terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Superação - Capítulo 2



Continuação imediata do capítulo anterior.

Cena 1. Hospital de Clínicas - Sala de espera – Interior – Dia
EDVALDO – Doutor... E então? Como foi? Nasceu? Como tá minha esposa? E meu filho? É menino ou menina?
MÉDICO – Senhor Edvaldo, é preciso que tenha muita calma.
EDVALDO – Eu to calmo, doutor! Agora me fala! Como tá Viviane? E meu filho? Aliás, é filho ou filha? Anda, me fala!
MÉDICO – Seu filho nasceu e passa bem. É um menino!
EDVALDO – Graças a Deus, doutor! E minha esposa? Já posso vê-los?
MÉDICO – Bem, a sua esposa... teve algumas complicações durante o parto e...
EDVALDO – Viviane tá passando mal? Onde ela tá, doutor? Ela vai ficar bem?
MÉDICO – Fizemos de tudo, mas infelizmente, ela não resistiu. Lamento muito!
Edvaldo entra em choque e começa a chorar desesperadamente.
EDVALDO – Não, doutor! Não é verdade! Diga que não! A minha Viviane não morreu!
MÉDICO – Eu sinto muito...
EDVALDO – Não!!! Minha Viviane...
MÉDICO – Estarei à disposição pra prestar todos os esclarecimentos. Logo mais poderá ir até o berçário para ver seu filho. Mais uma vez, lamento muito pelo ocorrido.
O médico sai e Edvaldo fica sentado, chorando.

Cena 2. Hospital de Clínicas – Exterior – Dia
Tonhão vai em direção ao hospital, com todo o cuidado pra não ser visto.
TONHÃO – É aqui! Preciso resolver isso.
Ele avista dois policiais.
TONHÃO – Droga! Não posso correr o risco! Vou deixar pra outro dia.

Cena 3. Favela – Casa de Tonhão – Interior – Dia
Catarina faz orações, ajoelhada.
CATARINA – Meu Deus, proteja o meu Tonhão! Não deixa que nada de ruim aconteça com ele.
Ela levanta, vai até a porta, olha pra fora e entra novamente.
CATARINAOnde será que ele foi? Espero que não tenha ido lá de novo!

Cena 4. Hospital de Clínicas – Berçário – Interior – Dia
Enfim, Edvaldo toma coragem e vai até o berçário ver o filho recém-nascido.
EDVALDO – Lembra tanto a minha Viviane... Por que isso tinha que acontecer?
Edvaldo não contém as lágrimas.

Cena 5. Paisagens da cidade – Final do dia
Dias depois...

Cena 6. Hospital de Clínicas – Berçário – Interior – Dia
Edvaldo tá observando o filho. Uma enfermeira chega.
ENFERMEIRA – Senhor Edvaldo Cortez?
EDVALDO – Sou eu.
ENFERMEIRA – Acabei de falar com o médico e seu filho já pode ir pra casa.
EDVALDO – Ah sim. Obrigado.
ENFERMEIRA – Parabéns pelo filho! É um menino forte!
EDVALDO – Obrigado.
ENFERMEIRA – Papai de primeira viagem?
EDVALDO – Não, não. Já tenho outro, de 5 anos, o Fábio.
ENFERMEIRA – Ah sim... Ele vai gostar do novo irmãozinho!
EDVALDO – É...
ENFERMEIRA – O senhor não me parece muito bem. Posso ajudá-lo?
EDVALDO – Não, não. Obrigado. É que lembro de minha esposa e...
ENFERMEIRA – Eu soube. Meus sentimentos, senhor Edvaldo.
EDVALDO – Obrigado.
ENFERMEIRA – Quando quiser, já pode levar seu filho, viu? Garanto que ele vai animar a casa. Criança sempre anima, né?
Edvaldo não fala nada e a enfermeira se afasta.

Cena 7. Rua – Exterior – Dia
Tonhão vai andando em direção ao hospital, sempre cuidando pra não ser visto.
TONHÃO – Hoje tem que dar certo!
Lembranças surgem em sua mente.

Cena 8. Flash-back - Presídio – Interior – Noite
Uma rebelião inicia. Os presos começam a colocar fogo nos colchões.
Tonhão pega um canivete e ameaça um policial.
TONHÃO – Quero nenhum meganha atrapalhando, senão o cara aqui morre!
Os policiais tentam negociar com Tonhão.
TONHÃO – Quero nem saber! Qualquer palhaçada aqui e o amiguinho de vocês morre!
Os presos começam a quebrar tudo e incendeiam as celas.
Tonhão percebe que Tonelada, seu grande amigo tá preso em uma delas.
TONHÃO – Tonelada! Aguenta firme aí que eu vou te salvar!
TONELADA – Deixa, amigo! Vá em busca de liberdade! Eu me viro!
TONHÃO – Não! Eu vou te tirar daí!
TONELADA – Cala a boca e se manda logo!
Tonhão se entristece ao ver a situação de seu amigo de infância, mas decide aproveitar a oportunidade e fugir do presídio.
TONHÃO – Tonelada, meu amigo!
Antes de ele sair, olha pra trás e vê que conseguiram tirar Tonelada vivo da cela, porém bastante ferido. Tonhão fica mais tranquilo.
TONHÃO – Eu ainda vou te tirar daqui, meu amigo!
Tonhão aproveita e foge.
Fim do Flash-Back.

Cena 9. Rua – Exterior – Dia
TONHÃO – Eu vou te tirar desse hospital, Tonelada. Você não vai ter que voltar para aquele presídio. Eu prometo, meu amigo!

Congela em Tonhão determinado.


FIM DO CAPÍTULO.
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