quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fixação - Capítulo 23


Cena 1/ Mansão Bertolin/ Quartinho de Luana/ Interno/ Tarde
TIAGO: Você aceita?
LUANA: Eu nunca poderia imaginar que vocês viriam até meu quarto me fazer um convite tão agradável como esse. É claro que eu aceito.
AMANDA: Ah, Luana, que bom.
(Amanda pega nas mãos de Luana)
AMANDA: A gente fica muito feliz.
LUANA: Eu que fico feliz por vocês terem me convidado. Era algo que eu nunca poderia imaginar.
(Amanda solta as mãos de Luana)
TIAGO: Luana, para nós, você não é apenas uma empregada. É muito mais do que isso. Você é uma verdadeira amiga.
LUANA: Obrigada gente. De verdade.
AMANDA: Bom, o casamento está chegando e a gente ainda tem muita coisa para arrumar.
TIAGO: É verdade.
LUANA: Mais uma vez, obrigada pelo convite.
TIAGO: A gente que agradece por você ter aceitado.
AMANDA: Bom, estamos indo.
LUANA: Até mais.
TIAGO: Até.
(Amanda e Tiago saem)

Cena 2/ Escola/ Portaria/ Interno/ Tarde
LUIZA: Algum de vocês pode me explicar o que significa isso?
VITOR: Um beijo.
LUIZA: E você fala isso na maior cara de pau? Vitor, como você pôde beijar outra garota, ainda mais a Cíntia, depois de tudo o que passamos ontem a noite?
VITOR: Ah, Luiza, chega. Você quer saber da verdade?
LUIZA: Verdade?
VITOR: A noite que tivemos hoje não teve nenhum valor para mim. Para mim, não passa de mais uma entre várias transas que eu ainda irei participar na vida.
LUIZA: O quê?  Vitor, como você fala uma coisa dessas?
VITOR: Para ser mais sincero, esses meses que eu passei ao teu lado foram os mais chatos de toda a minha vida. Eu nunca te amei de verdade, Luiza. Tudo não passou de uma encenação, um sacrifício que eu tive que me submeter para poder transar com você, que finalmente, aconteceu. Afinal, dessa escola, você era uma das únicas que eu ainda não tinha avançado o sinal, se é que você me entende.
LUIZA: Como você consegue ser tão cafajeste?
(Luiza parte para cima de Vitor, dando vários tapas na cara do rapaz)
LUIZA: Canalha. Seu monstro. Cafajeste.
(Vitor segura Luiza pelos braços)
VITOR: Para. Para com isso.
LUIZA: Vitor, você sempre soube como essa coisa de perder a virgindade era importante para mim. Por que você fez isso comigo? Por quê?
CÍNTIA: Ah, para com isso, Luiza. Seu showzinho já deu.
LUIZA: E você, Cíntia? Como você se presta a esse papel vergonhoso de beijar meu namorado?
CÍNTIA: Namorado? Garota, você ainda não percebeu que o Vitor não quer mais nada com você? Para falar a verdade, eu e o Vitor sempre quisemos assumir um relacionamento sério, mas na época, ele ainda estava namorando você.
LUIZA: Então você sabia? Você sempre soube que o Vitor só estava comigo porque ele queria apenas transar comigo?
CÍNTIA: Acertou na mosca. Eu sempre soube. Nunca fui sua amiga de verdade. Só estava fingindo porque eu precisava enfiar na tua cabeça que você precisava transar com o Vitor. Afinal, eu não estava mais agüentando ter que lidar com sua lerdeza.
LUIZA: Falsa. Traidora.
(Luiza dá um tapa na cara de Cíntia. A garota tenta revidar, mas Felipe intervém, segurando o braço de Cíntia.)
VITOR: Pelo visto, você já ganhou um novo defensor, Luiza.
FELIPE: Vamos embora, Luiza.
LUIZA: Vocês dois são podres. Realmente, se merecem. Espero que sejam muito felizes.
(Luiza e Felipe viram de costas para Cíntia e Vitor)
CÍNTIA: Ah, Luiza, o que seria dos espertos se não fossem os otários, não é mesmo?
(Luiza vira-se de volta para Cíntia e empurra a garota, que tropeça e cai no chão)
LUIZA: Vagabunda.
(Luiza sobe em cima de Cíntia e começa a estapeá-la)
LUIZA: Cachorra. Ordinária. Vadia.
(Felipe afasta Luiza de Cíntia. Vitor ajuda Cíntia a se levantar)
FELIPE: Vamos sair daqui, Luiza.
LUIZA: EU ODEIO VOCÊS. ODEIO!
(Luiza e Felipe saem)

