sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Fixação - Capítulo 40


Cena 1/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Luana está caída no chão. Ela abre os olhos e põe a mão na barriga)
LUANA: Socorro. SOCORRO!
(Tiago e Marta param no alto da escada, vêem Luana e descem)
TIAGO (segurando em Luana): Luana. Você está bem?
LUANA: O nosso bebê. Eu acho que estou perdendo o nosso filho, Tiago.
TIAGO: Mãe, me ajude a levar a Luana para o carro.
MARTA: Será que você não está pedindo demais?
TIAGO: Por favor, mãe. Eu suplico.
(Luana finge um gemido de dor)

Cena 2/ Sorveteria/ Interno/Dia
VITOR: Desembucha, Cíntia. Eu passei no concurso?
CÍNTIA: Como você pode ser tão egoísta, Vitor? Esqueceu-se que eu também me inscrevi na promoção?
VITOR: Então, nós passamos no concurso?
CÍNTIA: Sim, nós passamos, meu amor. Fomos aprovados.
(Sorridentes, Vitor e Cíntia se abraçam)
CÍNTIA: Agora, é só preparar as nossas documentações e, depois, partir para Oxford. Nós vamos para Oxford, Vitor. Oxford.

Cena 3/ Hospital/ Quarto de Luana/ Interno/ Dia
(Luana está deitada. O médico se aproxima dela)
LUANA: Doutor, será que eu poderia falar com o senhor?
MÉDICO: Claro. Fique à vontade.
LUANA: Como eu estou?
MEDICO: Está ótima, Luana. A queda não foi tão grave assim.
LUANA: E o senhor já avisou o meu diagnóstico à família Bertolin?
MÉDICO: Estava preparando para isso. A família inteira está lá fora esperando por noticias suas.
 LUANA: É sobre esse ponto que eu quero conversar com o senhor. Eu não sei se o senhor sabe, mas estou prestes a me casar com o Vitor.
MÉDICO: Casar? Mas não faz nenhum mês que a ex-mulher dele morreu.
LUANA: Eu amo o Tiago, doutor. E ele está vivo, não é mesmo? Tem uma vida muito longa pela frente.
MÉDICO: Quem sou eu para julgar as atitudes e escolhas dos outros?
LUANA: Bom, eu acabei inventando uma gravidez para fazer com que o Tiago se case comigo. Mas você não pode revelar a verdade para eles, quando for falar do meu estado de saúde.
MÉDICO: Você quer que eu minta, é isso?
LUANA: Praticamente, sim. Eu preciso da sua ajuda, doutor. Se o Tiago descobrir que eu nunca estive grávida, ele desiste de se casar comigo. O senhor pode inventar uma história qualquer. Dizer que eu perdi o bebê, por exemplo.
MÉDICO: E o que eu ganho em troca?
LUANA: Meu respeito.
MÉDICO: Seu respeito é muito pouco. Preciso de algo mais valioso. Uma quantia gorda de dinheiro seria uma ótima idéia.
LUANA: Quanto você quer?
MÉDICO: Qualquer quantia maior que mil reais. E para amanhã.
LUANA: Você está louco? Eu não tenho como arranjar mais do que mil reais até amanhã. Eu só terei acesso a quantias gordas quando eu me casar com o Tiago. Até lá, eu continuarei zerada.
MÉDICO: Dê o seu jeito. Se você não prometer que irá me pagar, eu conto a verdade para a família Bertolin.
LUANA: Tudo bem. Eu me viro para arranjar esse dinheiro, mas cumpra esse combinado.
MÉDICO: Pode ficar tranqüila.
(O médico sai. Luana pega seu celular e leva-o ao ouvido)
LUANA: Eu preciso que você venha no hospital da cidade agora. Eu disse agora.

