terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Velhos Tempos - Capítulo 2




Cena 1/ Mansão Sabarah/ Frente/ Externo/ Tarde
(Sem ser vista, Cassandra volta para o interior da mansão e fecha a porta cuidadosamente. Carlota e Joca param de se beijar)
CARLOTA: Você ficou louco, Joca? Isso não poderia ter acontecido.
JOCA: Desculpa, Carlota. Eu não resisti.
CARLOTA: Será que alguém viu a gente se beijando?
JOCA: Acho que não, se não já teriam feito algum escândalo.
CARLOTA: É verdade. Bom, eu adorei passar essa manhã com você.
JOCA: Eu amei.
CARLOTA: Mas acho melhor você ir embora. Alguém pode aparecer e te ver aqui e não devemos abusar da sorte.
JOCA: Você tem razão. Posso te dar mais um beijinho?
CARLOTA: Nada disso. Você sabe que estou fazendo isso para o bem do nosso relacionamento.
JOCA: Eu entendo.
CARLOTA: Obrigada pela carona a cavalo. Qualquer coisa, eu passo na igreja ou te mando um recado pela Ariana pra gente se encontrar.
JOCA (já montado no cavalo); Esperarei ansiosamente por isso.
CARLOTA: Eu te amo.
JOCA: Eu também. Até mais.
CARLOTA: Até.
(Joca sai e Carlota, visivelmente apaixonada, entra em casa)

Cena 2/ Mansão Sabarah/ Quarto Cassilda, Cassandra e Carlota/ Interno/ Tarde
(Cassilda sentada em sua cama, fazendo crochê. Cassandra, eufórica, entra)
CASSANDRA: Cassilda, Cassilda, você não vai acredita no que eu acabei de ver.
CASSILDA: Alguma assombração?
CASSANDRA: Melhor do que isso. Ou, quem sabe, pior.
CASSILDA: Não estou entendendo, Cassandra.
CASSANDRA: Eu vi a Carlota aos beijos com o afilhado do padre Juscelino.
(Cassilda larga o crochê na cama e se levanta)
CASSILDA: Como é que é?
CASSANDRA: E eu achando que hoje seria apenas um dia normal. Imagina a reação do papai quando ele souber que a filha predileta dele está envolvida com um rapaz que não condiz com os padrões de pretendente adequado que ele estipulou.
CASSILDA: Cassandra, você tem que me prometer que não usará essa informação para prejudicar a Carlota.
CASSANDRA: Eu não tenho que te prometer nada.
CASSILDA: Você não tem o direito de interferir na vida da Carlota desse jeito.
CASSANDRA: Ah, cala a boca, Cassilda. Eu venho aqui, toda feliz, te passar uma informação quentinha e você se comporta como uma careta insuportável. Não mereço isso.
CASSILDA: Você não está pensando em contar isso pro papai, está?
CASSANDRA: Até que não seria uma má ideia.
(Cassandra dá um sorriso irônico)

Cena 3/ Mansão Bovary/ Sala de estar/ Interno/ Tarde
(Clarissa e Dr. Pessoa conversando, frente a frente)
CLARISSA: Tuberculose? Minha mãe está com tuberculose?
DR. PESSOA: Está sim, Clarissa.
CLARISSA: Ai meu Deus, e agora? Eu ouvi recentemente que a tuberculose se tornou uma epidemia, que existem muitas pessoas morrendo por causa dessa doença. Eu não quero que a minha mãe morra, doutor.
DR. PESSOA: Acalme-se, Clarissa. Foi descoberto um tratamento para a tuberculose, mas ele está restrito apenas na capital. Mas não se preocupe. Eu me disponibilizo a levar você e a dona Eva para a capital, a acompanhar o tratamento dela de perto.
CLARISSA: Eu agradeço, doutor Pessoa, mas eu preciso conversar primeiro com a minha mãe.
DR. PESSOA: Tudo bem. Qualquer coisa, me avise. Eu receitei uns medicamentos também.
(Dr. Pessoa entrega uma receita para Clarissa)
CLARISSA: Muito obrigada.
DR. PESSOA: Com licença.
(Dr. Pessoa sai. Clarissa se direciona ao corredor)

