Capítulo 40
ÚLTIMAS SEMANAS
Cena1/Casebre/Interno/Noite
Sebastiana e Joaquim sentam Estrela na
cama.
SEBASTIANA – Senta aí, filha.
JOAQUIM – E você se lembrou de tudo,
tudinho mesmo?
ESTRELA – Sim, de tudo! Eu estava
indo pra fazenda da minha avó, Melissa, quando perdi o controle do
carro e cai numa ribanceira. Depois não me lembro de mais nada!
SEBASTIANA – Foi então que eu te
salvei, menina. Você estava desmaiada e com um ferimento na cabeça.
Achei que fosse melhor te trazer pra cá até que você se
recuperasse. E parece que esse dia finalmente chegou!
JOAQUIM – E você se sente bem,
Estrela?
ESTRELA – Um pouco tonta, mas bem.
JOAQUIM – Graças a Deus você
recuperou a memória!
ESTRELA – Eu preciso fazer um
telefonema.
SEBASTIANA – Não é melhor você
descansar agora?
JOAQUIM – A minha mulher tem razão.
Você descansa agora e amanhã faz essa ligação!
ESTRELA – Mas é que...
SEBASTIANA – Vai por nós, Estrela.
Descansa agora, coloca os pensamentos no lugar e amanhã você liga
pra quem quiser! Pode ser?
Estrela faz que sim com a cabeça e
Sebastiana sorri para ela.
Cena 2/Vila do Sossego/Casa de
Madalena/Quarto de Madalena/Noite
Toca a soundtrackCrimenMonasterio –
La Madrastra
MADALENA – Eu não sei...
FAGUNDES – Você não sabe o quê?
MADALENA – Eu não sei por onde
começar, Fagundes.
FAGUNDES – Que seja pelo começo. É
algo grave?
MADALENA – Gravíssimo!
FAGUNDES – E o que de tão grave
aconteceu no seu passado?
MADALENA – Eu não posso, eu não
quero recordar isso!
Madalena chora. Fagundes a abraça.
FAGUNDES – Calma, meu amor, calma!
MADALENA – A culpa foi dele, do meu
ex-marido... Dele! Ele que causou tudo aquilo!
FAGUNDES – Tudo aquilo o que,
Madalena?
MADALENA – A morte dele! Ele causou a
própria morte!
FAGUNDES – Do que você está
falando, meu amor? Me explica melhor!
MADALENA – O Conrado... Ele... Ele...
Madalena tem crise de choro. Fagundes
segue abraçando-a.
FAGUNDES – Calma, Madalena. Respira!
Não precisa falar mais disso! Assunto encerrado.
Madalena segue chorando e Fagundes
segue abraçado a ela.
Cena 3/Mansão Albuquerque/Quarto de
Renata/Noite
Renata está abraçada a Paloma, que
acabara de reaparecer.
RENATA – Senti tanto a sua ausência,
meu amor.
PALOMA – Eu precisei sumir durante
esses dias.
RENATA – A vagabunda da Cristina te
entregou pra polícia. Se não fosse por ela, você não precisaria
ter fugido!
PALOMA – Se não fosse por ela eu não
estaria nessa situação.
RENATA – Eu ainda vou te ajudar a
sair dessa, querida.
PALOMA – Eu vou provar minha
inocência e colocar aquela cretina atrás das grades!
Paloma e Renata sentam-se na cama.
RENATA – Eu tenho uma novidade pra te
contar.
PALOMA – Novidade? Qual? É boa?
RENATA – Bom, isso é você quem vai
definir.
PALOMA – Me conta logo! Estou ficando
ansiosa.
RENATA – A Adriana está morando aqui
em casa.
Paloma se surpreende.
PALOMA – A ADRIANA?
RENATA – Sim, ela mesma.
PALOMA – E o que aquela golpista está
fazendo aqui?
RENATA – Ela me propôs uma aliança.
Disse que juntas somos mais fortes e que unidas poderemos derrotar o
Marcos.
PALOMA – E você caiu nesse papinho
dela, mãe?
RENATA – Ela tem razão, querida.
Quanto mais aliados tivermos, melhor! O Marcos e a Cristina são
poderosos agora. Em um número pequeno, só você e eu, não
conseguiríamos destruir eles dois.
PALOMA – E onde ela está agora?
RENATA – Saiu.
PALOMA – A senhora tem que tomar
cuidado com essa mulher.
RENATA – Eu tomarei todos os cuidados
possíveis, meu amor. Não precisa se preocupar!
