sexta-feira, 6 de março de 2015

Alice - Capítulo 40


Capítulo 40

ÚLTIMAS SEMANAS

Cena1/Casebre/Interno/Noite
Sebastiana e Joaquim sentam Estrela na cama.
SEBASTIANA – Senta aí, filha.
JOAQUIM – E você se lembrou de tudo, tudinho mesmo?
ESTRELA – Sim, de tudo! Eu estava indo pra fazenda da minha avó, Melissa, quando perdi o controle do carro e cai numa ribanceira. Depois não me lembro de mais nada!
SEBASTIANA – Foi então que eu te salvei, menina. Você estava desmaiada e com um ferimento na cabeça. Achei que fosse melhor te trazer pra cá até que você se recuperasse. E parece que esse dia finalmente chegou!
JOAQUIM – E você se sente bem, Estrela?
ESTRELA – Um pouco tonta, mas bem.
JOAQUIM – Graças a Deus você recuperou a memória!
ESTRELA – Eu preciso fazer um telefonema.
SEBASTIANA – Não é melhor você descansar agora?
JOAQUIM – A minha mulher tem razão. Você descansa agora e amanhã faz essa ligação!
ESTRELA – Mas é que...
SEBASTIANA – Vai por nós, Estrela. Descansa agora, coloca os pensamentos no lugar e amanhã você liga pra quem quiser! Pode ser?
Estrela faz que sim com a cabeça e Sebastiana sorri para ela.

Cena 2/Vila do Sossego/Casa de Madalena/Quarto de Madalena/Noite
Toca a soundtrackCrimenMonasterio – La Madrastra
MADALENA – Eu não sei...
FAGUNDES – Você não sabe o quê?
MADALENA – Eu não sei por onde começar, Fagundes.
FAGUNDES – Que seja pelo começo. É algo grave?
MADALENA – Gravíssimo!
FAGUNDES – E o que de tão grave aconteceu no seu passado?
MADALENA – Eu não posso, eu não quero recordar isso!
Madalena chora. Fagundes a abraça.
FAGUNDES – Calma, meu amor, calma!
MADALENA – A culpa foi dele, do meu ex-marido... Dele! Ele que causou tudo aquilo!
FAGUNDES – Tudo aquilo o que, Madalena?
MADALENA – A morte dele! Ele causou a própria morte!
FAGUNDES – Do que você está falando, meu amor? Me explica melhor!
MADALENA – O Conrado... Ele... Ele...
Madalena tem crise de choro. Fagundes segue abraçando-a.
FAGUNDES – Calma, Madalena. Respira! Não precisa falar mais disso! Assunto encerrado.
Madalena segue chorando e Fagundes segue abraçado a ela.

Cena 3/Mansão Albuquerque/Quarto de Renata/Noite
Renata está abraçada a Paloma, que acabara de reaparecer.
RENATA – Senti tanto a sua ausência, meu amor.
PALOMA – Eu precisei sumir durante esses dias.
RENATA – A vagabunda da Cristina te entregou pra polícia. Se não fosse por ela, você não precisaria ter fugido!
PALOMA – Se não fosse por ela eu não estaria nessa situação.
RENATA – Eu ainda vou te ajudar a sair dessa, querida.
PALOMA – Eu vou provar minha inocência e colocar aquela cretina atrás das grades!
Paloma e Renata sentam-se na cama.
RENATA – Eu tenho uma novidade pra te contar.
PALOMA – Novidade? Qual? É boa?
RENATA – Bom, isso é você quem vai definir.
PALOMA – Me conta logo! Estou ficando ansiosa.
RENATA – A Adriana está morando aqui em casa.
Paloma se surpreende.
PALOMA – A ADRIANA?
RENATA – Sim, ela mesma.
PALOMA – E o que aquela golpista está fazendo aqui?
RENATA – Ela me propôs uma aliança. Disse que juntas somos mais fortes e que unidas poderemos derrotar o Marcos.
PALOMA – E você caiu nesse papinho dela, mãe?
RENATA – Ela tem razão, querida. Quanto mais aliados tivermos, melhor! O Marcos e a Cristina são poderosos agora. Em um número pequeno, só você e eu, não conseguiríamos destruir eles dois.
PALOMA – E onde ela está agora?
RENATA – Saiu.
PALOMA – A senhora tem que tomar cuidado com essa mulher.
RENATA – Eu tomarei todos os cuidados possíveis, meu amor. Não precisa se preocupar!
Renata acaricia o rosto de Paloma.
RENATA – Eu te amo tanto, filha.
PALOMA – Eu também te amo, mamãe.
Paloma senta-se no colo de Renata e lhe beija na bochecha.
PALOMA – Iremos sair dessa, dona Renata! Iremos dar a volta por cima!

