segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fixação - Capítulo 21


Cena 1/ Mansão Bertolin/Jardim/ Interno/ Noite
ALEXANDRE: Nunca poderia imaginar uma atitude dessas vindo de você, Amanda.
AMANDA: Infelizmente, essa foi a única alternativa que você me deixou. Eu te pedi tanto para que você parasse de me cercar, mas você continuava a insistir nesse relacionamento que nunca vai acontecer, que eu fui praticamente obrigada a obter esse comportamento. Vai ser assim que as coisas irão funcionar a partir de agora, Alexandre. Se continuar me rondando, eu acabo com qualquer laço haja entre você e o Tiago. Eu juro.
ALEXANDRE: Tudo bem. Já que as coisas tomaram essas proporções, eu acho que o que me resta agora é abaixar a sua cabeça para a chantagem. Eu vou me afastar de você. Não sei se vai ser para sempre, mas eu vou tentar.
AMANDA: Bom, de qualquer forma, isso já é um começo. Que bom que você foi capaz de entender o meu recado. Com licença.
(Amanda sai)

Cena 2/ Casa de Lucrécio/ Sala/ Interno/ Noite
LUCRÉCIO: Você é o Josivaldo? Você é o pai da Lara?
CAIO: Sou. Eu sou o pai da Lara, o pai que ela veio procurar em Dourados.
LUCRÉCIO: Mas como isso foi acontecer?
CAIO: Tudo ocorreu naquela época que eu fui para São Paulo para fazer faculdade de administração. Lá eu conheci a Andressa, mãe da Lara, e foi paixão a primeira vista. A gente começou a ter contato, até que começamos a ter uma relação mais íntima.
LUCRÉCIO: E para virar um namoro, foi só um pulo.
CAIO: Isso mesmo.
LUCRÉCIO: Mas, pelo que eu me lembre, naquela época, você já era noivo da Marta e ela já estava grávida do Celso.
CAIO: Exatamente. E foi por isso que eu me revelei para Andressa usando um nome falso. Para que a Marta não descobrisse que eu tive um caso amoroso em Sampa, eu usei um nome falso. Mas eu juro a você que em nenhum momento eu soube da existência dessa menina, da Lara. Eu saí de São Paulo sem saber que a Andressa estava grávida. Mas o pior de tudo, você ainda não sabe.
LUCRÉCIO: E tem mais nessa história?
CAIO: Tem. A Lara veio para Dourados acompanhada do Celso e parece que eles estão começando um relacionamento, ou seja, iniciando um namoro.
LUCRÉCIO: Namoro? Caio, você não pode deixar isso acontecer. Eles são irmãos.
CAIO: Eu sei. Mas eu não sei o que fazer.
LUCRÉCIO: Como não sabe? Conte a verdade para todos. A Lara precisa saber que você é o pai dela e que ela e o Celso são irmãos.
CAIO: Está louco? Se a Marta souber que eu a traí, ela me mata. Lucrécio, a Marta não seria capaz de suportar uma traição como essa. A Lara não pode saber que eu sou pai dela. Se ela descobrir, vai ser o fim do meu casamento, mas também eu não posso deixar ela e o Celso namorarem. Eles são irmãos. Eu preciso arranjar uma maneira de separá-los.
LUCRÉCIO: Eu não acredito no que eu estou ouvindo. Caio, você não pode esconder um segredo tão importante como esse de ninguém.
CAIO: Tanto posso que é isso que eu vou fazer. E quanto a você, Lucrécio, não conte isso para ninguém. A qualquer hora, o Celso e a Lara vão aparecer por aqui te pedindo informações sobre o Josivaldo e você vai ter que mentir.
LUCRÉCIO: Mas porque eles virão atrás de mim?
CAIO: Quando eu estava tendo um caso com Andressa, eu tinha a mania de dar a ela cartas e fotos minhas. Em uma dessas cartas, eu acabei te mencionando como meu melhor amigo.
LUCRÉCIO: E agora eu vou ter que mentir.
CAIO: Vai. Você vai ter que inventar alguma história, de preferência uma que conte que o Josivaldo não se encontra em Dourados há muito tempo. Alguma idéia?
LUCRÉCIO: Acabou de passar uma na minha cabeça. Vou te contar.

