quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Classe Social - Capitulo Vinte e três


1º Cena – Zona Norte – Galpão Abandonado – Noite

De todos os lados aparecem capangas armados. Jorjão aparece
Jorjão: E aí garoto?
Gustavo: Jorjão, que negocio é esse? Você disse que iriamos conversar
Jorjão: Eu falei conversar? MUHAHHAHHAHAHAHA. Eu quis dizer passear. PEGUEM ELE!
Os capangas de jorjão começam a se aproximar de Gustavo, ele fica apavorado e sem saída.
Gustavo: Não, eu não vou pra lugar nenhum, eu vim aqui conversar.
Pegam Gustavo pelo braço
Gustavo: ME LARGA! JORJÃO, SEU TRAÍRA...

Corta Para:
2º Cena – Edifício Beira Mar – Corredor – Noite

Maitê chega em frente seu apartamento, segurando algumas sacolas que comprou no shopping. Enquanto procura pela chave em sua bolsa, sente a presença de alguém ao seu lado, ela vira, é Nina.
Maitê: O que você está fazendo aqui?
Nina: Estava na sacada quando você chegou com essas sacolas, queria te ajudar.
Maitê: Eu não preciso da sua ajuda. (abre a porta e entra)
Nina: Mãe!
Maitê: EU JÁ DISSE QUE NÃO SOU SUA MÃE!
Nina: É SIM!
Maitê: EU ERA! Você deixou de ser minha filha no dia que...
Nina: Esquece o passado, você não vê que essas lembranças só trazem coisas ruins?
Maitê: Eu não vou esquecer, não consigo esquecer, EU NÃO QUERO ESQUECER! Deu pra entender agora?
Nina: Eu não consigo acreditar que dentro de você exista tanta magoa. Logo você que fez tantas maldades e friamente era capaz de manipular as pessoas, capaz de machucar as pessoas e até mandar uma inocente pra cadeia.
Maitê: CALA A BOCA! Você está na porta do MEU apartamento, me insultando e eu não admito isso. E quer saber? Eu tenho magoa sim, mais que isso, eu tenho nojo, repulsa, horror a você e a família do seu namoradinho.
Nina chora
Maitê: Agora vai lá, corre atrás do seu papai e pede colo.
Nina: (Enxugando as lágrimas) Eu só tenho uma coisa pra dizer: CANSEI! Eu vou te esquecer e te ignorar da  mesma forma que você faz comigo.
Maitê faz pouco caso.
Nina: Ah, e falando no papai... Eu acabei de saber que ele será pai novamente. A Luíza está gravida dele e eu faço muito gosto. Por mim, eles até casariam.
Ela sai e deixa Maitê perplexa com a noticia.

3º Cena – Cidade do Rio de Janeiro – Dia seguinte

(Ao som de: Samba do avião – Os cariocas)

4º Cena – Zona Oeste – Casa de Luíza – Manhã

Carol acorda feliz
Carol: É hoje!
Jurema: É sim, filha, nós vamos no show.
Luíza: Gente, eu não acredito que vocês falavam serio sobre esse show.
Carol: Kerme calque e deixe de recalque maninha.
Luíza: Kerme o que?
Carol: É inglês, sua burra. Sabe nem as línguas dos gringos.
Luíza: Se isso que tu falou foi em inglês, eu sou a Katy Perry
Carol: Nossa, muito engraçado.
Jurema: Luíza, para de irritar sua irmã.
Carol: Deixa ela mãe, pode deixar, porque hoje podem fazer o que for, nada vai entristecer a alegria alegre dentro de mim.
Luíza: Isso tudo porque vai no show do bonde das maravilhas?
Carol: Melhor que esse tal de Chico Barque que você diz que curte aí.
Luíza: Carol, minha florzinha, no dia que você soube o que é musica de verdade, a gente volta com o nosso papinho. Ah, e o nome do cantor que eu gosto, é Chico BUARQUE, ok maninha?
Carol: Barque, Buarque, não interessa, continua sendo uma porcaria.