Cena 4/Mansão Garcia/Quarto de Alice/Noite
Alice acabara de sair do banho. Ela está enrolada em um hobby e com a toalha na cabeça. Olavo sentado à cama, vendo televisão.
ALICE – O grande dia está chegando, meu amor!
OLAVO – Está tudo preparado?
ALICE – Sim, tudo. Buffet, decoração... Tudo!
OLAVO – Finalmente poderemos nos casar em paz.
ALICE – Espero que dessa vez tudo dê certo.
OLAVO – Eu quero falar com você sobre uma coisa.
ALICE – Que coisa?
OLAVO – Sobre aquele seu escândalo no velório da Estrela.
ALICE – Eu sei que perdi o controle, Olavo.
OLAVO – O controle? Você perdeu tudo! Não foi apenas o controle.
ALICE – Eu sei que não foi só isso, mas perdi a cabeça quando a Victoria me insultou daquela maneira.
OLAVO – Ela estava em sua razão. Você foi ao velório da filha dela. Me separei dela há meses por sua causa! Eu a entendo.
ALICE – Ah, então quer dizer que você vai ficar do lado dela?
OLAVO – Não, não meu amor. É que eu entendo o lado da Victoria também! Sei que ela estava certa.
ALICE – Então por que não volta lá pros braços da sua queridinha?
OLAVO – Porque é você que eu amo!
ALICE – Mas não parece!
OLAVO – Eu sou louco por você, Alice.
ALICE – E se isso não for o suficiente?
OLAVO – Por que não seria?
ALICE – E se você ainda amar a Victoria?
OLAVO – Isso é impossível!
ALICE – Acho que devemos dar um tempo, Olavo. Um tempo para você colocar a cabeça no lugar e decidir se me ama mesmo ou se ainda gosta da Victoria!
OLAVO – Esse tempo não será necessário. Eu te amo, Alice!
ALICE – Jura? Jura que não está mentindo?
OLAVO – Por tudo que há de mais sagrado!
ALICE – Pela alma da sua filhinha querida?
OLAVO – Esse é o tipo de juramento que não se deve fazer, Alice.
ALICE – PELA ALMA DA SUA FILHINHA QUERIDA OU NÃO?
OLAVO – Pela alma da Estrela!
ALICE – Agora eu acredito! E por ter sido um bom menino, vou te dar um presente.
OLAVO – Um presente, é?
ALICE – Aham.
Com ar de malicia, Alice engatinha pela cama e fica de joelhos para Olavo. Ela tira a toalha, porém mostra-se apenas suas costas.
OLAVO – Assim vale a pena ser um bom menino!
Olavo agarra Alice e a deita na cama. Eles se beijam.

AMANHECE

Cena 5/Casebre/Interno/Manhã
Estrela desperta aos poucos. Sebastiana e Joaquim já acordados. Ele toma seu café e ela varre o chão.
ESTRELA – Bom dia.
JOAQUIM – Bom dia, menina.
SEBASTIANA – Bom dia, Estrela. Dormiu bem?
ESTRELA – Melhor impossível! Nada melhor do que lembrar sobre tudo.
SEBASTIANA – E ainda deseja fazer a tal ligação?
ESTRELA – Se não for incômodo...
SEBASTIANA – De forma alguma!
Sebastiana entrega seu celular para Estrela.
SEBASTIANA – O sinal é melhor lá fora.
Estrela sorri para Sebastiana e sai.
JOAQUIM – Você acha que ela vai ligar pra polícia?
SEBASTIANA – E por que ela faria isso?
JOAQUIM – Porque pode achar que nós a sequestramos.
SEBASTIANA – Ela se lembrou de tudo, homem. Sabe que nós salvamos a vida dela! Nada de ruim acontecerá com a gente.