Cena 3/ Casa de Raimunda/ Quarto de Solano/ Interno/ Noite
RAIMUNDA: E então, Solano? O que você faz com essas fotos que mostram a Amanda e o Alexandre aos beijos?
SOLANO: Dona Raimunda, eu não quero fazer fofoca. Só estou fazendo um favor que a Luana me pediu.
RAIMUNDA: Então a Luana também está metida nisso? Solano, eu não quero nem saber, você vai me contar direitinho que ligação você e a Luana têm com essas fotos.
SOLANO: Dona Raimunda, por favor, eu peço. Não me...
RAIMUNDA: CONTE!
SOLANO: Tudo bem. Eu vou contar. Como a senhora está vendo nessas fotos, parece que a Amanda está traindo o Tiago com o Alexandre.
RAIMUNDA: Parece? Está claro que ela está o traindo.
SOLANO: Pois é.  O que está acontecendo é que de uns dias para cá, a Amanda está sendo ameaçada por alguém anônimo, que, a todo o momento, entrega para ela essas fotos, como uma espécie de chantagem. Ela ficou com medo de guardar essas fotos na casa dela ou na mansão Bertolin com medo que o Tiago as encontre e, por isso, ela pediu para que a Luana guardasse essas fotos em algum lugar seguro.
RAIMUNDA: E a Luana decidiu pôr essas fotos aqui na minha casa?
SOLANO: Exatamente.
RAIMUNDA: Essas fotos vão ficar comigo e, amanhã mesmo, eu irei entregá-las de volta para Luana. Ela que encontre outro lugar para malocar essas fotos, mas aqui na minha casa, elas não ficam.
(Raimunda coloca as fotos no envelope e sai, segurando o envelope em uma das mãos)

Cena 4/ Paisagens de Dourados/ Dia
(Toca Spiritual - Katy Perry)

Cena 5/ Casa de Lucrécio/ Sala/ Interno/ Dia
(Estão sentados no sofá Lucrécio, Celso e Lara)
LUCRÉCIO (levantando-se): Josivaldo?
CELSO: Sim, Lucrécio. Ele é o pai da Lara que, coincidentemente, passou um tempo morando aqui em Dourados. A gente quer saber se ele continua vivendo aqui, o que ele faz da vida, enfim, queremos saber informações a respeito dele.
LUCRÉCIO: Eu já entendi. Vocês querem saber sobre o Josivaldo.
LARA: E então? O senhor o conhece, doutor Lucrécio?
LUCRÉCIO: Lara, você tem certeza que quer saber sobre o seu pai? Já vou adiantar que ele não é um homem bom. Pelo menos, há vinte anos, ele não era.
LARA: Qualquer coisa que o senhor saiba sobre o meu pai, eu tenho todo o direito de saber, doutor Lucrécio. Sendo ele um homem bom ou não, eu preciso obter informações sobre ele. É meu pai, afinal.
LUCRÉCIO: Tudo bem. Já que você insiste, eu vou contar. Lara, eu e seu pai sempre fomos amigos, desde a infância. O cais que você conheceu quando foi me procurar, de início, foi um projeto de sociedade entre mim e o Josivaldo. O cais pertencia tanto a mim quanto a ele. Afinal, foi para isso que ele foi a São Paulo e cursar administração. Ele tinha que garantir a educação adequada sobre o assunto para poder comandar o cais junto comigo. O problema é que eu confiei demais no seu pai.
LARA: O que foi que ele fez?
LUCRÉCIO: Ele me traiu. Quando o cais estava sendo construído, ele me deu golpe e saiu de Dourados, levando parte do capital que eu havia empregado no cais. Seu pai é um ladrão, quer dizer, era, não sei. Desde aquele dia, não tenho mais notícias do Josivaldo e, sinceramente, nem quero.
LARA: Nossa. Nunca poderia imaginar que meu pai era um ladrão, um homem desonesto, sem palavra.
LUCRÉCIO: Eu sinto muito. Sei que essa não era a notícia que você pretendia obter sobre o Josivaldo, mas é a verdade.

