quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sem Pudor - Capítulo 4


(Versão Revista)
Web Novela de: @FellixKhoury

Cena 1 / Lanchonete / Int. / Tarde

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.
(Olívia assina um documento, o fazendeiro lhe entrega um pacote com dinheiro. Ela o guarda na bolsa)
Fazendeiro – Não vai conferir?
Olívia – O senhor não se atreveria a me enganar!

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Cena 2 / Grupo Cerqueira de Moraes / Sala de Carlos / Int. / Tarde

(Carlos em sua mesa, cheia de papeis. O telefone toca, ele atende)
Carlos – Oi amor...
Tatiana (off) – Jantamos hoje?
Carlos – Eu não sei que horas vou sair daqui, to analisando uns relatórios e...
Tatiana (off) - Tudo bem, eu vou passar na sua casa, sua mãe quer falar sobre o casamento!
Carlos – Amor, eu vou ter que desligar agora. Te amo!
(Ele desliga)
Carlos – Te peguei Paulo!

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Campinas

Cena 3 / Casa de Carmen / Sala / Interior / Tarde

Carmen – Quando disseram que era você eu não acreditei!
Olívia – Dona Carmen, que saudades!
Carmen – Onde você estava menina? Há anos não lhe vejo!
Olívia – Minha avó faleceu, eu fui passar uma temporada na Europa, mas nada como o Brasil não é? Nossa terra amada!
Carmen – Ah isso é verdade!
Olívia – E a Tatiana está?
Carmen – Tati está no Rio... Está noiva, não soube?
Olívia – Meu Deus que maravilha!
Carmen – O casamento é em dois meses!
Olívia – Preciso vê-la. Estou com tantas saudades, tenho tanta coisa para contar a ela!
Carmen – Eu te passo o telefone dela!
Olívia – Perfeito. Estava mesmo querendo ir ao Rio!

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Cena 4 / Grupo Cerqueira de Moraes / Sala de Carlos / Int. / Tarde

Paulo – Isso foram investimentos, José Carlos!
J. Carlos – Que investimentos, Paulo? Eu não sou idiota, qualquer investimento deveria constar nos relatórios contábeis e esse valor simplesmente desapareceu!
Paulo – Deve ter sido um erro da contabilidade!
J; Carlos – Não foi e nós dois sabemos disso!
Paulo – Você tá querendo insinuar que eu roubei a empresa?
J. Carlos – Eu não estou insinuando nada Paulo, eu estou afirmando!
Paulo – Eu nunca pensei que...
J. Carlos – E eu vou levar isso a conhecimento do meu pai.
Paulo – Faça como achar melhor. Eu tenho certeza que eu seu pai não vai acreditar numa insanidade dessas!
J. Carlos – Quanto a provas não há argumentos... Se prepare, por que a sua casa vai cair!
Paulo – Eu sou diretor financeiro dessa empresa há mais de 15 anos e nunca... Nunca fui questionado sobre qualquer...
J. Carlos – Pois devia ter sido. Eu vou pedir uma auditoria nas contas da empresa... Dos últimos 15 anos e vamos ver quanto você faturou em cima da confiança da minha família!
Paulo – Eu faço parte dessa família, José Carlos, a troco de que eu os roubaria?
J. Carlos – Essa é uma pergunta que cabe a você responder!
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CAMPINHAS

Cena 5 / Rua / Tarde
(Olívia caminha tranquilamente)
Rogério – ASSASSINA!
(Do outro lado da calçada Rogério aos berros. Ele atravessa a rua correndo e pega no braço de Olívia que o encara furiosa)
Olívia – Que isso? Me solta seu marginal!
Rogério – Assassina!
Olívia – Eu não sei do que você está falando, me solta ou vou chamar a polícia!
Rogério – Chama a polícia mesmo...
Olívia – Me solta!
Rogério – Eu sou filho do homem que você matou a sangue frio naquele bar!
Olívia – Ahh eu devia imaginar pelo cheiro de cachaça que você só podia ser filho daquele bêbado!
Rogério – Desgraçada!
Olívia – Foi legitima defesa... O bebum do seu pai tentou me estuprar. Eu só me defendi. Agora solta o meu braço e vá procurar o AA!
(Ela puxa o braço e continua andando)
Rogério – Isso não acaba aqui!
Olívia – Já acabou meu caro!

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Cena 6 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Int. / Tarde
(Berenice abre a porta, Fábio entra, algumas malas estão a porta)
Fábio – Boa tarde Berenice! Peça para alguém levar minhas malas ao meu quarto!
Berenice – Sim senhor!
(Tereza vem descendo as escadas de braços abertos)
Teresa – Fabinho!
Fábio – Teresa!
(Os dois se abraçam)
Teresa – Seu pai não vai nem acreditar que você está aqui!
Fábio – E onde está o doutor Paulo?
Teresa – Na empresa obviamente!
Fábio – Eu devia imaginar...
Teresa – Mas me conte como foi com a sua mãe?
Fábio – Cada vez mais doida Teresa. Se eu ficasse mais uma semana em Londres, eu teria que me internar num sanatório!
Teresa – Não fale assim da sua mãe!
Fábio – Tá certo... Bom, vou subir, tomar um banho. To morto da viagem, quando meu pai chegar...
Teresa – Eu mando ele subir! Descanse querido!
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Cena 7 / Casa de Olívia / Sala / Interior / Tarde

(Lorivaldo e Senerstina estão na sala quando escutam o barulho de carros e retro escavadeiras)
Lorivaldo – O que isso?
(Os dois saem na porta e encontram o fazendeiro e alguns capangas armados)
Lorivaldo – O que é isso seu Chico?
Chico – Essas terras são minhas agora. Podem sair!
Lorivaldo – Como é que é?
Chico – É isso mesmo que o senhor ouviu!
Senerstina – O senhor não pode fazer isso, essas terras eram dos meus pais!
Chico – Mas agora são minhas!
Lorivaldo – Eu vou chamar a polícia!
Chico – Chame. Eu tenho um contrato de compra e venda assinado pela sua filha...
Lorivaldo – O que?
Chico – Vocês têm meia hora para tirar seus trapinhos daí de dentro antes de eu mandar derrubar essa choupana!

