sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Classe Social - Capitulo Vinte


1º Cena – Condomínio Fechado – Casa de Pedro – Tarde

Lara: A gente precisa ir para um hotel, pois aqui é o primeiro lugar que eles vão bater.
Flávia: NÃO!
Todos param e olham pra Flávia
Flávia: Eu não vou sair da minha casa pra ajudar pirralho nenhum, isso é mais uma armação dessa vagabunda pra ferrar com a gente. Eu quero mais que o Kleber pegue ela e ela morra!
Pedro: COMO É QUE É?
Roberto: Flávia, você não pode estar falando sério.
Flávia: SERÁ POSSIVÉL QUE VOCÊ NÃO ESTÁ PERCEBENDO QUE ESSA GAROTA INFEITIÇOU O NOSSO FILHO??
Pedro: Mãe, não tem feitiço nenhum, o Kleber é uma pessoa mal, qualquer um em sã consciência consegue perceber isso. A Lara quer impedir isso e eu estou ajudando-a
Lara: Dona Flávia, eu entendo que a senhora não gosta de mim, mas é a vida dessas crianças que estão em jogo, por favor, ajuda a gente.
Flávia olha pras crianças e reflete
Pedro: Mãe, por favor.
Flávia: Ta, eu vou fazer isso por você, só por você.
Pedro: Ok, agora vamos fazer o seguinte: Vocês vão para um hotel, eu e a Lara levamos as crianças para a casa de alguém que seja mais confiável.
Roberto: Tudo bem filho.

Corta Para:
2º Cena - Condomínio Fechado – Área Externa – Tarde

O carro de Kleber estaciona na frente do condomínio.
Kleber: [...] Tem certeza que é nesse lugar?
Capataz: Segundo as provas que achei no celular, sim.
Kleber: Como você chegou a essa conclusão?
Capataz: Pelo aplicativo do facebook, estava logado, apenas entrei e vi onde ele mora.
Kleber: Sei não...
Capataz: Só tem um jeito da gente ter certeza. Indo até o porteiro e perguntando.
Kleber: É isso que eu vou fazer, me da o celular aqui.
Kleber pega o celular e sai do carro. Ele caminha até a guarita do porteiro.
Kleber: E aí, tudo bom?
Porteiro: Sim, você quer que interfone para alguma residência?
Kleber: Não! Na verdade, eu queria saber se esse garotinho mora aqui. (mostra a foto). É que eu encontrei o celular dele e queria devolver, coitado.
Porteiro: Sim, esse é o Pedro!
Kleber: Isso! Mas, ele está em casa?
Porteiro: Na verdade não, ele e a família saíram pouco antes de você chegar, foram fazer uma viagem.
Kleber: Uma viagem?
Porteiro: Isso mesmo!
Kleber: Ok, obrigado!

3º Cena – Bahia – Hotel Porto da Barra – Salvador – Tarde

Carlos entra no quarto e encontra Roger de sunga.
Carlos: Vai pra onde?
Roger: Olha esse solzão, vou tomar uma água de coco, dar um mergulho, sentir o clima baiano mais de perto, pois logo, logo começo a trabalhar e aí já viu, né?
Carlos: Não!
Roger: Não o que?
Carlos: Você não vai pra praia, você não conhece nada aqui.
Roger: Carlos, é só atravessar a rua que eu chego na praia, que medo faz?
Carlos: A Bahia não é o Rio de Janeiro, vai com calma.
Roger: Realmente, a Bahia não é o Rio, e isso foi o que percebi quando pisei aqui, porém não vai me impedi de ir na praia.
Carlos: Eu não vou, então, você também não vai.
Roger: Aí que você se engana!
Carlos: Eu sou seu namorado, você tem que me obedecer.
Roger: Não, você está erradíssimo. Eu tenho que obedecer meu pai e minha mãe.
Carlos: Roger, não interessa quem você vai obedecer, você não vai pra praia e ponto.
Roger: Isso é o que vamos ver!
Roger sai correndo e Carlos o segue. Eles saem do quarto e correm pelo corredor do hotel, Carlos consegue alcançar Roger e pega ele pelo braço.
Carlos: EU DISSE QUE VOCÊ NÃO VAI, E VOCÊ NÃO VAI!
Eles se encaram com raiva.