Cena 6/ Mansão Bertolin/ Quarto de Marta e Caio/ Interno/ Dia
(Vivian entra)
VIVIAN: Com licença. A senhora me chamou?
MARTA: Chamei sim. Pode ficar tranqüila. O Caio está no escritório.
VIVIAN: Aconteceu alguma coisa?
MARTA: Vivian, eu descobri mais algumas coisas a respeito sobre a Luana, como o fato de que ela e o Solano pretendem fazer algo contra a minha família, usando o Tiago como passaporte de entrada. Eu vou precisar da sua ajuda para descobrir que algo é esse.
VIVIAN: E o que a senhora quer que eu faça?
MARTA: Pelo que eu saiba, você é solteira, correto?
VIVIAN: Sim.
MARTA: Ótimo. Eu quero que você se aproxime do Solano. Sendo mais específica, eu quero que você namore o Solano. E então, você aceita essa missão? Prometo a você um salário extra no fim do mês. Uma proposta tentadora, não?

Cena 7/ Escola/ Pátio/ Interno/ Dia
(Estão Luiza e Felipe sentados em um banco)
FELIPE: Eu quero te pedir desculpas pelo comportamento da minha mãe quando você foi me visitar.
LUIZA: Tudo bem. Eu já até esqueci.
FELIPE: Eu só quero que você saiba que eu nunca vou me afastar de você. Nunca. Eu gosto muito de você para fazer uma coisa dessas, Luiza.
LUIZA: Eu também gosto de você, Felipe. Ah, deixa eu te contar uma coisa.
(Luiza cochicha algo no ouvido de Felipe)
FELIPE: Você e o Vitor transaram?
LUIZA: Fala baixo. Só estou contando para você, porque eu confio em você, eu te vejo como um amigo, um irmão.
FELIPE: Amigo. Irmão. Você gostou? Ele foi carinhoso com você?
LUIZA: Foi um momento mágico. Ele foi tão romântico comigo. Eu acho que ele é o cara certo. Sempre foi e só fui perceber isso agora.
FELIPE: Luiza, com licença, mas eu acabei de lembrar que tenho um dever para fazer que o dia de entrega é hoje.
LUIZA: Que dever é esse? Não me lembro de nenhum.
FELIPE: Com licença.
(Felipe sai)

Cena 8/ Escola/ Depósito/ Interno/ Dia
VITOR: Transei. Finalmente, eu transei com a Luiza.
CÍNTIA: Você não sabe como essa notícia me deixa feliz. Finalmente, você vai poder largar a Luiza e ficar comigo.
VITOR: Eu peço desculpas por ter feito você esperar por muito tempo.
CÍNTIA: Esquece isso. O que importa é que agora iremos ficar juntos. Já terminou com a Luiza?
VITOR: Não. Ainda nem falei com ela depois de ontem. Mas quem se importa? Não vou nem perder meu tempo terminando com ela.  Vem aqui que temos coisas mais importantes para fazer agora.
(Vitor beija Cíntia)

Cena 9/ Ambulância/ Interno/ Dia
(Amanda, sentada em um dos banquinhos improvisados, envia uma mensagem e depois guarda o celular. Vera acorda e percebe que está deitada em uma maca. Ao seu lado, ela vê Amanda)
VERA: Onde estamos?
AMANDA: Em uma ambulância?
VERA: Ambulância? Por que estamos em uma ambulância? Vamos, por acaso, a algum hospital?
AMANDA: Não. Pelo contrário, acabamos sair do hospital.
VERA: Então, vamos voltar para casa?
AMANDA: Também não.
VERA: Não? Então, nós estamos indo para onde?
AMANDA: Nossa. Vera, eu ensaiei tanto para te contar essa notícia quando você acordasse.
VERA: Como assim? Do que você está falando?
AMANDA: Nós estamos indo para uma clínica de tratamento para pessoas com depressão.
VERA: O quê? Você está me levando para esse lugar, Amanda?
AMANDA: É necessária, Vera. O fato de você não ter tomado aqueles remédios que o médico receitou fez com que o seu estado de depressão piorasse. Segundo o doutor que te atendeu ontem, a única alternativa é te levar para uma clínica especializada.
VERA: Clínica? Eu não quero ir para essa clínica. Não deixe eles fazerem isso comigo, Amanda. Não deixa.

