quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Agridoce - Capítulo 13


Cena 01 – Livraria, dia.
JULIA – Hoje eu vim buscar o livro já que da outra vez estava fechando!
HELENA – Fico feliz por ter voltado!
JULIA – E a Camila?
HELENA – Camila?
JULIA – Sim, tem dado notícias?
HELENA – Eu estava procurando um apartamento pra eles, mas foi em vão, resolveram morar em Paris!
JULIA – Morar em Paris?
HELENA – Infelizmente, Mas se depender de mim, eles voltariam logo, não quero estar longe quando o meu neto nascer!
JULIA – Paris é o sonho de qualquer pessoa!
HELENA – Eu gosto é do meu país, do meu Rio de janeiro mesmo! Esqueci-me de falar sobre você pra Camila, da próxima vez eu prometo que mencionarei!
JULIA – Aposto que a Camila nem vai lembrar-se de mim, estudamos na Oitava série.
HELENA – Mudando de assunto, qual livro procurava?
JULIA – Aos meus amigos da Maria Adelaide Amaral!

Cena 02 – Mansão Diniz, sala, dia.
(Laura atende ao telefone)
LAURA – Alô! Debora?
DEBORA – Eu estive pensando, hoje à noite eu não tenho compromisso e acabei convidando umas amigas para jantar em um restaurante, gostaria de saber se vem também?
(Laura faz uma cara tediosa)
LAURA – Ai Amiga, hoje à noite eu não posso, tenho outros compromissos, adoraria ir e obrigada pelo convite, mas infelizmente...
DEBORA – Tudo bem, mas da próxima vez você não pode recusar!
LAURA – Prometo!
DEBORA – Então tá querida, até mais!
(Laura desliga o telefone)
LAURA – Mulherzinha chata!

Cena 03 – Casa de Glória, sala, dia.
GLORIA – Rafaela vai bem, foi morar sozinha, quer mostrar que é independente e não precisa de ajuda de seus familiares!
ANA – Rezo cada dia para que meu Erik arrume um emprego e se torne um grande profissional!
GLORIA – Dançarino de casa noturna gay!
ANA – O que disse?
GLORIA – É um filme horroroso que está passando na TV!
ANA – Valha-me Deus, está amarrado, está repreendido!
GLORIA – Beba isso!
(Ana pega o copo e toma, faz uma cara de quem não gostou).
ANA – O que é isso?
GLORIA – Gostaria que provasse, é uísque!
ANA – Uísque?
GLORIA – Uísque!
ANA – Deus que me livre, eu nunca bebi na minha vida, eu sou uma pecadora meu senhor!
GLORIA – Calma Ana, não faz mal algum! (O Telefone toca e Gloria atende) Obrigada pela informação!
ANA – Com licença Gloria, mas já está na hora de eu voltar pra minha casa, tenho afazeres!
(Ana se despede e vai embora)
GLORIA – Sinceramente, essas beatas cafonas ainda conseguem me fazer rir! Patéticas, não sabem apreciar um bom uísque! (Solta uma risada maléfica)
(Ana se benze no meio da rua)
ANA – Está amarrado, Uísque é coisa do capeta, deu até um calor!

Cena 04 – Motel, quarto, noite.
“Música: Letters from the westland – The Wallflowers”
(Laura entra e encontra Marcelo, eles se beijam).
LAURA – Vou te contar um segredo meu amor, cada encontro nosso, eu fico mais excitada, só de pensar eu fico louca!
MARCELO – Tenho uma novidade!
LAURA – Novidades? Eu adoro novidades, conta logo!
MARCELO – Calma, pra que tanto desespero?
LAURA – Fala logo Marcelo, estou ficando curiosa!
MARCELO – Calma!
(Marcelo pega duas taças e entrega uma a ela)
LAURA – O que vamos comemorar?
MARCELO – Amanhã eu terei uma conversa séria com a Débora e vou pedir o divórcio!