Cena 3/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Tarde
(Vivian entra)
VIVIAN: Luana, tem alguém querendo falar com você.
LUANA: Quem é?
VIVIAN: Você já vai saber. Eu recomendei que essa pessoa aparecesse pela porta dos fundos. Já, já ela aparece aqui na cozinha.
(Vivian sai)
LUANA: Quem será que veio falar comigo?
(Raimunda entra)
RAIMUNDA: Sou eu, Luana.
LUANA: Tia? Que surpresa. O que a senhora veio fazer aqui?
RAIMUNDA: Vim te entregar isso.
(Raimunda entrega um envelope com as fotos de Amanda e Alexandre aos beijos)
RAIMUNDA: Eu quero que você coloque essas fotos em algum lugar bem longe da minha casa, você entendeu?
LUANA: Claro, tia. Desculpe se eu a chateei.
RAIMUNDA: E se eu fosse você, ficava bem longe do que acontece na vida dos patrões. Se alguém dessa família descobrir que você tem posse dessas imagens, a culpa vai cair em cima de você. Afinal, é sempre assim, a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco.
(Raimunda sai)

Cena 4/ Mansão Bertolin/ Quarto de Marta/ Interno/ Tarde
MARTA: Você ouviu a conversa entre a Luana e a tia dela?
VIVIAN: Ouvi. Elas estavam falando sobre umas fotos.
MARTA: Fotos? Que fotos serão essas?
VIVIAN: Bom, elas não comentaram sobre o conteúdo delas, mas parece que algo é muito sério.
MARTA: Eu preciso saber do que essas imagens tratam.

Cena 5/ Praça/ Interno/ Tarde
(Luiza está sentada em um banco, chorando. Felipe está ao seu lado)
LUIZA: Eu nunca poderia imaginar que o Vitor fosse fazer uma cafajestagem dessas comigo.
FELIPE: Calma.
LUIZA: Calma? Eu acabei de descobrir que ele me traía com a falsa da Cíntia. Não dá para ter calma. Eu pensava que ele era o homem da minha vida, o meu príncipe encantado e agora eu descubro que ele não passava de um sapo fedido.
FELIPE: Luiza, eles não merecem seu sofrimento, sua consideração, suas lágrimas.  Não chore por gente que não merece nada que venha de você.
LUIZA: Você tem razão. Mas é impossível. Apesar das circunstâncias, o Vitor marcou minha vida. Eu acabei de descobrir que fui traída pelas duas pessoas que eu mais confiava. É difícil se conformar com isso. E agora eu não tenho ninguém.
FELIPE: Como não tem ninguém? Eu estou aqui com você. Eu sempre vou te ajudar, estar perto de você nos momentos mais difíceis, te proteger.
LUIZA: Obrigada pela gentileza.
FELIPE: Não é gentileza. É amor. Eu dependo da sua felicidade, Luiza. Eu fico feliz quando você está feliz. Eu me sinto bem quando você está bem. E por isso, eu estarei aqui, sempre te dando o apoio, a ajuda e a força que você precisa.
LUIZA: E porque você vai fazer isso por mim?
FELIPE: Porque eu te amo. Sempre te amei. Antes mesmo de a gente entrar em contato, eu já gostava de você.
LUIZA: Felipe, eu não imaginava isso. E eu gosto tanto de você. Mas não desse jeito que você pensa. Se a gente pudesse escolher por quem gosta, eu preferia ter me apaixonado por você. Mas a gente não escolhe. Mas eu quero que você saiba de uma coisa: eu gosto muito de você e eu quero que você sempre esteja comigo, ok?
FELIPE: Tudo bem.  Eu sempre vou estar com você.
LUIZA: Eu também.
(Luiza e Felipe se abraçam)
LUIZA: Obrigada por existir na minha vida, Felipe. Obrigada.

