Preciosa - Capítulo 24

Cena 1 / Restaurante / Interior / Noite

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

Lobato parado em frente ao irmão e a esposa que acabaram de sair um beijo.

André – Eu posso explicar!

Cristina – Ele me agarrou Lobato, não é nada disso que você está pensando!

Lobato – Eu não to pensando nada Cristina, eu to vendo! Vendo o meu irmão e a minha esposa atracados em um beijo...

Cristina – Não... Lobato eu não tive culpa, ele me agarrou!

Lobato – E ele te trouxe amarrada para cá também? Por que eu não estou vendo as cordas!

André – Calma, vamos conver/

Lobato parte para cima de André, acertando-lhe um soco no olho esquerdo. André cai por cima da cadeira, os clientes observam a briga, o gerente e alguns seguranças se aproxima e seguram Lobato.

Gerente – Por favor, aqui dentro, ou eu terei de chamar a policia!

Cristina – Em casa a gente resolve isso, eu vou te explicar!

Lobato – Em casa? Que casa? Não a minha casa! Você não volta para lá, aliás nenhum de vocês volta para lá!

Lobato se solta e sai do restaurante.

Cristina – Por que você fez isso? Eu nunca te dei liberdade para isso!

André – Eu já disse, eu estou apaixonado!

Ela lhe dá um tapa na cara e sai.

Cena 2 / Praça / Externo / Noite

Algumas pessoas caminham, outras conversam nos bares ainda abertos. Letícia que acabara de sair da casa de Celina caminha em direção ao seu carro, quando é abordada por Adalberto.

Adalberto – Boa noite!

Letícia – Adalberto!

Adalberto – Recebeu minhas/

Letícia – Sim, agradeço o presente!

Adalberto – Você pode contar comigo nesse momento difícil!

Letícia – Que momento difícil?

Adalberto – Bom à prisão do seu marido...

Letícia – Há sim... Agradeço! Agora eu vou indo, já está tarde!

Adalberto – Se puder almoçar comigo amanhã!

Letícia – Infelizmente não poderei! Adeus!

Ela vai saindo, ele a segura pelo braço, já revoltada ela lhe olha com raiva.

Adalberto – Não diga adeus, é uma palavra tão forte e eu tenho certeza que ainda nos veremos muitas vezes!

Ela puxa o braço e já entrando no carro diz:

Letícia – Eu não contaria com isso! –fechando a porta e sorrindo –

Cena 3 / Fazenda de Antunes / Quarto / Interior / Noite

Antunes está sentado na cama, Tereza sai do banho enrolada em uma toalha.

Tereza – Eu ainda não consigo acreditar que o João foi capaz de tudo isso!

Antunes – Eu pensei que o conhecesse!

Tereza – A culpa foi dessa pedra... Essa canga maldita!

Antunes – Mas agora eu quero que ele pague, eu quero o que é meu por direito!

Tereza – Calma amor, você não é assim!

Antunes – Eu só quero que ele pague pelo que fez! Ele traiu a nossa amizade por dinheiro!

Tereza – Vem, vamos descer!

Antunes – Vai indo, já, já eu desço!

Eles se beijam, em seguida ela sai do quarto, Antunes fica ali pensativo.

Cena 4 / Fazenda de Antunes / Varanda / Externo / Noite

Rayssa e Ricardo estão sozinhos conversando.

Ricardo – Você pensa em voltar pro Rio?

Rayssa – Não tenho mais motivos para ficar aqui... Aliás até tenho, mas...

Ricardo – Mas?

Rayssa – Nada, deixa para lá!

Ricardo – Você está gostando de alguém é isso? Pode me falar, confia em mim!

Rayssa – É, é isso!

Ricardo – Eu conheço?

Rayssa – Se você conhece?

Anabele que acabara de chegar se aproxima sem que os dois percebam.

Ricardo – É? Quem é o sortudo? – Sorrindo –

Com um tom nervoso ela responde:

Rayssa – É../

Anabele – Atrapalho?

Os dois se viram e dão de cara com Anabele.

Ricardo – Amor! Pensei que você não fosse vir!