Cena 4/ Penitenciária/ Cela de Alexandre/ Interno/ Dia
(Tonhão está sentado em um dos colchões. Alexandre anda de um lado para o outro)
TONHÃO: Eu já estou ficando agoniado de ver você andando de um lado para o outro.
ALEXANDRE: Desculpe, Tonhão. Mas eu estou muito nervoso. Eu ainda não sei como fazer para desmascarar a Luana, provar a todos que ela é assassina da Amanda.
TONHÃO: Você não disse que tem uma mulher lá fora que desconfia do caráter da Luana? Por que você não fala com ela?
ALEXANDRE: Falar como, Tonhão? Eu não tenho como me comunicar. A diretoria me proibiu de usar os telefones do presídio.
TONHÃO: Eu vou te mandar a real, Alexandre. Enquanto você estiver preso, você não vai conseguir provar a sua inocência.
ALEXANDRE: E o que você me propõe?
TONHÃO: Um plano de fuga. Vamos fugir daqui, Alexandre. Cavar um túnel ou provocar uma rebelião, sei lá. Quando pensarmos em uma maneira de fugir daqui, aí sim, você poderá voltar a pensar em como desmascarar a Luana.

Cena 5/ Hospital/ Quarto de Luana/ Interno/ Dia
(Luana está deitada. Solano entra)
SOLANO: Luana.
LUANA: Solano. Ainda bem que você veio. Como você conseguiu entrar?
SOLANO: Consegui passar pela sala de espera sem chamar a atenção da família Bertolin. Todos estão lá.
LUANA: Solano, eu preciso que você me ajude. Eu acabei contando para o médico que me consultou que eu forjei uma gravidez.
SOLANO: Você está louca? Por que fez isso?
LUANA: Eu tive que fazer, Solano. Ele fez diversos exames comigo. Com certeza, caso alguém mencionasse gravidez, ele saberia que eu estava mentindo. Preferi ser franca e acabei contando a verdade para ele. O problema é que, para ficar calado e anunciar à família Bertolin que eu perdi o bebê por causa da queda na escada, ele está me pedindo uma quantia maior que mil reais para entregar amanhã.
SOLANO: E você aceitou a chantagem?
LUANA: Tive que aceitar. Se o Tiago descobrisse que eu menti sobre a gravidez, seria o fim do nosso golpe.
(O médico entra)
MÉDICO: Luana. Estou passando para te avisar que irei agora contar à família Bertolin que você perdeu o bebê.
LUANA: Ah, claro, doutor, faça isso.
MÉDICO: Com licença.
(O médico sai)
LUANA: É esse médico que me fez a chantagem.
SOLANO: Como você vai arranjar esse dinheiro, Luana?
LUANA: Eu não tenho como arranjar. Você sabe disso, Solano. Por isso que eu preciso da sua ajuda.
SOLANO: O que você quer que eu faça?

Cena 6/ Hospital/ Sala de espera/ Interno/ Dia
(Tiago, Marta e Caio estão na sala. O médico entra)
MÉDICO: Vocês estão acompanhando a paciente Luana Carvalho?
TIAGO: Sim. Como ela está?
MÉDICO: A Luana está bem. A queda foi leve e ela só teve algumas escoriações.
CAIO: E o bebê, doutor?
MÉDICO: Infelizmente, quanto ao bebê, eu não tenho boas notícias. A criança morreu.
TIAGO: Morreu? Meu filho morreu?
MARTA: Então, a Luana estava mesmo grávida?
MÉDICO: Sim. Ela estava.
TIAGO: Eu disse que ela estava grávida. Eu falei para a senhora, mãe, e a senhora não acreditou. Disse que era mentira, mais uma invenção da Luana.
CAIO: Se a queda foi leve, como você acabou de dizer, como o bebê pode ter falecido?
MÉDICO: A Luana estava com pouquíssimos meses de gravidez e o bebê estava em processo de formação. Ele era ainda muito frágil. Qualquer quedinha poderia prejudicá-lo.
TIAGO (com os olhos marejados): E foi o que aconteceu. Agora, meu filho está morto. Morto.
MÉDICO: Eu sinto muito.

