Continuação imediata do
capítulo anterior.
Cena 1. Hospital –
Quarto 520 – Noite
Fábio tá deitado
esperando. Batidas na porta.
FÁBIO – Pode entrar.
Ana entra.
ANA – Com licença!
Fábio reconhece Ana na
hora e se encanta.
FÁBIO – Você?
ANA – Eu. Haha Queria
falar comigo?
FÁBIO – Então foi
você...
ANA – Parece um pouco
espantado com minha presença.
FÁBIO – Não é que...
ANA – (corta) Ah, já
sei! Seu pai me falou que trabalha aqui no hospital, então, já deve
ter me visto. Eu trabalho aqui na farmácia!
Fábio fica tímido e
apenas concorda, não revelando a atração que sente.
FÁBIO – É. Já te vi
por aqui.
ANA – Acredito que me
chamou aqui pra saber como tudo aconteceu...
FÁBIO – Não, não. Eu
queria é te agradecer por tudo que você me fez.
ANA – Ah. Que isso! Era
minha obrigação ajudar.
FÁBIO – Não. Qualquer
outro poderia ter seguido o caminho e ter me deixado lá.
ANA – Eu não faria
isso...
FÁBIO – Claro que
não... Você... Você...
ANA – Eu...?
FÁBIO – Você é um
anjo!
ANA – Que isso! Eu sou
normal! Haha
Fábio se envergonha do
que disse.
Cena 2. Hospital –
Sala de Espera – Noite
FRANCHESCO – Que
interessante! Então o senhor é taxista!
EDVALDO – Sim! Há mais
de 30 anos!
MARIANA – Acho que já
peguei um táxi com o senhor.
EDVALDO – Me chame de
você, por favor! Eu não sou nada na vida! Sou um simples taxista!
MARIANA – Tá bom, mas
não diga que não é nada! Imagina quantas pessoas o senhor, digo,
você ajuda.
FRANCHESCO – Bem
lembrado, Mariana! E desculpe perguntar, mas a vida como taxista é
viável financeiramente?
EDVALDO – Dá pra
viver. Sustentei meu filho Fábio com esse trabalho. Mas aí pra ter
uma vida de luxo, não dá e nem gostaria também. Gosto de ter a
vidinha que tenho.
FRANCHESCO – Pois, seu
Edvaldo, digo, Edvaldo, gostaria de lhe fazer uma proposta!
Cena 3. Hospital –
Corredores – Noite
MARCELO – Não acha que
é melhor voltarmos? Podem estar preocupados.
DORIVAL – Fica
tranquilo! Acho que você tá com medo que vamos nos perder! Haha
MARCELO – Não. Não é
isso.
DORIVAL – Ainda bem.
Pode confiar em mim. Eu não enxergo mas conheço tudo aqui.
MARCELO – Fico
imaginando como você faz.
DORIVAL – Ah, é
questão de costume! Você também deve ter seu jeito de fazer as
coisas, não é?
MARCELO – É. Tem
coisas que devido à minha dificuldade, encontro outros modos de
resolver.
DORIVAL – Então você
me entende.
MARCELO – Entendo.
Cena 4. Favela –
Casa de Tonhão – Sala – Noite
Tonhão chega em casa na
madrugada, bêbado. Tonelada tá esperando ele.
TONELADA – Bonito hein,
seu Tonhão?
TONHÂO – Epa, que isso
Tonelada? Tá me estranhando é? To bêbado mas não curto essas
coisas nem assim!
TONELADA – To falando
dessa sua atitude!
TONHÃO – Ué, vai
dizer que nunca tomou um porre na vida?
TONELADA – Já e você
sabe. Já bebemos muito, juntos.
TONHÃO – E então? Ah,
não me enche! Tá parecendo minha mãe!
Tonhão vai indo em
direção ao quarto. Tonelada segura seu braço.
TONHÃO – Qualé,
Tonelada? Tá querendo apanhar?
TONELADA – Você não
faria isso!
TONHÃO – Experimenta
provocar, então!
TONELADA – Tá, não
importa. Não quero brigar. Só quero que você pense no que você tá
fazendo. Principalmente com a Catarina! Cara, ela te ama, ela não
merece sofrer...
TONHÃO – Tá querendo
controlar minha vida agora? Querendo dizer o que devo ou não fazer?
TONELADA – É só um
conselho de amigo, de irmão.
TONHÃO – Tá, tá.
TONELADA – Começa a
tratar melhor sua esposa, cara. Seu filho também... Não vai querer
que ele tenha uma vida que nem a sua, né?
TONHÃO – To nem aí!
Ele é homem, que se vire!
TONELADA – E a
Catarina?
TONHÃO – Amanhã vou
falar com ela...
TONELADA – Tá bom. To
confiando em você.
Cena 5. Hospital –
Sala de Espera – Noite
EDVALDO – Uma proposta?
Pra mim?
FRANCHESCO – É. Pra
você sim, Edvaldo.
MARIANA – Acho até que
já sei o que é. Haha
FRANCHESCO – Mariana,
por favor.
MARIANA – Tá bom. Me
calei!
EDVALDO – Vocês estão
me deixando curioso!
FRANCHESCO – Edvaldo,
você gostaria de trabalhar como meu motorista particular? Lhe darei
um bom aumento, com relação ao que acredito que costuma ganhar,
além de todas as condições de trabalho.
Marcelo e Dorival chegam
nesse instante.
MARCELO – Aceita, vô!
DORIVAL – Isso, aceita,
seu... avô do Marcelo! Vai ser bom ter o senhor trabalhando com nós!
EDVALDO – Bom, diante
de tudo isso... o que eu posso dizer? Eu aceito!
Todos comemoram.
Cena 6. Paisagens da
Cidade – Dia
Cenas da cidade
amanhecendo ao som de Raul Seixas – Tente Outra Vez
Cena 7. Jornal
Bertollo – Recepção - Dia
Cedo da manhã. Luiza
recém chegou e começa a trabalhar. Logo chega Guilherme.
GUILHERME – Cadê teu
chefe?
LUIZA – Como assim?
GUILHERME – É surda?
Quer que eu desenhe? Cadê teu chefe, mulher?
LUIZA – Desculpa, mas o
senhor tem hora marcada?
GUILHERME – Perguntei
primeiro! Cadê teu chefe?
LUIZA – Não posso te
dar essa informação se não se identificar primeiro.
GUILHERME – Olha aqui,
quando eu for o dono dessa droga, você tá na rua!
Guilherme sai irritado.
Luiza fica pensando.
LUIZA – (pensando)
Engano seu, queridinho! Quando eu for a chefe, pessoas como você não
entrarão aqui!
Cena 8 – Hospital –
Saguão – Dia
Horas depois, Fábio
recebe alta e sai do hospital. Ana passou a noite lá, junto com
Edvaldo e Marcelo, porém, os dois ainda ficaram resolvendo algumas
questões com o médico. Ana foi na frente, empurrando a cadeira de
rodas de Fábio, que devido ao acidente, ainda não consegue andar
muito bem.
ANA – Bem vindo ao
mundo de volta!
FÁBIO – Ah, como é
bom respirar o ar da liberdade!
No momento, Guilherme
chega.
GUILHERME – Que
palhaçada é essa aqui?
Congela em Guilherme
irritado.
FIM DE CAPÍTULO.
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