5º Cena – Bahia – Praia da Barra – Manhã

(Ao som de: Falando Serio – Claudia Leitte)
Roger caminha pela beira do mar, segurando o calçado em sua mão, o vento bate em seu rosto e seus cabelos balançam, a praia está vazia, poucas pessoas correndo ali, alguns surfistas pegando onda, Roger, pensativo, para e olha para a imensidão do mar azul, ele sente a agua fria tocando suas pernas, afundando seu pé na areia, ele continua pensativo. O clima se quebra com a chegada de Carlos.
Carlos: Pensando no namoradinho do Rio?
Roger vira-se extremamente sereno.
Roger: É do Gustavo que você fala?
Carlos: Tem outro?
Um silencio toma conta do ambiente, apenas o barulho do mar. Roger e Carlos continuam ali, sem fazer nenhum som. Mas Roger, ainda sereno, fala:
Roger: Sabe... Eu vim pra Bahia achando que estava fazendo a coisa certa, assim, como achei o mesmo quando decidi sair da casa de meus pais e encarar o Rio de Janeiro. Estava achando que esse emprego era o que faltava. Você? Ah, por você era gratidão, ou melhor, é. Você que conseguiu esse emprego para mim, essa casa, enfim, não queria te desapontar, logo você que estava tão legal comigo. Mas o amor... Sabe o amor? Pois é, eu não sinto por você. Sabe o que mais? Estou pouco mais de um mês nesse lugar e já percebi que aqui não é o meu lugar. Espero que não pense que digo isso pelas brigas, não, jamais... Eu falo do amor, e o meu amor ficou no Rio de Janeiro, era isso que me faltava, e eu dispensei por gratidão. Sim, estava pensando no Gustavo, não no meu namoradinho do Rio, mas quem sabe você não esteja certo e no futuro ele seja o meu namoradinho do Rio, do Brasil, do Mundo, da vida.  
Ele encara Carlos, dá as costas e anda. Carlos fica pensativo.
(Ao som de: Falando Serio – Claudia Leitte)

6º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Cozinha - Manhã

Beto, Nina, Pedro, Lara, Cauã e Clarinha estão na mesa tomando café, eles conversam entre si, uma cena harmônica e descontraída. Vera chega na cozinha preocupada.
Beto: Mãe, que cara é essa?
Vera: Não preguei o olho essa noite filho.
Lara: Aconteceu alguma coisa, dona Vera?
Vera: O Gustavo, meu menino, não veio pra casa, não ligou...
Nina: Mas... O Gustavo ele quase nunca dorme em casa, sempre está na casa de um colega.
Vera: Mas dessa vez não, meu coração está apertado, eu sinto que o meu menino corre perigo. O celular dele também não atende...
Pedro: Calma, dona Vera, noticia ruim chega rápido, vamos ter pensamento positivo.
Nina: Sim, verdade, logo, logo ele aparece. Agora senta, toma café com a gente.
Vera senta preocupada

7º Cena – Zona Norte – Madureira – Casa de Jorjão – Manhã

Gustavo está amarrado numa cadeira quando Kleber chega.
Kleber: Ora, ora... Então esse é o filho da Vera?
Gustavo: (assustado) Quem é você?
Kleber: Eu? Não te interessa, o assunto aqui é você.
Gustavo: O que vocês querem comigo?
Kleber: Apenas uma ajuda, se você quiser colaborar, claro. Se não quiser... Não vai querer mais nunca, se é que você me entende.
Gustavo: Ajuda?
Kleber: A Vera, sua mãe, conhece o Pedro, não adianta negar. Na verdade, era ele quem deveria ocupar o seu lugar, e é justamente essa a ajuda que você vai nos dar.
Gustavo: Isso tem haver com aquelas crianças não é?
Kleber: Crianças? Então você conhece elas? ÓTIMO!
Gustavo: Eu não conheço ninguém!
Kleber: Olha aqui garoto, eu não estou pra brincadeira, você vai me levar até essas crianças ou então é caixão e vela. E eu não brinco em serviço.
Eles se encaram.

