
(Versão Revista)
Web
Novela de: @FellixKhoury
Cena
1 / Apartamento / Interior / Noite
Continuação
imediata da última cena do capítulo anterior
(Tereza abre a porta. As luzes
todas acesas. Risadas do quarto vêm do quarto principal. Ela larga a bolsa e
caminha devagar para não fazer barulho. Ela chega a porta do quarto entreaberta
e vê o pai nos braços de Paulo. Transtornada ela empurra a porta. Paulo e José
Eugênio a encaram)
Tereza – O que é que é isso meu
Deus? Meu Deus...
(Ela começa a chorar. Paulo levanta
da cama, nu. Eugênio se enrola em um lençol)
Paulo – Calma...
Tereza – CALMA? CALMA? MEU DEUS,
MEU DEUS DO CÉU!
(Aos berros ela derruba o abajur da
cômoda de marfim próxima a porta)
J. Eugênio – Tereza pelo bem na
nossa família me escuta!
Tereza – TE ESCUTAR? EU TENHO NOJO
DE VOCÊS! NOJO!
(Paulo tenta se aproximar ela o
empurra)
Tereza – Eu não acredito nisso, meu
Deus... Como eu pude ser tão cega? Meu Deus eu não... Eu não to bem, eu não
consigo assimilar isso...
(Paulo coloca a calça e tenta se
aproximar novamente. Ela de costas, ele coloca a mão em seu ombro. Ela se vira
e lhe senta um tapa no rosto)
Tereza – NÃO TOCA EM MIM! EU TENHO
REPULSA DE VOCÊS!
J. Eugênio – Minha filha!
Tereza – Não me chama de filha...
Viado desgraçado!
(Ele sai correndo, aflita e ao
mesmo tempo desesperada)
Paulo – O que é que a gente vai
fazer?
Tereza – Vai atrás dela seu inútil!
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Cena
2 / Prédio / Frente / Externo / Noite
(Tereza entra no carro. Chorando o
tempo todo. Desesperada. Paulo surge na porta do prédio. Atravessa a rua
correndo, o peito nu, sem sapatos. Ele para em frente ao carro)
Paulo – A gente precisa conversar!
(Ela liga o motor. Ele não sai da
frente)
Paulo – Desce desse carro, Tereza!
(Ela da partida e o atropela. Ele
cai na rua consciente)
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Cena
3 / Hotel / Quarto / Interior / Noite
(Bibiana na banheira de hidromassagem
tomando uma taça de vinho tinto. Junior massageando suas costas. A campainha
toca)
Bibiana – Deve ser nosso caviar!
Junior – Não faz nem dois minutos
que a gente pediu!
Bibiana – Serviço de quarto
maravilhoso... Vai abrir!
Junior – To indo, calma!
(Junior se arrasta até a porta e a
abre. O gerente parado lá)
Junior – Sim?
Gerente – Eugênio?
Junior – Sim, mas pode me chamar de
Junior!
Gerente – Certo senhor Eugênio.
(Junior lhe lança um olhar
fulminante)
Gerente – Recebemos o seu último
pedido, porém não iremos atendê-lo...
Junior – Como não?
Gerente – O seu cartão. Fomos
passar a diária de hoje e ele foi recusado, a menos que o senhor tenha outro
cartão a nos fornecer eu pedirei gentilmente que se retirem!
Junior – Recusado?
(Bibiana enrolada em um dos roupões
do hotel)
Bibiana – Como recusado? Aposto que
a estagiária da recepção não soube passar o cartão, o senhor desça lá e passe
novamente!
Gerente – O cartão foi passado 3
vezes e em todas foi recusado!
Bibiana – Liga para sua mãe!
Junior – É o que eu estou fazendo!
(Junior coloca o telefone no
ouvido. Segundos depois Maria Cecília atende)
Junior – Mãe?
M. Cecília – (off) Fala Junior!
Junior – Estou com um probleminha
no cartão... Acho que o papai descobriu que você estava nos ajudando e mandou
cancelar!
M. Cecília – Impossível Junior...
Junior – Mas então? Eu to sendo
expulso do hotel por que o cartão foi recusado!
M. Cecília – Meu filho, em que
hotel você está?
Junior – No Fontenelle!
M. Cecília – Tá explicado... O cartão
foi recusado por que você chegou ao limite!
Junior – hã?
M. Cecília – Sim Junior. Eu dei um
limite a você. Nunca disse que você teria a vida que tinha aqui!
Junior – Mas e agora?
M. Cecília – Agora se vira meu
amor... Eu vou desligar que a sua irmã chegou aqui e não parece nada bem!
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Cena
4 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Interior / Noite
(Maria Cecília larga o telefone
sobre a mesa. Tereza aos prantos parada em frente a ela)
M. Cecília – Minha filha? O que foi
que aconteceu?
Tereza – Eu não sei nem como
começar...
M. Cecília – Pelo início?
Tereza – Mãe...
(Ela abraça Cecília e chora mais)
M. Cecília – Tereza, você está me
deixando assustada!
Tereza – ELES TÊM UM CASO MÃE...
Meu pai e o Paulo!
M. Cecília – De novo essa história
minha filha?
(Tereza se afasta de Cecília)
Tereza – Você não está entendendo...
M. Cecília – Não, não estou...
Tereza – ELES... OS DOIS. Eu peguei
os dois na cama!
(M. Cecília a encara atônita)
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Cena
5 / Clinica Psiquiátrica / Salão / Int. / Noite
Carmen – Você o que?