Renata acaricia o rosto de Paloma.
RENATA – Eu te amo tanto, filha.
PALOMA – Eu também te amo, mamãe.
Paloma senta-se no colo de Renata e lhe
beija na bochecha.
PALOMA – Iremos sair dessa, dona
Renata! Iremos dar a volta por cima!
Cena 4/Mansão Garcia/Quarto de
Alice/Noite
Alice acabara de sair do banho. Ela
está enrolada em um hobby e com a toalha na cabeça. Olavo sentado à
cama, vendo televisão.
ALICE – O grande dia está chegando,
meu amor!
OLAVO – Está tudo preparado?
ALICE – Sim, tudo. Buffet,
decoração... Tudo!
OLAVO – Finalmente poderemos nos
casar em paz.
ALICE – Espero que dessa vez tudo dê
certo.
OLAVO – Eu quero falar com você
sobre uma coisa.
ALICE – Que coisa?
OLAVO – Sobre aquele seu escândalo
no velório da Estrela.
ALICE – Eu sei que perdi o controle,
Olavo.
OLAVO – O controle? Você perdeu
tudo! Não foi apenas o controle.
ALICE – Eu sei que não foi só isso,
mas perdi a cabeça quando a Victoria me insultou daquela maneira.
OLAVO – Ela estava em sua razão.
Você foi ao velório da filha dela. Me separei dela há meses por
sua causa! Eu a entendo.
ALICE – Ah, então quer dizer que
você vai ficar do lado dela?
OLAVO – Não, não meu amor. É que
eu entendo o lado da Victoria também! Sei que ela estava certa.
ALICE – Então por que não volta lá
pros braços da sua queridinha?
OLAVO – Porque é você que eu amo!
ALICE – Mas não parece!
OLAVO – Eu sou louco por você,
Alice.
ALICE – E se isso não for o
suficiente?
OLAVO – Por que não seria?
ALICE – E se você ainda amar a
Victoria?
OLAVO – Isso é impossível!
ALICE – Acho que devemos dar um
tempo, Olavo. Um tempo para você colocar a cabeça no lugar e
decidir se me ama mesmo ou se ainda gosta da Victoria!
OLAVO – Esse tempo não será
necessário. Eu te amo, Alice!
ALICE – Jura? Jura que não está
mentindo?
OLAVO – Por tudo que há de mais
sagrado!
ALICE – Pela alma da sua filhinha
querida?
OLAVO – Esse é o tipo de juramento
que não se deve fazer, Alice.
ALICE – PELA ALMA DA SUA FILHINHA
QUERIDA OU NÃO?
OLAVO – Pela alma da Estrela!
ALICE – Agora eu acredito! E por ter
sido um bom menino, vou te dar um presente.
OLAVO – Um presente, é?
ALICE – Aham.
Com ar de malicia, Alice engatinha pela
cama e fica de joelhos para Olavo. Ela tira a toalha, porém
mostra-se apenas suas costas.
OLAVO – Assim vale a pena ser um bom
menino!
Olavo agarra Alice e a deita na cama.
Eles se beijam.
AMANHECE
Cena 5/Casebre/Interno/Manhã
Estrela desperta aos poucos. Sebastiana
e Joaquim já acordados. Ele toma seu café e ela varre o chão.
ESTRELA – Bom dia.
JOAQUIM – Bom dia, menina.
SEBASTIANA – Bom dia, Estrela. Dormiu
bem?
ESTRELA – Melhor impossível! Nada
melhor do que lembrar sobre tudo.
SEBASTIANA – E ainda deseja fazer a
tal ligação?
ESTRELA – Se não for incômodo...
SEBASTIANA – De forma alguma!
Sebastiana entrega seu celular para
Estrela.
SEBASTIANA – O sinal é melhor lá
fora.
Estrela sorri para Sebastiana e sai.
JOAQUIM – Você acha que ela vai
ligar pra polícia?
SEBASTIANA – E por que ela faria
isso?
JOAQUIM – Porque pode achar que nós
a sequestramos.
SEBASTIANA – Ela se lembrou de tudo,
homem. Sabe que nós salvamos a vida dela! Nada de ruim acontecerá
com a gente.
Victoria abre, lentamente, a porta do
quarto de Estrela e após entrar, fecha-a. Ela caminha para o
guarda-roupas de Estrela, o abre e fica admirando as roupas.