Anabele – Eu pensei melhor!

Rayssa – Eu vou entrar, com licença!

Ela entra deixando os noivos a sós.

Anabele – Que tanto vocês conversam agora?

Ricardo – Nada de mais...

Anabele – Sei!

Ricardo – Você está com ciúmes?

Anabele – Claro que não!

Ricardo – Está sim!

Ele a agarra e os dois se beijam apaixonados.

Cena 5 / Apartamento de Lobato / Sala / Interior / Noite

Lobato entra em casa transtornado, Catarina sai do quarto.

Catarina – Encontrou a minha mãe?

Lobato – Encontrei aquela vadia sim!

Catarina – Pai que isso?

Cristina entra.

Lobato – Eu disse que eu não queria você aqui!

Cristina – Nós precisamos conversar, eu tenho que te explicar o que aconteceu, o seu irmão armou tudo isso, eu nunca tive e nem quis ter nada com ele!

Lobato – Não pareceu Cristina, não foi o que eu vi naquele restaurante há meia hora!

Cristina – Era isso que ele queria, que você nos pegasse juntos... Só pode ser isso!

Lobato – Há é? E como ele sabia que eu voltaria hoje se para todos os efeitos eu só voltava amanhã à noite?

Cristina – Não sei, mas de alguma maneira ele sabia!

Lobato – Mentirosa! Mentirosa, cínica, ninguém sabia, eu mesmo só fui saber que acabava um dia antes quando cheguei lá!

Cristina – Eu te amo!

Ela se aproxima, mas ela a empurra.

Catarina – Alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui?

Lobato – A vadia da sua mãe tem um caso com o seu tio!

Cristina – Não! É mentira Catarina!

Lobato – Quer saber? Pode ficar aqui, quem sai sou eu!

Cristina – Lobato... Lobato não faz nenhuma besteira!

Lobato – Besteira eu vou fazer se eu ficar olhando para essa sua cara de vagabunda por mais um minuto!

Ele sai batendo a porta, deixando Cristina desolada. Catarina a abraça.

Cena 6 / Apartamento de Júlio / Sala / Interior / Noite

Júlio entra, Suzana e Tony assistem televisão.

Suzana – Você estava no hospital?

Júlio – Dei uma passada por lá sim... Me dói ver o meu filho naquele estado!

Tony – Ele vai sair dessa pai!

Suzana – É claro que vai, e  vai encontrar a família dele aqui, unida, como ele sempre quis!

Júlio – Unida? Você só pode estar brincando.

Tony – Por favor, vocês dois!

Júlio – Eu vou tomar um banho e dormir, o dia foi cheio hoje!

Suzana – Eu deixei o seu prato no micro-ondas...

Júlio – Para de agir como se ainda fosse minha esposa, você não é nada minha, ok? Só está aqui até resolvermos essa situação!

Suzana – E não podemos ter uma convivência amigável?

Júlio – Eu não quero conviver com você, finja que não está aqui!

A capainha toca.

Tony – Já chega! Eu vou abrir a porta!

Júlio vai para o quarto, Tony abre a porta, Lobato entra.

Lobato – Seu pai está?

Tony – Acabou de chegar!

Suzana – Eu vou chamá-lo!

Cena 7 / Fazenda de João / Sala / Interior / Noite

Anabele entra. Anastácia e Letícia estão à mesa de jantar.

Anastácia – Anabele querida acompanha-nos?

Anabele – Jantei na casa do Antunes, obrigada!

Letícia – E como eles estão?

Anabele – Melhor que o meu pai certamente!

Letícia – Conversando com seu pai hoje, ele chegou a conclusão de que o Antunes é o verdadeiro assassino do Gumercindo e usou a prisão dele para vender a canga!

Anabele – Essa história é absurda!

Letícia levanta e caminha até a sala, Anastácia que ainda come observa a filha com um ar desconfiado.

Letícia – Absurda? Por quê? Eles não estão acusando o seu pai?

Anabele – Por que o meu pai foi pego dentro da casa com a arma nas mãos... É totalmente diferente do Antunes ter armado tudo isso! Ele é amigo do meu pai!