8º Cena – Escritório de Advocacia – Sala de Fábio – Final de Manhã

Roberto entra na sala
Fábio: Até que enfim uma visita.
Roberto: Agradeça ao tempo, ou a falta dele.
Eles se abraçam.
Fábio: Meu amigo, estou muito feliz por voltarmos a tocar esse escritório.
Roberto: Agora que as coisas se acalmaram, acho que podemos pensar mais nisso tudo.
Fábio: E a Flávia?
Roberto: Não muda né, somos todos errados e ela a única certa do mundo. E agora esse problema do Pedro, ela não tira da cabeça que a Lara é a vilã da história.
Fábio: Ainda bem que eu e a Maitê...
Roberto: Não rola um arrependimento?
Fábio: No inicio sim, mas agora... E além do mais tem surpresas por ai.
Roberto: Como assim?
Fábio: Eu vou ser pai.
Roberto: Serio? Parabéns meu amigo, se fodeu!
Fábio: Obrigado. Mas estou gostando da noticia.
Roberto: E a mãe? É aquela garotinha que te chamava de tio né?
Fábio: Ela mesma!
Roberto: Eu disse que nesse angu tinha caroço.
Fábio: Eu só não sei o que fazer com ela.
Roberto: Pense bem, afinal, vem uma nova vida por aí.

Corta Para:
9º Cena – Edifício Beira Mar – Apartamento de Vera – Tarde

Estão todos reunidos na sala quando o telefone toca e Beto atende. Minutos depois, ele chega com a noticia.
Beto: Gente, eu tenho uma péssima noticia.
Vera: É com o Gustavo, né Beto? Fala, eu aguento ouvir, meu coração é forte.
Beto: Mãe, calma, não aconteceu nada com o Gustavo, ainda...
Nina: Beto, como assim ainda? O que está acontecendo?
Beto: O Gustavo foi sequestrado.
Vera: EU SABIA! EU SENTIR, MAS NINGUÉM ME ESCUTA.
Nina: Isso deve ser coisa da minha mãe, ela não sossega.
Vera: EU MATO A MAITÊ DESSA VEZ!
Beto: Não é coisa dela.
Elas ficam perplexas
Nina: Não?
Beto: Não. Foi um tal de Kleber que sequestrou ele.
Lara: Kleber? Ele achou a gente? (ela olha assustada para Pedro)
Pedro: Como assim, cara, tem certeza?
Beto: Sim, absoluta. E ele deixou bem claro, só devolve o Gustavo se eu levar a Clara e o Cauã para ele.
Lara se desespera
Lara: NÃO, EU NÃO VOU DEIXAR... PEDRO, A GENTE TEM QUE FAZER ALGUMA COISA, ESSAS CRIANÇAS NÃO PODEM MORRER. (ela chora)
Pedro: Dona Vera, não estava nos meus planos colocar seu filho em risco, eu sinto muito.
Vera: Eu te entendo meu querido.
Lara: PEDRO, A CLARA NÃO VAI COM ELE, O KLEBER É MUITO MAU, ELE É FRIO, UMA COBRA.
Nina: Lara calma, a gente vai pensar em uma maneira para tirar o Gustavo de lá e preservar as crianças.
Vera: Vamos chamar a policia.
Nina: Não, sem policia, pode ser pior. Precisamos pensar em outra coisa.
Beto: EU VOU NO LUGAR DAS CRIANÇAS!
Todos param, olham para Beto, ficam assustados.

Congela em Beto determinado

(Gancho ao som de: Você, o amor e eu – Carlinhos Brown)
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