segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Classe Social - Capitulo Quinze


1º Cena - Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Manhã

Maitê: Bom dia, família.
Todos estranham
Nina: O que você estar fazendo aqui?
Vera: Você é muito cínica mesmo.
Maitê: Vim tomar café com vocês, afinal, somos uma família, ou não?
Vera: Você não é bem recebida na minha casa
Maitê: Sua não, você mora aqui por conta da mesada que o meu marido, digo, ex-marido doa para a Nina.
Nina: Mãe!
Beto: Olha aqui, dona Maitê, minha mãe já disse que a senhora não é bem recebida, então, por favor, queira se retirar.
Maitê: Vocês são uns ingratos, sabiam? Eu aqui querendo me redimir e vocês só me atacam.
Nina: Você acha bonito isso? Você tenta matar o Beto, ofende a Vera e agora quer se redimir? Mãe, francamente...
Maitê encara Nina. Com as mãos para trás, ela retira seu relógio de ouro e joga no canto do sofá sem que eles percebam.
Maitê: Bom, eu vou embora, passar bem.
Maitê põe o óculos escuro e sai.
Nina: Gente, me desculpa, realmente eu não sei até onde essa mulher pode chegar.
Vera: Não se culpa minha querida, eu te entendo.

2° Cena – Condomínio Fechado – Zona Sul – Casa de Pedro – Manhã

Roberto chega em casa trazendo Pedro numa cadeira de rodas. Flávia já estava a sua espera.
Flávia: Meu filho, que bom te ver
Ela abraça o filho
Pedro: Eu quase morri, mãe.
Flávia: Eu sei, meu amor, eu também quase morri te tanto desespero.
Roberto: Eu só espero que esse sequestro tenha lhe servido de lição.
Pedro: Eu sei, pai, eu sei.
Flávia: Roberto, porque ele está numa cadeira de roda?
Roberto: Ele ainda está se recuperando, o medico pediu pra que ele não fizesse muito esforço, ele só deve se alimentar bem e amanhã já poderá se locomover melhor.
Flávia sorrir com lágrimas nos olhos.

3º Cena – Faculdade Estácio de Sá – Biblioteca – Manhã

Roger entra na biblioteca e senta ao lado de Gustavo que estava lendo.
Roger: Oi
Gustavo: O que você quer?
Roger: Vim me despedir
Gustavo estranha
Gustavo: Como assim?
Roger: Vou mudar, estou indo pra Bahia com o Carlos.
Gustavo: E o que eu tenho haver com isso?
Roger: Gustavo, nós éramos amigos, lembra?
Gustavo: Você falou certo, éramos.
Roger: Mas eu sei que poderíamos ser muito mais.
Gustavo: Se você for começar com sua viadagem é melhor ir parando, porque estou sem saco pra te aguentar.
Roger: Você é um grosso!
Gustavo: E você um viado.
Roger se cala, pensa em dar uma resposta, mas desiste.
Roger: Tudo bem, já entendi, acho melhor ir embora.
Gustavo: Que dia você vai viajar?
Roger: Não interessa, vai fazer diferença pra você? NÃO! Então pronto.
Roger sai irritado.

4º Cena – Copacabana Palace – Apartamento – Manhã

Fábio abre a porta e Nina entra.
Nina: Pai, que saudades.
Eles se abraçam.
Fábio: Que bom te ver minha princesa.
Nina: Pai, eu estou aqui porque não suposto mais dividir aquele apartamento com a minha mãe.
Fábio: Ela aprontou?
Nina: Ela que acertou o Beto na cabeça, acredita? Por causa dela que o Beto esqueceu a memoria.
Fábio: Sua mãe está ficando louca.
Nina: E eu estou começando a ficar com medo disso.
Close em Fábio preocupado.

Corta Para:
5º Cena  - Interior – Fazenda – Interno – Fim da manhã

Lara acorda assustada
Lara: Meu Deus!
Ela olha ao seu redor e percebe que está na fazenda de Kleber. A porta abre e Kleber aparece segurando um bebe e dando as mãos a outra criança.
Kleber: Oi meu amor
Lara: Seu monstro!
Kleber: Não, não se irrite, vai machucar o curativo que fiz em sua perna. Quando te encontrei na mata, você estava muito ferida.
Lara: Cadê o Pedro? Você alcançou ele?
Kleber: Não, não conseguir capturar o pirralho e também nem sei como ele conseguiu fugir se estava desacordado. Mas isso não importa, o que me interessa é que você voltou pra mim.
Lara: Quem são essas crianças?
Kleber: Ahh, quase esqueci de apresentar. Esse menininho lindo é o Cauã, ele só tem oito anos. E essa princesinha no meu colo é a Clara, ela tem dois aninhos. Os pais deles eram duma comunidade aqui perto, faleceram há poucos dias.
Lara: Kleber, você não vai...
Kleber: Sim, meu amor, você sabe muito bem que órgãos de crianças valem uma fortuna.
Lara: Não, Kleber, pelo amor de Deus, tenha piedade, eles são crianças, não sabem nada da vida.
Kleber: E eles vão me agradecer por não descobrirem nada da vida, afinal, a vida é tão cruel né?
Lara? VOCÊ  É UM MONSTRO, EU TE ODEIO.
Kleber: E eu te amo, amo muito.
Lara olha com pena para Cauã.
Kleber: Bom, eu preciso resolver algumas coisas do exterior e preciso que alguém cuide da Clarinha, como só tem você aqui...
Kleber passa a bebe para Lara.
Kleber: Cuida bem dela, tá? O garoto vem comigo.
Lara alisa o rosto de Clara e deixa pingar uma lágrima nos olhos da bebe.
Lara: Eu vou te salvar, meu anjo, confia na tia, eu vou te salvar desse monstro.

