quarta-feira, 11 de março de 2015

Alice - Capítulo 43


Capítulo 43

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Cena 1/Hospital São Lucas/Sala de Espera/Manhã
CRISTINA – Vai, me diz!
MÉDICO – Ele está vivo.
Cristina se surpreende.
CRISTINA – Vivo? Ainda? Quer dizer... Como ele está?
MÉDICO – O estado do Marcos é gravíssimo. A batida do carro causou um traumatismo craniano e uma lesão na coluna. Caso ele saia dessa, o que eu acho muito difícil, o Marcos ficará tetraplégico.
CRISTINA – Tetraplégico?
MÉDICO – Sim.
CRISTINA – Que horror, meu Deus...
MÉDICO – Bom, agora se você me dá licença eu tenho outros casos.
CRISTINA – Sem problema.
Cristina sorri e o médico sai.
CRISTINA – Ah, mas o Marcos vai cantar pra subir sim. Eu não vou ficar cuidando de um aleijado não!

Cena 2/Mansão Albuquerque/Quarto de Adriana/Banheiro/Manhã
Adriana acabara de acordar. Ela, ainda de camisola, caminha até o banheiro e abre a torneira da pia, lavando seu rosto. Depois olha para o espelho e relembra seus momentos com Marcos.
ADRIANA – Nós poderíamos ter sido tão felizes, Marcos... Tão felizes!

Cena 3/Hospital São Lucas/UTI/Manhã
Cristina caminha pelo corredor e para em frente ao leito de Marcos, entubado.
CRISTINA – Otário! Vai morrer antes de ter desfrutado dessa fortuna! Quem manda ser burro? Agora vai pagar com a própria vida!
Cristina sorri.

Cena 4/Mansão Albuquerque/Corredor/Manhã
Adriana passa pelo corredor e Paloma a puxa para seu quarto.

Cena 5/Mansão Albuquerque/Quarto de Paloma/Manhã
ADRIANA – O que você quer?
PALOMA – Conversar com você.
ADRIANA – E sobre o quê?
PALOMA – Você realmente está do lado da minha mãe?
ADRIANA – Que pergunta mais besta.
PALOMA – Me responde logo!
ADRIANA – Mas é claro que eu estou do lado da Renata!
PALOMA – Jura mesmo?
ADRIANA – Por que você tá perguntando isso, hein?
PALOMA – Porque quero saber se minha mãe não vai ser passada pra trás de novo.
ADRIANA – Eu fui tão enganada quanto a Renata e estou tão ou mais disposta que ela para destruir o Marcos e a Cristina.
PALOMA – Espero que tudo isso seja verdade mesmo.
ADRIANA – Eu não te culpo por ter essa cisma comigo. Errei feio em passar a perna na Renata, mas aprendi com meu próprio erro.
PALOMA – Ainda bem. E espero que não volte a errar.
ADRIANA – Não voltarei. Agora com licença.
PALOMA – Toda!
Adriana sai do quarto.

Cena 6/Presídio/Cela/Manhã
Rebeca com as mãos para fora da cela.
REBECA – Hoje é o grande dia, bebê!
Ela sorri. A carcereira passa pelo corredor e para na cela dela.
CARCEREIRA – Rebeca Montenegro?
REBECA – Eu mesma.
CARCEREIRA – Tem visita pra você.
REBECA – Pra mim?

CORTA PARA:
Cena 7/Presídio/Sala de Visita/Tarde
Rebeca entra na sala. Bianca está sentada.
REBECA – Bianca?
BIANCA – Boa tarde, mamãe.
REBECA – O que você veio fazer aqui?
BIANCA – Não vai se sentar? O assunto vai ser longo!
Rebeca senta-se na cadeira em frente à Bianca.
REBECA – Então, me conta logo. Qual foi o motivo? Sentiu saudade da mamãe? (risos)
BIANCA – Vim resolver nossos problemas de uma vez por toda.
REBECA – Pensei que todos eles já estavam resolvidos.
BIANCA – Depois dessa conversa tenho certeza de que estarão.
REBECA – Então me diz logo o que você quer saber.
BIANCA – Por que você fez tudo isso?
REBECA – Por que eu incendiei a boutique da sua patroinha?
BIANCA – Por que você é tão má?
REBECA – As circunstâncias me levaram a ser assim.
BIANCA – Impossível! Você sempre teve tudo. Veio de uma família rica e...
REBECA – Uma família que tinha a Odete como preferida.
BIANCA – O que a Odete tem a ver com isso? Ela não é só uma amiga sua?
REBECA – Não. Ela é minha irmã!
Bianca se surpreende.
BIANCA – IRMÃ?
REBECA – Exatamente. A Odete e eu somos irmãs!
BIANCA – E por que você não disse isso antes?
REBECA – Porque não me era conveniente. E eu sempre odiei a Odete!
BIANCA – Que mal ela te fez?
REBECA – Nasceu!
BIANCA – Isso não é motivo pra odiar uma pessoa.
REBECA – Pra mim é! Ela sempre foi a preferida da família. Sempre teve tudo o que queria! Meus pais sempre a amavam e a mimavam mais do que a mim. Eu era ovelha negra da família!
BIANCA – Talvez tenha feito por merecer.
REBECA – Eu nunca fiz nada pra merecer a indiferença deles! Não até certo ponto...
BIANCA – Como assim até certo ponto?
REBECA – Eu matei meus pais, Bianca.
Bianca fica chocada com o que acabara de ouvir.
BIANCA – Como é que é?
REBECA – Isso mesmo. Eu os matei!
BIANCA – Mas por quê?
REBECA – Eu ouvi uma conversa deles dois dizendo que deixariam tudo para a Odete. Meu pai já estava velho demais, com problemas de saúde... Enfim. Ele combinou com a mamãe de que me deixaria sem nenhum tostão furado e que a Odete seria a herdeira de tudo! Tudinho! Ao ouvir aquelas palavras o meu sangue ferveu, eu peguei uma arma que tinha as digitais da Odete e os matei a tiros! Ela recebeu a culpa e foi presa. Eu herdei tudo e fim!
BIANCA – Eu nunca pensei que você poderia ser tão demoníaca. Você matou seus próprios pais e incriminou sua irmã!
REBECA – Quando um interesse maior está em jogo, eu não meço esforços para atingi-lo! E se eu fosse você tomaria cuidado.
BIANCA – Cuidado? E por quê?
REBECA – Porque eu vou sair desse inferno e vou atrás de vocês três! Anote!
Bianca encara Rebeca, que sorri.

