1º Cena – Edifício Beira Mar –
Apartamento de Vera – Tarde
Lara:
PEDRO, A CLARA NÃO VAI COM ELE, O KLEBER É MUITO MAU, ELE É FRIO, UMA COBRA.
Nina:
Lara calma, a gente vai pensar em uma maneira para tirar o Gustavo de lá e
preservar as crianças.
Vera:
Vamos chamar a policia.
Nina:
Não, sem policia, pode ser pior. Precisamos pensar em outra coisa.
Beto:
EU VOU NO LUGAR DAS CRIANÇAS!
Todos
param, olham para Beto, ficam assustados.
Pedro: Não.
Eu não posso permitir que você faça isso, eu que coloquei vocês nessa, eu vou
no lugar do Gustavo.
Beto: NÃO! Eu
tenho um plano, vai dar tudo certo.
Vera: Meu
filho, tem certeza disso?
Beto: Mãe,
confia em mim, eu vou conseguir tirar o Gustavo daquele lugar.
Vera: Mas e
você? Você vai ficar refém daqueles bandidos, qual diferença vai fazer para
mim?
Pedro: Beto,
eu vou, não tem problema, o que eu não quero é colocar você e sua família em
mais riscos.
Beto: Não
galera, estou decidido, eu vou tirar o Gustavo de lá.
Nina: EU VOU
JUNTO!
Beto: Não meu
amor, pode ser perigoso.
Nina: Eu não
me importo, vou junto e também estou decidida.
Clima de
tensão no ar
2º Cena – Zona Sul – Hotel Qualquer –
Apartamento de Flávia – Tarde
Flávia
corre para abrir a porta, Vitória, Miller e Sérgio estão chegando.
Flávia: Meus
queridos, que visita ótima.
Eles vão
entrando
Vitória: Tia,
que saudades da senhora.
Flávia: Senhora
não, me chame de você!
Miller: Tia,
quer dizer que você trocou aquela mansão que morava, por esse apê chifrin?
Sérgio:
Miller!
Vitória: Liga
não, o Miller costuma ser inconveniente...Sempre.
Flávia:
Depois que o Pedro resolveu se mancomunar com aquelazinha da Lara, formos
obrigados a viver escondido aqui. Me sinto em uma lata de sardinha.
Miller: Mas e
o Pedro, tem noticias dele?
Flávia:
Aquele lá esqueceu que tem mãe, agora vive em função de proteger duas crianças
que não são nada dele.
Sergio: Quem
diria né... Logo o Pedro.
Flávia: Mas,
vocês não querem beber alguma coisa? Tem um vinho italiano aqui que é ótimo.
Vitória: Eu
dispenso
Miller: Eu
aceito porque não é todos os dias que tomamos vinho italiano.
Flávia: Te
entendo querido. Mas, minha linda, me conte sobre essa gravidez, você está tão
linda.
Vitória:
Estou tão feliz tia, porém estou engordando feito uma baleia.
Flávia: Faz
parte. Já sabe se é menino ou menina?
Vitória: Não.
A gente quer manter essa duvida até o momento do parto.
Sergio: Eu
quero muito que seja um menino
Flávia: Você
que é o pai?
Sergio:
Também.
Ela
estranha
Flávia:
Também? Não entendi.
Miller: Eu
também sou o pai
Flávia: Como
assim gente, já pode isso?
Vitória: Ah,
é que... sabe como é né?
Flávia: Sei!
Quer dizer... sei? Ai meu Deus, eu vou pegar o vinho e já volto.
Flávia sai
confusa e eles ficam rindo.
3º Cena – Zona Oeste – Casa de Luíza –
Tarde
Carol
chega de short curto e top na sala
Carol: Mãe,
olha... Estou uma gata, né?
Jurema: Você
está linda, minha filha.
Luíza: Você
só errou na parte do gata. Se for pra referir ao mundo animal, você está mais
pra piranha.
Carol: Seu
recalque ta gritante.
Jurema: Chega
vocês duas. Carol, vamos que já está na hora.
Carol: Vamos
sim, não posso perder esse show por nada nesse mundo.
Luíza: Estão
levando o colete a prova de bala? Cuidado hein.
