terça-feira, 4 de março de 2014

Fixação - Capítulo 67


Cena 1/ Carro de Solano/ Interno/ Dia
(Solano dirigindo. Luana e Isadora, desacordada, no banco traseiro)
LUANA: Antes de irmos para o cais, eu quero que você passe no galpão.
SOLANO: No galpão?
LUANA: Isso mesmo. Eu preparei uma surpresa para a Isadora.
SOLANO: Você tem certeza que a ida ao galpão não vai atrapalhar o nosso plano?
LUANA: Faz o que eu estou mandando, Solano.
SOLANO: Ok.

Cena 2/ Mansão Bertolin/ Quarto de Celso/ Interno/ Dia
LARA: Um teste de DNA?
MARTA: Isso mesmo. Você e o Caio farão um teste de DNA, apenas para verificarmos se você é mesma filha do meu pai.
CELSO: Isso é um absurdo, mãe.
MARTA: Absurdo por quê? Por acaso, você tem algum documento que prove o grau de parentesco entre a Lara e seu pai?
LARA: Eu sinto que sou filha dele, dona Marta.
MARTA: Engraçado. O Caio disse a mesma coisa quando aceitou fazer o teste.
CELSO: Esse teste foi idéia da senhora, não foi, mãe?
MARTA: Eu só quero ter a certeza sobre as coisas que acontecem na minha família. E sejamos francos, o Caio nem sabia da existência da Lara antes de ela aparecer na cidade. Quem garante que você é filha dele, Lara? Quem garante que você não é um fruto de outro relacionamento amoroso da sua mãe?
LARA: Quando a minha mãe era viva, ela me garantiu que dentro de uma caixa havia informações sobre o meu pai. E nessa caixa, como foi provado, tinha coisas pertencentes ao seu Caio.
MARTA: A própria Andressa pode ter se enganado quanto à sua paternidade. Bom, a data do exame já foi marcada. O que resta é você aceitarem que ele será realizado.
(Marta sai. Lara e Celso entreolham-se.)

Cena 3/ Rua/ Dia
(Vitor caminha pela rua e vê Francisca. Ele se aproxima da moça)
VITOR: Com licença.
FRANCISCA: Está falando comigo?
VITOR: Sim. Se eu não me engano, você não é uma das moças que trabalham na mansão da família Bertolin?
FRANCISCA: Sou eu, sim.
VITOR: Será que a gente poderia conversar?
FRANCISCA: Vai demorar muito?
VITOR: Vai durar tempo suficiente para tomar um sorvete. Aceita?

Cena 4/ Pousada/ Quarto de Maura e Alexandre/ Interno/ Dia
(Maura e Marta sentadas frente a frente)
MAURA: Fico feliz por minha idéia ter sido aceita.
MARTA: E eu sou muito agradecida a você por isso, Maura. Se você não tivesse me dado a idéia do exame de DNA, acho que ainda hoje estaria pensando em alguma maneira de provar que a Lara não é filha do Caio. Obrigada mesmo.
MAURA: Imagina, Marta. Precisando de mim, é só chamar.
MARTA: Você sempre foi muito prestativa, desde aquela época em que éramos jovens.
MAURA: E você sempre foi a mais superior. Tenho saudades daquela época, do nosso trio. Eu, você e Vera caminhando pelas ruas de Dourados.
MARTA: Não fale o nome da Vera perto de mim.
MAURA: Você nunca foi capaz de fazer as pazes com ela?
MARTA: Ela roubou o Ernesto de mim. Desde quando isso tem perdão?
MAURA: E você roubou o Caio de mim, e, mesmo assim, nunca rompi a nossa amizade.
MARTA: É verdade. Bom, foi ótimo relembrar o passado, mas tenho que ir.
MAURA: Apareça mais vezes, Marta.
MARTA: Pode deixar.
(Marta sai)

Cena 5/ Pousada/ Quarto de Ludmila/ Interno/ Dia
MAURA: O Caio fará o exame de DNA.
LUDMILA: Ótimo. Tudo está saindo como eu planejei. Irei me vingar da Lara e da Marta usando um plano só. Elas que me aguardem.
(Ludmila dá um sorriso vencedor)