VICTORIA – Eu vou me livrar de tudo
isso. Talvez guardar todas essas lembranças só me tragam mais e
mais dor! A Estrela deve estar odiando me ver assim... Eu sei que ela
está me vendo de algum lugar.
Victoria começa a lacrimejar mas
imediatamente seca as lágrimas que cairiam. Seu celular toca e ela
atende.
VICTORIA – Alô?
ESTRELA – (cel) Mãe?
Victoria se assusta com a ligação.
VICTORIA – Quem ta falando?
ESTRELA – (cel) Mãe, sou eu!
VICTORIA – Que brincadeira sem graça
é essa?
ESTRELA – (cel) Não é brincadeira
nenhuma, mãe. Sou eu, a Estrela!
VICTORIA – Que coisa mais idiota,
hein? A minha filha está morta! MORTA!
ESTRELA – (cel) Eu não estou morta
coisa nenhuma. Eu sobrevivi!
VICTORIA – Quem quer que seja, eu
espero que vá pra...
ESTRELA – (cel) Se a senhora não
acredita pela ligação, venha me ver pessoalmente! Eu estou numa
casa simples, perto de onde sofri o acidente. Venha pra cá e você
vai descobrir! Eu vou te dizer o ponto mais perto daqui e como a
senhora pode chegar.
Victoria fica intrigada.
Cena 7/Casebre/Interno/Manhã
SEBASTIANA – E então, ela vem?
ESTRELA – Não sei. Acho que a minha
mãe não acreditou que estou viva!
JOAQUIM – Sendo assim, por que você
não vai atrás dela?
ESTRELA – Pode ser arriscado. Eu não
sei se esse acidente foi uma fatalidade ou se armaram tudo isso!
SEBASTIANA – Você acha que alguém
pode ter armado isso?
ESTRELA – Tudo é possível.
Alguém bate na porta do casebre.
JOAQUIM – Será que é ela?
SEBASTIANA – Deixa que eu vou ver.
ESTRELA – Não! Deixa. Eu quero ver!
Estrela levanta-se e caminha até a
porta. Ao abrir, ela dá de cara com Victoria, incrédula.
VICTORIA – Estrela?
Victoria se emociona e lacrimeja.
Estrela a abraça forte. Victoria, ainda sem acreditar, faz o mesmo.
ESTRELA – Mãe! Mãe! Mãe! Eu
esperei tanto por esse dia. Pensei que demoraria semanas, meses... Eu
pensei que nunca mais te veria novamente!
VICTORIA – Eu tampouco, querida.
Pensei que tinha te perdido para todo sempre! Meu Deus... Eu odiaria
que tudo o que aconteceu tivesse te tirado de mim mesmo.
SEBASTIANA – Se eu fosse vocês,
entraria!
ESTRELA – A Sebastiana tem razão.
Entra, mãe, temos muito que conversar!
Cena 8/Presídio/Pátio/Manhã
Há vários detentos no pátio, devido
ao banho de sol. Rebeca está em um canto, quieta.
REBECA – Eu vou sair desse inferno e
vou acabar com a raça daqueles três! Eles vão me pagar caro pelo
que fizeram. Ah se vão!
Cena 9/Casebre/Interno/Manhã
Victoria e Estrela sentadas na cama,
uma de frente para a outra.
ESTRELA – Me conta como está tudo.
VICTORIA – Todos nós estamos
sofrendo, Estrela. O Estevão não faz nada além de chorar, chorar e
chorar!
ESTRELA – Eu não agüentaria vê-lo
assim.
VICTORIA – A única que parece estar
feliz com a situação é a você sabe quem.
ESTRELA – Eu não me surpreendo com
isso.
VICTORIA – Mas você não acredita no
que ela fez!
ESTRELA – O que aquela piranha
aprontou dessa vez?
VICTORIA – Ela foi ao seu velório,
ontem.
ESTRELA – A Alice deve o descaramento
de aparecer no meu velório?
VICTORIA – Sim... E fez pior!
ESTRELA – O que ela fez?
VICTORIA – Deu um escândalo. Jogou o
caixão e as coroas de flores no chão, sambou em cima delas...
ESTRELA – E vocês não fizeram nada?
VICTORIA – Eu bem que fiz. Dei uns
tapas naquela piranha, mas quando ia expulsá-la da capela, me
seguraram e eu fui impedida!
ESTRELA – E deixaram aquela louca
continuar o barraco?
VICTORIA – Não por muito tempo. A
sua avó a tirou de lá pelos cabelos!