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Cena 8 / Mansão Cerqueira de Moraes / Escritório / Int. / Noite
(José Carlos entra apressado no escritório do pai, umas pastas com documentos em mãos)
J. Carlos – Eu preciso falar com você!
(Paulo que estava próximo a porta pegando uma bebida para Eugênio)
Paulo – Boa noite Carlos!
J. Carlos – É bom que você esteja aqui Paulo, assim vai poder explicar para nós o rombo que você deu nos caixas da empresa!
(Carlos joga as pastas sobre a mesa do pai, que as encara e em seguida encara Paulo)
J. Carlos – Então? Vai começar?
J. Eugênio – Não há rombo nenhum José Carlos!
(Carlos olha abismado para o pai)
J. Carlos – Como não, pai? Olha os relatórios, qualquer um enxerga o desfalque que esse ai deu!
J. Eugênio – Não houve desfalque nenhum. Eu autorizei o Paulo a fazer essa retirada. E ele vai nos pagar até o final do ano!
J. Carlos – Você o que?
J. Eugênio – Isso que você ouviu... Eu sou o presidente desse grupo...
J. Carlos – Tudo bem, eu não preciso ouvir mais nada!
(Paulo sorri para José Carlos quando ele esta saindo. Carlos fecha a porta furioso. Paulo se aproxima de Eugênio, quase beijando-o, mas é afastado)
Paulo – O que foi?
Eugênio – Primeiro que nós estamos em casa, aqui não é lugar para isso e você sabe muito bem. Segundo eu não engoli essa história, Paulo!
Paulo – Eu já te expliquei meu amor... Eu...
Eugênio – A sua explicação não me convenceu... Eu estou de olho em você!

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CAMPINAS
Cena 9 / Rua / Externo / Noite

(Olívia caminha com o aparelho celular no ouvido. Aflita, até que alguém no outro lado atende)
Tatiana - (off) Alô?
Olívia – Tatiana?
Tatiana – (off) Sim, quem gostaria?
(Olívia sorri aliviada)
Olívia – Tati, Olívia Alcântara!
Tatiana – (surpresa e feliz) Meu Deus Olívia, quanto tempo!
Olívia – Nossa estou morrendo de saudades, encontrei sua mãe aqui em Campinas e pedi seu telefone né? Precisava falar com você!
Tatiana – Precisamos nos encontrar, colocar as fofocas em dia!
Olívia – Com certeza. Estou indo para o Rio essa semana, se eu encontrar um hotel decente não é? Todos os que minha família sempre fica estão lotados.
Tatiana – Imagino, essa época é horrível mesmo!
Olívia – Pois é. Mas eu te ligo caso eu vá mesmo!
Tatiana – Por que você não fica aqui em casa?
Olívia – Não né Tati, imagina, não quero dar trabalho!
Tatiana – Não é trabalho nenhum, imagina!
Olívia – Bom, se você insiste. Compro minha passagem para amanhã mesmo!
Tatiana – Estarei lhe esperando!
(Ela desliga, sorri e ao olhar para frente vê o pai parado em frente ao seu hotel)
Olívia – O que é que esse velho infeliz ta fazendo aqui?
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Cena 10 / Hotel / Quarto / Int / Noite

(Olívia entra, Lorivaldo logo atrás)
Lorivaldo – Como é que você teve coragem de fazer isso?
Olívia – Eu não sei do que você está falando!
Lorivaldo – Não se faça de besta, Olívia!
Olívia – Aquele velho idiota já foi lá não é?
Lorivaldo – Você deixou a mim e a sua mãe na sarjeta!
Olívia – Não diferente do que você fez comigo!
Lorivaldo – Eu vou a polícia!
Olívia – E vai fazer o que lá? Você tem escritura daquelas terras? NÃO! NÃO TEM! Eu não sei nem como a prefeitura nunca nos tirou de lá... Aquelas terras são invadidas!
(Lorivaldo olha para cima da cama de Olívia, o envelope do dinheiro está lá)
Olívia – Não se atreva!
(Lorivaldo se aproxima da cama e pega o envelope, Olívia corre até ele. Ele a empurra e sai correndo)
Olívia – DESGRAÇADO!
(Ela sai correndo atrás dele)

Corta Muito rápido para:
Cena 11 / Hotel / Frente / Externo / Noite

(Lorivaldo passa correndo e esbarra no segurança parado na porta. Olívia vem atrás aos berros)
Olívia – SEGURA ESSE INFELIZ!
(Lorivaldo corre, afoito. Olívia vem atrás. Ele para pra recuperar o fôlego. Olívia se aproxima. Um caminhão em alta velocidade buzina. Lorivaldo encara o farol do veículo. Olívia para na calçada. Lorivaldo é jogado para o outro lado da rua com o impacto da batida)
Olívia – Meu Deus!
(Lorivaldo sangrando. O motorista do caminhão desce do veículo apressado. Olívia se aproxima do corpo do pai e sorri)

Corta para:
FIM DO CAPÍTULO











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