segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Fixação - Capítulo 11


Cena 1/ Motel/ Quarto/ Interno/ Noite
SOLANO: E como você pretende acabar com a Amanda?
LUANA: Estou tendo aqui algumas idéias. Eu acho que, de início, eu não vou precisar da sua ajuda. Mas caso algo se complique, aí é bem provável que eu precise. Mas vamos aproveitar o tempo que podemos.
(Luana pula em cima de Solano e o beija)

Cena 2/ Casa de Lucrécio/ Sala de jantar/ Interno/ Noite
(Lucrécio e Raimunda estão jantando, um sentado na frente do outro)
LUCRÉCIO: Está gostando da comida?
RAIMUNDA: Estou. Sua comida está uma maravilha.
LUCRÉCIO: Você acreditaria se eu te dissesse que fui eu que fiz essa comida?
RAIMUNDA: Claro que acreditaria. Por que não? Além do mais, eu já sabia dos seus dotes culinários.
LUCRÉCIO: Como sabia, se essa é a primeira vez que eu abri a minha cozinha para você?
RAIMUNDA: Ah, Lucrécio, o povo comenta, né? Mas parabéns por essa comida, viu? Como eu disse, ela está uma maravilha.
LUCRÉCIO: Obrigado. Mudando de assunto, como estão as coisas na sua casa? Como foi o primeiro dia de trabalho da Luana na mansão Bertolin?
RAIMUNDA: Correu tudo bem, graças a Deus. Eu acho que a Luana se saiu bem. Ela não me apresentou nenhuma queixa.
LUCRÉCIO: Então isso é um bom sinal.
RAIMUNDA: A essa hora, ela deve estar apresentando a cidade para o Solano, um primo dela que veio passar uma temporada aqui em Dourados. Ele está morando lá em casa.
LUCRÉCIO: Você acolheu um desconhecido, Raimunda?
RAIMUNDA: Não é um desconhecido, Lucrécio. É o primo da minha sobrinha.

Cena 3/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Marta está sentada no sofá.)
MARTA: VIVIAN!
(Vivian entra)
VIVIAN: Deseja alguma coisa, dona Marta?
MARTA: Chame a Luana para mim. Eu quero que ela faça um lanchinho para mim.
VIVIAN: A Luana não está.
MARTA: Como não está? Não vá me dizer que a Luana abandonou o trabalho na metade novamente?
VIVIAN: Foi isso mesmo o que aconteceu. Ela já saiu a algum tempo, mas não me disse aonde ia. Só falou que ela havia pedido autorização para o seu Tiago e ele permitiu a saída dela.
MARTA: Garotinha petulante.

Cena 4/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Noite
(Estão Tiago e Amanda deitados)
TIAGO: Você anda muito esquentadinha, sabia? Você não era assim quando eu te conheci.
AMANDA: Eu acho que é a aproximação do nosso casamento que está me deixando muito nervosa. Eu tenho medo, Tiago.
TIAGO: Medo? Medo de quê?
AMANDA: Medo de dar alguma coisa errada, de algo não sair como o planejado.
TIAGO: Não fica pensando nessas coisas, meu amor. Vai dar tudo certo. Se você ficar pensando somente em coisas negativas, aí sim, a chance de algo dá errada, será bem maior.
(Amanda beija Tiago. Alguém bate na porta)
TIAGO: Entra.
(Marta, furiosa, entra)
MARTA: Escuta aqui, Tiago. O que deu na sua cabeça de liberar a Luana no meio do trabalho dela?
TIAGO: Mãe, eu não liberei a Luana no meio do trabalho. Ela mesma veio me dizer que já tinha terminado tudo.
MARTA: Terminou nada, meu filho. O que mais tem naquela pia é louça para lavar. Você sabia que essa é a segunda vez que ela abandona o trabalho na metade só hoje?
TIAGO: Mãe, ela teve motivos sérios para isso.
MARTA: Então, me cita pelo menos um desses motivos sérios.
TIAGO: Ela me disse que teve que sair para cuidar da tia, que estava passando muito mal.
MARTA: Essa é a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi em toda a minha vida. Ela está se divertindo na noite de Dourados, isso sim. Hoje de manhã, a tia dela recebeu uma visita e ela fez questão que a Luana fosse até a casa dela para recepcionar essa tal visita. Tenho certeza que está a Luana e essa visita misteriosa curtindo a noitada. Aposto minha vida.
TIAGO: A Luana nunca mentiria para mim, mãe.
MARTA: Ah não? Então veremos. E você, Amanda? Não tem casa, não? Eu hein.
(Marta sai)