Jurema e
Carol saem. Minutos depois a campainha toca.
Luíza: Elas
devem ter esquecido alguma coisa...
Luíza abre
a porta e logo se assusta, é Maitê. Elas se encaram.
Maitê:
Surpresa?
Climão no
ar
Corta Para:
4º Cena – Estrada Qualquer – Carro de
Nina – Tarde
Nina: Beto,
você tem certeza que vai ficar no lugar do Gustavo?
Beto: Claro
que não. A gente tem que dar um jeito de tirar ele de lá.
Nina: Mas
como? Pelo o que a Lara fala, esse Kleber é um cara muito perigoso.
Beto: Eu sei,
mas a gente não pode entregar o ouro ao bandido. Aquelas crianças tem uma vida
enorme pela frente, não podemos concordar com esse crime.
Nina: Pode
contar comigo amor, a gente vai conseguir tirar o Gustavo de lá.
5º Cena – Zona Oeste –
Casa de Luíza – Tarde
Maitê
e Luíza se embatem.
Luíza:
Como achou meu endereço?
Maitê:
Você vivia na minha casa, esqueceu? Quantas e quantas vezes precisei te trazer
em casa... Mal sabia eu que estava acolhendo, na minha própria casa, uma cobra
da pior espécie.
Luíza:
Se você veio aqui para me insultar, por favor, não perca o seu tempo.
Maitê:
Ou...
Luíza:
Serei obrigada a chamar a policia.
Maitê:
Pobre quer chamar policia pra tudo, que mania feia.
Luíza:
Olha aqui Maitê...
Maitê:
DONA MAITÊ. Eu sou superior a você menina, nunca ouse me chamar apenas por
Maitê.
Luíza: Então,
DONA MAITÊ, você está convidada a se retirar da minha casa.
Maitê: Não
antes de tirar a minha duvida.
Luíza:
Duvida?
Maitê: A Nina
me disse que você está gravida... E que o filho é do Fábio. Verdade isso?
Luíza: Sim, é
verdade. E ele já sabe, e o melhor, ficou feliz com a noticia.
Maitê: Você é
rápida né garota? Se é que aquele papinho de que foi a primeira vez é verdade.
Luíza: Pois
é, eu costumo ser rápida nos meus objetivos, assim como você, não é mesmo?
Maitê: O que
você quer dizer com isso?
Luíza: A Nina
é fruto de uma armação, você queria prender o Fábio.
Maitê: NÃO
OUSE REPETIR ISSO! Eu amei o Fábio, dediquei uma vida a ele. A única golpista
aqui é você.
Luíza: Não se
preocupe, DONA Maitê, eu não quero nada do Fábio se não for de coração. Mas eu
sei muito bem porque você está aqui. Você tem medo.
Maitê: Medo?
MUHAHAHHAHAHAHAHAHA de você?
Luíza: De mim
não, do meu filho. Medo dele roubar tudo de valor que iria ficar de herança
para você, não é mesmo?
Maitê: Você
não sabe o que fala.
Luíza: Sei
sim, muito mais do que você possa imaginar.
Elas se
encaram.
6º Cena – Arena - Show Bonde das
Maravilhas – Tarde
Carol e
Jurema chegam no show
Carol:
AHHHHHHHHHHHHHHHH, EU ESTOU NO SHOW!!
Jurema:
Carol, pare de gritar.
Carol: MÃE,
EU TO FELIZ DEMAIS, VOU VER MINHAS FÃS
Jurema: E EU
VOU DAR NA SUA CARA SE VOCÊ NÃO PARAR DE GRITAR.
Jurema
olha ao redor e vê jovens mulheres quicando até o chão, meninos com óculos
coloridos e aparelho dentário pirata.
Jurema:
Carol, o que é aquilo no dente daquele menino?
Carol: É
aparelho mãe, ta na moda.
Jurema:
Gente, parece que ele comeu alface e grudou tudo no dente.
Uma
funkeira para ao lado de Jurema
Funkeira: E
aí, coroa, ta curtindo a vibe?
Jurema:
Curtindo o que? Que diabo é vibe?