Cena 7/ Paisagens de Dourados/ Noite
(Sem música)

Cena 8/ Carro do médico/ Interno/ Noite
(O médico entra, senta-se no banco do motorista e ouve o barulho de um gatilho. Ele percebe que, atrás dele, há um homem apontando uma arma no seu pescoço)
MÉDICO: Quem é você? O que está acontecendo?
SOLANO (mascarado): Sem perguntas.
(O carro parte)

Cena 9/ Mansão Bertolin/ Quarto de Marta e Caio/ Interno/ Noite
CAIO: Desde o incidente do almoço de ontem, você não fala comigo. Já decidiu sobre o nosso casamento?
MARTA: Eu não vou me separar de você, Caio.
CAIO: Como não? Você disse várias vezes que iria se separar de mim, caso eu contasse toda a verdade para a Lara.
MARTA: Mas eu mudei de idéia, já que sua filha bastarda se prontificou a nos esquecer e a nunca mais aparecer na nossa frente novamente.
CAIO: Então é isso? Se a Lara tivesse ficado aqui, convivendo conosco, você teria mantido a promessa de se separar?
MARTA: Isso mesmo, mas já que ela mesma decidiu ficar longe do convívio da nossa família, não vejo por que destruir o nosso casamento.

Cena 10/ Lugar ermo/ Beco/ Interno/ Noite
(O médico sai do carro e entra em um beco, acompanhado de Solano, mascarado, que permanece apontando uma arma no pescoço do doutor)
MÉDICO: O que significa isso? É um assalto?
SOLANO: Já disse que não quero perguntas.
MÉDICO: Eu preciso saber o que está acontecendo. Eu quero entender. Por favor, não me mate. Eu não sei por que isso está acontecendo comigo. Não sei.
SOLANO: Cala a merda dessa boca.
(Solano dá dois tiros no médico, que cai no chão)

Cena 11/ Paisagens de São Paulo/ Noite
(Toca Falling Down – Oasis)

Cena 12/ Restaurante/ Cozinha/ Interno/ Noite
(O telefone de Lara toca, mas ela rejeita a ligação)
MÔNICA: Era o seu namorado ligando?
LARA: O Celso não é mais meu namorado, Mônica. Eu descobri que ele é meu irmão.
MÔNICA: Irmão? Você estava namorando seu irmão, sem saber de nada?
LARA: Justamente. E eu quero esquecer que isso aconteceu. Quero passar uma borracha nessa parte da minha vida. Esquecer o Celso para sempre.
MÔNICA: Você é ainda apaixonada por ele, mesmo o Celso sendo o seu irmão?
LARA: Sinceramente, sim, eu ainda continuo apaixonada por ele, mas acredito que a distância irá se encarregar de curar esse amor. E, Mônica, eu conto com a sua ajuda para manter o Celso longe de mim. Nada me tira da cabeça que a qualquer momento, ele pode aparecer aqui me procurando e, caso isso aconteça, eu te suplico para que você minta, dizendo que eu não estou no restaurante, que estou no meu horário de almoço ou coisa parecida. Você me ajuda?
MÔNICA: Claro, amiga. Se é isso que você prefere.