Cena 6/Mansão Grimaldi/Quarto de Estrela/Manhã
Victoria abre, lentamente, a porta do quarto de Estrela e após entrar, fecha-a. Ela caminha para o guarda-roupas de Estrela, o abre e fica admirando as roupas.
VICTORIA – Eu vou me livrar de tudo isso. Talvez guardar todas essas lembranças só me tragam mais e mais dor! A Estrela deve estar odiando me ver assim... Eu sei que ela está me vendo de algum lugar.
Victoria começa a lacrimejar mas imediatamente seca as lágrimas que cairiam. Seu celular toca e ela atende.
VICTORIA – Alô?
ESTRELA – (cel) Mãe?
Victoria se assusta com a ligação.
VICTORIA – Quem ta falando?
ESTRELA – (cel) Mãe, sou eu!
VICTORIA – Que brincadeira sem graça é essa?
ESTRELA – (cel) Não é brincadeira nenhuma, mãe. Sou eu, a Estrela!
VICTORIA – Que coisa mais idiota, hein? A minha filha está morta! MORTA!
ESTRELA – (cel) Eu não estou morta coisa nenhuma. Eu sobrevivi!
VICTORIA – Quem quer que seja, eu espero que vá pra...
ESTRELA – (cel) Se a senhora não acredita pela ligação, venha me ver pessoalmente! Eu estou numa casa simples, perto de onde sofri o acidente. Venha pra cá e você vai descobrir! Eu vou te dizer o ponto mais perto daqui e como a senhora pode chegar.
Victoria fica intrigada.

Cena 7/Casebre/Interno/Manhã
SEBASTIANA – E então, ela vem?
ESTRELA – Não sei. Acho que a minha mãe não acreditou que estou viva!
JOAQUIM – Sendo assim, por que você não vai atrás dela?
ESTRELA – Pode ser arriscado. Eu não sei se esse acidente foi uma fatalidade ou se armaram tudo isso!
SEBASTIANA – Você acha que alguém pode ter armado isso?
ESTRELA – Tudo é possível.
Alguém bate na porta do casebre.
JOAQUIM – Será que é ela?
SEBASTIANA – Deixa que eu vou ver.
ESTRELA – Não! Deixa. Eu quero ver!
Estrela levanta-se e caminha até a porta. Ao abrir, ela dá de cara com Victoria, incrédula.
VICTORIA – Estrela?
Victoria se emociona e lacrimeja. Estrela a abraça forte. Victoria, ainda sem acreditar, faz o mesmo.
ESTRELA – Mãe! Mãe! Mãe! Eu esperei tanto por esse dia. Pensei que demoraria semanas, meses... Eu pensei que nunca mais te veria novamente!
VICTORIA – Eu tampouco, querida. Pensei que tinha te perdido para todo sempre! Meu Deus... Eu odiaria que tudo o que aconteceu tivesse te tirado de mim mesmo.
SEBASTIANA – Se eu fosse vocês, entraria!
ESTRELA – A Sebastiana tem razão. Entra, mãe, temos muito que conversar!

Cena 8/Presídio/Pátio/Manhã
Há vários detentos no pátio, devido ao banho de sol. Rebeca está em um canto, quieta.
REBECA – Eu vou sair desse inferno e vou acabar com a raça daqueles três! Eles vão me pagar caro pelo que fizeram. Ah se vão!

Cena 9/Casebre/Interno/Manhã
Victoria e Estrela sentadas na cama, uma de frente para a outra.
ESTRELA – Me conta como está tudo.
VICTORIA – Todos nós estamos sofrendo, Estrela. O Estevão não faz nada além de chorar, chorar e chorar!
ESTRELA – Eu não agüentaria vê-lo assim.
VICTORIA – A única que parece estar feliz com a situação é a você sabe quem.
ESTRELA – Eu não me surpreendo com isso.
VICTORIA – Mas você não acredita no que ela fez!
ESTRELA – O que aquela piranha aprontou dessa vez?
VICTORIA – Ela foi ao seu velório, ontem.
ESTRELA – A Alice deve o descaramento de aparecer no meu velório?
VICTORIA – Sim... E fez pior!
ESTRELA – O que ela fez?
VICTORIA – Deu um escândalo. Jogou o caixão e as coroas de flores no chão, sambou em cima delas...
ESTRELA – E vocês não fizeram nada?
VICTORIA – Eu bem que fiz. Dei uns tapas naquela piranha, mas quando ia expulsá-la da capela, me seguraram e eu fui impedida!
ESTRELA – E deixaram aquela louca continuar o barraco?
VICTORIA – Não por muito tempo. A sua avó a tirou de lá pelos cabelos!
ESTRELA – A vovó fez isso?(risos)
VICTORIA – Sim! Arrancou a Alice da capela pelos cabelos!
Estrela e Victoria riem.
ESTRELA – Mas por que vocês resolveram fazer um velório se não tinha corpo?
VICTORIA – Porque eu queria uma despedida simbólica, algo bonito. Eu não poderia deixar a morte da minha filha passar assim, como se não fosse nada! Eu sei que não era um evento, algo para se comemorar, mas eu queria me despedir de você com algo bonito.
ESTRELA – Mas graças a Deus tudo isso não vai serviu para nada! Eu estou aqui, viva.
VICTORIA – E pretende voltar quando?
ESTRELA – Por enquanto acho melhor ficar aqui, escondida. Você me diz o que acontece no dia a dia, se for algo relevante claro, porque pretendo voltar em alto estilo!
VICTORIA – E como?
ESTRELA – Ainda não sei, mas esse não é o momento para voltar em cena!
Victoria encara Estrela.

