN – Seria capaz do papai matar só
esse aí. Você é a querida dele!
CLARA – Sabemos bem que o papai só
tem um queridinho, que é o Pedro.
BEN – Eu não quero interromper
vocês.
CLARA – Não! Eu vou embora. Perdi o
clima.
Clara beija Connor novamente.
CLARA – Mais tarde a gente se vê.
Clara levanta-se da mesa e vai embora.
Ben se aproxima de Connor.
CONNOR – Eu posso explicar.
Ben dá um tapa em Connor.
BEN – Cala a sua boca! Não tem nada
pra explicar. Agora sai, sai! Por um momento eu acreditei em suas
palavras e pensei que não tinha nada mesmo entre você e a minha
irmã, mas agora... Não ouviu o que eu disse? SAI!
Connor encara Ben e sai da sala.
BEN – Clarinha, Clarinha... Você me
paga!
Cena 8/Mansão Carvarral/Quarto de
Pilar/Manhã
23/12/2015 – 10h30
Branca bate na porta.
PILAR – Entra.
Branca entra no quarto e fecha a porta.
PILAR – Branca, querida, o que você
quer?
BRANC A – Eu pensei naquela nossa
conversa de ontem à noite.
PILAR – E o que você pensou
exatamente?
BRANCA – Eu acho uma boa ideia nos
livrarmos dessa menina.
PILAR – Eu sabia que você acharia
isso uma boa ideia.
BRANCA – Mas como faríamos isso?
PILAR – Eu tenho todo plano na minha
mente! Inclusive quem seria incriminado.
BRANC A – Me conte tudo!
PILAR – Senta aqui.
Pilar e Branca senta-se na cama de
Pilar. A conversa segue fora de áudio.
Cena 9/Casa de Gláucia/Quarto/Noite
31/12/2014
Gláucia está em frente ao espelho de
seu quarto, arrumando o cabelo. Ela pega sua arma, a encara por uns
minutos e aponta para o espelho.
GLÁUCIA – É hoje!
Cena 10/Mansão Carvarral/Quarto de
Bem/Noite
31/12/2014 – 21h30
Ben abre a gaveta do criado-mudo e tira
uma arma com silenciador de lá.
BEN – Eu não faço ameaças vazias.
Ben sorri.
Cena 11/Apartamento de
Tóia/Quarto/Int./Noite
31/12/2014 – 21h35
Tóia calça sua bota e fecha com
zíper. Ela caminha para o armário, o abre e pega uma caixa. De lá
ela tira uma arma com silenciador.
TÓIA – Vamos brincar de tiro ao
alvo?
Tóia sorri.
Cena 12/Mansão
Carvarral/Quarto/Int./Noite
31/12/2014 – 21h38
Clara está deitada em sua cama, as
luzes apagadas. Marta bate na porta e entra.
CLARA – Que foi, mãe?
MARTA – Isso é jeito de falar
comigo?
CLARA – Eu estou estourando de dor de
cabeça e com a mínima vontade de falar com alguém.
MARTA – Então você não vai descer?
CLARA – Não. Tomei um remédio e vou
ficar aqui em cima!
MARTA – Mas é ano novo, Clara!
CLARA – Poderia ser a volta de Jesus
que nem assim eu sairia daqui.
MARTA – Então fica aí, na solidão,
na escuridão. Sozinha!
Marta bate a porta e sai.
CLARA – Eu hein, louca!
Cena 13/Mansão
Carvarral/Jardim/Noite
31/12/2014 – 23h00
Todos reunidos no jardim, com exceção
de Clara.
CLÁUDIO – Eu acho que vou lá em
cima ver como a Clara está.
MARTA – Ela disse que quer ficar
sozinha. Deixa ela lá, Cláudio!
PILAR – Acho que tudo isso é manha!
CLÁUDIO – Cale-se, mamãe!
Pilar encara Cláudio. Ben levanta-se
da cadeira e sai sem falar com ninguém.
MARTA – Aonde esse menino vai?
Cena 14/Mansão Carvarral/Rua/Noite
31/12/2014 – 23h02
Uma mulher caminha pela rua e para em
frente à casa. Não releva quem é.
Cena 15/Mansão Carvarral/Quarto de
Clara/Noite
CLARA – Ai que dor de cabeça!
Clara vira para o lado e passa a mão
sobre o criado-mudo.
CLARA – Cadê a minha garrafa com
água? Inferno!
Clara levanta-se da cama e sai de se
quarto.
Cena 16/Mansão
Carvarral/Cozinha/Int./Noite
31/12/2014 – 23h30
Clara entra na cozinha. As luzes
apagadas.
CLARA – Se eu acender alguma luz é
capaz de eu atrofiar nessa cozinha.
Clara caminha até a geladeira e a
abre. Ela pega uma garrafa de água e fecha a porta. Ao fechar se
depara com alguém apontando uma arma para ela.
CLARA – Que palhaçada é essa? Quem
é você? Por que tá apontando essa arma pra mim?
Sem responder, a pessoa dispara três
tiros contra o peito de Clara, que cai morta. A garrafa de água cai
no chão e racha, vazando toda a água. A câmera foca lentamente dos
pés da pessoa que atirou em Clara até a mão que segura à arma com
silenciador, coberta por uma luva.
FIM DE EPISÓDIO
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