quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Classe Social - Capitulo vinte e quatro


1º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Tarde

Lara: PEDRO, A CLARA NÃO VAI COM ELE, O KLEBER É MUITO MAU, ELE É FRIO, UMA COBRA.
Nina: Lara calma, a gente vai pensar em uma maneira para tirar o Gustavo de lá e preservar as crianças.
Vera: Vamos chamar a policia.
Nina: Não, sem policia, pode ser pior. Precisamos pensar em outra coisa.
Beto: EU VOU NO LUGAR DAS CRIANÇAS!
Todos param, olham para Beto, ficam assustados.
Pedro: Não. Eu não posso permitir que você faça isso, eu que coloquei vocês nessa, eu vou no lugar do Gustavo.
Beto: NÃO! Eu tenho um plano, vai dar tudo certo.
Vera: Meu filho, tem certeza disso?
Beto: Mãe, confia em mim, eu vou conseguir tirar o Gustavo daquele lugar.
Vera: Mas e você? Você vai ficar refém daqueles bandidos, qual diferença vai fazer para mim?
Pedro: Beto, eu vou, não tem problema, o que eu não quero é colocar você e sua família em mais riscos.
Beto: Não galera, estou decidido, eu vou tirar o Gustavo de lá.
Nina: EU VOU JUNTO!
Beto: Não meu amor, pode ser perigoso.
Nina: Eu não me importo, vou junto e também estou decidida.
Clima de tensão no ar

2º Cena – Zona Sul – Hotel Qualquer – Apartamento de Flávia – Tarde

Flávia corre para abrir a porta, Vitória, Miller e Sérgio estão chegando.
Flávia: Meus queridos, que visita ótima.
Eles vão entrando
Vitória: Tia, que saudades da senhora.
Flávia: Senhora não, me chame de você!
Miller: Tia, quer dizer que você trocou aquela mansão que morava, por esse apê chifrin?
Sérgio: Miller!
Vitória: Liga não, o Miller costuma ser inconveniente...Sempre.
Flávia: Depois que o Pedro resolveu se mancomunar com aquelazinha da Lara, formos obrigados a viver escondido aqui. Me sinto em uma lata de sardinha.
Miller: Mas e o Pedro, tem noticias dele?
Flávia: Aquele lá esqueceu que tem mãe, agora vive em função de proteger duas crianças que não são nada dele.
Sergio: Quem diria né... Logo o Pedro.
Flávia: Mas, vocês não querem beber alguma coisa? Tem um vinho italiano aqui que é ótimo.
Vitória: Eu dispenso
Miller: Eu aceito porque não é todos os dias que tomamos vinho italiano.
Flávia: Te entendo querido. Mas, minha linda, me conte sobre essa gravidez, você está tão linda.
Vitória: Estou tão feliz tia, porém estou engordando feito uma baleia.
Flávia: Faz parte. Já sabe se é menino ou menina?
Vitória: Não. A gente quer manter essa duvida até o momento do parto.
Sergio: Eu quero muito que seja um menino
Flávia: Você que é o pai?
Sergio: Também.
Ela estranha
Flávia: Também? Não entendi.
Miller: Eu também sou o pai
Flávia: Como assim gente, já pode isso?
Vitória: Ah, é que... sabe como é né?
Flávia: Sei! Quer dizer... sei? Ai meu Deus, eu vou pegar o vinho e já volto.
Flávia sai confusa e eles ficam rindo.

3º Cena – Zona Oeste – Casa de Luíza – Tarde

Carol chega de short curto e top na sala
Carol: Mãe, olha... Estou uma gata, né?
Jurema: Você está linda, minha filha.
Luíza: Você só errou na parte do gata. Se for pra referir ao mundo animal, você está mais pra piranha.
Carol: Seu recalque ta gritante.
Jurema: Chega vocês duas. Carol, vamos que já está na hora.
Carol: Vamos sim, não posso perder esse show por nada nesse mundo.
Luíza: Estão levando o colete a prova de bala? Cuidado hein.
Jurema e Carol saem. Minutos depois a campainha toca.
Luíza: Elas devem ter esquecido alguma coisa...
Luíza abre a porta e logo se assusta, é Maitê. Elas se encaram.
Maitê: Surpresa?
Climão no ar

