sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Superação - Capítulo 20


Continuação imediata do capítulo anterior.

Cena 1. Hospital – Quarto 520 – Noite
Fábio tá deitado esperando. Batidas na porta.
FÁBIO – Pode entrar.
Ana entra.
ANA – Com licença!
Fábio reconhece Ana na hora e se encanta.
FÁBIO – Você?
ANA – Eu. Haha Queria falar comigo?
FÁBIO – Então foi você...
ANA – Parece um pouco espantado com minha presença.
FÁBIO – Não é que...
ANA – (corta) Ah, já sei! Seu pai me falou que trabalha aqui no hospital, então, já deve ter me visto. Eu trabalho aqui na farmácia!
Fábio fica tímido e apenas concorda, não revelando a atração que sente.
FÁBIO – É. Já te vi por aqui.
ANA – Acredito que me chamou aqui pra saber como tudo aconteceu...
FÁBIO – Não, não. Eu queria é te agradecer por tudo que você me fez.
ANA – Ah. Que isso! Era minha obrigação ajudar.
FÁBIO – Não. Qualquer outro poderia ter seguido o caminho e ter me deixado lá.
ANA – Eu não faria isso...
FÁBIO – Claro que não... Você... Você...
ANA – Eu...?
FÁBIO – Você é um anjo!
ANA – Que isso! Eu sou normal! Haha
Fábio se envergonha do que disse.

Cena 2. Hospital – Sala de Espera – Noite
FRANCHESCO – Que interessante! Então o senhor é taxista!
EDVALDO – Sim! Há mais de 30 anos!
MARIANA – Acho que já peguei um táxi com o senhor.
EDVALDO – Me chame de você, por favor! Eu não sou nada na vida! Sou um simples taxista!
MARIANA – Tá bom, mas não diga que não é nada! Imagina quantas pessoas o senhor, digo, você ajuda.
FRANCHESCO – Bem lembrado, Mariana! E desculpe perguntar, mas a vida como taxista é viável financeiramente?
EDVALDO – Dá pra viver. Sustentei meu filho Fábio com esse trabalho. Mas aí pra ter uma vida de luxo, não dá e nem gostaria também. Gosto de ter a vidinha que tenho.
FRANCHESCO – Pois, seu Edvaldo, digo, Edvaldo, gostaria de lhe fazer uma proposta!

Cena 3. Hospital – Corredores – Noite
MARCELO – Não acha que é melhor voltarmos? Podem estar preocupados.
DORIVAL – Fica tranquilo! Acho que você tá com medo que vamos nos perder! Haha
MARCELO – Não. Não é isso.
DORIVAL – Ainda bem. Pode confiar em mim. Eu não enxergo mas conheço tudo aqui.
MARCELO – Fico imaginando como você faz.
DORIVAL – Ah, é questão de costume! Você também deve ter seu jeito de fazer as coisas, não é?
MARCELO – É. Tem coisas que devido à minha dificuldade, encontro outros modos de resolver.
DORIVAL – Então você me entende.
MARCELO – Entendo.

Cena 4. Favela – Casa de Tonhão – Sala – Noite
Tonhão chega em casa na madrugada, bêbado. Tonelada tá esperando ele.
TONELADA – Bonito hein, seu Tonhão?
TONHÂO – Epa, que isso Tonelada? Tá me estranhando é? To bêbado mas não curto essas coisas nem assim!
TONELADA – To falando dessa sua atitude!
TONHÃO – Ué, vai dizer que nunca tomou um porre na vida?
TONELADA – Já e você sabe. Já bebemos muito, juntos.
TONHÃO – E então? Ah, não me enche! Tá parecendo minha mãe!
Tonhão vai indo em direção ao quarto. Tonelada segura seu braço.
TONHÃO – Qualé, Tonelada? Tá querendo apanhar?
TONELADA – Você não faria isso!
TONHÃO – Experimenta provocar, então!
TONELADA – Tá, não importa. Não quero brigar. Só quero que você pense no que você tá fazendo. Principalmente com a Catarina! Cara, ela te ama, ela não merece sofrer...
TONHÃO – Tá querendo controlar minha vida agora? Querendo dizer o que devo ou não fazer?
TONELADA – É só um conselho de amigo, de irmão.
TONHÃO – Tá, tá.
TONELADA – Começa a tratar melhor sua esposa, cara. Seu filho também... Não vai querer que ele tenha uma vida que nem a sua, né?
TONHÃO – To nem aí! Ele é homem, que se vire!
TONELADA – E a Catarina?
TONHÃO – Amanhã vou falar com ela...
TONELADA – Tá bom. To confiando em você.

Cena 5. Hospital – Sala de Espera – Noite
EDVALDO – Uma proposta? Pra mim?
FRANCHESCO – É. Pra você sim, Edvaldo.
MARIANA – Acho até que já sei o que é. Haha
FRANCHESCO – Mariana, por favor.
MARIANA – Tá bom. Me calei!
EDVALDO – Vocês estão me deixando curioso!
FRANCHESCO – Edvaldo, você gostaria de trabalhar como meu motorista particular? Lhe darei um bom aumento, com relação ao que acredito que costuma ganhar, além de todas as condições de trabalho.
Marcelo e Dorival chegam nesse instante.
MARCELO – Aceita, vô!
DORIVAL – Isso, aceita, seu... avô do Marcelo! Vai ser bom ter o senhor trabalhando com nós!
EDVALDO – Bom, diante de tudo isso... o que eu posso dizer? Eu aceito!
Todos comemoram.

Cena 6. Paisagens da Cidade – Dia
Cenas da cidade amanhecendo ao som de Raul Seixas – Tente Outra Vez

Cena 7. Jornal Bertollo – Recepção - Dia
Cedo da manhã. Luiza recém chegou e começa a trabalhar. Logo chega Guilherme.
GUILHERME – Cadê teu chefe?
LUIZA – Como assim?
GUILHERME – É surda? Quer que eu desenhe? Cadê teu chefe, mulher?
LUIZA – Desculpa, mas o senhor tem hora marcada?
GUILHERME – Perguntei primeiro! Cadê teu chefe?
LUIZA – Não posso te dar essa informação se não se identificar primeiro.
GUILHERME – Olha aqui, quando eu for o dono dessa droga, você tá na rua!
Guilherme sai irritado. Luiza fica pensando.
LUIZA – (pensando) Engano seu, queridinho! Quando eu for a chefe, pessoas como você não entrarão aqui!

Cena 8 – Hospital – Saguão – Dia
Horas depois, Fábio recebe alta e sai do hospital. Ana passou a noite lá, junto com Edvaldo e Marcelo, porém, os dois ainda ficaram resolvendo algumas questões com o médico. Ana foi na frente, empurrando a cadeira de rodas de Fábio, que devido ao acidente, ainda não consegue andar muito bem.
ANA – Bem vindo ao mundo de volta!
FÁBIO – Ah, como é bom respirar o ar da liberdade!
No momento, Guilherme chega.
GUILHERME – Que palhaçada é essa aqui?

Congela em Guilherme irritado.


FIM DE CAPÍTULO.
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