ESTRELA – A vovó fez isso?(risos)
VICTORIA – Sim! Arrancou a Alice da
capela pelos cabelos!
Estrela e Victoria riem.
ESTRELA – Mas por que vocês
resolveram fazer um velório se não tinha corpo?
VICTORIA – Porque eu queria uma
despedida simbólica, algo bonito. Eu não poderia deixar a morte da
minha filha passar assim, como se não fosse nada! Eu sei que não
era um evento, algo para se comemorar, mas eu queria me despedir de
você com algo bonito.
ESTRELA – Mas graças a Deus tudo
isso não vai serviu para nada! Eu estou aqui, viva.
VICTORIA – E pretende voltar quando?
ESTRELA – Por enquanto acho melhor
ficar aqui, escondida. Você me diz o que acontece no dia a dia, se
for algo relevante claro, porque pretendo voltar em alto estilo!
VICTORIA – E como?
ESTRELA – Ainda não sei, mas esse
não é o momento para voltar em cena!
Victoria encara Estrela.
Cena 10/Mansão Guimarães/Sala de
Estar/Tarde
Bárbara e Fernando sentados no sofá.
BÁRBARA – Você não acha meio louco
o Olavo organizar uma festa logo agora?
FERNANDO – Foi uma decisão louca
sim, mas não veio dele.
BÁRBARA – E como você sabe?
FERNANDO – O Olavo ainda está
sentido por causa da morte da Estrela, duvido muito que teria cabeça
para pensar em uma festa logo agora, pouco depois da morte da filha
dele.
BÁRBARA – Então você acha que isso
é idéia da Alice?
FERNANDO – Não acho, tenho certeza!
BÁRBARA – Pensando assim, é bem
óbvio.
FERNANDO – Então.
BÁRBARA – Aquela lá não tem
escrúpulos mesmo.
FERNANDO – Isso ficou comprovado
quando ela roubou o Olavo da Victoria.
BÁRBARA – E você pretende ir nessa
festa?
FERNANDO – Não, de forma alguma.
Seria uma insulta para a Victoria! E até para a própria Estrela,
que Deus a tenha em sua glória!
BÁRBARA – Eu também não vou. Não
suporto a cara daquela vagabunda!
Cena 11/Presídio/Sala de
Visitas/Tarde
Rebeca, algemada e carregada por uma
carcereira, entra na sala. Odete está sentada.
REBECA – Odete?
CARCEREIRA – Vocês tem dez minutos.
A carcereira sai da sala.
ODETE – Não vai se sentar, querida?
REBECA – Eu é quem deveria fazer as
honras da casa!
ODETE – Sarcástica como sempre.
REBECA – Você veio aqui pra que,
hein? Me fala logo!
ODETE – Vim visitar a minha eterna
amiguinha.
REBECA – Você sabe muito bem que
somos mais que amigas.
ODETE – Infelizmente carregamos o
mesmo DNA.
REBECA – Eu também não sou feliz
por ter você como minha irmã, Odete.
ODETE – Mas família a gente não
escolhe, não é mesmo.
REBECA – Exatamente. Mas acredito que
você não tenha vindo aqui pra reclamar que somos filhas da mesma
mãe.
ODETE – Eu vim aqui pra te ver na
pior, Rebeca. Eu vim aqui tripudiar em cima da sua derrota!
REBECA – E o que você ganha com
isso?
ODETE – Nada além do enorme prazer
de ver você na merda!
REBECA – Que prazer mais besta, hein?
ODETE – Nada se compara a ver a
mulher que desgraçou a minha vida numa situação pior, mas muito
pior, que a minha.
REBECA – Isso tudo por que eu te
roubei o César?
ODETE – O César e tudo o que eu
tinha, não é mesmo.
REBECA – Eu peguei o que era meu por
direito! O papai e a mamãe foram idiotas em te deixar com mais do
que eu. Você não merecia todo aquele dinheiro!
ODETE – Se eu não os merecesse não
teriam deixado tudo em meu nome!
REBECA – Deixaram porque eram dois
velhos idiotas!
ODETE – Olha como você fala dos
nossos pais!
REBECA – Aqueles dois sempre
preferiram você a mim, Odete. Você sempre foi a filhinha predileta
e eu a ovelha negra da família!
ODETE – Talvez porque fazia por onde
em levar essa fama. Foi por isso que você os matou e me incriminou,
não é?
REBECA – Fiz e faria de novo!
ODETE – Você é cruel, Rebeca.