Corta Para:
4º Cena – Estrada Qualquer – Carro de Nina – Tarde

Nina: Beto, você tem certeza que vai ficar no lugar do Gustavo?
Beto: Claro que não. A gente tem que dar um jeito de tirar ele de lá.
Nina: Mas como? Pelo o que a Lara fala, esse Kleber é um cara muito perigoso.
Beto: Eu sei, mas a gente não pode entregar o ouro ao bandido. Aquelas crianças tem uma vida enorme pela frente, não podemos concordar com esse crime.
Nina: Pode contar comigo amor, a gente vai conseguir tirar o Gustavo de lá.

5º Cena – Zona Oeste – Casa de Luíza – Tarde      
        
Maitê e Luíza se embatem.
Luíza: Como achou meu endereço?
Maitê: Você vivia na minha casa, esqueceu? Quantas e quantas vezes precisei te trazer em casa... Mal sabia eu que estava acolhendo, na minha própria casa, uma cobra da pior espécie.
Luíza: Se você veio aqui para me insultar, por favor, não perca o seu tempo.
Maitê: Ou...
Luíza: Serei obrigada a chamar a policia.
Maitê: Pobre quer chamar policia pra tudo, que mania feia.
Luíza: Olha aqui Maitê...
Maitê: DONA MAITÊ. Eu sou superior a você menina, nunca ouse me chamar apenas por Maitê.
Luíza: Então, DONA MAITÊ, você está convidada a se retirar da minha casa.
Maitê: Não antes de tirar a minha duvida.
Luíza: Duvida?
Maitê: A Nina me disse que você está gravida... E que o filho é do Fábio. Verdade isso?
Luíza: Sim, é verdade. E ele já sabe, e o melhor, ficou feliz com a noticia.
Maitê: Você é rápida né garota? Se é que aquele papinho de que foi a primeira vez é verdade.
Luíza: Pois é, eu costumo ser rápida nos meus objetivos, assim como você, não é mesmo?
Maitê: O que você quer dizer com isso?
Luíza: A Nina é fruto de uma armação, você queria prender o Fábio.
Maitê: NÃO OUSE REPETIR ISSO! Eu amei o Fábio, dediquei uma vida a ele. A única golpista aqui é você.
Luíza: Não se preocupe, DONA Maitê, eu não quero nada do Fábio se não for de coração. Mas eu sei muito bem porque você está aqui. Você tem medo.
Maitê: Medo? MUHAHAHHAHAHAHAHAHA de você?
Luíza: De mim não, do meu filho. Medo dele roubar tudo de valor que iria ficar de herança para você, não é mesmo?
Maitê: Você não sabe o que fala.
Luíza: Sei sim, muito mais do que você possa imaginar.
Elas se encaram.

6º Cena – Arena - Show Bonde das Maravilhas – Tarde

Carol e Jurema chegam no show
Carol: AHHHHHHHHHHHHHHHH, EU ESTOU NO SHOW!!
Jurema: Carol, pare de gritar.
Carol: MÃE, EU TO FELIZ DEMAIS, VOU VER MINHAS FÃS
Jurema: E EU VOU DAR NA SUA CARA SE VOCÊ NÃO PARAR DE GRITAR.
Jurema olha ao redor e vê jovens mulheres quicando até o chão, meninos com óculos coloridos e aparelho dentário pirata.
Jurema: Carol, o que é aquilo no dente daquele menino?
Carol: É aparelho mãe, ta na moda.
Jurema: Gente, parece que ele comeu alface e grudou tudo no dente.
Uma funkeira para ao lado de Jurema
Funkeira: E aí, coroa, ta curtindo a vibe?
Jurema: Curtindo o que? Que diabo é vibe?
Carol: Vibe é fluxo neurótico da situação
Jurema: Gente, que língua é essa que vocês falam? Na minha época tinha isso não. Eu pensei que isso ia ser diferente.
Funkeira: Senta e relaxa coroa.
Jurema: Sentar onde menina? Vou sentar um tapa na sua fuça. VAI VESTIR UMA ROUPA, TARADA. Palhaçada!
Jurema fica indignada