Cena 10/Mansão Guimarães/Sala de Estar/Tarde
Bárbara e Fernando sentados no sofá.
BÁRBARA – Você não acha meio louco o Olavo organizar uma festa logo agora?
FERNANDO – Foi uma decisão louca sim, mas não veio dele.
BÁRBARA – E como você sabe?
FERNANDO – O Olavo ainda está sentido por causa da morte da Estrela, duvido muito que teria cabeça para pensar em uma festa logo agora, pouco depois da morte da filha dele.
BÁRBARA – Então você acha que isso é idéia da Alice?
FERNANDO – Não acho, tenho certeza!
BÁRBARA – Pensando assim, é bem óbvio.
FERNANDO – Então.
BÁRBARA – Aquela lá não tem escrúpulos mesmo.
FERNANDO – Isso ficou comprovado quando ela roubou o Olavo da Victoria.
BÁRBARA – E você pretende ir nessa festa?
FERNANDO – Não, de forma alguma. Seria uma insulta para a Victoria! E até para a própria Estrela, que Deus a tenha em sua glória!
BÁRBARA – Eu também não vou. Não suporto a cara daquela vagabunda!

Cena 11/Presídio/Sala de Visitas/Tarde
Rebeca, algemada e carregada por uma carcereira, entra na sala. Odete está sentada.
REBECA – Odete?
CARCEREIRA – Vocês tem dez minutos.
A carcereira sai da sala.
ODETE – Não vai se sentar, querida?
REBECA – Eu é quem deveria fazer as honras da casa!
ODETE – Sarcástica como sempre.
REBECA – Você veio aqui pra que, hein? Me fala logo!
ODETE – Vim visitar a minha eterna amiguinha.
REBECA – Você sabe muito bem que somos mais que amigas.
ODETE – Infelizmente carregamos o mesmo DNA.
REBECA – Eu também não sou feliz por ter você como minha irmã, Odete.
ODETE – Mas família a gente não escolhe, não é mesmo.
REBECA – Exatamente. Mas acredito que você não tenha vindo aqui pra reclamar que somos filhas da mesma mãe.
ODETE – Eu vim aqui pra te ver na pior, Rebeca. Eu vim aqui tripudiar em cima da sua derrota!
REBECA – E o que você ganha com isso?
ODETE – Nada além do enorme prazer de ver você na merda!
REBECA – Que prazer mais besta, hein?
ODETE – Nada se compara a ver a mulher que desgraçou a minha vida numa situação pior, mas muito pior, que a minha.
REBECA – Isso tudo por que eu te roubei o César?
ODETE – O César e tudo o que eu tinha, não é mesmo.
REBECA – Eu peguei o que era meu por direito! O papai e a mamãe foram idiotas em te deixar com mais do que eu. Você não merecia todo aquele dinheiro!
ODETE – Se eu não os merecesse não teriam deixado tudo em meu nome!
REBECA – Deixaram porque eram dois velhos idiotas!
ODETE – Olha como você fala dos nossos pais!
REBECA – Aqueles dois sempre preferiram você a mim, Odete. Você sempre foi a filhinha predileta e eu a ovelha negra da família!
ODETE – Talvez porque fazia por onde em levar essa fama. Foi por isso que você os matou e me incriminou, não é?
REBECA – Fiz e faria de novo!
ODETE – Você é cruel, Rebeca.
REBECA – Você ainda não viu nada, Odete! NADA! Eu vou sair dessa prisão e aí você vai ver do que eu sou capaz.
Odete e Rebeca se encaram.