REBECA – Você ainda não viu nada,
Odete! NADA! Eu vou sair dessa prisão e aí você vai ver do que eu
sou capaz.
Odete e Rebeca se encaram.
Cena 12/Mansão
Grimaldi/Escritório/Tarde
Franco está sentado em sua cadeira,
analisando uns processos no computador. A empregada bate na porta e
entra.
FRANCO – Sim.
EMPREGADA – O senhor tem visita.
FRANCO – Visita? Manda entrar.
Olavo entra na sala.
OLAVO – Deixe-nos a sós, por favor.
EMPREGADA – Com licença.
A empregada sai e Olavo fecha a porta.
Depois se aproxima da mesa.
FRANCO – Olavo? O que você quer?
Olavo coloca a mão dentro do bolso de
seu paletó e tira um envelope.
FRANCO – O que é isso?
OLAVO – Veja.
Olavo abre o envelope e vê que é um
convite para a festa.
FRANCO – Um convite?
OLAVO – Sim, para a festa que vai
acontecer na minha casa este final de semana.
FRANCO – E isso significa que eu
estou convidado?
OLAVO – Você e a Victoria.
FRANCO – Eu não sei se ela irá.
OLAVO – Convença-a, por favor! A
presença de vocês dois nesta festa é crucial.
FRANCO – Eu não sei se...
OLAVO – Se você não for, ficarei
chateado contigo!
FRANCO – Pensei que você me odiasse.
OLAVO – E eu deveria?
FRANCO – É que eu e a Victoria...
Nós...
OLAVO – Eu fico feliz que a Victoria
esteja feliz ao lado de um novo homem. Eu reencontrei o amor nos
braços da Alice e estou feliz! Espero que você não faça mal algum
a ela, já me basta ter traído-a. Ela não merece se decepcionar
novamente!
FRANCO – Isso eu te garanto que nunca
farei. Não seria capaz te trair a confiança de uma mulher que eu
amo!
Franco e Olavo se encaram.
Cena 13/Mansão Guimarães/Sala de
Estar/Tarde
VICTORIA – O Franco me ligou agora
pouco e me contou sobre essa festa.
BÁRBARA – E você deve ter achado um
absurdo, não é?
FERNANDO – Acredito que você esteja
furiosa!
VICTORIA – Pelo contrário.
BÁRBARA – Pelo contrário?
VICTORIA – Eu estou feliz por isso.
FERNANDO – Feliz? Como?
VICTORIA – Só peço para vocês irem
nessa festa e convencerem o Estevão de ir também!
BÁRBARA – Que loucura é essa?
VICTORIA – Eu só garanto que se
vocês não irem, irão perder um espetáculo memorável!
FERNANDO – O que você está querendo
dizer com isso?
VICTORIA – Só irão descobrir se
confirmarem presença. E então? Vão ou não?
Bárbara e Fernando encaram Victoria.
Cena 14/Mansão
Guimarães/Saída/Tarde
Victoria entra em seu carro e os
portões são apertos. Antes de dar partida, ela pega seu celular e
liga para Estrela.
VICTORIA – Duas presenças
confirmadas... A festa vai ser inesquecível!
Victoria sorri, desliga o celular e
arranca com o carro.
Cena 15/Mansão Montenegro/Sala de
Estar/Tarde
A empregada entra na sala.
EMPREGADA – Seu César.
CÉSAR – Sim.
EMPREGADA – Carta pro senhor.
CÉSAR – Obrigado.
A empregada entrega a carta para César
e sai. César abre e vê que é o envelope com o convite para a festa
de Olavo.
CÉSAR – Nada melhor que uma festa
para animar um pouco.
César sorri.
CÉSAR – A Odete vai adorar!
SEMANAS DEPOIS
Cena 16/Mansão Garcia/Jardim/Noite
Há muitos convidados presentes. Todos
fantasiados de diferentes maneiras.
Toca Break Free – Ariana Grande
Eles dançam, animados. Uns tomam seus
drinques e conversam. Foco em um canto onde está Victoria, Franco,
Bárbara, Fernando, Estevão, Melissa e Afonso.
ESTEVÃO – Ainda não entendi o
porquê de você ter pedido a nossa presença. E vindo!
VICTORIA – Vocês vão entender já,
já!
Victoria olha para os convidados,
ansiosa.
Foco em outro canto, onde Alice e Olavo
estão reunidos com outro casal.
ANGÉLICA – Fico feliz por vocês se
casarem!
OTÁVIO – Achei meio peculiar um
casamento à fantasia.