Cena 6/ Sorveteria/ Interno/ Dia
(Francisca e Vitor estão sentados à mesa, frente a frente)
FRANCISCA: Ainda não entendi o motivo de você ter me convidado para tomar um sorvete. Eu não sei nem o seu nome.
VITOR: Prazer. Vitor Amorim.
FRANCISCA: O que você quer comigo, garoto?
VITOR: Eu te achei uma mulher bastante atraente, Francisca. Não posso?
FRANCISCA: Olha o respeito, menino. Eu tenho idade para ser sua mãe.
VITOR: E daí? Minha mãe deve ter a sua idade e ela está namorando um rapaz mais novo.
FRANCISCA: Mas eu não sou adepta a essas modernidades. E para de mentir, que eu sei muito bem que você não me chamou aqui para dizer que eu sou atraente. O que está por trás desse elogio?
VITOR: Eu só quero que você faça um favor para mim.
FRANCISCA: Qual?
(Vitor mostra a microcâmera para Francisca)
VITOR: Que você instale essa microcâmera no quarto da Luiza e do Felipe. Óbvio que eles não devem saber que esse aparelho está lá.
FRANCISCA: E o que eu ganho com isso?
VITOR: Um beijo delicioso.
FRANCISCA: Não quero seu beijo. Quero algo que realmente preste.
VITOR: Quanto você quer para fazer esse serviço para mim?
FRANCISCA: Quinhentos reais.
VITOR: Trezentos e não se fala mais nisso.
FRANCISCA: Tudo bem. Melhor do que nada.
(Francisca pega a microcâmera da mão de Vitor)
FRANCISCA: Pode ficar tranqüilo. Eu instalarei esse aparelho no quarto do casal.
VITOR: Ótimo. Eu te pagarei, quando você for me devolver a microcâmera.
FRANCISCA: E quando eu farei isso?
VITOR: Quando a Luiza e o Felipe transarem.

Cena 7/ Mansão Amorim/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(A campainha toca e Mirna atende)
MIRNA: Bom dia.
CAMILA: Bom dia. Eu sou Camila Soares, assistente social encarregada de analisar as condições ambientais, sociais e financeiras na qual Marcos Bertolin Couto possa encontrar aqui. Essa é a mansão onde mora Vitor Amorim, não é?
MIRNA: É aqui mesmo.
CAMILA: Ele se encontra?
MIRNA: No momento, não.
CAMILA: Ele está no trabalho?
MIRNA: O Vitor não trabalha.
CAMILA: Ah, não? Está estudando, então?
MIRNA: Também não. O Vitor não faz nada, além de comer, beber, passear e dormir. Bom, eu faço questão de lhe mostrar todos os aposentos da casa.
CAMILA: Obrigada.
(Camila entra e Mirna fecha a porta)

Cena 8/ Galpão/ Interno/ Dia
(Isadora acorda e percebe que está deitada sobre uma maca. Além disso, a ex-delegada percebe que está com os braços e pernas amarradas. Luz focada bem no seu rosto)
ISADORA: Que lugar é esse? Onde eu estou?
(Luana se aproxima de Isadora, que vê a vilã)
LUANA: Como você tem um sono pesado, Isadora. Pensei que não iria acordar tão cedo.
ISADORA: O que está acontecendo?
(Isadora faz um esforço com a cabeça, que dói)
ISADORA: Ai, minha cabeça.
LUANA: Também pudera. A pancada que eu dei na sua cabeça não foi nada suave.
ISADORA: Agora, estou começando a me lembrar.
LUANA: Pena que elas não servirão para nada em breve.
ISADORA: O que você vai fazer comigo? Vai me matar?
LUANA: Óbvio que vou. Mas não aqui nem agora.
ISADORA: E porque você me prendeu nessa maca?
LUANA: Para te ver sofrer. Para te torturar.
ISADORA: O quê?
LUANA: SOLANO!
(Solano aparece e entrega uma faca para Luana)
LUANA: O que você acha dessa faca, Isadora?
ISADORA: Pontuda.
LUANA: É assim mesmo que eu gosto.
(Luana, com um sorriso no rosto, crava a faca e a passa na bochecha de Isadora, que grita de dor)
ISADORA: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Cena 9/ Pousada/ Corredor/ Interno/ Dia
(Segurando um buquê de flores numa das mãos, Tiago entra no corredor. Ele para em frente à porta do quarto de Isadora, respira fundo e bate na porta. Bate mais uma vez)
TIAGO: Será que a Isadora não está?
(Bate na porta mais duas vezes. No quarto ao lado, a porta se abre e de dentro, sai Alexandre)
ALEXANDRE: A Isadora acabou de... Tiago?
TIAGO: Alexandre.
(Os dois se encaram)

Cena 10/ Cais/ Interno/ Dia
(Um carro pára em frente ao mar. Dele, saem Luana e Solano. Luana se aproxima do bagageiro do carro e abre-o, revelando dentro do local Isadora, que está dentro de um saco, dos pés a cabeça.)
LUANA: Solano, me ajuda a tirar a Isadora daqui.
(Solano se aproxima de Luana e ajuda-a a tirar Isadora. O casal, com a mulher embrulhada nos braços, se posiciona em frente às águas do mar que o cais tem acesso)
LUANA: Agora.
(Solano e Luana jogam Isadora no mar)
LUANA: Pronto.
SOLANO: Trabalho feito.
LUANA: Tudo acabou para Isadora. Tudo.
(Luana solta uma gargalhada)
(Congela em Luana, gargalhando. Toca Promises – The Cramberries)

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