Capítulo 43
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Cena 1/Hospital São Lucas/Sala de
Espera/Manhã
CRISTINA – Vai, me diz!
MÉDICO – Ele está vivo.
Cristina se surpreende.
CRISTINA – Vivo? Ainda? Quer dizer...
Como ele está?
MÉDICO – O estado do Marcos é
gravíssimo. A batida do carro causou um traumatismo craniano e uma
lesão na coluna. Caso ele saia dessa, o que eu acho muito difícil,
o Marcos ficará tetraplégico.
CRISTINA – Tetraplégico?
MÉDICO – Sim.
CRISTINA – Que horror, meu Deus...
MÉDICO – Bom, agora se você me dá
licença eu tenho outros casos.
CRISTINA – Sem problema.
Cristina sorri e o médico sai.
CRISTINA – Ah, mas o Marcos vai
cantar pra subir sim. Eu não vou ficar cuidando de um aleijado não!
Cena 2/Mansão Albuquerque/Quarto de
Adriana/Banheiro/Manhã
Adriana acabara de acordar. Ela, ainda
de camisola, caminha até o banheiro e abre a torneira da pia,
lavando seu rosto. Depois olha para o espelho e relembra seus
momentos com Marcos.
ADRIANA – Nós poderíamos ter sido
tão felizes, Marcos... Tão felizes!
Cena 3/Hospital São Lucas/UTI/Manhã
Cristina caminha pelo corredor e para
em frente ao leito de Marcos, entubado.
CRISTINA – Otário! Vai morrer antes
de ter desfrutado dessa fortuna! Quem manda ser burro? Agora vai
pagar com a própria vida!
Cristina sorri.
Cena 4/Mansão
Albuquerque/Corredor/Manhã
Adriana passa pelo corredor e Paloma a
puxa para seu quarto.
Cena 5/Mansão Albuquerque/Quarto de
Paloma/Manhã
ADRIANA – O que você quer?
PALOMA – Conversar com você.
ADRIANA – E sobre o quê?
PALOMA – Você realmente está do
lado da minha mãe?
ADRIANA – Que pergunta mais besta.
PALOMA – Me responde logo!
ADRIANA – Mas é claro que eu estou
do lado da Renata!
PALOMA – Jura mesmo?
ADRIANA – Por que você tá
perguntando isso, hein?
PALOMA – Porque quero saber se minha
mãe não vai ser passada pra trás de novo.
ADRIANA – Eu fui tão enganada quanto
a Renata e estou tão ou mais disposta que ela para destruir o Marcos
e a Cristina.
PALOMA – Espero que tudo isso seja
verdade mesmo.
ADRIANA – Eu não te culpo por ter
essa cisma comigo. Errei feio em passar a perna na Renata, mas
aprendi com meu próprio erro.
PALOMA – Ainda bem. E espero que não
volte a errar.
ADRIANA – Não voltarei. Agora com
licença.
PALOMA – Toda!
Adriana sai do quarto.
Cena 6/Presídio/Cela/Manhã
Rebeca com as mãos para fora da cela.
REBECA – Hoje é o grande dia, bebê!
Ela sorri. A carcereira passa pelo
corredor e para na cela dela.
CARCEREIRA – Rebeca Montenegro?
REBECA – Eu mesma.
CARCEREIRA – Tem visita pra você.
REBECA – Pra mim?
CORTA PARA:
Cena 7/Presídio/Sala de
Visita/Tarde
Rebeca entra na sala. Bianca está
sentada.
REBECA – Bianca?
BIANCA – Boa tarde, mamãe.
REBECA – O que você veio fazer aqui?
BIANCA – Não vai se sentar? O
assunto vai ser longo!
Rebeca senta-se na cadeira em frente à
Bianca.
REBECA – Então, me conta logo. Qual
foi o motivo? Sentiu saudade da mamãe? (risos)
BIANCA – Vim resolver nossos
problemas de uma vez por toda.
REBECA – Pensei que todos eles já
estavam resolvidos.
BIANCA – Depois dessa conversa tenho
certeza de que estarão.
REBECA – Então me diz logo o que
você quer saber.
BIANCA – Por que você fez tudo isso?
REBECA – Por que eu incendiei a
boutique da sua patroinha?
BIANCA – Por que você é tão má?
REBECA – As circunstâncias me
levaram a ser assim.
BIANCA – Impossível! Você sempre
teve tudo. Veio de uma família rica e...
REBECA – Uma família que tinha a
Odete como preferida.
BIANCA – O que a Odete tem a ver com
isso? Ela não é só uma amiga sua?
REBECA – Não. Ela é minha irmã!
Bianca se surpreende.
BIANCA – IRMÃ?
REBECA – Exatamente. A Odete e eu
somos irmãs!
BIANCA – E por que você não disse
isso antes?
REBECA – Porque não me era
conveniente. E eu sempre odiei a Odete!
BIANCA – Que mal ela te fez?
REBECA – Nasceu!
BIANCA – Isso não é motivo pra
odiar uma pessoa.
