segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Fixação - Capítulo 31
Cena 1/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Noite
TIAGO: Não é o que você está pensando, Luiza.
LUIZA: Eu não estou pensando. Eu vi. Acabei de ver você e a Luana aos beijos. Você pode me explicar o que está acontecendo?
TIAGO: Luiza, por favor.
LUIZA: Como você pôde se prestar a um papel tão ridículo como esse? Beijar a Luana dessa maneira. E ainda mais dois dias depois da morte da Amanda. Isso é horrível.
TIAGO: Luiza, o que você acabou de ver foi apenas um caso isolado. Eu não tenho caso nenhum com a Luana.
LUIZA: E você quer que eu acredite? Você nunca amou a Amanda de verdade, não é? Se amasse, não teria beijado a Luana.
TIAGO: Não duvide dos meus sentimentos pela Amanda.
LUIZA: Que sentimentos? Se duvidar, você vem tendo esse caso com a Luana antes mesmo do seu casamento acontecer.
TIAGO: Não diga besteiras, Luiza. Isso só foi um caso isolado, como eu já falei. Você não acredita em mim?
LUIZA: Essa cena que acabei de flagrar quebrou toda a confiança que eu tinha em você, Tiago. Como poderei saber se o que você está falando é verdade ou não?
TIAGO: Eu sou seu irmão. Eu nunca mentiria para você, Luiza.
LUIZA: Não sei. Eu só sei que o resto da nossa família vai ter que saber o que aconteceu aqui.
TIAGO: O quê?
LUIZA: Isso mesmo, Tiago. Amanhã na hora do almoço, você conta para os nossos pais o que eu acabei de ver aqui. Caso você não conte, eu mesma conto. E quanto a você, Luana. Que decepção.
(Luiza sai do local, indo a cozinha. Luana e Tiago entreolham-se)
Cena 2/ Mansão Bertolin/ Quarto de Caio e Marta/ Interno/ Noite
(Marta e Caio entram)
CAIO: Eu sabia que essa história de trazer a Ludmila para cá não ia dar certo. Você viu a reação do Celso?
MARTA: Vi, mas é uma reação momentânea. Eu sei que o Celso vai se aborrecer quando ver a Ludmila aqui, mas depois, os velhos tempos voltarão e a Lara vai ficar sobrando nessa história.
CAIO: Você fala com tanta convicção.
MARTA: Bom, mudando um pouco de assunto, foi até bom você me convidar para subir. Estava pensando em cometer um ato, que com certeza irá irritar o Tiago.
CAIO: Que ato?
MARTA: Eu vou visitar o Alexandre na cadeia.
CAIO: O quê?
MARTA: É isso mesmo que você ouviu. O Alexandre é o único que consegue enxergar a Luana da mesma maneira que eu a enxergo. O único aliado que consegui durante esse período. Eu irei visitá-lo na cadeia, sim.
Cena 3/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Noite
TIAGO: Estamos perdidos. Minha família inteira vai me atacar quando souber desse beijo.
LUANA: É só você não ceder à chantagem da Luiza e não contar.
TIAGO: Se eu não fizer isso, a Luiza conta. Esqueceu o que ela disse?
LUANA: Ela não vai fazer isso. Eu te garanto.
Cena 4/ Mansão Bertolin/ Quarto de Luiza/ Interno/ Noite
(Alguém bate na porta e Luiza atende)
LUIZA: Luana.
LUANA: Será que poderíamos conversar?
LUIZA: Sobre o quê? Sobre o fato de você ter beijado o Tiago agora a pouco?
LUANA: Exatamente. Eu acho que você não merece se meter nesse assunto.
LUIZA: O que você está querendo dizer com tudo isso?
LUANA: Que você não precisava ameaçar o Tiago daquela maneira. Aquele beijo aconteceu naturalmente. Não precisava daquele alarde todo.
LUIZA: Luana, você tem noção do que você está falando? Aquele beijo só prova que você e o Tiago não tiveram respeito nenhum com a morte da Amanda. Ela morreu dois dias atrás.
LUANA: Ótimo. Como você mesmo acabou de dizer, a Amanda morreu. Você acha que o Tiago não merece tocar a vida para frente e encontrar um novo amor?
LUIZA: Claro que merece. Mas não agora. A Amanda acabou de morrer. É um tempo curto para ele já ficar se agarrando com outras mulheres pelo canto. E logo você, não é, Luana? Que sempre se disse amiga da Amanda. Você e o Tiago traíram a memória dela.
LUANA: Tudo bem. Já que você prefere assim. Então, iremos aproveitar o almoço de amanhã e revelar todos os segredos existentes nessa família.
LUIZA: O que você quer dizer?