Cena 10/ Escola/ Depósito/ Interno/ Dia
(Vitor e Cíntia estão se beijando. O celular do rapaz soa um bip, ele escuta, pega o telefone e lê a mensagem)
CÍNTIA: O que foi? O que diz a mensagem?
VITOR: Minha mãe está sendo internada em uma clínica.
CÍNTIA: Como é?
VITOR: Minha tia Amanda acabou de mandar uma mensagem avisando sobre a internação da minha mãe. Eu não sabia disso.
CÍNTIA: Como não sabia?
VITOR: Não sabia. Ontem a noite, minha casa estava silenciosa como sempre. Presumi que minha mãe estava dormindo no quarto e que tia Amanda estava na casa do Tiago. Não imaginava que tudo isso estava acontecendo nas minhas costas. O que eu faço? Acho que vou até essa clínica ver minha mãe.
CÍNTIA: Calma. Se foi realmente a Amanda que mandou essa mensagem, ela deve estar ao lado da sua mãe, acompanhando-a na internação da Vera nessa clínica. Você não pode sair da escola assim.
VITOR: Mas é minha mãe.
CÍNTIA: Eu sei. Mas espera as aulas de hoje acabarem e aí, você vai visitar sua mãe nessa clínica. Calma. Vai dar tudo certo. Tudo vai ficar bem.
(Cíntia abraça Vitor)

Cena 11/ Clínica de Tratamento/ Quarto de Vera/ Interno/ Dia
(Vera está deitada. Amanda está ao lado da irmã)
AMANDA: Vera, isso tudo é para o seu bem. Pensa no lado positivo: você vai ficar boa logo, vai poder voltar para casa o mais rápido possível, vai se tratar dessa depressão.
VERA: Eu não quero ficar aqui. Mesmo que seja para o meu bem, eu não quero ficar aqui.
AMANDA: Calma, minha irmã.
VERA: Fica aqui comigo. Não me deixa sozinha nesse lugar.
AMANDA: Vera, não precisa ter medo. Todos aqui irão te tratar com muito amor e carinho. E tem outra coisa: eu não vou poder ficar aqui com você a todo o momento, mas eu prometo a você que irei me revezar com o Vitor e com a Mirna para virem te visitar.
VERA: Promete? Promete que você não vai me largar aqui e me esquecer?
AMANDA: Claro que não. Você é minha irmã. Minha única irmã. Eu te amo, Vera. Eu nunca te deixarei desamparada. Nunca.
(Vera chorando)
VERA: Eu te amo também.
(Amanda abraça Vera)
AMANDA: Eu nunca vou te deixar sozinha. Confia em mim. Bom, agora eu vou precisar ir.
VERA: Você jura que volta?
AMANDA: Eu voltarei sempre.
(Vera pega na mão de Amanda, e em câmera lenta, as mãos de ambas vão se soltando uma da outra. Vera chora e Amanda sai com os olhos marejados)

Cena 12/ Pousada/ Quarto de Lara/ Interno/ Dia
CELSO: Você está chateada?
LARA: Um pouco. Eu nunca poderia imaginar que meu pai era um homem assim, sem caráter, um ladrão. Mas, a culpa de eu estar chateada é minha mesma. Eu deveria estar preparada para ouvir quaisquer coisas que dissessem a respeito do meu pai.
CELSO: Você não tem culpa de nada, Lara. Bom, que tal irmos almoçar na minha casa hoje?
LARA: Você tem certeza? Eu na quero avançar estágios no nosso relacionamento.
CELSO: Esqueça esses estágios, ouviu bem? O que você precisa de agora é de apoio, companhia. E então, aceita almoçar com a minha família hoje?
LARA: Tudo bem. Aceito.
CELSO: E se hospedar lá, perto de mim? Aceita?
LARA: Calma, calma. Cada coisa no seu tempo. Hoje eu almoço na sua casa. Se hospedar lá é algo que precisa ser pensado em um tempo maior.
(Celso beija Lara)
CELSO: Eu te amo, sabia?
LARA: Sabia.
(Eles riem e voltam a se beijar)
CELSO: Era isso que eu queria ver. Um sorriso lindo nesse rosto mais lindo ainda.
LARA: Bobo.
(Lara dá um sorriso meigo)