Carol: Vibe é
fluxo neurótico da situação
Jurema:
Gente, que língua é essa que vocês falam? Na minha época tinha isso não. Eu
pensei que isso ia ser diferente.
Funkeira:
Senta e relaxa coroa.
Jurema:
Sentar onde menina? Vou sentar um tapa na sua fuça. VAI VESTIR UMA ROUPA,
TARADA. Palhaçada!
Jurema
fica indignada
Corta Para:
7º Cena – Galpão Abandonado – Área
Externa – Tarde
O carro de
Nina para próximo ao galpão
Beto: Pelo o
endereço que me deram, esse é o galpão.
Nina: Mas
isso está caindo aos pedaços.
Beto: Ótimo
ambiente para manter alguém em cativeiro, não achas?
Nina:
Verdade! Mas agora precisamos entrar lá e salvar o Gustavo.
Beto: Estou
vendo que tem muitas janelas nesse galpão, todas abertas.
Nina: E tem
um rapaz logo na frente do portão.
Beto: Você
vai ter que despistar esse rapaz para que eu pule a janela e vá em encontro o
Gustavo.
Nina: Tudo
bem.
Beto: Tem
certeza disso?
Nina: A gente
precisa tentar. Confia em mim?
Beto: Confio,
claro.
Nina: Então
eu vou e vai dar tudo certo.
Beto: Vai
sim.
Eles se
beijam e logo após Nina desce do carro e segue em direção o homem. Beto fica no
carro olhando toda a ação. Nina se aproxima do rapaz e conversa algo, logo
depois eles seguem para a área interna. Beto sai do carro e corre.
Corta Para:
8º Cena – Galpão Abandonado – Área
Interna – Tarde
Após pular
uma das janelas, Beto entra no galpão abandonado e se depara com um enorme
corredor, ele segue, cuidadosamente para não fazer barulho ou ser visto por
alguém, de longe ele escuta vozes, deduz que seja Nina despistando um dos
capangas no local, ágil e cuidadoso ele continua a andar até chegar em um
grande salão, Gustavo estava amarrado lá com a boca vendada. Eles se encaram,
no momento, um ar de esperança toma conta do galpão, o rosto de Beto estampa um
grande sorriso por ter reencontrado o seu irmão.
Corta Para:
9º Cena – Bahia – Hotel porto da Barra
– Apartamento de Roger – Tarde
Carlos
chega bêbado gritando por Roger
Carlos: ROGER
SEU DESGRAÇADO!
Roger:
Carlos, você bebeu?
Carlos: EU
NÃO BEBIR, EU TÔ BEM, VOCÊ SAFADO, DESGRAMADO
Roger:
Carlos, meu Deus, o que te deu pra você fazer isso?
Carlos: VOCÊ
NÃO VAI NAMORAR O GUSTAVO? VÁ LÁ, VOLTE PRO RIO, VAI PEGAR SEU NAMORADINHO LÁ,
VOCÊ NÃO ME AMA, EU SOU BURRO.
Roger: Você
não ta falando coisa com coisa, Vou te dar um banho.
Ele tenta
se aproximar, mas Carlos recusa.
Carlos: EU
NÃO QUERO QUE ME DÊ BANHO, VAI DAR BANHO NO GUSTAVO, SEU NAMORADINHO
Roger
coloca a mão na cabeça não querendo acreditar no que está acontecendo. Ele olha
pra Carlos com pena.
10º Cena – Galpão Abandonado – Área
interna – Tarde
Beto e
Gustavo ainda se encaram com um ar de felicidade. Cuidadosamente, Beto anda em
direção Gustavo, ambos esbanjam felicidade no olhar e cautela para não chamar a
atenção de Kleber e seus capangas, não presentes no local. Beto caminha e está
cada vez mais próximo de seu irmão, nessa altura, Gustavo muda sua expressão
para apavorado, Beto fica sem entender, com dificuldades em falar. Gustavo faz
ruídos e gestos com a cabeça tentando avisar algo, Beto vira-se e fica de cara
ao cano de um revolver, Kleber acabou com o clima harmônico.
Kleber: Então
temos um herói aqui? Pena que não vai viver pra contar história.
Eles se
encaram.
Congela
em Beto apavorado
(Gancho ao som: Mulher – Projota)
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