LUANA: Ora. Se o Tiago vai ter que contar algo que ele fez escondido, porque você não segue o exemplo do seu irmão e conta à sua família que está grávida?
LUIZA: Como você soube da minha gravidez?
LUANA: Isso é o que menos importa. O que interessa na conversa é o seguinte: se você contar para os seus pais que me viu beijando o Tiago, eu conto a eles que você está grávida. Fui clara?
LUIZA: Você é podre.
LUANA: Não. Eu sou justa. Com licença.
(Luana sai)
Cena 5/ Sorveteria/ Interno/ Noite
(Estão Cíntia e Vitor conversando frente a frente)
CÍNTIA: Essa clínica não tinha o direito de proibir você de ver sua mãe.
VITOR: Eu concordo. Parece que eles acham que minha visita ameaça a recuperação dela.
CÍNTIA: Mesmo assim, eles não podem proibir o filho de visitar sua mãe.
VITOR: Mas isso será temporário. Eu irei processar aquela clínica, Cíntia. Eles vão me pagar por esse descaso.
Cena 6/ Mansão Bertolin/ Quartinho de Luana/ Interno/ Noite
(Luana entra)
LUANA (para si): São mil problemas caindo em cima de mim. E eu sinto que estou me esquecendo de alguma coisa. Mas o quê? (pausa) Ah sim, O Lucrécio. Eu tenho que impedi-lo de aceitar o convite da tia Raimunda. Se o Solano ainda não ligou, significa que minha tia ainda não convidou.
(Luana pega o celular, disca alguns números e leva-o ao ouvido)
LUANA: Alô? Doutor Lucrécio Dantas? Boa noite. Aqui quem fala é Anne Vidigal, dona do motel Prazer Absoluto.
...
LUANA: Sim, é o motel que fica perto da praça da cidade, na frente do restaurante Bom Gosto.
...
LUANA: Bom, é o seguinte, doutor Lucrécio. Eu passei uns dias fora e quando voltei, encontrei várias contas espalhadas. Como você é um empresário renomado, dono do único cais da cidade, eu pensei que poderia me ajudar a reorganizar essas contas.
...
LUANA: Pode ser amanhã a noite? É o tempo que eu terei.
...
LUANA: Ah, claro, que ótimo. Então, amanhã a noite eu te espero. Obrigada, doutor Lucrécio. Boa noite
(Luana desliga)
LUANA (para si): Problema resolvido.
(Luana leva o celular novamente ao ouvido)
LUANA: Alô. Solano? Você já pode permitir que tia Raimunda convide o Lucrécio. Tenho certeza que ele vai dispensar o convite.
Cena 7/ Paisagens de Dourados/ Dia
(Toca Silhouettes – Avicii)
Cena 8/ Penitenciária/ Sala de visita/ Interno/ Dia
(Marta está sentada. O guarda abre o portão e Alexandre entra)
ALEXANDRE: Dona Marta? Que surpresa em vê-la aqui.
MARTA: Olá, Alexandre. Como você está?
ALEXANDRE: Péssimo. Esse lugar é um verdadeiro inferno.
MARTA: Mas você deu motivos para estar aqui, não é mesmo?
ALEXANDRE: Eu não matei a Amanda, dona Marta. Eu juro. Sou inocente. É tão difícil acreditar em mim?
MARTA: Sinceramente falando, é sim, Alexandre. Suas digitais foram encontradas na arma do crime.
ALEXANDRE: Dona Marta, eu confesso que cheguei a pegar na arma, mas não para matar a Amanda. Quando eu cheguei ao cais, ela já estava morta. Em uma atitude impulsiva, acabei me deslizando pelo corpo dela e toquei na arma. Eu amava a Amanda.
MARTA: E foi esse amor que acabou gerando tudo isso.
ALEXANDRE: Bom, dona Marta, eu ainda não entendi o que a senhora veio fazer aqui. Debochar da minha cara como fez a Luana ontem?
MARTA: Como é? A Luana veio te visitar hoje?
ALEXANDRE: Veio. Especialmente para zombar da minha condição atual.
MARTA: Alexandre, nós temos que deter essa pilantra. A cada dia que passa, eu tenho mais certeza que a Luana está planejando algo de muito errado com a minha família.
ALEXANDRE: Mas ela está. E ontem ela teve a pretensão de deixar bem claro que planeja aplicar um golpe na sua família.
MARTA: Eu sabia. Eu sabia que ela é uma pilantra. Nós precisamos deter aquela vagabunda.
ALEXANDRE: Você precisa. Eu, preso nesse inferno, não posso fazer nada. Eu posso apenas te dar algumas orientações do que fazer para afastar a Luana da sua família.
MARTA: Eu aceito.