Senerstina – Isso mesmo... Mãe da
Olívia!
Carmen – Mas os pais dela estão
mortos... Ela...
Senerstina – Vivia com a avó?
Mentiras... Ela sempre teve vergonha de mim e do pai e da vida que tinha!
Carmen – Então isso foi armação de
vocês duas?
Senerstina – Claro que não dona
Carmen... De jeito nenhum eu nem sabia que a Olívia conhecia a sua filha e
muito menos que ela estava no rio de janeiro...
(Carmen a olha intrigada)
Senerstina – Depois que ela me
deixou na rua da amargura eu não tive mais notícias... Só descobri onde ela
estava quando a encontrei na fazenda!
Carmen – E por que não nos contou
tudo?
Senerstina – Ela me ameaçou...
Disse que se eu contasse eu teria um destino pior que o do pai dela!
Carmen – Essa mulher é um monstro!
Senerstina – Quando eu decidi
contar ela me trouxe para cá!
Carmen – Eu vou tirar você daqui
Senerstina!
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Cena
6 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Interior / Noite
(José Eugênio entra. Suas malas na
sala. Maria Cecília sentada, os olhos vermelhos de tanto chorar, mas agora se
mantém firme)
J. Eugênio – Você...
M. Cecília – Como eu pude ser tão
otária?
J. Eugênio – Vamos conversar...
Vamos resolver essa situação...
M. Cecília – Essa situação? Você
acha que isso tem solução, Eugênio? Você realmente acha isso?
J. Eugênio – Claro que tem, nós
temos um nome a zelar, um patrimônio...
M. Cecília – EU QUERO QUE SE DANE O
SEU NOME O SEU PATRIMÔNIO!
J. Eugênio – Calma, vamos
conversar!
M. Cecília – Eu não quero escutar
você, eu não quero olhar na sua cara... Nunca mais!
J. Eugênio – Eu errei ta certo?
Errei e me arrependo!
M. Cecília – Há quanto tempo?
J. Eugênio – O que?
M. Cecília – Vocês dois tem... Vocês
dois se roçam na cama?
J. Eugênio – Você não quer saber
isso!
M. Cecília – Eu tenho esse direito.
Eu fui enganada e quero saber por quanto tempo!
J. Eugênio – Desde antes do
casamento dele com a Tereza!
M. Cecília – MEU DEUS DO CÉU! Você
casou o seu amante com a sua filha... Meu Deus que tipo de homem é você Eugênio?
J. Eugênio – Do tipo que precisava
que precisa manter as aparências...
M. Cecília – Meu Deus... Você é um
canalha. Eu fui uma idiota durante todos esses anos...
J. Eugênio – Eu amo você...
M. Cecília – Cala a boca... Ouvir a
sua voz me causa repulsa, me enjoa... Pega as suas malas e saia da minha casa
agora mesmo!
J. Eugênio – Não vamos estragar o
nosso casamento por essa besteira!
M. Cecília – BESTEIRA? SAI! SAI DA
MINHA CASA AGORA!
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Cena 7 / Hotel / Interior / Noite
Amanda – Nós não vamos voltar!
Manoel – Eu não posso deixar a
minha esposa nas mãos desse homem!
Amanda – Você deixou a minha mãe!
Manoel – Eu não deixei... Você já
sabe da história. Vamos desistir dessa bobagem e nos salvar!
Amanda – Eu nunca vou desistir de
vingar a morte da minha mãe!
Manoel – Pois então você fique aqui
sozinha, por que eu não vou perder a minha nova família!
(Amanda o encara)
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Cena
8 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Interior / Noite
(Maria Cecília ao telefone. Tereza
ao seu lado)
M. Cecília – ótimo doutor, amanhã
as nove eu passo no seu escritório!
...
M. Cecília – Não. Não se preocupe
eu passo ai! Até mais!
(Ela desliga)
Tereza – O que você vai fazer?
M. Cecília – Eu vou dar entrada no
pedido de divórcio... Eu quero tudo que o seu pai tem, ele vai ficar sem um
centavo, na sarjeta!
(Tereza a encara)
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Cena
9 / Hospital / Quarto / Int. / Noite
(Fábio entra. Paulo em um leito.
Sem grandes ferimentos, apenas um corte na cabeça)
Paulo – Não se preocupa filho,
amanhã eu tenho alta já!
Fábio – Eu só vim por que eu quero
ouvir da sua boca...
Paulo – O que?
Fábio – Não se faça de idiota...
Paulo – Sobe... (engole a seco)
Fábio – Sobre o que eu ouvi na mansão!
(Paulo não responde nada. Ele
estende a mão para o filho, mas Fábio se afasta)
Fábio – Eu tenho nojo de você...
Nunca mais você vai me ver!
Paulo – Meu filho...
Fábio – Não me chame assim. A
partir de hoje eu não sou mais seu filho, eu não vou ter um pai viado!
Corta para:
Cena
10 / Mansão Cerqueira de Moraes / Sala / Interior / Noite
(José Carlos e Olívia entram.
Tereza e Cecília na sala)
M. Cecília – Meu filho!
(Ela corre e o abraça. Olívia sorri
para ela, mas é ignorada)
J. Carlos – Aconteceu alguma coisa?
Que cara é essa?
M. Cecília – Aconteceu muito
coisa... O seu pai...
Olívia – Temos novidade: eu e
Carlos nos casamos!
(Olívia mostra a aliança. Cecília a
encara)
Corta para:
FIM DO CAPÍTULO
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