Cena 8/Mansão Grimaldi/Quarto de Letícia/Tarde
Estrela está sentada em uma poltrona com Letícia em seus braços, amamentando-a.
ESTRELA – Filhinha... Eu te amo tanto! Eu vou te criar com todo amor, com todo carinho, com tudo o que uma criança tem direito. Vou acompanhar seus primeiros passos, suas primeiras palavras. Tudo! Eu juro!
Estrela sorri.

Cena 9/Vila do Sossego/Casa de Carmen/Sala/Tarde
Madalena e Carmen sentadas ao sofá.
CARMEN – Então quer dizer que o casamento foi esse babado?
MADALENA – Sim! Sem tirar nem por. Pegou fogo!
CARMEN – Foi um verdadeiro milagre aquela garota ter sobrevivido, hein?
MADALENA – Mas graças a Deus ela sobreviveu! E além do mais a Estrela tem uma filha para criar. Seria horrível para a Letícia crescer com a ausência da mãe.
CARMEN – Falando em criança, eu estava me lembrando de uma coisa.
MADALENA – Do quê? Da sua infância? (risos)
CARMEN – Não. Do nosso passado.
O rosto de Madalena, que estava com um sorriso, se fecha, dando lugar a uma expressão séria.
MADALENA – Do nosso passado?
CARMEN – Sim.
MADALENA – E por quê?
CARMEN – Eu estava assistindo ao jornal e passou uma matéria sobre violência sexual infantil. Imediatamente me veio à cabeça tudo aquilo!
MADALENA – Eu ainda sinto arrepios só de lembrar.
CARMEN – Parece que foi ontem. Eu ainda me lembro do choro da Alice, da polícia por aqui... De tudo!
MADALENA – Isso tudo é muito doloroso.
CARMEN – Seria mais ainda se você estivesse aqui.
MADALENA – Às vezes eu não sei se a minha ausência foi boa ou ruim.
CARMEN – Uma prisão nunca é boa.
MADALENA – Ainda mais quando acontece por um crime que você não cometeu.
CARMEN – Eu sinto muito que você tenha passado por isso!
MADALENA – O que passou, passou. O que realmente importa é o presente! Eu estou feliz ao lado do Fagundes e todos esses problemas se foram. Esses esqueletos tem que continuar no armário!
Carmen encara Madalena.

ANOITECE

Cena 10/Alemanha/Castelo Albrechtsberg/Quarto de Olavo/Noite
Olavo dorme. Alice está mexendo em seu tablet. Ela para imediatamente de mexer nele ao perceber que tem uma pessoa na frente de sua cama.
ALICE – VOCÊ? O que você veio fazer aqui? Tá me perseguindo, é?
Alice encara a pessoa.

Cena 11/Hospital São Lucas/UTI/Noite
Os médicos passam correndo pelo corredor, com um desfibrilador. Eles entram no quarto de Marcos e correm até ele, tentando ressuscitá-lo.

Cena 12/Presídio/Cela/Noite
A carcereira passa pelo corredor.
CARCEREIRA – Rebeca Montenegro?
REBECA – Sim.
CARCEREIRA – Venha comigo.
A carcereira encara Rebeca, que sorri.

Cena 13/Presídio/Saída/Noite
Rebeca está na porta do presídio. Ela saiu sem ser percebida.
REBECA – Livre! Enfim, livre! César, Odete e Bianca... Eu estou indo atrás de vocês!
Rebeca sorri.


FIM DE CAPÍTULO
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