Continuação
imediata do capítulo anterior.
Cena
1. Hospital de Clínicas - Sala
de espera – Interior – Dia
EDVALDO – Doutor... E
então? Como foi? Nasceu? Como tá minha esposa? E meu filho? É
menino ou menina?
MÉDICO – Senhor
Edvaldo, é preciso que tenha muita calma.
EDVALDO – Eu to calmo,
doutor! Agora me fala! Como tá Viviane? E meu filho? Aliás, é
filho ou filha? Anda, me fala!
MÉDICO – Seu filho
nasceu e passa bem. É um menino!
EDVALDO – Graças a
Deus, doutor! E minha esposa? Já posso vê-los?
MÉDICO – Bem, a sua
esposa... teve algumas complicações durante o parto e...
EDVALDO – Viviane tá
passando mal? Onde ela tá, doutor? Ela vai ficar bem?
MÉDICO – Fizemos de
tudo, mas infelizmente, ela não resistiu. Lamento muito!
Edvaldo entra em choque e
começa a chorar desesperadamente.
EDVALDO – Não, doutor!
Não é verdade! Diga que não! A minha Viviane não morreu!
MÉDICO – Eu sinto
muito...
EDVALDO – Não!!! Minha
Viviane...
MÉDICO – Estarei à
disposição pra prestar todos os esclarecimentos. Logo mais poderá
ir até o berçário para ver seu filho. Mais uma vez, lamento muito
pelo ocorrido.
O médico sai e Edvaldo
fica sentado, chorando.
Cena 2. Hospital de
Clínicas – Exterior – Dia
Tonhão vai em direção
ao hospital, com todo o cuidado pra não ser visto.
TONHÃO – É aqui!
Preciso resolver isso.
Ele avista dois
policiais.
TONHÃO – Droga! Não
posso correr o risco! Vou deixar pra outro dia.
Cena 3. Favela –
Casa de Tonhão – Interior – Dia
Catarina faz orações,
ajoelhada.
CATARINA – Meu Deus,
proteja o meu Tonhão! Não deixa que nada de ruim aconteça com ele.
Ela levanta, vai até a
porta, olha pra fora e entra novamente.
CATARINA
– Onde será que ele foi? Espero que não tenha ido lá
de novo!
Cena 4. Hospital de
Clínicas – Berçário – Interior – Dia
Enfim, Edvaldo toma
coragem e vai até o berçário ver o filho recém-nascido.
EDVALDO – Lembra tanto
a minha Viviane... Por que isso tinha que acontecer?
Edvaldo não contém as
lágrimas.
Cena 5. Paisagens da
cidade – Final do dia
Dias depois...
Cena 6. Hospital de
Clínicas – Berçário – Interior – Dia
Edvaldo tá observando o
filho. Uma enfermeira chega.
ENFERMEIRA – Senhor
Edvaldo Cortez?
EDVALDO – Sou eu.
ENFERMEIRA – Acabei de
falar com o médico e seu filho já pode ir pra casa.
EDVALDO – Ah sim.
Obrigado.
ENFERMEIRA – Parabéns
pelo filho! É um menino forte!
EDVALDO – Obrigado.
ENFERMEIRA – Papai de
primeira viagem?
EDVALDO – Não, não.
Já tenho outro, de 5 anos, o Fábio.
ENFERMEIRA – Ah sim...
Ele vai gostar do novo irmãozinho!
EDVALDO – É...
ENFERMEIRA – O senhor
não me parece muito bem. Posso ajudá-lo?
EDVALDO – Não, não.
Obrigado. É que lembro de minha esposa e...
ENFERMEIRA – Eu soube.
Meus sentimentos, senhor Edvaldo.
EDVALDO – Obrigado.
ENFERMEIRA – Quando
quiser, já pode levar seu filho, viu? Garanto que ele vai animar a
casa. Criança sempre anima, né?
Edvaldo não fala nada e
a enfermeira se afasta.
Cena 7. Rua –
Exterior – Dia
Tonhão vai andando em
direção ao hospital, sempre cuidando pra não ser visto.
TONHÃO – Hoje tem que
dar certo!
Lembranças surgem em sua
mente.
Cena 8. Flash-back -
Presídio – Interior – Noite
Uma rebelião inicia. Os
presos começam a colocar fogo nos colchões.
Tonhão pega um canivete
e ameaça um policial.
TONHÃO – Quero nenhum
meganha atrapalhando, senão o cara aqui morre!
Os policiais tentam
negociar com Tonhão.
TONHÃO – Quero nem
saber! Qualquer palhaçada aqui e o amiguinho de vocês morre!
Os presos começam a
quebrar tudo e incendeiam as celas.
Tonhão percebe que
Tonelada, seu grande amigo tá preso em uma delas.
TONHÃO – Tonelada!
Aguenta firme aí que eu vou te salvar!
TONELADA – Deixa,
amigo! Vá em busca de liberdade! Eu me viro!
TONHÃO – Não! Eu vou
te tirar daí!
TONELADA – Cala a boca
e se manda logo!
Tonhão se entristece ao
ver a situação de seu amigo de infância, mas decide aproveitar a
oportunidade e fugir do presídio.
TONHÃO – Tonelada, meu
amigo!
Antes de ele sair, olha
pra trás e vê que conseguiram tirar Tonelada vivo da cela, porém
bastante ferido. Tonhão fica mais tranquilo.
TONHÃO – Eu ainda vou
te tirar daqui, meu amigo!
Tonhão aproveita e foge.
Fim do Flash-Back.
Cena 9. Rua –
Exterior – Dia
TONHÃO – Eu vou te
tirar desse hospital, Tonelada. Você não vai ter que voltar para
aquele presídio. Eu prometo, meu amigo!
Congela em Tonhão
determinado.
FIM DO CAPÍTULO.
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