segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Superação - Capítulo 11

 

Cena 1. Estrada – Carro de Tonhão – Dia
TONHÃO – Olha lá! Ele tá indo pro refúgio na estrada. Agora ele me paga!
Tonhão vai em direção ao refúgio também.
CATARINA – O que você vai fazer, Tonhão???
TONHÃO – Me deixa, Catarina! Você sabe que eu não sou de aceitar provocação!
TONELADA – Calma, Tonhão! Deixa pra lá!
TONHÃO – Não quero saber!
Tonhão vai com o carro diminuindo a velocidade até chegar ao refúgio na estrada.

Cena 2. Estrada – Refúgio – Dia
Edvaldo e Fábio estão parados com o carro.
FÁBIO – Papai, to com fome!
EDVALDO – Eu também, filho! Por isso paramos aqui. Vamos comer alguma coisa.
FÁBIO – Oba! O que tem pra comer?
EDVALDO – Deixa eu ver aqui...
No momento em que vão começar a fazer um lanche, chega o carro de Tonhão. Ele desce do carro furioso.
TONHÃO – Escuta aqui, senhor! Tá me provocando por que?
EDVALDO – Oi? É comigo?
TONHÃO – Não se faça de idiota! Claro que é!
EDVALDO – Desculpa, mas eu não sei do que o senhor tá falando...
Tonhão pega Edvaldo pelo colarinho.
FÁBIO – Larga meu papai, seu feio!
EDVALDO – Fábio, fica quieto! Não se mete.
Tonelada e Catarina ficam no carro de Tonhão.
CATARINA – Tonelada, faça alguma coisa!
TONELADA – O que eu posso fazer, Catarina? Cê sabe que ninguém segura o Tonhão!
E a discussão continua entre Tonhão e Edvaldo. Fábio fica com medo e vai até o outro carro pedir ajuda.
Tonhão, segurando Edvaldo pelo colarinho, olha bem nos olhos dele com raiva. De repente Tonhão tem uma lembrança.
TONHÃO – Pera aí, eu já te vi antes!
EDVALDO – Não lembro. Talvez o senhor já tenha andado no meu táxi.
TONHÃO – Eu não ando de táxi! Foi de outro lugar!
EDVALDO – Então não lembro de tê-lo visto mais gordo.
TONHÃO – Tá me chamando de gordo é?
EDVALDO – Não, não foi o que eu quis dizer...

Cena 3. Flashback - Hospital de Clínicas – Saguão – Dia
Tonhão vem entrando. Edvaldo vem saindo, apressadamente. Eles se esbarram.
TONHÃO – Que isso?
EDVALDO – Me perdoe, senhor! Eu não to bem. Tava distraído e não vi.
TONHÃO – Tá, tudo bem!

Fim do Flashback.

Cena 4 – Estrada – Refúgio – Dia
Tonhão lembra de onde viu Edvaldo e começa a ficar apreensivo.
TONHÃO – (pensando) Não! Foi naquele dia! Eu não posso ser descoberto. Tenho que me mandar.
Tonhão solta Edvaldo. No momento, Fábio tá perto do carro de Tonhão.
CATARINA – Oi, menino!
FÁBIO – Oi. E esse bebê?
CATARINA – É meu filho. O nome dele é Guilherme.
FÁBIO – Parece um brinquedo.
CATARINA – Haha. Você quando tinha essa idade também parecia um brinquedo.
TONELADA – hahaha
Fábio vira pro lado onde estão Edvaldo e Tonhão e grita.
FÁBIO – (gritando) Papai!!! Olha aqui, tem um bebê pequeno!
TONHÃO – (pensando) Droga! Isso não pode acontecer!
Tonhão vai correndo até o carro e entra.
CATARINA – Tonhão, calma! Olha o menino aí!
TONHÃO – Não quero saber! Vamos embora!
Fábio vai correndo até Edvaldo. Tonhão liga o carro e segue pela estrada.
FÁBIO – Papai, o senhor deveria ter visto. O bebê parecia um brinquedinho. Bem pequeno.
Edvaldo lembra do ocorrido, de seu filho que abandonou e fica triste. Mal imagina que o bebê que Fábio estava falando era o próprio.
EDVALDO – Vamos comer alguma coisa e depois vamos seguir viagem, filho!

Cena 5 – Casa da família Bertollo – Sala – Interior – Dia
Mariana tá com Ana no colo, dando a mamadeira. Franchesco chega em casa.
MARIANA – Meu amor! E aí, como foi lá? Falou com seu amigo?
FRANCHESCO – Sim. Falei e ele prometeu nos ajudar.
MARIANA – Graças a Deus, Franchesco!
FRANCHESCO – E nossa pequena Ana, como tá?
MARIANA – Muito bem! Dormiu um pouquinho e agora tá se alimentando. Que fome tem essa menina! Haha
FRANCHESCO – Que bom, meu amor! Nossa filha vai crescer forte e saudável. Vamos ser os melhores pais que ela pode ter.
MARIANA – Isso mesmo!