Cena 6/ Casa de Lucrécio/ Sala/ Interno/ Tarde
LUCRÉCIO: Eu não acredito que você apelou para esse discurso preconceituoso para tentar afastar o Celso da Lara.
CAIO: Foi o argumento que eu encontrei no momento.
LUCRÉCIO: E o Celso?
CAIO: Brigou comigo, obviamente.
LUCRÉCIO: Caio, a Lara é sua filha. Uma hora, a verdade vai chegar, você querendo ou não. Imagina quando a Lara descobrir que é sua filha? E quando ela souber que você tentou manchar a imagem dela para tentar afastá-la do Celso? Vai ser uma confusão.
CAIO: Lucrécio, eu não posso contar a verdade, você sabe disso. Se a Marta descobrir, será o fim do nosso casamento. Eu não posso correr esse risco.
LUCRÉCIO: E você vai continuar dizendo que a Lara é uma golpista na tentativa de afastar o Celso dela?
CAIO: Enquanto eu não achar um argumento melhor, é o que eu irei fazer.
LUCRÉCIO: Eu só te digo uma coisa: em vez de afastar o Celso da Lara, esse seu comportamento vai acabar afastando o seu filho de você.

Cena 7/ Paisagens de Dourados/ Noite
(Toca Spiritual – Katy Perry)

Cena 8/ Pousada/ Quarto de Lara/ Interno/ Noite
CELSO: Lara, eu fiquei pensando em uma coisa.
LARA: Que coisa?
CELSO: Ainda restam duas semanas para você voltar a trabalhar e o casamento do Tiago é na próxima semana. Você já conheceu meus pais e não vejo o porquê você continuar se hospedando nessa pousada.
LARA: O que você quer com essa conversa, Celso?
CELSO: Por que você não se hospeda lá na mansão?
LARA: Eu não sei. Seus pais não ficarão incomodados?
CELSO: Que nada. Lara, você é minha namorada e eu quero ficar mais perto de você. Aproveitar essas duas semanas na sua companhia. E então, o que você me diz? Aceita ou não o convite de se hospedar na minha casa?
LARA: Eu aceito. Depois desse brilho no olhar, eu aceito sim.
(Celso beija Lara)

Cena 9/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Noite
(Estão Vivian e Solano)
VIVIAN: Você quer falar com a Luana?
SOLANO: Sim. É um assunto muito importante. Você poderia chamá-la?
VIVIAN: Acho que não vou poder fazer isso agora. A Luana está servindo o jantar nesse momento. Se quiser falar com ela, vai ter que esperar.
SOLANO: Não tem problema. Eu espero.
VIVIAN: E eu faço questão de te fazer companhia.
SOLANO: Não precisa. Pode voltar aos seus afazeres, por favor.
VIVIAN: Solano, é impressão minha ou você está tentando fugir de mim?
SOLANO: Não é impressão, não. Eu estou fugindo de você mesmo. Aliás, qualquer pessoa que tenha sã consciência fugiria de um tribufu como você.
VIVIAN: Nossa. Quanta grosseria. Você poderia ser bem mais cavalheiro. E tribufu é a senhora sua mãe. Quando criança, já fui miss beleza da minha cidade, sabia?
SOLANO: Tenho certeza que te elegeram por pena. Agora, com licença. Eu prefiro ficar sozinho.
(Luana entra)
LUANA: Solano?
SOLANO: Luana, ainda bem que você apareceu. Eu quero falar com você.
VIVIAN: Bom, vou deixar vocês a sós.
LUANA: Você não precisa sair da cozinha, Vivian. Eu e Solano iremos conversar no meu quarto. Vem comigo, Solano.
(Luana sai e Solano a acompanha)