Corta Para:
7º Cena – Galpão Abandonado – Área Externa – Tarde

O carro de Nina para próximo ao galpão
Beto: Pelo o endereço que me deram, esse é o galpão.
Nina: Mas isso está caindo aos pedaços.
Beto: Ótimo ambiente para manter alguém em cativeiro, não achas?
Nina: Verdade! Mas agora precisamos entrar lá e salvar o Gustavo.
Beto: Estou vendo que tem muitas janelas nesse galpão, todas abertas.
Nina: E tem um rapaz logo na frente do portão.
Beto: Você vai ter que despistar esse rapaz para que eu pule a janela e vá em encontro o Gustavo.
Nina: Tudo bem.
Beto: Tem certeza disso?
Nina: A gente precisa tentar. Confia em mim?
Beto: Confio, claro.
Nina: Então eu vou e vai dar tudo certo.
Beto: Vai sim.
Eles se beijam e logo após Nina desce do carro e segue em direção o homem. Beto fica no carro olhando toda a ação. Nina se aproxima do rapaz e conversa algo, logo depois eles seguem para a área interna. Beto sai do carro e corre.

Corta Para:
8º Cena – Galpão Abandonado – Área Interna – Tarde

Após pular uma das janelas, Beto entra no galpão abandonado e se depara com um enorme corredor, ele segue, cuidadosamente para não fazer barulho ou ser visto por alguém, de longe ele escuta vozes, deduz que seja Nina despistando um dos capangas no local, ágil e cuidadoso ele continua a andar até chegar em um grande salão, Gustavo estava amarrado lá com a boca vendada. Eles se encaram, no momento, um ar de esperança toma conta do galpão, o rosto de Beto estampa um grande sorriso por ter reencontrado o seu irmão.

Corta Para:
9º Cena – Bahia – Hotel porto da Barra – Apartamento de Roger – Tarde

Carlos chega bêbado gritando por Roger
Carlos: ROGER SEU DESGRAÇADO!
Roger: Carlos, você bebeu?
Carlos: EU NÃO BEBIR, EU TÔ BEM, VOCÊ SAFADO, DESGRAMADO
Roger: Carlos, meu Deus, o que te deu pra você fazer isso?
Carlos: VOCÊ NÃO VAI NAMORAR O GUSTAVO? VÁ LÁ, VOLTE PRO RIO, VAI PEGAR SEU NAMORADINHO LÁ, VOCÊ NÃO ME AMA, EU SOU BURRO.
Roger: Você não ta falando coisa com coisa, Vou te dar um banho.
Ele tenta se aproximar, mas Carlos recusa.
Carlos: EU NÃO QUERO QUE ME DÊ BANHO, VAI DAR BANHO NO GUSTAVO, SEU NAMORADINHO
Roger coloca a mão na cabeça não querendo acreditar no que está acontecendo. Ele olha pra Carlos com pena.

10º Cena – Galpão Abandonado – Área interna – Tarde

Beto e Gustavo ainda se encaram com um ar de felicidade. Cuidadosamente, Beto anda em direção Gustavo, ambos esbanjam felicidade no olhar e cautela para não chamar a atenção de Kleber e seus capangas, não presentes no local. Beto caminha e está cada vez mais próximo de seu irmão, nessa altura, Gustavo muda sua expressão para apavorado, Beto fica sem entender, com dificuldades em falar. Gustavo faz ruídos e gestos com a cabeça tentando avisar algo, Beto vira-se e fica de cara ao cano de um revolver, Kleber acabou com o clima harmônico.
Kleber: Então temos um herói aqui? Pena que não vai viver pra contar história.
Eles se encaram.

Congela em Beto apavorado
(Gancho ao som: Mulher – Projota)



  


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