Cena 4/ Mansão Bovary/ Quarto Eva/ Interno/ Tarde
(Eva está deitada, coberta por um lençol. Ela tosse algumas vezes. Clarissa entra)
CLARISSA: Mãe, como a senhora está?
EVA: Clarissa, minha filha querida. Você quer mesmo que eu responda essa pergunta?
CLARISSA: Não precisa.
EVA: Dr. Pessoa lhe contou que eu estou com tuberculose?
CLARISSA: Sim. Ele me disse também que existe um tratamento na capital e que a senhora pode ser salva caso se submeta a esse tratamento. Ele se disponibilizou a nos levar para a capital e a acompanhar o seu tratamento de perto.
EVA: Que gentil da parte dele, mas prefiro ficar aqui, na minha casa.
CLARISSA: Como é?
EVA: Eu não vou para a capital, Clarissa. Eu não vou me submeter a tratamento nenhum.
CLARISSA: A senhora, com certeza, não está tendo noção do que está falando.
EVA: Eu vou receber a morte de braços abertos.
CLARISSA: Não, claro que não. Como a senhora tem coragem de dizer uma coisa dessas? Eu não quero que a senhora morra, eu preciso de você, mãe.
EVA: Filha, o que adianta eu me curar dessa tuberculose se daqui a um ou dois anos outra doença irá me atingir? Isso é um processo muito desgastante. Não sei se tenho forças e coragem pra passar por isso.
CLARISSA: Claro que tem. Não é à toa que a senhora é minha mãe. Olha, eu não vou permitir que a senhora morra. Não vou. Eu irei arrumar nossas malas agora mesmo (indo em direção à porta) e depois falar com o Dr. Pessoa para que ele nos leve à capital.
EVA: CLARISSA!
(Clarissa para na porta e vira-se para a mãe)
EVA: Eu posso estar doente e de cama, mas eu continuo sendo a sua mãe e, por isso mesmo, eu não irei permitir que você decida as coisas por mim. Sua obrigação não é confrontar minhas decisões, mas sim acatá-las. Portanto, você não vai fazer mala nenhuma. Vai ficar aqui, na nossa casa e fim de história. E, por favor, chame a Marilda. Estou precisando ter uma conversa muito séria com ela.
(Clarissa sai. Eva tosse)

Cena 5/ Mansão Sabarah/ Gabinete/ Interno/ Tarde
(Bonavante e Simão, sentados, frente a frente)
BONAVANTE: Você entendeu as minhas orientações, Simão?
SIMÃO: Sim senhor.
BONAVANTE: Você será o meu representante oficial nesse processo de compra e venda da propriedade do Viriato, ou seja, o meu testa de ferro.
SIMÃO: Como o senhor quiser.
BONAVANTE: Isso é apenas o começo da minha vingança contra aquele desgraçado que destruiu a vida da Madalena, da minha mulher.

Cena 6/ Vila Prata/ Casa Juscelino/ Sala de estar/ Interno/ Tarde
(Joca entra e se depara com Juscelino, em pé e olhando fixamente para ele)
JUSCELINO: João Carlos Vieira. Posso saber aonde você se enfiou a manhã inteira?
JOCA: Estava fazendo minha boa ação do dia.
JUSCELINO: E eu posso saber qual foi essa boa ação?
JOCA: Encontrei uma moça desamparada na praça e a ajudei a voltar para casa.
JUSCELINO: Quem é essa moça?
JOCA: Carlota Sabarah. Com licença.
(Joca passa por Juscelino em direção ao corredor. Juscelino permanece onde está)

Cena 7/ Vila Prata/ Casa Juscelino/ Quarto Ariana/ Interno/ Tarde
(Ariana e Joca sentados na mesma cama, frente a frente)
ARIANA: Eu não acredito que você disse pro padrinho que foi levar a Carlota em casa.
JOCA: Disse. Quem sabe assim ele percebe que eu não quero ser padre.
ARIANA: Joca, você sabe que o padrinho nos criou nesse intuito de te tornar o próximo padre de Vila Prata.
JOCA: Mas eu não quero ser, Ariana. O padrinho tracejou meu futuro sem me consultar. Ele nunca se deu ao trabalho de chegar a mim e perguntar meus desejos, minhas vontades, de saber se eu realmente queria ser padre. E isso pode até soar um pouco egoísta, mas nenhum de nós pediu para ele nos criar, ele fez isso porque quis e isso não dá a ele o direito de decidir as coisas por mim. Eu sinto muito, Ariana, mas o padrinho vai ter que procurar outra ovelha no pasto, porque eu não irei transmitir a palavra de Deus nem que ele me peça de joelhos.