4º Cena – Zona Oeste – Casa de Luíza – Tarde

Carol está assistindo.
Jurema: CAROL MENINA VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!
Carol: Ai mãe, quase a senhora me mata de susto, desse jeito vou ter um infarto do coração.
Jurema: Infarto do coração você vai ter quando for no lugar onde vou te levar.
Carol: Lugar? Me levar? Ô Mãe desembucha logo.
Jurema: Comprei os ingresso pro show da sua vida.
Carol fica surpresa.
Carol: PERA, CALMA... QUER DIZER QUE... EU VOU AO SHOW DAS...
Jurema: Isso filha, do bonde das maravilhas, não é uma maravilha?
Carol cai dura no chão
Jurema: CAROL? CAROL... ACORDA CAROL. MENINA LEVANTA QUE AINDA TEM MAIS SURPRESA!
Carol acorda
Carol: Então fala, qual a outra?
Jurema: Nenhuma, era pra você acordar mesmo
Carol desmaia novamente
Jurema: Para de drama menina
Ela levanta
Carol: Mãe, eu vou realizar o sonho da minha vida. Obrigado mãe.
Elas se abraçam. Luíza chega em casa.
Luíza: Qual o motivo da felicidade?
Carol: Lu, você não vai acreditar.
Luíza: Já sei, você vai no show do bonde das maravilhas.
Carol: Ué, você sabia?
Luíza: Não, é que você faz cara de retardada quando fala dessa banda, se é que pode ser considerada uma banda isso.
Jurema: Luíza, respeita sua irmã.
Carol: Também acho, você tem que respeitar o sentimento de uma idola.
Luíza: É fã idiota, você é a fã.
Carol: Isso mesmo que eu disse.

Corta Para:
5º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera - Zona Sul – Fim da tarde

Campainha toca
Nina: Ué, quem será?
Beto: Estranho, o porteiro não avisou.
Vera: Só espero que não seja a louca da Maitê.
Nina: Calma, eu vou atender.
Nina caminha até a porta e abre. Pedro e Lara entram com Clara e Cauã no colo.
Todos: Pedro?
Vera: O que você está fazendo aqui, garoto?
Ele olha pra todos assustado.
Pedro: Eu preciso da ajuda de vocês.
Nina: Como assim?
Beto: Ajuda pra que?
Pedro: Vera, Nina, eu sei que já fiz muito mal pra vocês, mas eu juro que me arrependi, e, hoje, vocês são minha única salvação.
Vera: Então explique o que está acontecendo. Quem é essa moça? E essas crianças... De onde elas saíram?
Lara: Gente, eu sou a Lara, ninguém aqui me conhece porque o Pedro me salvou das garras de um homem muito perigoso.
Beto: Que homem gente, do que vocês estão falando?
Pedro: O nome dele é Kleber, ele trafica órgãos de seres humanos e estava mantendo essas crianças em cárcere privado. Eu ajudei a Lara a salvar essas crianças, pois ela está machucada, levou um tiro, é uma história absurda.
Todos estão perplexos.  
Vera: Mas, gente, quem é o monstro que seria capaz de fazer tamanha maldade com duas crianças indefesas?
Lara: Isso, o Kleber é um monstro!
Pedro: Vocês não tem noção da pessoa que ele é. Um ser totalmente desprezível.
Nina: Mas como a gente pode te ajudar?
Pedro: Ele está atrás da gente, o meu celular está nas mãos dele, lógico que minha casa seria o primeiro lugar onde ele iria bater. Eu preciso ficar em um lugar onde ninguém imaginasse que eu poderia estar.
Beto: Mas você estaria colocando nossas vidas em risco também.
Pedro: Gente, por favor, pelo bem dessas crianças.
Eles olham nos olhos inocentes de Clarinha. Vera se emociona.
Vera: Nina, Beto, eu não posso deixar que esse Kleber mate essas crianças.
Nina: Tudo bem, nós vamos ajudar vocês!
Lara e Pedro sorriem aliviados.