Cena 9/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Dia
(Raimunda está ao telefone. Solano está sentado em um dos sofás, vendo-a falar com Lucrécio do outro lado da linha)
RAIMUNDA: Não vai poder ir? Ah, queria tanto que você fosse.
...
RAIMUNDA: Eu entendo, amor. Mas que tipos de compromissos você vai resolver essa noite?
...
RAIMUNDA: Problemas financeiros. Espero que os resolva, então. Beijos, amo você.
(Raimunda desliga)
SOLANO: Lucrécio não vai poder ir?
RAIMUNDA: Não. Seremos apenas eu e você nesse jantar.
Cena 10/ Mansão Bertolin/ Escritório/ Interno/ Dia
(Caio está sentado. Celso entra)
CELSO: Preciso falar com o senhor.
CAIO: Filho, fique a vontade.
CELSO: Eu serei bem objetivo, da maneira que o senhor foi com a Lara ontem no meu quarto.
CAIO: É sobre isso que você veio falar?
CELSO: Eu não sei o que o senhor e a mamãe estão planejando em ficar mencionando o nome da Ludmila o tempo todo, mas eu não admito que você fique fazendo insinuações a respeito do caso que eu tive com ela para a Lara.
CAIO: Eu só falei o que eu pensava. Você era mais feliz ao lado da Ludmila.
CELSO: Não fale besteiras e não se intrometa no meu relacionamento com a Lara. O senhor não tem esse direito. Guarde suas bobagens para si mesmo.
(Celso sai)
Cena 11/ Paisagens de Dourados/ Noite
(Toca Never Let Me Go – Florence)
Cena 12/ Clínica/ Quarto de Vera/ Interno/ Noite
(Vera está deitada. Um enfermeiro está preparando a medicação dela)
VERA: Meu filho já vindo me visitar?
ENFERMEIRO: Você já fez essa pergunta mais de mil vezes.
VERA: E eu nunca recebi uma resposta concreta.
ENFERMEIRO: Dona Vera, eu sinto muito informar à senhora, mas seu filho não vai aparecer nessa clínica tão cedo.
VERA: Por que você está dizendo isso? O que aconteceu?
ENFERMEIRO: Seu filho foi proibido de pôr os pés na clínica.
VERA: O quê? Vocês proibiram o Vitor de me visitar?
ENFERMEIRO: Exatamente. As visitas dele foram consideradas uma ameaça para o seu tratamento, dona Vera. Ele não podia chegar aqui e informá-la que sua irmã havia sido assassinada.
VERA: Como não? Eu tinha o direito de saber.
ENFERMEIRO: Não nesse momento. Dona Vera, a senhora entrou em depressão porque não suportou a morte do seu marido. O seu estado de saúde poderia piorar com a notícia do assassinato da sua irmã. Eu vi como a senhora ficou deprimida com a notícia. Se seu filho tivesse um pingo de consciência, ele não teria feito isso.
VERA: Mas isso é um absurdo. Vocês não podem proibir isso.
ENFERMEIRO: Já foi proibido, dona Vera. Só resta a senhora se adaptar. Seu filho não pisa aqui até segunda ordem. Com licença.
(O enfermeiro sai)
Cena 13/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Noite
(Lara e Celso descem a escada. Marta entra)
MARTA: Vão sair?
CELSO: Sim. Eu convidei Lara para jantar fora e ela aceitou. E a senhora vem de onde?
MARTA: Fui visitar uma amiga que estava precisando muito da minha ajuda. Bom, ainda bem que você vai jantar fora hoje. Amanhã, todos dessa casa estarão proibidos de sair.
CELSO: Por quê?
MARTA: Iremos receber uma pessoa especial na nossa casa.
LARA: Que pessoa?
MARTA: A Ludmila. Ela já está no Brasil, mais especificamente em São Paulo, e amanhã vem para Dourados.
CELSO: Pois é aí mesmo que eu faço questão de sair amanhã. Faço tudo o que estiver ao meu alcance para não ver a cara daquela vagabunda. Com licença. Vamos, Lara.
(Celso e Lara saem)
Cena 14/ Restaurante/ Interno/ Noite
(Solano e Raimunda estão sentados frente a frente)
SOLANO: Está gostando da comida?
RAIMUNDA: Sim. Ela está ótima. Uma maravilha.
SOLANO: Que bom. Escolhi o melhor prato do restaurante.
(pausa)
SOLANO: Uma pena o doutor Lucrécio não ter vindo.
RAIMUNDA: Verdade. Ele já tinha um compromisso hoje a noite.
SOLANO: Ah é? E que tipo de compromisso?
RAIMUNDA: Parece que iria ajudar um amigo empresário que estava sofrendo com os problemas financeiros apresentados pela empresa.
SOLANO: Imagino.