Cena 8/ Mansão Sabarah/ Quarto Cassandra, Cassilda e Carlota/ Interno/ Tarde
(Cassilda e Cassandra deitadas em suas respectivas camas. Carlota chega)
CARLOTA: Olá, meninas.
CASSANDRA: Carlota. Você sabia que essa é a primeira vez que eu te vejo hoje?
CARLOTA: Oh, que interessante.
CASSANDRA: Bom, estou morta de fome. Com licença.
(Cassandra levanta-se de sua cama e sai)
CARLOTA: Tem uma coisa muito estranha acontecendo com a Cassandra.
CASSILDA: Por quê?
CARLOTA: Ela está sorridente, alegre. Quando a Cassandra está assim é porque ela está armando alguma.
(Cassilda levanta de sua cama, ficando em pé, frente a frente com Carlota)
CASSILDA: Carlota, será se eu posso te fazer uma pergunta?
CARLOTA: Claro que pode.
CASSILDA: E será se eu terei garantia que você não mentirá para mim?
CARLOTA: Mas o que é isso, Cassilda? Pergunte logo o que você quer perguntar.
CASSILDA: É verdade que você está namorando o afilhado do padre Juscelino?
(Carlota se assusta com a pergunta e tenta disfarçar o nervosismo para Cassilda)

Cena 9/ Mansão Bovary/ Quarto Eva/ Interno/ Tarde
(Eva está deitada. Marilda entra)
MARILDA: A senhora me chamou, dona Eva?
EVA: Chamei sim, minha querida. Tranque a porta, por favor.
(Marilda tranca a porta e se aproxima de Eva)
MARILDA: Está tudo bem com a senhora?
EVA: Você sabe que eu estou com tuberculose, não sabe, Marilda?
MARILDA: Sei sim, senhora.
EVA: A cada dia que passa, eu sinto que estou cada vez mais próxima da morte.
MARILDA: Não diga isso, dona Eva. A senhora é uma mulher brava, guerreira, forte.
EVA: Chega um momento, Marilda, em que fica mais do que claro que viver cansa. E esse momento está cada vez mais perto de mim.
MARILDA: A senhora está precisando de alguma coisa?
EVA: Estou precisando que você me escute. Marilda, em breve eu irei morrer.
MARILDA: Dona Eva...
EVA: E eu não quero ser estúpida o suficiente para levar um determinado segredo comigo.
MARILDA: Se a senhora está falando sobre...
EVA: Eu estou exatamente falando sobre aquilo.
MARILDA: Dona Eva, eu nunca cobrei nada da senhora.
EVA: Eu sei disso, Marilda, mas agora eu me sinto na obrigação de te cobrar a exercer o seu verdadeiro papel, papel este que eu impedi de você exercer.
(Eva encara Marilda)