6º Cena – Zona Sul – Apartamento de Vitória – Noite

Miller e Sérgio chegam na sala e encontram Vitória quieta.
Miller: [...] Desde que Pedro resolveu ir salvar a Lara que não temos noticias, o tio Roberto também não fala nada, estou começando a preocupar.
Sérgio: Noticia ruim chega rápido, fica sossegado.
Miller: Vitória, o Pedro não ligou pra você?
Ela não responde.
Miller: Vitória? Oi? O gato mordeu sua língua?
Ela desperta
Vitória: Oi? O que? Tava falando comigo?
Miller: Ué, tem outra Vitória aqui?
Sérgio: Ih, ta no mundo da lua garota?
Vitória: Estava pensativa.
Sérgio: Tava pensando na vida?
Vitória: Não! Quer dizer, sim.... Nas nossas vidas.
Eles estranham.
Miller: Nossas vidas? Que história é essa?
Sérgio: É, fala aí, o que é que está pegando?
Vitória: Sérgio, Miller, vocês vão ser papais, eu estou gravida.
Eles: (espanto) GRAVIDA????!

Corta Para:
7º Cena – Rua qualquer – Carro estacionado – Noite

Kleber: EU NÃO POSSO PERDER AQUELAS DUAS CRIANÇAS, NÃO POSSO!
Capataz: Calma, patrão, a gente vai encontrar elas.
Kleber: Como imbecil? Me diz como!
Capataz: A tropa de apoio daqui do Rio de Janeiro, eles conhecem a cidade, pode nos ajudar.
Kleber: Isso, muito bem! Liga agora mesmo pro Capeta e manda ele ir organizando a nossa tropa para um reunião urgente no morro do alemão. Juntos nós vamos conseguir chegar até o Pedro.  
Capataz: Vou fazer isso agora mesmo!
Kleber fica esperançoso

8º Cena – Edifício Beira mar – Apartamento de Vera – Zona Sul – Noite

Nina, Pedro e Beto conversam na cozinha quando Lara chega.
Lara: Gente, cadê a Vera?
Beto: Ela não estava com você?
Lara: Não! Eu queria a ajuda dela para dar banho na Clarinha e no Cauã, eles estão cansados, quero coloca-los pra dormir
Nina: Eu posso te ajudar.
Pedro: Não Nina, deixa que eu ajudo. Eu gostaria que você preparasse algo pra eles comerem, pois faz muito tempo que saímos da fazenda e eles não comeram nada.
Nina: Claro! Vou fazer isso.
Beto: E eu vou encontrar a minha mãe.

Corta para:
9º Cena - Edifício Beira mar – Apartamento de Maitê – Zona Sul – Noite

Campainha tocando
Maitê: Calma já vai
Campainha toca desesperadamente
Maitê: Calma, cacete, já disse que estou indo.
Ela abre a porta e se assusta.
Maitê: VOCÊ?!
Vera entra no apartamento
Vera: Surpresa?
Maitê: Mas você estava presa...
Vera: Estava, conjugou o verbo certo. Eu ESTAVA!
Maitê olha com medo
Maitê: O que você está fazendo aqui?
Vera: Vim te dar uma coisa que você está merecendo há muito tempo.
Maitê: Não me diga que...
Vera: CALA A BOCA! E se prepara pra apanhar.
Vera larga um tapa na cara de Maitê. Um grande silencio toma conta do ambiente. Maitê coloca a mão no rosto perplexa com o ocorrido. Elas se encaram.
Vera: SE RECOMPÕE VAGABUNDA! TA SÓ NO INICIO. 
Maitê e Vera se encaram com ódio.
Congela em Maitê com sangue no olho
(Gancho ao som: Céu – 10 contados)



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