Continuação imediata do
capítulo anterior.
Cena 1 – Jornal
Bertollo – Sala de Franchesco – Dia
LUIZA – Desculpe, Dr.
Franchesco, mas eu mesma gostaria de fazer essa matéria, afinal de
contas, o garoto, Marcelo, é meu filho com o Fábio.
FRANCHESCO – O quê?
Ele é seu filho, Luiza? Por isso então, quando eu lhe pedi pra
criar aquela matéria, você ficou daquele jeito...
Guilherme, que até
então, estava só ouvindo, dá um sorriso irônico.
GUILHERME – (pensando)
Então aquele garoto é filho da Luiza com o Fábio... Hmmm, isso tá
ficando muito interessante! Hahaha
LUIZA – Sim, doutor.
Ele é meu filho.
FRANCHESCO – E por quê
não me falou antes?
LUIZA – Eu não quis
misturar as coisas.
FRANCHESCO – Tudo bem,
então você vá junto com o Guilherme. Não posso te enviar sozinha
pra essa missão. Tudo bem pra você, Guilherme? Guilherme?
GUILHERME – (distraído
com os pensamentos) Hã? Que? Ah sim, claro, como quiser!
Cena 2 – Rua
Indeterminada – Carro – Dia
Marcelo no banco de trás,
tentando abrir a porta, que tá trancada.
MARCELO – Me tira
daqui! Socorro! Pra onde tá me levando?
HOMEM – Calma, Marcelo!
Logo você vai saber!
MARCELO – Como sabe meu
nome? Quem é você?
HOMEM – Não importa
agora.
Cena 3 – Casa de
Edvaldo – Dia
Edvaldo chegando em casa.
Fábio atirado no sofá.
EDVALDO – E aí, filho?
Alguma notícia do Marcelo?
FÁBIO – Nada, pai.
Nada! Não sei mais o que fazer?
EDVALDO – O que já
deveria ter feito! Dar parte à polícia, do desaparecimento!
FÁBIO – Bem lembrado,
pai!
EDVALDO – Você é uma
anta mesmo!
FÁBIO – Eu sei, pai.
Eu sempre fui, né?
Fábio se vira no sofá
desanimado. Edvaldo vai até ele.
EDVALDO – Desculpa,
filho. Eu não quis dizer isso. É que você sabe, eu to muito
nervoso com tudo isso. O Marcelo é meu neto, quase que um filho pra
mim. Você sabe o quanto eu gosto desse moleque.
FÁBIO – E ele do
senhor, pai.
EDVALDO – Não quero
perder outro filho.
FÁBIO – Outro filho?
Como assim, pai?
Cena 4 – Hospital –
Sala do Dr. Arthur – Dia
ARTHUR – Próximo!
Catarina entra.
ARTHUR – A senhora de
novo, dona Catarina? Já sei, veio pedir receita!
CATARINA – Sim, doutor
Arthur! Preciso. Ando tão nervosa ultimamente!
ARTHUR – Dona Catarina,
eu devo lhe alertar que temos outras alternativas para lhe acalmar.
Quem sabe posso encaminhá-la à um psicólogo.
CATARINA – Doutor, eu
preciso de um calmante! Por favor! O senhor não sabe como anda a
minha vida!
ARTHUR – Por isso
mesmo, dona Catarina! Um psicólogo poderia lhe auxiliar melhor. Os
remédios, se tomados muito frequentemente, podem trazer problemas.
CATARINA – Por favor,
doutor Arthur! Só essa receita! Por favor!
ARTHUR – Só essa, dona
Catarina! Já vou deixar anotado aqui que na próxima vez, lhe darei
um encaminhamento ao psicólogo.
CATARINA – Obrigada,
doutor!
Catarina se despede do
médico e sai, feliz, em direção à farmácia do hospital.
Cena 5 – Paisagens
da Cidade – Dia
Cenas
da cidade ao som de Raul Seixas – Tente Outra Vez.
Cena
6 – Hospital – Farmácia – Dia
Ana
trabalhando na farmácia, entregando os remédios, mas distraída,
pensando em Fábio e no seu sofrimento. É a vez de Catarina.
CATARINA
– Oi!
ANA
– Dona Catarina! Por que será que eu sabia que mais cedo ou mais
tarde a senhora apareceria por aqui? Haha
CATARINA
– Preciso de uns calmantes. A vida não tá fácil!
ANA
– É... eu concordo!
CATARINA
– To te achando meio abatida, menina!
ANA
– Problemas, dona Catarina, problemas!
Ana
pega o calmante na prateleira e entrega à Catarina.
CATARINA
– To vendo que você tá com problemas mesmo. Nem pedir a receita,
pediu! Mas eu trouxe, viu?
ANA
– É mesmo! Que distraída eu to hoje! Remédio desse tipo aqui, só
com receita! Ainda bem que a senhora sabe!
CATARINA
– Pois é. De tanto que você me falou. Não acha que precisa de
uns calmantezinhos também? Vai te deixar melhor!
ANA
– Não, não. Haha Não se preocupe, dona Catarina. Vou ficar bem.