Cena 10/ Mansão Sabarah/ Quarto Cassilda, Cassandra e Carlota/ Interno/ Tarde
(Continuação imediata da cena 08)
CARLOTA: De onde você tirou essa ideia, Cassilda?
CASSILDA: Não minta para mim, Carlota. É ou não é verdade?
CARLOTA (dá um suspiro): É verdade, mas você não pode falar isso pra ninguém, Cassilda, muito menos para o papai.
CASSILDA: Fique tranqüila, Carlota. Eu não vou falar nada. Eu só quero saber disso porque eu me preocupo com você. O afilhado do padre Juscelino, ele te faz feliz?
CARLOTA: E muito. Eu o amo demais, Cassilda.
CASSILDA: Você sabe que ele não faz parte dos padrões impostos pelo papai.
CARLOTA: Eu sei, mas o amor que eu sinto por ele e que ele sente por mim é tão forte que, se eu vivesse apenas desse amor, eu teria coragem de enfrentar todos os obstáculos que impedem a concretização desse amor. O Joca é o amor da minha vida, Cassilda.
CASSILDA: Carlota, como você tem tanta certeza que ele é o amor da sua vida? Minha irmã, você é jovem, inexperiente, com certeza esse rapaz é o primeiro que você está tendo um contato mais íntimo. Não tem como você chegar a uma conclusão como essa.
CARLOTA: Quem está fora, obviamente que não é capaz de perceber a força e a veracidade do amor que eu e Joca compartilhamos um com o outro. O que eu sinto por ele é único e indescritível, Cassilda.
CASSILDA: Carlota, eu sou sua irmã. Não fique com medo de desabafar comigo. Eu gostaria muito de ser sua confidente, de discutirmos sobre isso. Quem sabe, se você compartilhar suas histórias com o Joca pra mim, eu não passe a conhecê-lo a melhor e até a apoiar a relação entre vocês dois, a te ajudar a enfrentar a opinião do papai quando ele descobrir a verdade.
CARLOTA: Obrigada pelo apoio, Cassilda. Tenho muita sorte de ter uma irmã como você. Mas agora eu preciso saber como você descobriu o meu relacionamento com o Joca, o que nos denunciou. Como foi que você descobriu, Cassilda?
(Alzira entra)
ALZIRA: Meninas, doutor Bonavante e dona Cassandra já estão esperando vocês na sala de jantar.
CASSILDA: Obrigada, Alzira.
ALZIRA: Com licença.
(Alzira sai. Cassilda e Carlota se entreolham e depois saem, um ao lado da outra)

Cena 11/ Paisagens da propriedade Sabarah/ Noite
(Toca Afterlife – Arcade Fire)

Cena 12/ Mansão Sabarah/ Sala de jantar/ Interno/ Noite
(Bonavante no extremo da mesa. Cassandra, Carlota e Cassilda estão dispostas ao redor dele)
BONAVANTE: Como foi o dia das minhas três princesas?
CASSANDRA: O meu foi maravilhoso. Fiz tantas descobertas magníficas que nem diria que hoje foi um dia qualquer na minha vida.
BONAVANTE: E quanto a você, Cassilda?
CASSILDA: Foi o de sempre, pai.
BONAVANTE: Trancada no quarto fazendo crochê?
CASSILDA: Exatamente.
BONAVANTE: Filha, você precisa sair um pouco mais, aspirar ar de vez quando.
CASSILDA: Pode ter certeza que farei isso quando for possível.
CASSANDRA: Pai, eu poderia conversar com o senhor mais tarde?
BONAVANTE: Eu acho melhor não, Cassandra. Passarei o resto da noite trancafiado naquele gabinete analisando algumas papeladas. Estarei bastante ocupado. (para Carlota): E quanto ao seu dia, minha querida? Como foi?
CARLOTA: Normal. Fui à missa, fiz umas doações para a paróquia do padre Juscelino...
CASSANDRA: Imagino as segundas intenções.
CARLOTA: Não entendi, Cassandra.
BONAVANTE: Não dê crédito para as asneiras da sua irmã. Prossiga, filha.
(Close na cara de constrangida de Cassandra, que logo esboça uma reação raivosa no rosto)
CARLOTA: Também passei um tempo na casa da Clarissa.
BONAVANTE: E como está a Clarissa?
CARLOTA: Bem, ao contrário da dona Eva, que parece que adoeceu.
BONAVANTE: Será que ela teve outra crise de tosse? De qualquer forma, em breve farei uma visita a ela.