Cena 6 – Paisagens da Cidade – Exterior – Dia
Paisagens da cidade são mostradas ao som de Raul Seixas – Tente Outra Vez.
26 anos Depois...
Letreiro: Rio de Janeiro – 2013.

Cena 7 – Casa da Família Bertollo – Quarto do Casal – Interior – Noite
FRANCHESCO – Mariana, ainda acordada?
MARIANA – Tava aqui lembrando de como foi nossa vida nesses anos todos.
FRANCHESCO – Tudo saiu melhor ainda do que planejávamos.
MARIANA – Sim, eu me tornei diretora da escola Napoinara...
FRANCHESCO – E eu agora sou dono do Jornal Bertollo. Não é tão famoso, mas já fico feliz!
MARIANA – E nossa filha, Ana, se tornou uma mulher linda, responsável!
FRANCHESCO – E nosso filho Dorival, apesar de sua deficiência visual é um jovem com a cabeça no lugar. Responsável...
MARIANA – Ai, meu amor! Tudo tão bem que nem ligo pra essa deficiência do nosso filho. Pra mim ele é normal! Se tem suas dificuldades, todos temos. Vou fazer de tudo pra ajudá-lo.
FRANCHESCO – Eu também! Você é a melhor esposa do mundo!
MARIANA – Você que é o melhor marido do mundo!
Eles se beijam.

Cena 8. Casa de Edvaldo – Sala – Noite
Fábio vem até a sala. Edvaldo tá comendo uma fruta.
EDVALDO – Filho, ainda acordado?
FÁBIO – Ah, pai! Eu tava tentando fazer o Marcelo dormir, mas esse guri tá muito rebelde!
EDVALDO – Isso é coisa daquela mãe dele, a Luiza, que tratou ele sempre como criança.
FÁBIO – Concordo, pai! Acho que temos que procurar um psicólogo pra ele.
EDVALDO – Não, filho. Deixa que eu vou ter uma conversa com ele.
Fábio senta e baixa a cabeça.
FÁBIO – Por que isso tinha que acontecer comigo, pai? Por que?
EDVALDO – Fábio, o seu filho Marcelo é normal. Ele só tem uma pequena deficiência física. Isso não vai impedir ele de ter uma vida feliz.
FÁBIO – Eu sei, pai, mas me dói ver ele tão revoltado...
EDVALDO – Filho, você não tá sozinho. Se a mãe dele não tá aqui pra ajudar, o avô dele tá!
Fábio abraça o pai.
FÁBIO – Obrigado, pai! Não sei o que seria de mim sem o senhor!
EDVALDO – Lembra quando você era pequeno e eu dizia que estaria com você sempre?
FÁBIO – Não lembro, mas acredito.
EDVALDO – Se Deus colocou o Marcelo em nossas vidas, ele sabe o que faz. Vou até lá conversar com ele.
Edvaldo levante e vai até o quarto de Marcelo.

Cena 9. Casa da Família Bertollo – Quarto de Dorival – Noite
Ana foi até o quarto de Dorival dar boa noite.
ANA – Boa noite, Dorival!
DORIVAL – Boa noite, Ana!
Ana dá um beijo no irmão e vai em direção à porta.
DORIVAL – (gritando) ANA!
Ana volta correndo.
ANA – O que foi, Dorival? Tá precisando de alguma coisa?
DORIVAL – Não gosto daquele seu namorado, Guilherme.
ANA – Ah, Dorival. Isso é implicância sua! Agora vá dormir... Boa noite!
DORIVAL – (pensando) Não sei, mas ele tem alguma coisa de errado. Posso não enxergar, mas eu sinto!

Cena 10 – Favela – Casa de Tonhão – Noite
Tonhão e Guilherme saíram durante a noite. Catarina e Tonelada ficaram em casa.
CATARINA – Ai, Tonelada! O Tonhão não perde essa mania de sair sem avisar!
TONELADA – Calma, Catarina! Você já deveria estar acostumada!
CATARINA – Eu não quero que o Guilherme vá pelo mesmo caminho e é o que tá acontecendo...
TONELADA – Eu vou ter uma conversa com o Guilherme. Vou protegê-lo. Pode contar comigo, Catarina!
CATARINA – Obrigada, Tonelada. Fico mais tranquila... mas, amanhã vou até o hospital pegar mais uns remédios pros nervos...
TONELADA – Catarina, você não pode ficar se medicando por conta própria! Isso faz mal!
CATARINA – Que nada! Me deixa melhor!
TONELADA – Não sei não. Não entendo muito disso, mas não acho certo...

Cena 11 – Casa de Edvaldo – Quarto de Marcelo – Noite
Edvaldo vai até o quarto de Marcelo conversar com o neto. Ele abre a porta e toma um susto.
EDVALDO – (asssustado) Marcelo!!!

Congela na expressão de espanto de Edvaldo.


FIM DO CAPÍTULO.
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