Cena 12/Mansão Grimaldi/Escritório/Tarde
Franco está sentado em sua cadeira, analisando uns processos no computador. A empregada bate na porta e entra.
FRANCO – Sim.
EMPREGADA – O senhor tem visita.
FRANCO – Visita? Manda entrar.
Olavo entra na sala.
OLAVO – Deixe-nos a sós, por favor.
EMPREGADA – Com licença.
A empregada sai e Olavo fecha a porta. Depois se aproxima da mesa.
FRANCO – Olavo? O que você quer?
Olavo coloca a mão dentro do bolso de seu paletó e tira um envelope.
FRANCO – O que é isso?
OLAVO – Veja.
Olavo abre o envelope e vê que é um convite para a festa.
FRANCO – Um convite?
OLAVO – Sim, para a festa que vai acontecer na minha casa este final de semana.
FRANCO – E isso significa que eu estou convidado?
OLAVO – Você e a Victoria.
FRANCO – Eu não sei se ela irá.
OLAVO – Convença-a, por favor! A presença de vocês dois nesta festa é crucial.
FRANCO – Eu não sei se...
OLAVO – Se você não for, ficarei chateado contigo!
FRANCO – Pensei que você me odiasse.
OLAVO – E eu deveria?
FRANCO – É que eu e a Victoria... Nós...
OLAVO – Eu fico feliz que a Victoria esteja feliz ao lado de um novo homem. Eu reencontrei o amor nos braços da Alice e estou feliz! Espero que você não faça mal algum a ela, já me basta ter traído-a. Ela não merece se decepcionar novamente!
FRANCO – Isso eu te garanto que nunca farei. Não seria capaz te trair a confiança de uma mulher que eu amo!
Franco e Olavo se encaram.

Cena 13/Mansão Guimarães/Sala de Estar/Tarde
VICTORIA – O Franco me ligou agora pouco e me contou sobre essa festa.
BÁRBARA – E você deve ter achado um absurdo, não é?
FERNANDO – Acredito que você esteja furiosa!
VICTORIA – Pelo contrário.
BÁRBARA – Pelo contrário?
VICTORIA – Eu estou feliz por isso.
FERNANDO – Feliz? Como?
VICTORIA – Só peço para vocês irem nessa festa e convencerem o Estevão de ir também!
BÁRBARA – Que loucura é essa?
VICTORIA – Eu só garanto que se vocês não irem, irão perder um espetáculo memorável!
FERNANDO – O que você está querendo dizer com isso?
VICTORIA – Só irão descobrir se confirmarem presença. E então? Vão ou não?
Bárbara e Fernando encaram Victoria.

Cena 14/Mansão Guimarães/Saída/Tarde
Victoria entra em seu carro e os portões são apertos. Antes de dar partida, ela pega seu celular e liga para Estrela.
VICTORIA – Duas presenças confirmadas... A festa vai ser inesquecível!
Victoria sorri, desliga o celular e arranca com o carro.

Cena 15/Mansão Montenegro/Sala de Estar/Tarde
A empregada entra na sala.
EMPREGADA – Seu César.
CÉSAR – Sim.
EMPREGADA – Carta pro senhor.
CÉSAR – Obrigado.
A empregada entrega a carta para César e sai. César abre e vê que é o envelope com o convite para a festa de Olavo.
CÉSAR – Nada melhor que uma festa para animar um pouco.
César sorri.
CÉSAR – A Odete vai adorar!

SEMANAS DEPOIS

Cena 16/Mansão Garcia/Jardim/Noite
Há muitos convidados presentes. Todos fantasiados de diferentes maneiras.
Toca Break Free – Ariana Grande
Eles dançam, animados. Uns tomam seus drinques e conversam. Foco em um canto onde está Victoria, Franco, Bárbara, Fernando, Estevão, Melissa e Afonso.
ESTEVÃO – Ainda não entendi o porquê de você ter pedido a nossa presença. E vindo!
VICTORIA – Vocês vão entender já, já!
Victoria olha para os convidados, ansiosa.
Foco em outro canto, onde Alice e Olavo estão reunidos com outro casal.
ANGÉLICA – Fico feliz por vocês se casarem!
OTÁVIO – Achei meio peculiar um casamento à fantasia.
ALICE – Se eu dissesse para todos que seria um casamento logo de cara, provavelmente algo daria errado. (risos)
OLAVO – Mas dessa vez tudo dará certo!
Olavo e Alice se beijam.
ANGÉLICA – Desejo muita felicidade ao casal!
ALICE – E é bom desejar mesmo. Agora o Olavo e eu vamos cumprimentar outros convidados, não é, amor?
OLAVO – Claro, claro. Com licença!
OTÁVIO – Toda!
Olavo e Alice saem para cumprimentar outros convidados.
ANGÉLICA – Abusadinha essa garota, hein?

