sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Classe Social - Capitulo Quatorze


1º Cena  - Interior – Fazenda – Externo - Noite

Kleber aparece: estava escondido para que Lara não o notasse. Com uma de suas pernas ainda fragilizadas, ele vai ao encontro da sua arma de estimação, caída no chão.
Kleber: Maldita...
Colocando-se sobre a janela do tal quarto ensanguentado, ele observa Lara correr até o encontro dos outros.
Kleber: Pelo menos ela ainda não descobriu que o garoto ainda está vivo... Menos mal. O desespero pode destruir o objetivo das pessoas, muito antes dele se cumprir.
Mirando em um dos dois, ele começa a se indagar sobre tudo aquilo.
Kleber: Quem eu devo acertar primeiro? O morto que não morreu? Ou a vadia desesperada?
O barulho do tiro ecoa.

CORTA PARA:
2º Cena – Interior – Matagal – Noite

O barulho do tiro chega até o carro estacionado no meio da mata. Todos se assustam e o desespero toma conta de Flávia. Ela dá um grito.
Flávia: PEDROOOOOOOOOOOOOOOO!
Flávia abre a porta do carro e sai correndo mata fora gritando.
Flávia: Pedrooo! Meu filho... Pedroooooo
Roberto desce do carro e corre seguindo Flávia.
Roberto: Flávia, volta, pelo amor de Deus, é perigoso. Flavia!

3º Cena - Interior - Fazenda – Externo – Noite

(Instrumental de suspense)
Câmera pega o ângulo de cima e vai se aproximando, Lara e Pedro estão caídos desacordados, câmera foca no rosto de Lara, que num passe de mágica acorda assombrosamente de um sono profundo. Ela senta e percebe um tiro em sua perna.
Lara (chorando): Ai meus Deus...
Assustada, ela olha para os lados em busca de quem disparou aquele tiro. Sem resposta em sua procura, ela se arrasta até Pedro e percebe que ele está respirando. Ela fica sem entender.
Lara: Vivo? Ele está vivo! Eu tenho que tirar ele daqui, se o Kleber aparecer...
Ela procura em Pedro marcas de tiro, mas não encontra, resolve então ir rolando o garoto ainda inconsciente feito bola pela mata adentro.
Lara: Ain, e agora?
Ela ouve um grito longe. É Flávia em busca de seu filho.
Lara: Essa voz... Eu conheço. É a Flávia!
Num ar de esperança, ele responde aos chamados de Flávia.
Lara: AQUI, SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA.
Não demora muito pra Flávia e Roberto chegarem no local. Ao ver Pedro, Flávia se desaba ainda mais em choro e logo abraça o filho.
Flávia: Meu filho, eu te amo tanto.
Ela olha para Roberto com ar de alivio.
Flávia: Leva ele, leva o nosso menino daqui.
Roberto, chorando, pega Pedro no colo e sai andando em direção seu carro. Flávia continua no lugar ao lado de Lara que geme de dores.
Lara: Me ajuda, eu levei um tiro, ta sangrando muito.
Flávia levanta e limpa sua roupa. Encara Lara por alguns segundos e diz:
Flávia: Se você não tivesse se metido na vida do meu filho, nada disso teria acontecido. Eu quero que você morra!
Um silencio toma conta do lugar, o tempo fecha e começa cair um temporal. Lara encara Flávia com muito ódio.
Lara: Pelo amor que você sente ao seu filho, não me deixa morrer.
Raios cortam o céu. Na mata, Flávia dá as costas e sai deixando Lara sozinha, agonizando de dor.
Lara: Não, não faz isso, não me deixa não, NAAAAAAAAAAAAAAAAO!
O grito ecoa por toda a mata.

Corta Para:
4º Cena - Edifício Beira Mar – Apartamento de Nina – Noite

Nina passa pela sala e encontra Maitê tomando um chá.
Maitê: Vai sair?
Ela passa e ignora a pergunta da mãe. Maitê corre e interdita a porta.
Maitê: Se você não falar, eu não saio dessa porta.
Nina: Eu sou grande o suficiente e não te devo satisfações.
Maitê: Enquanto morar na minha casa, deve sim.
Nina: Esse apartamento é do meu pai.
Maitê: Que eu ajudei a comprar.
Nina: Ajudou nada, você vivia comprando era bolsas, sapatos, relógios, sempre foi uma dondoca.
Maitê: Olha como você fala comigo, sua imbecil.
Nina faz pouco caso da situação.
Nina: Ok ,agora que já falou, dá pra sair do caminho?
Maitê: NÃO!
Nina: Tudo bem, eu saio pela porta da cozinha.
Nina sair e deixa Maitê com raiva.

5º Cena - Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Noite

Gustavo chega em casa
Gustavo: Oi mãe
Vera: Filho, você por aqui? Milagre!
Gustavo: Também não é assim mãezinha.
Vera: É assim, sim. Você mora comigo, mas dorme mais na casa de seus amigos.
Gustavo: Eu tenho que parar com isso.
Vera: Também acho
Gustavo: Cadê o mano?
Vera: Ta na praia.
Gustavo: Você ta deixando ele sair sozinho?
Vera: A medica falou que pode e, além do mais, seu irmão está tendo uma melhora impressionante. Hoje mesmo lembrou de algo que nos deixou de cabelo em pé.
Gustavo: Lembrou do que?
Vera: Vai tomar um banho que depois te conto.