Cena 10/ Mansão Bertolin/ Quartinho de Luana/ Interno/ Noite
(Luana e Solano entram)
LUANA: O que você veio fazer aqui?
SOLANO: Vim saber se a dona Raimunda veio te dar uma bronca por causa das fotos.
LUANA: Veio sim. Mas quem merecia uma bronca é você, por ser tão incompetente.
SOLANO: Não precisa me esculachar. A sua tia que apareceu de surpresa no quarto no momento em que eu estava guardando as imagens no guarda roupa.
LUANA: Bom, mas não precisa mais se preocupar com isso. Eu já sei onde pôr aquelas fotos.
SOLANO: Onde?
LUANA: Na casa da minha tia, mas óbvio que dessa vez ela não pode saber de nada.
(Luana pega o envelope que contém as fotos e entrega-o a Solano)
LUANA: Você vai jogar esse envelope em uma sacola plástica e, depois, enterrar no quintal da casa da tia Raimunda. Vê se dessa vez não deixa a minha tia te flagrar.
SOLANO: Isso não vai acontecer. Dessa vez, eu serei mais cuidadoso.
LUANA: Ah, deixa eu te falar uma coisa. Eu vou poder assistir ao casamento do Tiago e Amanda como uma convidada.
SOLANO: Convidada?
LUANA: Isso mesmo. Ah, vou adorar ver a cara de taquara rachada da dona Marta quando ela me vir entrando na igreja como uma convidada.

Cena 11/ Mansão Bertolin/ Quarto de Marta/ Interno/ Noite
MARTA: Convidada?
VIVIAN: Isso mesmo. E parece que foram os próprios Tiago e Amanda que fizeram o convite. E ela ainda zombou da sua cara.
MARTA: Garotinha maldita. Bem, você conseguiu descobrir mais outra coisa? Eles falaram algo referente àquelas fotos?
VIVIAN: Falaram um pouco, mas quando eu cheguei perto da porta para escutar a conversa, eles já tinham mudado de assunto. Não consegui ouvir muita coisa sobre as tais imagens.
MARTA: Droga. Eu preciso saber o que eles estão tramando para cima da minha família.
VIVIAN: Dona Marta, eu quero dizer mais uma coisa.
MARTA: Diga.
VIVIAN: Eu sempre fui uma governanta fiel, mas eu não irei mais me insinuar para o Solano. Ele não sabe tratar uma mulher com respeito. Acredita que hoje ele me chamou de tribufu? Eu não vou correr atrás de um homem que me chama de tribufu. Eu tenho amor próprio.
MARTA: Tudo bem, Vivian. Eu irei encontrar outro modo de saber o que esse casalzinho de pilantras está tramando.

Cena 12/ Clínica de Tratamento/ Quarto de Vera/ Interno/ Noite
(Vera está deitada. Vitor entra)
VITOR: Mãe.
VERA: Filho, você veio me ver. Estou muito feliz com a sua visita.
VITOR: Eu não podia deixar a senhora sozinha numa situação como essa. Eu conversei com a tia Amanda a respeito da sua internação e ela me explicou tudo. Mãe, porque a senhora foi fazer aquilo?
VERA: Aquilo o quê?
VITOR: Tentar se matar. Por que a senhora tentou se matar? Por que não tomou os remédios receitados pelo médico?
VERA: Filho, se eu soubesse que tudo isso chegaria a esse ponto crítico, eu juro que teria feito o mais correto das indicações para me tratar.
VITOR: Mas não fez, não é? Achou que tudo não passava de uma bobagem e olha aonde a senhora foi parar. Numa clínica de tratamento especializado.
VERA: Eu não me sinto bem presa aqui, Vitor. Eu quero sair desse lugar.
VITOR: Essa internação é necessária. E eu sempre estarei aqui, acompanhando todo o seu progresso.
VERA: O casamento da Amanda é na próxima semana e eu nem vou poder assistir. Queria tanto celebrar esse momento importante da vida da minha irmã ao lado dela. Vitor, me ajuda a sair daqui na próxima semana.
VITOR: Não seria prudente.
VERA: E o que é prudente? Essa marca roxa ao redor do seu olho? Ela não está muito nítida, mas eu consegui perceber. Andou brigando, Vitor?
VITOR: Isso não foi nada demais. E nem adianta comparar essa marca roxa com a sua depressão, pois são situações bem diferentes.
VERA: Filho, por favor, eu quero assistir tanto o casamento da sua tia. Me tira dessa clínica pelo menos na próxima semana . Depois eu volto para concluir o tratamento.
VITOR: Não sei se isso é uma boa idéia.
VERA: Eu estou bem, Vitor. Não está percebendo? Eu juro que é só a próxima semana. Eu prometo. Por favor, me ajuda a sair daqui.