Letícia – Tem certeza? Não se lembra mais das coisas que viu?

Anabele – Você... Você não pode estar falando sério!

Letícia – Você sabe que o Antunes nunca foi amigo do seu pai! E é por isso que está na hora de você escolher de que lado vai ficar!

Anabele – Lado? Eu não sou obrigada a escolher um lado!

Letícia – É sim! Ou fica do lado da sua família ou do lado da família do Antunes!

Anabele – Você está querendo que eu termine o meu noivado com o Ricardo?!

Letícia – Essa relação nunca vai dar certo, já imaginou as duas famílias no altar? O seu pai acusando ele de roubar a canga, eles acusando o seu pai de roubo e assassinato?

Anabele – Eu não quero mais te ouvir!

Ela sobe as escadas rapidamente.

Letícia – Fuja, mas você não vai poder se esconder disso para sempre!

Anastácia que observava tudo agora já está na sala.

Anastácia – Você não tá fazendo isso pelo seu marido ou para defender essa família!

Letícia – Como?

Anastácia – Eu lhe botei no mundo Letícia, se tem algo que você está amando é a prisão do João!

Letícia – Você está caducando velha!

Anastácia – Será? Passou-me uma coisa pela cabeça, mas eu acho que você não chegaria tão longe!

Letícia – Eu não quero e eu não vou discutir com você! Com licença!

Letícia sai da sala.

Anastácia – Eu realmente espero que você não tenha feito o que estou pensando!

Cena 8 / Apartamento de Júlio / Sala / Interior / Noite

Júlio retorna a sala, acompanhado de Suzana.

Lobato – Desculpa incomodar Júlio, mas eu não tinha a quem recorrer!

Júlio – Não, não é incomodo algum, mas o que aconteceu?

Lobato – Serpa que a gente pode conversar a sós?

Júlio – Claro, vamos lá para baixo, a farmácia já está fechada!

Júlio e Lobato descem.

Suzana – O que será que aconteceu?

Tony – Sei lá!

Suzana – Será que é alguma coisa sobre a minha doença?

Tony – Acho que falaria com você e não com o meu pai se fosse sobre isso!

Cena 9 / Cobertura Ávila do Amaral / Sala / Interior / Noite

Rafael está na sala com a mãe.

Maria Célia – A Lavínia? Mas que diabos ela faz aqui?

Rafael – Não sei... Talvez tenha descoberto a minha prisão e veio tirar sarro, não sei!

Maria Célia – O que foi que ela disse?

Rafael – Que era melhor eu ficar preso, por que aqui fora ela ia transformar a minha vida num inferno!

Maria Célia – Coisa de mulher com dor de cotovelo!

Rafael – Pois é!

Maria Célia – E a criança? Pelas minhas contas ela já deve ter ganhando!

Rafael – Não sei, nem perguntei!

Maria Célia – É seu filho Rafael!

Rafael – Filho que eu não quis e não quero ter, eu a mandei abortar!

Maria Célia balança a cabeça decepcionada.

Cena 10 / Fazenda de João / Casa / Sala / Interior / Noite

Letícia toma um vinho perto da lareira, ela está pensativa, quando a capinha toca, como se acordasse assustada ela levanta e vai até a porta, ao abrir:

Letícia – Pois não?

Silvio – Letícia Villa Verde?

Letícia – Em carne e osso e você? Quem é e o que quer na porta da minha casa à uma hora dessas?

Silvio – Silvio Lanterra, lhe mostrar umas fotinhos!

Letícia – Mas vá se catar!

Ela tenta fechar a porta, mas ele a impede.

Silvio – Se eu fosse à senhora daria uma olhada agora, a menos é claro que queria vê-las no jornal pela manhã!

Ele lhe passa um envelope. Letícia pega, desconfiada ela abre e vê as fotos do dia do assassinato de Gumercindo.

Letícia – Mas o que é isso?

Silvio – Eu presenciei tudo e não adianta rasgar, é óbvio que isso é apenas uma cópia! – sorrindo ironicamente -.

Fim do Capítulo