Cena 13/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luana está tirando uma forma do forno. Solano entra)
LUANA: Solano? O que você está fazendo aqui? Como você conseguiu entrar?
SOLANO: Calma. Uma pergunta de cada vez. Eu entrei pelo portão dos fundos, quando eu vi a Vivian saindo com uma sacola de lixo na mão. E eu preciso falar com você. São sobre as fotos que eu tirei ontem no cais.
LUANA: O que tem as fotos?
SOLANO: A dona Raimunda viu o conteúdo delas e ficou furiosa.
LUANA: Não acredito que você deu um mole desses, Solano.
SOLANO: Pois é, eu dei. Inventei uma desculpa de que a Amanda estava sendo recebendo aquelas fotos e sendo chantageada. Então, ela confiou as fotos a você e pediu que você as guardasse em um lugar seguro.
LUANA: E o que minha foto achou da desculpa?
SOLANO: Acreditou, mas ela disse que hoje ainda viria aqui te entregar as fotos e exigir que você as colocasse em outro lugar.
LUANA: Droga, mas tudo bem. Com a minha tia eu me entendo. Ainda bem que eu fiquei com uma parte daquelas fotos, pois se eu não tivesse ficado, você sabe, o nosso plano não iria dar certo.
SOLANO: E como ele está?
LUANA: Tudo pronto para entrar em ação. Agora, sai daqui. Ninguém pode ver.
SOLANO: Hasta la vista, baby.
(Solano sai)

Cena 14/ Mansão Bertolin/ Jardim/ Interno/ Dia
(Solano caminha pelo jardim e se depara com Vivian)
VIVIAN: Ei, você não é aquele primo da Luana?
SOLANO: Sou eu mesmo. Com licença.
VIVIAN: Espera. O que você está fazendo aqui?
SOLANO: Nada demais. Com licença.
(Solano corre em direção ao portão.)
VIVIAN (para si): Esquisito.
(O porteiro se aproxima de Vivian)
PORTEIRO: Vivian, pediram que entregassem essa encomenda para o Alexandre.


Cena 15/ Mansão Bertolin/ Sala de jantar/ Interno/ Dia
(Estão reunidos à mesa Marta, Caio, Tiago e Alexandre. Celso, acompanhado de Lara, entra. Caio está tomando um gole de uísque)
CELSO: Bom dia, família. Quero apresentar a todos vocês Lara Vieira, minha namorada.
(Caio se engasga com o uísque. Todos olham para ele, que se recompõe)
CAIO: Namorada?
CELSO: Isso mesmo. Namorada.
CAIO: Era algo que eu não esperava.
MARTA: Nenhum de nós esperava.
CELSO: Lara, esses são Marta, minha mãe; Caio, meu pai; Tiago, meu irmão do meio e Alexandre, meu amigo. Ainda resta a Luiza, minha irmã caçula.
LARA: É um prazer conhecer todos vocês.
TIAGO: O prazer é todo nosso.
MARTA: Chegou hoje na cidade?
LARA: Não. Para falar a verdade, estou aqui desde o mesmo dia que Celso chegou, mas preferi me hospedar em uma pousada.
MARTA: Que é isso, menina? Que altivez é essa? Poderia se hospedar aqui na minha casa. Não seria incômodo nenhum.
(Vivia entra, segurando uma encomenda na mão.)
VIVIAN: Com licença. Doutor Alexandre, uma encomenda para o senhor.
(Vivian entrega a encomenda, que está envelopada, para Alexandre. Vivian sai)
ALEXANDRE: Que estranho. Não esperava receber uma encomenda aqui, afinal essa não é minha residência oficial. Como o remetente dessa encomenda sabia que eu estava aqui?
TIAGO: Realmente, isso é muito estranho. Não há identificação do remetente?
ALEXANDRE: Não.
TIAGO: Agora, eu estou curioso para saber o conteúdo dessa correspondência.
ALEXANDRE: Calma, que eu já estou abrindo. Quando eu tirar esse envelope, eu digo para você qual é o conteúdo da correspondência.
(Alexandre retira o envelope e vê as fotos que mostram ele e Amanda aos beijos no cais)
ALEXANDRE (baixinho e para si): Não pode ser.
MARTA: O que disse, Alexandre?
ALEXANDRE: Eu? Nada. Não falei nada.
TIAGO: E então, Alexandre? Qual é o conteúdo dessa encomenda?
(Congela em Alexandre. Toca Love Me Again – John Newman)
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