ALICE – Se eu dissesse para todos que
seria um casamento logo de cara, provavelmente algo daria errado.
(risos)
OLAVO – Mas dessa vez tudo dará
certo!
Olavo e Alice se beijam.
ANGÉLICA – Desejo muita felicidade
ao casal!
ALICE – E é bom desejar mesmo. Agora
o Olavo e eu vamos cumprimentar outros convidados, não é, amor?
OLAVO – Claro, claro. Com licença!
OTÁVIO – Toda!
Olavo e Alice saem para cumprimentar
outros convidados.
ANGÉLICA – Abusadinha essa garota,
hein?
Cena 17/Casebre/Interno/Noite
Estrela ajeita sua fantasia, cobrindo o
rosto, em frente ao espelho.
SEBASTIANA – Não acha isso perigoso,
menina?
ESTRELA – Não, não é.
JOAQUIM – Tem certeza que não quer
que nós lhe acompanhemos?
ESTRELA – Tenho sim, queridos. Daqui
pra frente eu cuido de tudo sozinha! Mas voltarei para gratificá-los
por terem me ajudado quando precisei.
JOAQUIM – Nós fizemos isso porque
temos bom coração.
ESTRELA – E é justamente por isso
que vocês merecem ser gratificados! Agora me dêem um abraço.
Sebastiana e Joaquim abraçam Estrela.
ESTRELA – Obrigada por tudo!
Cena 18/Mansão Garcia/Jardim/Noite
A música para de tocar e os convidados
reclamam.
OLAVO – Um momento, um momento! A
juíza de paz chegou e o casamento vai começar!
Todos comemoram.
ALICE – É tão lindo ver a Victoria
presente para ver a minha vitória... (risos)
CORTA PARA:
Cena 19/Mansão Garcia/Jardim/Noite
Todos os convidados sentados. Alice e
Olavo em pé, de frente para a juíza.
JUÍZA – Bom, é a primeira vez que
realizo um casamento tão peculiar. Inédito, eu arriscaria dizer!
Mas quando o amor está envolvido, tudo é possível e aceitável! É
com estas palavras que eu dou início a esta cerimônia. A união de
um casal tão bonito que mesmo com o contraste da idade, por menor
que seja, decidiram unir-se em matrimônio.
Foco em Victoria.
VICTORIA – Meu Deus... E a Estrela
que não chega!
ESTEVÃO – Você disse alguma coisa,
Victoria?
VICTORIA – Disse, disse sim. Que Deus
abençoe, amém!
Victoria olha para a entrada do jardim,
esperando que Estrela apareça. Volta a focar no casal.
JUÍZA – E como me foi pedido, não
irei prolongar a cerimônia. Olavo Grimaldi é de livre e espontânea
vontade que você aceita Alice Garcia como sua legítima esposa?
OLAVO – (olhando para Alice) Sim. Eu
aceito.
Câmera foca na entrada do jardim.
Estrela chega à cerimônia.
JUÍZA – Alice Garcia é de livre e
espontânea vontade que você aceita Olavo Grimaldi como seu marido?
ALICE – Si...
ESTRELA – UM MOMENTO!
Todos os convidados olham para a
entrada do jardim e comentam.
ALICE – Que palhaçada é essa?
Victoria olha para a entrada, sorrindo.
OLAVO – Quem é você?
ESTRELA – Vai dizer que não me
reconhece mais, Alice?
ALICE – Não, não reconheço. Diga
logo quem é, sente-se no seu lugar ou saia! Nada e nem ninguém vai
atrapalhar o meu casamento.
ESTRELA – Eu não seria tão
otimista.
ALICE – Quem é você, hein garota?
OLAVO – Não, não pode ser.
ALICE – Você a conhece, Olavo? Ela é
alguma amante sua?
ESTRELA – Longe disso, amiga.
Alice reconhece o tom de voz.
ALICE – Não. NÃO É VOCÊ! NÃO
PODE SER!
Estrela retira a máscara que cobria
seu rosto e surpreende a todos, que comentam mais alto ainda.
ESTRELA – Vim acompanhar a cerimônia
de pertinho. Posso?
Estevão se levanta.
ESTEVÃO – ESTRELA?
OLAVO – FILHA?
ALICE – NÃO! NÃO! NÃAAAAAAAAAAAAO!
Estrela encara Alice, que surta.
ESTRELA – Não iam me esperar para o
casamento?
Todos encaram Estrela.
FIM DE CAPÍTULO
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