Cena 13/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Noite
(Amanda e Tiago estão deitados na cama. Ela apoiada no ombro dele)
AMANDA: Estou tão triste pela Vera. Ela não vai poder assistir ao nosso casamento.
TIAGO: Eu sinto muito.
AMANDA: Queria tanto que ela estivesse presente. Mas como ela foi internada naquela clínica, só vai poder sair de lá depois de o tratamento ser concluído.
TIAGO: Uma clínica muito rígida, porém eficiente. Pelo menos, teremos algo de positivo nesse período de turbulência.
AMANDA: O nosso casamento.
TIAGO: Justamente. Estou tão feliz com a realização do nosso casamento. Esperei tanto tempo por isso.
AMANDA: Será que nossas vidas irão mudar tanto assim depois da cerimônia?
TIAGO: Não sei. Eu só sei de uma coisa: eu te amo.
(Tiago e Amanda se beijam)

Cena 14/ Mansão Bertolin/ Quarto de Alexandre/ Interno/ Noite
(Alexandre está sentado na cama, vendo as fotos que mostram ele e Amanda aos beijos)
ALEXANDRE: Ah, Amanda, porque você tinha que ser a noiva do meu melhor amigo? Porque você tem medo de assumir seus sentimentos em relação a mim? Mas eu não vou desistir de você. Não vou desistir nunca.
(Alexandre pega o celular e o leva ao ouvido)
ALEXANDRE: Alô, doutor Lucrécio? Será que nós podíamos nos encontrar pessoalmente agora?

Cena 15/ Restaurante/ Interno/ Noite
(Lucrécio e Alexandre estão sentados frente a frente)
LUCRÉCIO: Eu fiquei surpreso com a sua ligação.
ALEXANDRE: Bom, doutor Lucrécio, eu preciso da sua ajuda. Eu queria realizar um evento no seu cais.
LUCRÉCIO: Evento? Que evento?
ALEXANDRE: O senhor sabe que na próxima semana ocorrerá o casamento do Tiago e eu queria realizar um jantar romântico no seu cais como forma de homenagear a Amanda.
LUCRÉCIO: No caso, um jantar romântico para a Amanda e Tiago?
ALEXANDRE: Não. Para ser mais específico, um jantar romântico para mim e Amanda.
LUCRÉCIO: Como assim?
ALEXANDRE: Doutor Lucrécio, eu amo a Amanda. Eu sei que isso é errado, porque ela é noiva do meu melhor amigo, mas eu não posso esconder os meus sentimentos. Eu preciso desse momento.
LUCRÉCIO: Eu sinto muito, Alexandre, mas eu não posso deixar que você realize um jantar desse tipo no meu cais. Eu sou muito amigo da família Bertolin. Se algum membro daquela família descobrir que eu compactuei com essa traição, qualquer laço de amizade que exista entre mim e eles será rompido.
ALEXANDRE: Doutor Lucrécio, como eu disse, eu preciso desse momento. É algo que eu preciso conversar a respeito com a Amanda. Eu queria tanto que seu cais fosse palco para a realização desse jantar.
LUCRÉCIO: Caso eu decida ceder meu cais para a ocorrência desse jantar, em que dia e horário ele seria realizado?
ALEXANDRE: Seria à noite, no dia do casamento da Amanda. Enquanto todos estiverem distraídos com a festa, eu fico conversando com a Amanda no cais, sem qualquer tipo de interrupção.
LUCRÉCIO: Eu não sei se é o certo a fazer.
ALEXANDRE: Por favor, doutor Lucrécio, eu preciso disso. Eu poderia estar aqui dando qualquer tipo de justificativa esfarrapada para o senhor, mas eu resolvi abrir os meus sentimentos. Eu preciso resolver essa situação, para evitar sofrimentos ou desilusões. Doutor Lucrécio, eu suplico essa ajuda ao senhor. Por favor, me ajude.
LUCRÉCIO: Tudo bem. Eu cederei meu cais a você. Mas que ele seja palco apenas desse jantar. Não faça nenhuma besteira.
ALEXANDRE: Não farei. Pode ter certeza disso.