Cena 17/Casebre/Interno/Noite
Estrela ajeita sua fantasia, cobrindo o rosto, em frente ao espelho.
SEBASTIANA – Não acha isso perigoso, menina?
ESTRELA – Não, não é.
JOAQUIM – Tem certeza que não quer que nós lhe acompanhemos?
ESTRELA – Tenho sim, queridos. Daqui pra frente eu cuido de tudo sozinha! Mas voltarei para gratificá-los por terem me ajudado quando precisei.
JOAQUIM – Nós fizemos isso porque temos bom coração.
ESTRELA – E é justamente por isso que vocês merecem ser gratificados! Agora me dêem um abraço.
Sebastiana e Joaquim abraçam Estrela.
ESTRELA – Obrigada por tudo!

Cena 18/Mansão Garcia/Jardim/Noite
A música para de tocar e os convidados reclamam.
OLAVO – Um momento, um momento! A juíza de paz chegou e o casamento vai começar!
Todos comemoram.
ALICE – É tão lindo ver a Victoria presente para ver a minha vitória... (risos)

CORTA PARA:

Cena 19/Mansão Garcia/Jardim/Noite
Todos os convidados sentados. Alice e Olavo em pé, de frente para a juíza.
JUÍZA – Bom, é a primeira vez que realizo um casamento tão peculiar. Inédito, eu arriscaria dizer! Mas quando o amor está envolvido, tudo é possível e aceitável! É com estas palavras que eu dou início a esta cerimônia. A união de um casal tão bonito que mesmo com o contraste da idade, por menor que seja, decidiram unir-se em matrimônio.
Foco em Victoria.
VICTORIA – Meu Deus... E a Estrela que não chega!
ESTEVÃO – Você disse alguma coisa, Victoria?
VICTORIA – Disse, disse sim. Que Deus abençoe, amém!
Victoria olha para a entrada do jardim, esperando que Estrela apareça. Volta a focar no casal.
JUÍZA – E como me foi pedido, não irei prolongar a cerimônia. Olavo Grimaldi é de livre e espontânea vontade que você aceita Alice Garcia como sua legítima esposa?
OLAVO – (olhando para Alice) Sim. Eu aceito.
Câmera foca na entrada do jardim. Estrela chega à cerimônia.
JUÍZA – Alice Garcia é de livre e espontânea vontade que você aceita Olavo Grimaldi como seu marido?
ALICE – Si...
ESTRELA – UM MOMENTO!
Todos os convidados olham para a entrada do jardim e comentam.
ALICE – Que palhaçada é essa?
Victoria olha para a entrada, sorrindo.
OLAVO – Quem é você?
ESTRELA – Vai dizer que não me reconhece mais, Alice?
ALICE – Não, não reconheço. Diga logo quem é, sente-se no seu lugar ou saia! Nada e nem ninguém vai atrapalhar o meu casamento.
ESTRELA – Eu não seria tão otimista.
ALICE – Quem é você, hein garota?
OLAVO – Não, não pode ser.
ALICE – Você a conhece, Olavo? Ela é alguma amante sua?
ESTRELA – Longe disso, amiga.
Alice reconhece o tom de voz.
ALICE – Não. NÃO É VOCÊ! NÃO PODE SER!
Estrela retira a máscara que cobria seu rosto e surpreende a todos, que comentam mais alto ainda.
ESTRELA – Vim acompanhar a cerimônia de pertinho. Posso?
Estevão se levanta.
ESTEVÃO – ESTRELA?
OLAVO – FILHA?
ALICE – NÃO! NÃO! NÃAAAAAAAAAAAAO!
Estrela encara Alice, que surta.
ESTRELA – Não iam me esperar para o casamento?
Todos encaram Estrela.


FIM DE CAPÍTULO
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