Cena 5/ Mansão Amorim/ Quarto de Vera/ Interno/ Noite
(Vera está deitada, quando suas mãos começam a tremer)
VERA: Droga. Isso de novo. Preciso encontrar os meus remédios.
(Vera levanta-se e vai em direção ao corredor. Vera sai do quarto)

Cena 6/ Mansão Amorim/ Corredor/ Interno/ Noite
(Vera passa pelo corredor com as mãos tremendo. As pernas começam a tremer)
VERA: Ai, minhas pernas. Não consigo nem andar.
(Vera se apóia no corrimão e para no alto da escada. Vera tenta descer um degrau, com as pernas tremendo, mas se desequilibra e cai da escada, rolando. Vera, quando chega ao chão da sala, fica desacordada. Mirna entra)
MIRNA (desesperada): Dona Vera.

Cena 7/ Praça/ Interno/ Noite
VITOR: Eu não sei o que fazer para se reconciliar com a Luiza.
CÍNTIA: Você nunca sabe o que fazer, não é?
VITOR: É por isso que eu vim te pedir ajuda. O que eu devo fazer?
CÍNTIA: Peça perdão a Luiza. Peça perdão e mostre-se arrependido por ter feito aquelas coisas horrorosas contra o Felipe. Agora, claro, não tente reconquistá-la usando aquele papo machista que só você sabe usar. Se fizer isso, só vai deixá-la mais irritada.

Cena 8/ Sorveteria/ Interno/ Noite
(Felipe e Luiza estão sentados, um na frente do outro)
LUIZA: Você está bem mesmo?
FELIPE: Estou. Eu juro. Não precisa ficar tão preocupada.
LUIZA: Ah, mas eu fico sim. Eu me sinto tão culpada, Felipe.
FELIPE: Está tudo bem. Mesmo. Confia em mim.
LUIZA: O Vitor é realmente um brutamonte. Não sei como passei tanto tempo namorando aquele troglodita.
FELIPE: Esclarece uma coisa que eu ainda estou em dúvida. Você e o Vitor estão namorando ou não?
LUIZA: Ah, acho que não, ou sim, não sei. Também estou em dúvida em relação a isso.
FELIPE: Eu acho que vocês precisam conversar sobre isso.
LUIZA: Por quê?
FELIPE: Para resolver essa situação de vocês. Eu acho que isso é o melhor a ser feito.

Cena 9/ Mansão Bertolin/ Quartinho de Luana/ Interno/ Noite
(Quarto escuro. Luana entra. Marta acende o abajur)
MARTA: Bu
LUANA: Dona Marta. Ai, que susto.
MARTA: Susto? Estava onde, Luana?
LUANA: Fui ajudar a minha tia. Ela estava passando mal e...
MARTA: Chega, chega, chega. Você acha que me engana com essa historinha para boi dormir? Eu sei muito bem o que você estava fazendo.
LUANA: Dona Marta, eu sinto muito. Eu sei que não deveria sair da mansão dessa maneira, mas era um assunto muito importante que eu tinha que resolver.
MARTA: Pouco me importa os seus assuntos, Luana. O que eu não gostei foi de saber que você enganou o meu filho para dar as suas puladas. Eu não admito incompetência, da mesma forma que eu não suporto gente folgada. Da próxima vez, eu te tiro da minha casa, entendeu?
(Marta sai)