6º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Tarde

Campainha toca
Beto: Quem será?
Vera: Vou atender, mas se for aquela vaca da Maitê, ela vai ver só.
Vera abre a porta e encontra um delegado e dois policiais a sua procura.
Delegado: Dona Vera Lúcia Pereira do Carmo?
Vera: Sim, sou eu.
Delegado: Nós recebemos a denuncia de que um rolex banhado a ouro foi roubado e que a senhora é a principal suspeita.
Vera: Um o que?
Delegado: Um relógio
Beto aproxima
Beto: Mas como assim, meu senhor? Isso ta errado
Delegado: Nós poderíamos fazer uma averiguação no apartamento?
Beto intromete
Beto: Não, lógico que não. Vocês tem alguma ordem judicial para isso?
Vera: Sim, ele vai sim. Eu sou mulher honesta e sempre comi e vivi do meu suor, não preciso roubar nada de ninguém. E pra tapar a boca deles, eu mesmo faço questão que ocorra essa averiguação.
Delegado: Policiais...
Os policiais começam a busca
Beto: Mãe, isso é um absurdo!
Vera: Deixa, meu filho, eles não vão achar nada mesmo.
(minutos depois)
Vera: Então, seu delegado, cadê o tal rolex que eu havia roubado?
Um policial trás o relógio
Policial: Senhor delegado, eu acabo de achar esse rolex escondido na lateral do sofá, tudo indica que é o que estamos procurando.
Beto e Vera ficam surpresos.
Delegado: Dona Vera Lúcia, a senhora está presa.
Beto e Vera se olham.

7º Cena – Capacabana Palace – Apartamento – Tarde

Nina atende o celular
Nina [cel]: Presa? Como assim presa?
Beto [cel]: Sim, Nina, a intimação veio de sua mãe, ela está aprontando mais uma vez.
Nina [cel]: A minha mãe? Ela está indo longe demais
Beto [cel]: Sim, foi a dona Maitê.
Nina [cel]: Calma, Beto, eu vou dar um jeito de tirar sua mãe da cadeia, mas antes tenho que passar em casa. Me espera que vai dar tudo certo.
Ela desliga, pega a bolsa e sai apressada.

CORTA PARA:
8º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Maitê – Fim da tarde

Nina entra no apartamento batendo a porta
Maitê: Mas eu posso saber o que está acontecendo aqui?
Nina: Eu que quero saber. Hoje pela manhã você só foi na casa da Vera pra armar mais uma, né? Dessa vez você passou dos limites.
Maitê: Então já prenderam a favelada? Graças a Deus!
Nina: Não, não vão prender, porque você vai naquela delegacia e negar tudo.
Maitê: NUNCA, JAMAIS!
Nina: Vai sim!
Maitê: E quem vai me obrigar? Você?
Nina: Ou você vai, ou quebro essa casa toda.
Nina pega um vaso valiosíssimo e joga no chão.
Maitê: Não, meu vaso marroquino, ele custou uma fortuna.
Nina: E aí, vai lá ou quer que eu quebre mais?
Maitê: Sua desnaturada, ingrata, filhinha da mamãe.
Nina: Eu sou a filhinha da mamãe? Eu? Tem certeza? Você que é uma perua de quinta, preconceituosa e pensa que pode fazer o que quiser e ficar impune.
Nina joga um quadro no chão.
Maitê: Meu quadro da Tarcila, não faz isso.
Nina pisa no quadro e Maitê vai pra cima dela.
Maitê: EU VOU TE MATAR!
Nina: Me larga, sua louca.
Maitê: Eu vou te dar uma surra, sua peste em forma de gente.
Nina: Eu te odeio!
Nina empurra Maitê que cai no sofá. Maitê levanta e puxa Nina pelo cabelo.
Maitê: Você pensa que vai me governar, mas não vai. NÃO VAI!
Nina vira e se solta da mãe.
Nina: Você é louca, pirada, você vai se acabar só, sem ninguém, porque ninguém gosta de você. TODOS TE ODEIAM.
Maitê: E eu vou matar aquele seu namorado de merda.
Nina: VAGABUNDA!
Nina mete a mão na cara de Maitê.
Um silencio toma conta do ambiente, Maitê coloca a mão no rosto e parece não acreditar naquilo.
Maitê: Você me bateu? Você bateu na sua mãe?
Nina chora desesperada, Maitê encara ela com nojo.

Congela no rosto de Maitê.

(Gancho ao som: Heart Attack – Demi Lovato)
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