REBECA – Pra mim é! Ela sempre foi a
preferida da família. Sempre teve tudo o que queria! Meus pais
sempre a amavam e a mimavam mais do que a mim. Eu era ovelha negra da
família!
BIANCA – Talvez tenha feito por
merecer.
REBECA – Eu nunca fiz nada pra
merecer a indiferença deles! Não até certo ponto...
BIANCA – Como assim até certo ponto?
REBECA – Eu matei meus pais, Bianca.
Bianca fica chocada com o que acabara
de ouvir.
BIANCA – Como é que é?
REBECA – Isso mesmo. Eu os matei!
BIANCA – Mas por quê?
REBECA – Eu ouvi uma conversa deles
dois dizendo que deixariam tudo para a Odete. Meu pai já estava
velho demais, com problemas de saúde... Enfim. Ele combinou com a
mamãe de que me deixaria sem nenhum tostão furado e que a Odete
seria a herdeira de tudo! Tudinho! Ao ouvir aquelas palavras o meu
sangue ferveu, eu peguei uma arma que tinha as digitais da Odete e os
matei a tiros! Ela recebeu a culpa e foi presa. Eu herdei tudo e fim!
BIANCA – Eu nunca pensei que você
poderia ser tão demoníaca. Você matou seus próprios pais e
incriminou sua irmã!
REBECA – Quando um interesse maior
está em jogo, eu não meço esforços para atingi-lo! E se eu fosse
você tomaria cuidado.
BIANCA – Cuidado? E por quê?
REBECA – Porque eu vou sair desse
inferno e vou atrás de vocês três! Anote!
Bianca encara Rebeca, que sorri.
Cena 8/Mansão Grimaldi/Quarto de
Letícia/Tarde
Estrela está sentada em uma poltrona
com Letícia em seus braços, amamentando-a.
ESTRELA – Filhinha... Eu te amo
tanto! Eu vou te criar com todo amor, com todo carinho, com tudo o
que uma criança tem direito. Vou acompanhar seus primeiros passos,
suas primeiras palavras. Tudo! Eu juro!
Estrela sorri.
Cena 9/Vila do Sossego/Casa de
Carmen/Sala/Tarde
Madalena e Carmen sentadas ao sofá.
CARMEN – Então quer dizer que o
casamento foi esse babado?
MADALENA – Sim! Sem tirar nem por.
Pegou fogo!
CARMEN – Foi um verdadeiro milagre
aquela garota ter sobrevivido, hein?
MADALENA – Mas graças a Deus ela
sobreviveu! E além do mais a Estrela tem uma filha para criar. Seria
horrível para a Letícia crescer com a ausência da mãe.
CARMEN – Falando em criança, eu
estava me lembrando de uma coisa.
MADALENA – Do quê? Da sua infância?
(risos)
CARMEN – Não. Do nosso passado.
O rosto de Madalena, que estava com um
sorriso, se fecha, dando lugar a uma expressão séria.
MADALENA – Do nosso passado?
CARMEN – Sim.
MADALENA – E por quê?
CARMEN – Eu estava assistindo ao
jornal e passou uma matéria sobre violência sexual infantil.
Imediatamente me veio à cabeça tudo aquilo!
MADALENA – Eu ainda sinto arrepios só
de lembrar.
CARMEN – Parece que foi ontem. Eu
ainda me lembro do choro da Alice, da polícia por aqui... De tudo!
MADALENA – Isso tudo é muito
doloroso.
CARMEN – Seria mais ainda se você
estivesse aqui.
MADALENA – Às vezes eu não sei se a
minha ausência foi boa ou ruim.
CARMEN – Uma prisão nunca é boa.
MADALENA – Ainda mais quando acontece
por um crime que você não cometeu.
CARMEN – Eu sinto muito que você
tenha passado por isso!
MADALENA – O que passou, passou. O
que realmente importa é o presente! Eu estou feliz ao lado do
Fagundes e todos esses problemas se foram. Esses esqueletos tem que
continuar no armário!
Carmen encara Madalena.
ANOITECE
Cena 10/Alemanha/Castelo
Albrechtsberg/Quarto de Olavo/Noite
Olavo dorme. Alice está mexendo em seu
tablet. Ela para imediatamente de mexer nele ao perceber que tem uma
pessoa na frente de sua cama.
ALICE – VOCÊ? O que você veio fazer
aqui? Tá me perseguindo, é?
Alice encara a pessoa.
Cena 11/Hospital São
Lucas/UTI/Noite
Os médicos passam correndo pelo
corredor, com um desfibrilador. Eles entram no quarto de Marcos e
correm até ele, tentando ressuscitá-lo.
Cena 12/Presídio/Cela/Noite
A carcereira passa pelo corredor.
CARCEREIRA – Rebeca Montenegro?
REBECA – Sim.
CARCEREIRA – Venha comigo.
A carcereira encara Rebeca, que sorri.
Cena 13/Presídio/Saída/Noite
Rebeca está na porta do presídio. Ela
saiu sem ser percebida.
REBECA – Livre! Enfim, livre! César,
Odete e Bianca... Eu estou indo atrás de vocês!
Rebeca sorri.
FIM DE CAPÍTULO









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