Continuação imediata do
capítulo anterior.
Cena 1. Escola
Napoinara – Sala de Aula
MARIANA – Queridos,
hoje to aqui pra apresentar um coleguinha novo pra vocês. Esse é o
Dorival!
Todos percebem que
Dorival é deficiente visual, inclusive Marcelo. Dorival dá um
sorriso tímido.
CIRO – Ah não! Mais um
deficiente nessa sala?
Todos olham para Ciro com
desaprovação. Marcelo fica triste.
VANESSA – Ciro! Que
modos são esses? Você vai acompanhar a diretora depois.
MARIANA – Isso mesmo,
professora. Ciro, você vem comigo. Vamos ter uma conversa muito
séria!
Ciro se irrita, mas fica
quieto. Dorival nem liga para o que aconteceu e toma a palavra.
DORIVAL – Pelo que
entendi, tem mais alguém com deficiência nessa sala. Eu não
enxergo, mas acho que o objetivo aqui não é enxergar e sim aprender
e isso eu garanto que consigo. Minha cabeça funciona bem.
Marcelo olha pra Dorival,
espantado com sua positividade.
DORIVAL – Muita gente
aparentemente não tem nenhuma deficiência, mas tem o cérebro tão
fraco. Fico feliz por poder aprender, por poder ter a oportunidade de
ser alguém.
Ciro fica constrangido
com o comentário, mas não demonstra, apenas mostra irritação.
VANESSA – Muito bem,
Dorival! Isso mesmo!
Mariana dá um beijo em
Dorival e sai, levando Ciro.
VANESSA – Vem, Dorival.
Te ajudo a ir para seu lugar na classe.
DORIVAL – Muito
obrigado, professora!
Cena 2. Jornal
Bertollo – Sala de Franchesco – Dia
Franchesco pega o
telefone.
FRANCHESCO – Dona
Luiza, venha até minha sala, por favor!
Uns minutos passam.
LUIZA – Pois não,
senhor Franchesco.
FRANCHESCO – Já
providenciou aquele anúncio da vaga aqui no jornal?
LUIZA – Já sim.
FRANCHESCO – Ótimo.
Não se esqueça que quero ser avisado de tudo.
LUIZA – Pode deixar,
senhor Franchesco! Mais alguma coisa?
FRANCHESCO – Não,
obrigado.
LUIZA – Com licença!
Luiza sai da sala do
chefe e volta pro seu posto.
LUIZA – Desgraçado!
Nem pra me dar um aumento! Mas isso não vai ficar assim!
Cena 3. Hospital –
Farmácia – Dia
ANA – A senhora por
aqui de novo? Haha
CATARINA – Já sabe o
que eu quero, né?
ANA – Trouxe a receita?
Catarina pega na bolsa e
entrega.
CATARINA – Tá aqui.
ANA – Um momentinho,
vou pegar os remédios da senhora.
Ana vai e pega os
remédios.
CATARINA – Obrigada.
Ah, só uma coisa...
ANA – Diga.
CATARINA – Não teria
como me dar aquele remedinho, por fora. De brinde!
ANA – Desculpe, mas não
posso. Só mediante receita médica.
CATARINA – Ah, que
pena. Mas, obrigada!
ANA – Por nada. Um
ótimo dia pra senhora!
Cena 4. Rua –
Exterior – Dia
Edvaldo recebeu uma
ligação do ponto de táxi e foi até o local indicado pegar o
passageiro. Ele para o táxi no local indicado.
TONELADA – O senhor faz
a rota pela cidade toda?
EDVALDO – Sim, pelas
cidades vizinhas também, mas aí é bandeira 2.
TONELADA – Não, não.
É aqui na cidade mesmo.
EDVALDO – Só me passar
o endereço, ou me guiar até lá.
TONELADA – Ah, tudo
bem. É lá na favela da Cabra Manca.
Edvaldo fica um pouco
assustado, mas aceita a corrida.
EDVALDO – Vamos lá!
Cena 5. Rua deserta –
Exterior – Dia
GUILHERME – Qualé, meu
irmão? Passa logo isso que eu não tenho o dia todo!
HOMEM – Calma aí! Acha
que é tão fácil assim? Toma aqui! Pera! Trouxe a grana?
GUILHERME – Tá aqui!
Passa logo!
O homem entrega um
envelope pra Guilherme.
GUILHERME – Isso aqui
vai me ajudar muito! Hahaha
Cena 6. Paisagens da
Cidade – Dia
Letreiro: Horas mais
tarde...
Cena 7. Hospital –
Saguão - Dia
Ana tá saindo do
hospital. Guilherme tá esperando.
ANA – Na hora, hein?
GUILHERME – Sempre!
Eficiência é comigo! Haha
Ana dá um beijo em
Guilherme.
GUILHERME – Tava
pensando aqui, Ana... Teu pai bem que poderia me arranjar um emprego
lá no jornal, né?
ANA – Quer trabalhar
com o sogrão, é? Haha
GUILHERME – Claro.
ANA – Parece que abriu
uma vaga lá. Vou falar com ele.
GUILHERME – To sabendo,
mas quero tudo nos conformes. Não quero ser puxa saco de sogro! Vou
mandar currículo.
ANA – Ah é? Que
namorado certinho...
GUILHERME – (pensando)
Vai pensando assim! Hahaha
De longe, o segurança do
hospital, Fábio, fica observando o casal.
Cena 8. Favela –
Exterior – Dia
Depois de entrar na
favela, fazer várias voltas, o táxi de Edvaldo se aproxima da casa
de Tonelada. Tonhão tá sentado do lado de fora da casa.
TONELADA – Então, é
ali naquela casa.
EDVALDO – Qual delas?
TONELADA – Aquela ali
onde tem um homem sentado na frente.
Edvaldo olha para a casa
e para o homem.
Congela na expressão
desconfiada de Edvaldo.
FIM DE CAPÌTULO.
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