CATARINA
– Então, tá. Bom dia e bom trabalho! E obrigada!
ANA
– Um bom dia para a senhora também!
Cena
7 – Casa de Edvaldo – Dia
FÁBIO
– Que história é essa de perder outro filho, pai?
EDVALDO
– Não é nada, Fábio! Esquece.
FÁBIO
– Fala, pai! Agora eu fiquei curioso.
No
momento, alguém buzina na frente da casa. Edvaldo se alivia por não
precisar dar explicações à Fábio.
EDVALDO
– Eu vou lá ver quem é!
Edvaldo
vai até o portão e tem uma grande surpresa.
EDVALDO
– Marcelo! Meu neto! Graças a Deus!
Edvaldo
abraça Marcelo.
MARCELO
– Vovô! Que saudade! Que medo eu tava! Medo de nunca mais te ver!
EDVALDO
– Onde você tava, Marcelo? Ficamos todos preocupados.
Clemente,
que até então observava o reencontro, toma a palavra.
CLEMENTE
– Encontrei ele lá na favela da Cabra Manca, Edvaldo.
EDVALDO
– Clemente, meu amigo! - lhe dá um forte abraço – Muito
obrigado por trazer o Marcelo!
CLEMENTE
– Não agradeça, Edvaldo. Faria por qualquer um, imagina então
para um grande amigo!
MARCELO
– Quem é ele, vovô?
EDVALDO
– O Clemente é um grande amigo do vovô. Trabalha como taxista e
éramos colegas!
CLEMENTE
– Isso mesmo, Marcelo!
Fábio
sai da casa apressado.
FÁBIO
– Me pareceu ter ouvido a voz do... MARCELO! Meu filho! Você tá
aqui! Graças a Deus!
CLEMENTE
– É... eu tive sorte de ter deixado um passageiro lá naquela
favela. Aí voltando, encontrei o Marcelo se arrastando por aquelas
ruas. E como você já havia nos alertado sobre seu
desaparecimento...
EDVALDO
– Fico te devendo um grande favor, Clemente! Vamos entrar, tomar um
café?
CLEMENTE
– Não, obrigado. Eu ainda tenho que fazer umas corridas marcadas.
Passei só pra trazer o Marcelo.
FÁBIO
– Muito obrigado, seu Clemente!
EDVALDO
– Deus te acompanhe, Clemente!
Eles
se despedem, Clemente sai. Edvaldo, Fábio e Marcelo entram.
Cena
8 – Escola Napoinara – Diretoria – Dia
O
telefone toca.
MARIANA
– Alô...
EDVALDO
– (off) Dona Mariana, o Marcelo apareceu!
MARIANA
– Que ótima notícia, seu Edvaldo! Graças a Deus! Onde ele tava?
EDVALDO
– (off) Parece que em uma favela, mas depois lhe conto os detalhes.
Só quis lhe avisar pra deixá-la mais calma. No final do expediente
passo pra lhe buscar, como combinado.
MARIANA
– Não precisa, seu Edvaldo. O Franchesco me ligou há pouco e vai
passar aqui. Aproveita a volta do seu neto!
EDVALDO
– Muito obrigado, dona Mariana, então, até amanhã! Tchau!
Mariana
desliga o telefone.
MARIANA
– Graças a Deus, tudo terminou bem!
Cena
9 – Jornal Bertollo – Sala de Guilherme – Dia
Guilherme
sentado pensativo. Luiza bate na porta.
LUIZA
– Chamou?
GUILHERME
– Senta!
LUIZA
– Como assim, senta? Cadê a educação?
GUILHERME
– (alterando a voz) Senta!
Luiza
senta.
LUIZA
– Olha aqui, Guilherme, se você acha que só porque é genro do
dono pode falar assim comigo...
GUILHERME
– Não sou mais...
LUIZA
– Como assim?
GUILHERME
– Você sabe quem é a filha do Franchesco?
LUIZA
– Sua namorada, ou melhor, ex namorada...
GUILHERME
– Sim, mas sabe quem ela é?
LUIZA
– Não, eu só ouço vocês falarem dela, mas...
GUILHERME
– Luiza, você disse que você é mãe daquele garoto que foi
sequestrado. Você é a mãe e o Fábio, filho do motorista do
Franchesco é o pai do moleque. É isso?
LUIZA
– Sim, mas o que isso tem a ver com você ter terminado o seu
namoro? Não to entendendo.
GUILHERME
– Tem a ver que a MINHA Ana, acabou comigo pra ficar com o SEU
Fábio! E pelo que imagino, você ainda o ama!
LUIZA
– O quê? Aquela vadia que anda com o Fábio é a sua Ana, filha do
Dr. Franchesco?
GUILHERME
– Olha, vou desconsiderar você ter chamado ela de vadia, mas é
ela sim. Então, chamei você aqui pra propor uma aliança!
LUIZA
– O que você tá pensando?
GUILHERME
– Vamos acabar com esse relacionamento da Ana e do Fábio!
Congela
em Guilherme diabólico.
FIM
DO CAPÌTULO.
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