Cena 13/ Vila Prata/ Casa Chester/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Elizeu, Dorotéia, Marcílio e Liduína sentados no sofá. Vitorino entra)
VITORINO: Boa noite, família.
DOROTÉIA: Mas o que é isso, Vitorino? Está achando que aqui é a casa da mãe Joana para você sair de manhã e voltar a essa hora da noite com a cara mais lavada do mundo?
VITORINO: Calma, mãe. Eu posso explicar.
ELIZEU: É bom que explique mesmo.
MARCÍLIO (cochichando para Liduína): Se fosse eu chegando tarde, papai já teria me esfolado vivo.
LIDUÍNA (revidando o cochicho): Cala a boca, Marcílio.
VITORINO: Eu passei esse tempo todo no comércio do seu Geraldo. Eu e ele estávamos acertando os detalhes da minha contratação.
ELIZEU (já levantando do sofá): Como assim contratação?
VITORINO: Eu estou empregado, pai. Seu Geraldo me ofereceu um emprego no comércio dele.
ELIZEU (abraçando Vitorino e feliz da vida): Parabéns, meu filho. Eu sabia que pelo menos um desses três que eu ajudei a colocar no mundo me traria orgulho. E nunca tive dúvidas que fosse você, Vitorino.
VITORINO: Obrigado, pai.
ELIZEU: Vocês deveriam se espelhar no comportamento do irmão de vocês e irem atrás de um trabalho, do próprio sustento.
LIDUÍNA: Eu também fui atrás de emprego, mas não fui admitida.
ELIZEU: Na tenda da Soraya, aquela vidente charlatã? Minha filha, não tente me enganar, porque enquanto você vai com a tigela vazia eu já volto com cinco tigelas cheias de cereal de aveia. As pessoas fazem de tudo na tenda daquela pilantra, menos arranjar emprego.
DOROTÉIA: Parabéns pelo emprego, filho.
VITORINO: Obrigado, mãe.
ELIZEU (para Vitorino): Ah filhão. (apertando as bochechas de Vitorino): Quem é o orgulho do papai? Quem é, hein? Quem é?

Cena 14/ Mansão Bovary/ Cozinha/ Interno/ Noite
(Marilda prepara um chá. Clarissa entra e se aproxima dela)
CLARISSA: Marilda, eu quero falar com você.
MARILDA: Claro. Aconteceu alguma coisa com a dona Eva? Outra crise de tosse?
CLARISSA: Isso não tem nada a ver com a doença da mamãe. Na verdade, isso é o que você vai me dizer.
MARILDA: Não estou entendendo, dona Clarissa.
CLARISSA: Eu quero saber qual foi o teor da conversa que você e minha mãe tiveram no quarto dela hoje a tarde.
MARILDA: Isso é confidencial, dona Clarissa.
CLARISSA: Eu não quero nem saber. Vamos, Marilda. Responda. O que você e minha mãe conversaram naquele quarto, hein?
(Clarissa encara Marilda)

Cena 15/ Mansão Sabarah/ Quarto Cassandra, Cassilda e Carlota/ Interno/ Noite
(Cassilda na cama, fazendo crochê. Carlota entra no quarto e senta-se na cama ao lado da irmã)
CARLOTA: Podemos continuar aquela conversa aonde paramos?
CASSILDA: Nem lembro onde paramos.
CARLOTA: Mas eu me lembro perfeitamente. Como você descobriu que eu e o Joca estamos namorando?
CASSILDA: Eu serei franca com você, Carlota.
CARLOTA: Então seja.
CASSILDA: Eu descobri o seu relacionamento com o Joca pela Cassandra.
CARLOTA: A Cassandra também sabe?
CASSILDA: Foi ela que viu você e o Joca aos beijos na entrada da mansão.
CARLOTA: Ai meu Deus, poderia ser qualquer pessoa menos ela. Eu sinto que a Cassandra não me suporta, Cassilda. E se ela contar o que viu para o papai?

Cena 16/ Mansão Sabarah/ Gabinete/ Interno/ Noite
(Bonavante sentado à mesa. Muitos papéis em cima da mesa. Cassandra entra)
CASSANDRA: Posso falar com o senhor, pai?
BONAVANTE: Pensei ter sido claro quando disse que iria passar a noite inteira ocupado. O que acha de deixarmos essa conversa para amanhã?
CASSANDRA: Mas ela é muito urgente.
BONAVANTE: Cassandra, agora eu não posso. Você não está vendo o tanto de papéis que tenho que dar conta?
CASSANDRA: Mas é importante, pai. Envolve a Carlota.
BONAVANTE: A Carlota? Mas que assunto é esse?
CASSANDRA: Agora que eu falei no nome da Carlota, o senhor resolveu dar atenção, não é mesmo?
BONAVANTE: Sem drama, Cassandra. Diga logo. Conte o que você tem para me contar.
(Bonavante encara Cassandra. Close em Cassandra)


                   FIM DO CAPÍTULO (Toca Drumming Song – Florence and the Machine)
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