Cena 05 – Casa de Maria, sala, noite.
(Zé Pedro entra e flagra Lucas e Tais aos beijos)
ZE PEDRO – Mas o que é isso Tais? Aqui é uma casa de família!
TAIS – Não acredito no que estou ouvindo!
ZE PEDRO – Se quiser fazer sujeira com esse seu namorado de merda que faça na rua!
TAIS – Sujeira? Sujeira? Olha quem está falando, seu assassino!
LUCAS – Melhor a gente sair Tais!
TAIS – Eu não vou sair coisa alguma, esse imundo que deve sair, passa anos atrás das grades e quando volta quer mandar na casa que nem ajuda pra pagar o aluguel, vá à merda!
ZE PEDRO – Olha o linguajar dela, sua mãe não te deu educação, se fosse eu...
TAIS – Se fosse você, eu seria uma bandida, traficante, é isso?
(Zé Pedro soca Tais, Lucas se mete e revida pela namorada, Tais levanta e cospe em Zé Pedro que está caído no chão)

Cena 06 – Apartamento Débora, sala, noite.
(Débora chega à sala e encontra a empregada com o telefone)
DEBORA – Quem é?
EMPREGADA – Não disse o nome, mas quer falar com a senhora!
DEBORA – Passa o telefone! (Débora pega o telefone) Quem está falando?
GLORIA – É uma amiga! (Disfarçando a voz)
DEBORA – O que deseja?
GLORIA – Teu marido está com outra mulher neste exato momento, melhor correr!
DEBORA – Escute aqui minha senhora, eu não estou pra brincadeira!
GLORIA – E quem disse que estou brincando? Veja com os seus próprios olhos, o endereço é este...
(Débora anota o endereço)
DEBORA – Se for verdade, eu mato esse desgraçado e a vagabunda que estiver com ele, ela pega a bolsa e sai!
(Gloria ri tomando uísque)
GLORIA – Adoro rir da desgraça alheia!

Cena 07 – Casa de Glória, sala, noite.
(Gloria abre a porta e Rafaela entra)
GLORIA – O que está fazendo aqui? Veio pedir ajudar? Aposto que foi despejada daquele lixo!
RAFAELA – Não, pra sua decepção eu não fui despejada!
GLORIA – Qual motivo da visita ilustre?
RAFAELA – Eu estive pensando e veio na minha cabeça que deve haver um motivo pra me odiar tanto!
GLORIA – Quem disse que eu a odeio?
RAFAELA – Odeia sim, nenhuma mãe trataria uma filha como à senhora me trata!
(Gloria ri)
GLORIA – Não estou gostando do rumo dessa conversa chata!
RAFAELA – A senhora deve ter algum motivo pra não gostar de mim, tem que ter um motivo!
GLORIA – Sabe qual é o motivo? Quando eu lembro que o seu irmão morreu e você não, é esse o motivo! Simples!
RAFAELA – Como pode ser tão cruel?
GLORIA – O mundo é feito de escolhas e eu se pudesse escolheria a vida do Rodrigo pela sua!

Cena 08 – Casa de Erik, sala, noite.
(Ana entra meio tonta e Erik vê)
ERIK – Mãe, o que aconteceu?
ANA – Estive na casa da Gloria, a mãe da Rafaela e acabei bebendo algo que não podia!
ERIK – A senhora está bem?
ANA – Estou, que pecado que cometi, bebi um copo de uísque, nunca mais que piso naquela casa, o capeta possuiu a Gloria, tenho certeza!
(Erik ri disfarçadamente)
ERIK – Eu concordo com a senhora, a Gloria é o capeta!
ANA – Vou é rezar!

Cena 09 – Mansão Diniz, quarto de Julia, noite.
(Julia faz uma ligação)
JULIA – Por favor, eu queria uma passagem pra Paris! Sim, Paris! Queria pra daqui a uma semana! Tudo bem?

Cena 10 – Motel, corredor, noite.
(Débora invade o motel, o porteiro tenta ir atrás).
DEBORA – Você não vai me impedir!
PORTEIRO – Mas a senhora não pode entrar!
DEBORA – Se eu quiser eu compro essa merda de motel e te demito, sai da minha frente!
(Débora fica confusa com os quartos)
PORTEIRO – Mas...
DEBORA – Eu quero o número do quarto, anda, fala logo, eu tenho certeza que o Marcelo está aqui!
PORTEIRO – Não há nenhum Marcelo!
(Débora tira uma arma da bolsa e aponta para o Porteiro)
DEBORA – Qual é o número do quarto?
PORTEIRO – 032!
DEBORA – A Chave, eu quero a chave!
PORTEIRO – Não tem!
DEBORA – Eu sei que tem uma cópia!
(Débora segue ao quarto de número 032)
DEBORA – Nunca imaginei que uma arma de brinquedo pudesse me ajudar, mas eu pego esse desgraçado!
(Débora abre a porta do quarto 032 e flagra Marcelo na cama com outra)
DEBORA – Desgraçado!
MARCELO – Débora? O que você está fazendo aqui?
“Música de fundo: Suspense”

Fim do Capítulo
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