Cena 16/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Celso, carregando três malas nas mãos, entra. Lara o acompanha. Tiago, Amanda e Marta, que estão na sala, os recebem)
CELSO: Boa noite, família.
LARA: Boa noite, gente.
MARTA: Boa noite. Celso, que malas são essas?
CELSO: São da Lara. Eu a convenci de largar aquela pousada e se hospedar aqui em casa.
TIAGO: Seja bem vinda, Lara.
LARA: Obrigada.
MARTA: Ainda bem que você resolveu passar a sua temporada de férias aqui na minha mansão, querida. Fiquei muito desapontada quando Celso disse que estava namorando e que trouxe a namorada, mas ela não quis ficar aqui.
LARA: Eu sinto muito de ter causado esse desapontamento na senhora, dona Marta.
MARTA: Mas agora está tudo bem. Agora, eu quero saber tudo sobre você. Afinal, não é qualquer uma que pode namorar um Bertolin.
AMANDA: Lara, não se preocupe. Eu já passei por isso e olhe como estou. Uma futura mulher casada.
MARTA: Não se gabe, Amanda. Esse casamento só vai acontecer graças às minhas interferências.
(Caio sai do escritório)
CAIO: Ouvi barulhos e resolvi me socializar.
MARTA: Celso trouxe Lara para se hospedar aqui.
CAIO: O quê?
CELSO: Lara vai passar o resto da licença dela hospedada aqui, pai. O senhor tem algum problema com isso?
CAIO: Eu? Jamais.
CELSO: Ótimo. Lara, agora eu vou te mostrar o nosso quarto. Vem.
(Celso sobe a escada carregando as malas. Lara o acompanha)
CAIO: Não acredito que o Celso trouxe essa menina para cá.
MARTA: Por que Caio? Algum problema?
CAIO: Nenhum, só fiquei surpreso. Afinal, ela passou, todos esses dias, hospedada numa pousada. Pensei que ela nunca iria vir ficar aqui. É isso.
MARTA: Bom, temos de focar no casamento do Tiago, que vai acontecer na próxima semana. Mais precisamente, na quarta. O casal está feliz?
TIAGO: Estamos.
AMANDA: Muitíssimos felizes.
MARTA: Deveriam estar ansiosos. Vou até a cozinha exigir que a Luana faça um suco de maracujá para todos nós.
(Marta sai. Caio volta para o escritório)
TIAGO: Ficamos sozinhos na sala.
AMANDA: É. Ficamos.
(Amanda e Tiago se beijam)

Cena 17/ Paisagens de Dourados/ Alternando entre Noite e Dia
(Toca Apologize – One Republic)

UMA SEMANA DEPOIS

Cena 18/ Igreja/ Interno/ Dia
(Amanda e Tiago estão no altar. O padre está entre eles. Todos os convidados estão sentados. Alexandre está no altar, um pouco afastado do casal)
PADRE: Amanda Amorim, você aceita se casar com Tiago Bertolin?
AMANDA: Aceito.
(Amanda põe a aliança no dedo de Tiago)
PADRE: Tiago Bertolin, você aceita se casar com Amanda Amorim?
TIAGO: Aceito
(Tiago põe a aliança no dedo de Amanda)
PADRE: Considerem-se casados sobre o olhar de Nosso Senhor Jesus Cristo. O noivo pode beijar a noiva.
(Amanda e Tiago se beijam. Todos os convidados levantam-se e aplaudem. Luana, sem esboçar nenhuma reação, olha fixamente para o casal)
(Congela em Luana. Toca Apologize – One Republic)
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