Cena 13/ Dourados/ Mansão Bertolin/ Quarto de Celso/ Interno/ Noite
(Celso está deitado na cama. Ludmila entra)
LUDMILA: Podemos conversar?
CELSO: Eu não quero falar com você, Ludmila.
LUDMILA: Celso, eu sinto muito por tudo o que aconteceu. Eu gostava de ver você e a Lara namorando.
CELSO: Pare de mentir, Ludmila. Você estava sendo paga para me separar dela. Com certeza, você está furiosa, pois agora não terá dinheiro bolso, já que a Lara resolveu ir embora e ficar longe de mim para sempre.
LUDMILA: Está enganado. Eu nunca fiz nada para te separar da Lara e você sabe disso. Não faltaram oportunidades para eu te seduzir ou te levar para a cama, mas eu preferi não mover nenhuma palha, porque eu torcia por vocês.
CELSO: Que torcia o quê, Ludmila? Não seja falsa.
LUDMILA: Estou falando sério, Celso. Eu só aceitei esse combinado, porque eu precisava do dinheiro que sua mãe me ofereceu para eu poder me livrar da vida horrorosa que eu tinha nos Estados Unidos. Celso, eu era prostituta e ganhava uma mixaria. Eu não agüentava mais tocar aquela vida para frente. E sua mãe me apareceu com uma proposta tentadora. Mas eu não fiz nada, nada, para afastar você da Lara. Eu estava recebendo o dinheiro sem mover nenhuma palha. Eu juro. E me comportei dessa maneira porque eu via a sua felicidade em namorar a Lara e ficar ao lado dela. E eu gostava disso, eu me sentia bem em te ver feliz e não achava justo ter que estragar a tua alegria. Acho que foi por isso que eu te traí. Porque eu nunca consegui te enxergar de uma maneira sexual. Apenas te via como um amigo para todas as horas, mas não como namorado ou coisa parecida.
CELSO: Belo depoimento, Ludmila. Mas suas palavras não adiantam nada. A Lara já foi embora e parece que nunca mais voltar. Além de ser minha irmã, eu a perdi para sempre.
LUDMILA: Você vai contar para a sua mãe que eu fiquei enrolando ela esse tempo todo, recebendo dinheiro sem fazer nada, sem cumprir o combinado?
CELSO: Não vou fazer isso, Ludmila. Se fosse em outros tempos, eu acho que te dedurava para a minha mãe. Mas agora, extorsão é pouco para ela. Muito pouco.

Cena 14/ Mansão Bertolin/ Corredor/ Interno/ Noite
(Ludmila entra. Marta aparece e se aproxima dela)
MARTA: Estava saindo do quarto do meu filho?
LUDMILA: Fui conversar com ele. Tentar consolá-lo.
MARTA: Pena que você fez isso tarde demais. Melhor dizendo, nunca fez.
LUDMILA: Não entendi, dona Marta.
MARTA: Você acha que eu sou burra, Ludmila? Desde quando pôs os pés aqui, você não fez nada para separar o meu filho da Lara. Se eles estão separados agora, isso é por culpa do Caio, que resolveu contar toda a verdade. Fiquei te pagando por um serviço que você não estava praticando.
LUDMILA: Eu fiz o que estava ao meu alcance, dona Marta, mas o Celso era altamente apaixonado pela Lara. Não ficava longe dela por nada. A verdade era realmente a única coisa que poderia separá-los, como aconteceu.
MARTA: Isso é uma pena para você, não é mesmo? Eu quero você fora da minha casa agora, já que não irá mais precisar cumprir o nosso combinado. Fora daqui, sua incompetente ordinária.
LUDMILA: Dona Marta, a senhora não pode simplesmente me expulsar da mansão e agir como se nada tivesse acontecido. Nós fizemos um trato.
MARTA: Um trato que você não respeitou. Ficou ganhando dinheiro sem fazer nada, sem reconquistar o Celso e separá-lo daquela bastarda. Agora, não existe mais motivos de eu continuar te pagando. Saia da minha casa agora.
LUDMILA: Dona Marta, eu estou sem emprego, não tenho como me sustentar.
MARTA: Problema seu. Se quiser voltar a viver aquela vidinha de prostituta medíocre que você tinha nos EUA, fique a vontade. Mas debaixo do meu teto você não fica mais. Arrumas as suas tralhas e vá embora daqui para sempre.

Cena 15/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Noite
(Tiago está sentado na poltrona e Luana está deitada na cama)
LUANA: Não precisava me trazer para o seu quarto. Eu tenho um quartinho aqui, lembra?
TIAGO: Nada disso. Daqui a algumas semanas, nós iremos nos casar. Esse quarto agora será nosso.
LUANA: Ainda iremos nos casar?
TIAGO: Claro. Por que a surpresa?
LUANA: Pensei que você estava só comigo por causa do nosso filho. Agora que ele se foi, eu pensei que você cancelaria a nossa cerimônia.
TIAGO: Nada disso. Esse casamento foi uma promessa que eu fiz para você. Eu fiz com que você criasse expectativas. Não posso simplesmente sair por aí e destruí-las. A gente ainda irá se casar, sim. Isto é, se você ainda quiser.
LUANA: Eu quero, Tiago. Eu quero.
TIAGO: Está decidido, então.