Cena 10/ Mansão Amorim/ Sala/ Interno/ Noite
(Amanda entra e vê Vera desacordada e deitada em cima do sofá. Ao lado da mulher, está Mirna)
AMANDA: Vera. Minha irmã. O que aconteceu com ela, Mirna?
MIRNA: Ela caiu da escada, dona Amanda. Eu não soube o que fazer. Preferi esperar a senhora chegar para fazer alguma coisa.
AMANDA: Faz muito tempo?
MIRNA: Um pouco.
AMANDA: E por que você não me ligou quando tudo aconteceu, Mirna?
MIRNA: Eu liguei, mas o seu celular só dava fora de área.
AMANDA: Bom, vamos levá-la para o hospital agora. Me ajuda.

Cena 11/ Paisagens de São Paulo/ Dia
(Toca Beautiful Place – Good Charlotte)

Cena 12/ SP/ Casa de Lara/ Externo/ Dia
(Lara está parada em frente à casa, com três malas ao seu lado. O carro de Celso se aproxima e para em frente a Lara. Celso abre a porta do lado motorista do carro e sai. Ele abre o bagageiro e se aproxima de Lara)
CELSO: Vamos?
LARA (entregando as malas para Celso): Vamos
(Celso guarda as malas e fecha o bagageiro. Ele abre a porta para Lara entrar e ela entra. Ele fecha a porta, dá a volta no carro, abre a porta do seu lado, entra no carro, fecha a porta e sai. O carro parte)

Cena 13/ Paisagens de Dourados/ Dia
(Toca I Don’t Want Be – Gavin DeGraw)

Cena 14/ Hospital/ Interno/ Dia
(Um médico se aproxima de Amanda)
MÉDICO: Amanda Amorim?
AMANDA: Sou eu. Alguma notícia sobre o estado de saúde da Vera, doutor?
MÉDICO: Sim. Nós passamos a madrugada inteira fazendo uma bateria de exames na paciente Vera Amorim e chegamos a um diagnóstico.
AMANDA: Então diga. O que a minha Irmã tem?

Cena 15/ Rua/ Dia
(Estão Luana e Solano conversando. Tiago sai de casa e vê a cena. Ele se aproxima do casal)
TIAGO: Luana?
LUANA: Tiago. Solano, esse é meu patrão, Tiago Bertolin.
TIAGO: Prazer.
SOLANO: Acredite, o prazer é todo meu.
LUANA: E, Tiago, esse é meu primo Solano.
TIAGO: Tudo bem?
SOLANO: Tudo ótimo.
LUANA: Ele é novo aqui. Está começando a se adaptar à rotina da cidade.
TIAGO: Desejo toda a sorte do mundo para você, Solano. Tenho certeza que você irá se ajustar às condições da cidade. E, Luana, eu preciso que você volte ao seu trabalho. Não é legal ficar abandonando o trabalho na metade.
LUANA: Desculpa, Tiago. Você tem razão.
SOLANO: Bom, eu já estava de saída mesmo. Até mais ver, Luana.
LUANA: Até.
(Solano sai)
LUANA: Vou voltar para o meu trabalho.
TIAGO: Espera um pouco.
LUANA: Claro. Deseja falar algo comigo?
TIAGO: Porque você mentiu para mim, Luana?
LUANA: Menti?
TIAGO: Sim. Ontem, você me pediu para que eu te liberasse para você cuidar da dona Raimunda, que estava passando mal, mas eu descobri que a sua tia passou a noite praticamente inteira acompanhada do doutor Lucrécio. Conclusão, você mentiu para mim. Agora, eu me pergunto, por que você fez isso comigo? Por que você mentiu?
(Congela em Luana. Toca Falling Down – Oasis)
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