CORTA PARA:
6º Cena – Praia de Ipanema – Areia – Noite

Beto está sentado na areia olhando para o mar, Nina se aproxima e senta ao seu lado.
Nina: Oi
Beto: Oi
Nina: Fazendo o que aqui sozinho?
Beto: Saudades daqui
Nina: Faz tempo que você não toma banho de mar, né?
Beto: Verdade!
Nina: Você lembra?
Beto: Sim!
Nina: Lembra nada, bobinho.
Beto: Eu via esse marzão todos os dias, porém raramente entrava.
Nina: Porque?
Beto: Tinha que trabalhar, vendia hot dog naquele quiosque ali
Beto aponta e Nina fica seria.
Nina: Beto...
Beto olha nos olhos dela.
Beto: Nina, meu amor.
Nina: Você...
Beto: Eu voltei meu amor, voltei pra você.
Nina: Você lembrou?
Nina começa chorar
Beto: Tipo, que eu namoro uma garota linda, ela chama Nina, é tão fofinha e eu amo ela mais que tudo nesse mundo?
(Toca: A Song About Love – Jake Bugg)
Beto e Nina se olham apaixonados, ele limpa as lágrimas de sua amada, ela o olha com surpresa e desejo, seus lábios estão cada vez mais perto, a musica que era de fundo já toma conta da cena, eles se beijam apaixonados naquela noite de lua cheia. A câmera sobe e foca no céu estrelado do Rio de Janeiro.

7º Cena – Hospital das Clínicas – Emergência – Noite

Médicos entram levando Pedro em uma maca. Logo atrás Flávia, Roberto, Vitória e Miller chegam apresados. Ao passar por uma porta o doutor se exalta.
Doutor: A partir daqui só pode entrar uma pessoa da família.
Flávia: EU! EU VOU, EU QUERO FICAR PERTO DO MEU FILHO.
Roberto segura Flávia.
Roberto: Não, você vai pra casa, você precisa descansar.
Vitória: Também acho dona Flávia, a senhora está muito abalada.
Flávia: Mas, eu quero...
Roberto: É pro seu bem, meu amor.
Flávia se conforma.
Miller: Seu Roberto, pode deixar que vou levar ela em segurança.
Roberto: Obrigado, meu filho, obrigado.

8º Cena – Imagens da cidade do Rio de Janeiro – Dia seguinte

(Toca: Minha Alma – O Rappa)

9º Cena – Zona Oeste – Casa de Luiza – Manhã

Carol e Jurema estão tentando fazer café
Carol: Mãe, a água ferveu, e agora?
Jurema: Agora põe o pó.
Carol: Mãe, a senhora ta doida?
Jurema: Doida porque menina?
Carol: Ta mandando eu colocar pó na água, esses negócios que os bandidos usa, sua doida.
Jurema: Pó do café, Carol, do café...
Carol: Atá, a senhora nunca explica as coisas direito.
Jurema: Eu não tenho culpa se você é burra!
Carol: Puxei a senhora
Jurema: Você me respeite, sua cabrita.
Carol: Se eu sou a cabrita, a senhora é a... a...
Jurema: Cabra!
Carol: Ta vendo, é isso aí mesmo.
Luiza chega na cozinha
Luiza: ACABOU A PALHAÇADA!
Jurema: Ela acordou de mal humor.
Luiza: Vocês não falam nada construtivo.
Carol: Tenho cara de pedreiro pra contruistir alguma coisa?
Luiza: Vai pra merda garota!
Luiza sai irritada.

10º Cena - Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Manhã

Nina e Beto chegam na cozinha e encontram Vera e Gustavo tomando café.
Nina: Bom dia
Vera: Nina, querida, você dormiu aqui?
Beto: Dormiu sim, mãe.
Vera: Não vi quando vocês chegaram.
Gustavo: Galera, não é porque vocês chegaram não, mas estou atrasado pra facul.
Nina: Com toda essa correria que está acontecendo na minha vida, perdi diversas aulas na faculdade. Estou pensando até em desistir.
Gustavo: Nossa, Nina, que pena! Mas vai dar tudo certo, acredite. Agora vou indo pra não perder as primeiras aulas, beijos.
Gustavo pega a mochila e sai
Vera: Então, vocês se acertaram?
Nina e Beto se olham e sorriem
Vero: Ih, já vi que tem segredo por aí.
A campainha toca
Nina: Acho que tem visita
Vera: O Gustavo deve ter esquecido alguma coisa. Vou ver
Vera levanta e caminha até a porta. Ao abrir, ela se assusta.
Maitê entra no apartamento exalando elegância. Nina e Beto levantam.
Maitê: Bom dia, família.
Todos estranham
Nina: O que você está fazendo aqui?
Vera: Você é muito cínica mesmo.
Maitê: Vim tomar café com vocês, afinal, somos uma família, ou não?
Nina, Beto e Vera se olham surpresos. Maitê rir cinicamente.

Congela no sorriso de Maitê.

(Gancho ao som: Radioactive – Imagine Dragons)
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