quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Superação - Capítulo 14


Continuação imediata do capítulo anterior.

Cena 1. Escola Napoinara – Sala de Aula
MARIANA – Queridos, hoje to aqui pra apresentar um coleguinha novo pra vocês. Esse é o Dorival!
Todos percebem que Dorival é deficiente visual, inclusive Marcelo. Dorival dá um sorriso tímido.
CIRO – Ah não! Mais um deficiente nessa sala?
Todos olham para Ciro com desaprovação. Marcelo fica triste.
VANESSA – Ciro! Que modos são esses? Você vai acompanhar a diretora depois.
MARIANA – Isso mesmo, professora. Ciro, você vem comigo. Vamos ter uma conversa muito séria!
Ciro se irrita, mas fica quieto. Dorival nem liga para o que aconteceu e toma a palavra.
DORIVAL – Pelo que entendi, tem mais alguém com deficiência nessa sala. Eu não enxergo, mas acho que o objetivo aqui não é enxergar e sim aprender e isso eu garanto que consigo. Minha cabeça funciona bem.
Marcelo olha pra Dorival, espantado com sua positividade.
DORIVAL – Muita gente aparentemente não tem nenhuma deficiência, mas tem o cérebro tão fraco. Fico feliz por poder aprender, por poder ter a oportunidade de ser alguém.
Ciro fica constrangido com o comentário, mas não demonstra, apenas mostra irritação.
VANESSA – Muito bem, Dorival! Isso mesmo!
Mariana dá um beijo em Dorival e sai, levando Ciro.
VANESSA – Vem, Dorival. Te ajudo a ir para seu lugar na classe.
DORIVAL – Muito obrigado, professora!

Cena 2. Jornal Bertollo – Sala de Franchesco – Dia
Franchesco pega o telefone.
FRANCHESCO – Dona Luiza, venha até minha sala, por favor!
Uns minutos passam.
LUIZA – Pois não, senhor Franchesco.
FRANCHESCO – Já providenciou aquele anúncio da vaga aqui no jornal?
LUIZA – Já sim.
FRANCHESCO – Ótimo. Não se esqueça que quero ser avisado de tudo.
LUIZA – Pode deixar, senhor Franchesco! Mais alguma coisa?
FRANCHESCO – Não, obrigado.
LUIZA – Com licença!
Luiza sai da sala do chefe e volta pro seu posto.
LUIZA – Desgraçado! Nem pra me dar um aumento! Mas isso não vai ficar assim!

Cena 3. Hospital – Farmácia – Dia
ANA – A senhora por aqui de novo? Haha
CATARINA – Já sabe o que eu quero, né?
ANA – Trouxe a receita?
Catarina pega na bolsa e entrega.
CATARINA – Tá aqui.
ANA – Um momentinho, vou pegar os remédios da senhora.
Ana vai e pega os remédios.
CATARINA – Obrigada. Ah, só uma coisa...
ANA – Diga.
CATARINA – Não teria como me dar aquele remedinho, por fora. De brinde!
ANA – Desculpe, mas não posso. Só mediante receita médica.
CATARINA – Ah, que pena. Mas, obrigada!
ANA – Por nada. Um ótimo dia pra senhora!

Cena 4. Rua – Exterior – Dia
Edvaldo recebeu uma ligação do ponto de táxi e foi até o local indicado pegar o passageiro. Ele para o táxi no local indicado.
TONELADA – O senhor faz a rota pela cidade toda?
EDVALDO – Sim, pelas cidades vizinhas também, mas aí é bandeira 2.
TONELADA – Não, não. É aqui na cidade mesmo.
EDVALDO – Só me passar o endereço, ou me guiar até lá.
TONELADA – Ah, tudo bem. É lá na favela da Cabra Manca.
Edvaldo fica um pouco assustado, mas aceita a corrida.
EDVALDO – Vamos lá!

Cena 5. Rua deserta – Exterior – Dia
GUILHERME – Qualé, meu irmão? Passa logo isso que eu não tenho o dia todo!
HOMEM – Calma aí! Acha que é tão fácil assim? Toma aqui! Pera! Trouxe a grana?
GUILHERME – Tá aqui! Passa logo!
O homem entrega um envelope pra Guilherme.
GUILHERME – Isso aqui vai me ajudar muito! Hahaha

Cena 6. Paisagens da Cidade – Dia
Letreiro: Horas mais tarde...

Cena 7. Hospital – Saguão - Dia
Ana tá saindo do hospital. Guilherme tá esperando.
ANA – Na hora, hein?
GUILHERME – Sempre! Eficiência é comigo! Haha
Ana dá um beijo em Guilherme.
GUILHERME – Tava pensando aqui, Ana... Teu pai bem que poderia me arranjar um emprego lá no jornal, né?
ANA – Quer trabalhar com o sogrão, é? Haha
GUILHERME – Claro.
ANA – Parece que abriu uma vaga lá. Vou falar com ele.
GUILHERME – To sabendo, mas quero tudo nos conformes. Não quero ser puxa saco de sogro! Vou mandar currículo.
ANA – Ah é? Que namorado certinho...
GUILHERME – (pensando) Vai pensando assim! Hahaha
De longe, o segurança do hospital, Fábio, fica observando o casal.

Cena 8. Favela – Exterior – Dia
Depois de entrar na favela, fazer várias voltas, o táxi de Edvaldo se aproxima da casa de Tonelada. Tonhão tá sentado do lado de fora da casa.
TONELADA – Então, é ali naquela casa.
EDVALDO – Qual delas?
TONELADA – Aquela ali onde tem um homem sentado na frente.
Edvaldo olha para a casa e para o homem.

Congela na expressão desconfiada de Edvaldo.

FIM DE CAPÌTULO.
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