(pausa. Solano vê Lucrécio na frente do motel)
SOLANO: Dona Raimunda, aquele não é o Lucrécio?
RAIMUNDA: Onde?
SOLANO: Ali, na frente daquele motel.
(Raimunda vê Lucrécio na frente do motel e ele entra no lugar)
RAIMUNDA: Num motel? O que o Lucrécio foi fazer no motel?
SOLANO: A senhora quer mesmo que eu responda o que as pessoas fazem quando vão a um motel?
RAIMUNDA: Mas o Lucrécio é diferente. Ele não seria capaz de me trair. Ou seria?
Cena 15/ Sorveteria/ Interno/ Noite
(Cíntia e Vitor estão sentados frente a frente. Luiza chega)
LUIZA: Com licença. Vitor, será que eu poderia falar com você?
VITOR: Luiza, você não viu que eu estou com a minha namorada?
LUIZA: É um assunto muito importante.
CÍNTIA: Garota, pare de ser inconveniente. Supere o fato de o Vitor ter te largado, Luiza. Pare de rondar o meu namorado.
LUIZA: Cíntia, cala a boca, que a conversa ainda não chegou ao galinheiro.
VITOR: Luiza, fala logo o que você tem para me dizer.
LUIZA: Preferia que fosse uma conversa a sós.
CÍNTIA: É muita ousadia dessa dor de cotovelo.
VITOR: Tudo bem. Eu conheço um lugar reservado aqui perto. A gente vai lá e você me conta o que tem a dizer, certo?
CÍNTIA: Vitor, mas e eu?
VITOR: Fica aqui me esperando.
LUIZA: Com licença.
(Luiza e Vitor saem)
Cena 16/ Rua/ Noite
LUIZA: Essa rua é o lugar mais reservado que você conhece?
VITOR: Aqui quase não tem movimentação. Muito menos, a essa hora da noite. Agora, vamos parar de enrolação e conta que assunto importante é esse.
LUIZA: Eu não sei nem como começar essa conversa.
VITOR: Luiza, seja breve, por favor. Eu posso até ter sido um canalha como você, mas no nosso nove meses de namoro, eu nunca te deixei largada sozinha em algum lugar para vim conversar com outra mulher a sós.
LUIZA: Isso significa que eu ainda sou importante para você?
VITOR: Isso significa que eu quero que você fale logo, pois eu quero ainda passar o resto da noite ao lado da minha namorada.
LUIZA: Certo. Já que você preza tanto pela objetividade, eu serei rápida.
VITOR: Ótimo. Então, conte.
LUIZA: Vitor, eu estou grávida.
VITOR: O quê?
LUIZA: E eu acho que nem preciso dizer quem é o pai, não é?
Cena 17/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Noite
(Luana divide um suco em dois copos. Em um deles, ela põe sonífero. Luana sai da cozinha, levando a bandeja com os dois copos de suco)
Cena 18/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Noite
(Luana bate na porta e Tiago atende)
TIAGO: Luana?
LUANA: Olá. Vim te fazer companhia. Corta meu coração ver você triste desse jeito.
TIAGO: Acho melhor não, Luana. Você lembra o que aconteceu entre nós na última vez em que ficamos juntos?
LUANA: Isso não vai se repetir, Tiago. É só termos autocontrole de nossas ações. E eu ainda preparei um suco de maracujá para tomarmos enquanto conversamos.
TIAGO: Ok. Com esse suco, você me convenceu.
(Luana põe a bandeja com os dois copos em cima do criado mudo. Luana pega seu copo e o outro, ela oferece para Tiago)
LUANA: Acho que vou falar o que eu sempre falo quando te vejo assim. Erga sua cabeça e toque sua vida para frente.
(Tiago toma o suco)
LUANA: A Amanda não gostaria de te ver assim. Recupere-se.
TIAGO: Não sei se irei conseguir. A Amanda foi a maior perda que eu já sofri até este momento. É difícil.
LUANA: Eu sei como é. Acho até que já te contei que eu vi a minha mãe morrer e eu não sabia o que fazer no momento para reverter aquela situação.
TIAGO: Já contou, sim.
(Tiago se desequilibra e derruba o copo no chão)
LUANA: Tiago, você está bem?
TIAGO: Fiquei tonto de repente.
LUANA: Não é melhor irmos ao médico?
TIAGO: Não precisa. Eu... Eu est... Estou bem.
(Tiago desmaia na cama.)
LUANA (dando tapinhas na bochecha de Tiago): Tiago, Tiago.
(Tiago não reage)
LUANA: Ótimo. Agora é só armar uma situação para que o Tiago pense que nós transamos.
(Luana olha para Tiago desmaiado na cama e dá um sorriso maléfico)
(Congela em Luana. Toca Promises – The Cramberries)
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