DIAS DEPOIS

Cena 16/ Igreja/ Externo/ Escadaria/ Dia
(Luiza e Felipe estão em pé, posicionado em um dos degraus)
FELIPE: Luiza, eu já estou mais do que preocupado. Sua barriga já está tomando forma. Para alguém perceber, é só um pulo. Você precisa contar que está grávida logo.
LUIZA: Eu já sei o que vou fazer, Felipe. Você vai mesmo anunciar a gravidez junto comigo?
FELIPE: Claro. Nós já combinamos sobre isso, inclusive a história de que sou o pai biológico dessa criança.
LUIZA: Eu nunca vou cansar de te agradecer pelo o que você está fazendo por mim. Homem nenhum teria coragem de se responsabilizar por um bebê que não é seu.
FELIPE: Eu te amo, Luiza. E esse bebê também é meu filho agora.
LUIZA: Bom, como eu te falei, eu já decidi o que fazer. Nós iremos contar sobre a gravidez para a minha família ainda hoje, depois do casamento do Tiago. Tudo bem?
FELIPE: Claro. Tudo ótimo.
(Vitor e Cíntia se aproximam de Luiza e Felipe)
VITOR: Luiza. Felipe. Como vai o casal?
FELIPE: Melhor do que nunca.
CÍNTIA: Vocês já souberam que eu e o Vitor fomos selecionados naquele concurso que estávamos participando para estudar em Oxford?
LUIZA: Ouvi alguns comentários a respeito.
VITOR: Já estamos de viagem marcada. Após esse casamento, Oxford me espera.
CÍNTIA: Nos espera, Vitor. Nos espera.

Cena 17/ Igreja/ Altar/ Interno/ Dia
(Tiago está andando de um lado para o outro. Celso está próximo dele)
CELSO: Acalme-se, Tiago.
TIAGO: Estou muito nervoso, Celso. Fiquei desse jeito quando estava esperando a Amanda também.
CELSO: A Amanda. Hoje completa um mês que ela morreu.
TIAGO: Coincidentemente.
CELSO: Será que não é um aviso? Um aviso de que você não deve se casar com a Luana.
TIAGO: Sem besteiras, Celso.
CELSO: Tiago, você não ama a Luana. Não tem por que você se casar com ela, visto que a única coisa que te prendia a ela também se foi: o bebê. Ainda dá tempo, meu irmão. Desista desse casamento.

Cena 18/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Dia
(Luana, vestida de noiva, se olha no espelho. Marta aparece atrás dela)
MARTA (aplaudindo): Parabéns, Luana. Parece que você conseguiu.
LUANA: Dona Marta. Pensei que já estava na igreja, ao lado do seu filho.
MARTA: Preferi te desejar os meus votos antes de aparecer naquela igreja e assistir o meu filho entrar em um poço de escuridão.
LUANA: Não seja exagerada, dona Marta. A senhora sempre me julgou mal. Eu não sou essa mau caráter que a senhora pensa.
MARTA: Eu sei muito bem quem você é, sua pilantrinha de quinta. Mas não cante a vitória antes do tempo, Luana. Você ainda não disse o tão desejado sim.
LUANA: A senhora não pode fazer nada para me impedir, dona Marta. Eu já ganhei esse jogo.
MARTA: Ah, ganhou, é? Veremos.
(Marta se aproxima de Luana e começa a rasgar o vestido dela)
LUANA: Louca. Para com isso. Para, sua velha maldita. Para.
MARTA (afastando-se de Luana): Velha maldita. É assim que você sempre se referiu a mim, não é, sua vagabunda? Velha maldita. Agora, eu quero ver se o padre irá permitir que você entre na casa de Deus pelada. Quer casar a tempo com o meu filho, Luana? Vai ter que entrar na igreja nua. E eu acho que isso é algo que um reverendo decente não irá deixar.
(Congela em Luana. Toca Love me Again – John Newman)
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