segunda-feira, 16 de março de 2015

Alice - Capítulo 46


Capítulo 46

ÚLTIMA SEMANA

Cena 1/Alemanha/Catedral de Colônia/Tarde
Olavo e Alice sobem as escadas da Catedral. Prestes a entrar nela, o celular de Alice toca. Ela atende.
ALICE – Alô?
ESTRELA – (cel) Alice?
ALICE – Quem tá falando?
ESTRELA – (cel) Sou eu, querida. A Estrela!
ALICE – Estrela? O que você quer?
OLAVO – A Estrela?
ESTRELA – (cel) Quero que você dê um recado para o meu pai.
ALICE – E eu lá sou pombo correio, garota?
ESTRELA – (cel) É coisa simples!
ALICE – Então fala logo!
ESTRELA – (cel) Diga para ele apressar a volta ao Brasil.
ALICE – E pra quê?
ESTRELA – (cel) Pro meu casamento!
ALICE – COMO É QUE É?
ESTRELA – (cel) Isso mesmo, querida. O Estevão e eu vamos nos casar!
Foco na expressão furiosa de Alice, que fica calada por alguns minutos.
ESTRELA – (cel) Alô? Alice?
Alice desliga o telefone.
OLAVO – O que a Estrela queria?
ALICE – Me provocar.
OLAVO – Te provocar? Como assim?
ALICE – Digo, me dizer uma coisa.
OLAVO – Coisa? Que coisa? Me fala!
ALICE – Ela e o Estevão vão se casar!
OLAVO – Que notícia maravilhosa!
ALICE – Você não imagina o quanto.
OLAVO – E ela disse a data?
ALICE – Não. Apenas disse que em alguns meses isso vai acontecer.
OLAVO – Você não parece estar muito feliz com o casamento dela.
ALICE – Quem tem que estar feliz é a noiva. E agora vamos embora porque eu perdi a vontade de passear! Estou me sentido mal.
OLAVO – Tá sentindo o que, meu amor?
ALICE – Ânsia de vomito!
Alice desce as escadas da catedral e Olavo vai logo atrás.

Cena 2/Mansão Albuquerque/Sala de Estar/Manhã
Renata encara Cristina. Ambas de pé.
RENATA – Então essa é a sua proposta?
CRISTINA – Sim. Vai topar ou não?
RENATA – Por que você está fazendo isso?
CRISTINA – Isso o quê? Te ajudando a tirar sua filha da cadeia?
RENATA – Não. Querendo tudo o que é meu!
CRISTINA – Diversão. É por isso que estou fazendo essas coisas! Por diversão. E por caridade também.
RENATA – Caridade?
CRISTINA – Sim, querida. Pense comigo, se você aceitar essa proposta, a sua filha sai da cadeia!
RENATA – E ela e eu ficamos sem teto.
CRISTINA – Mais cedo ou mais tarde vocês ficariam sem essa casa. Você está na merda, Renata! Na merda! Sem um tostão furado no bolso. Eu estou sendo bondosa o suficiente para te oferecer ajuda. Agora basta você engolir seu orgulho idiota e aceitar a minha proposta. Me vende essa casa e eu tiro sua filha da cadeia! Ela vai ficar livre e com a ficha limpa.
RENATA – E como eu posso acreditar que isso é verdade?
CRISTINA – Você só vai saber se arriscar.
Renata encara Cristina.
RENATA – Eu aceito!
Cristina sorri.
CRISTINA – Garota esperta!
RENATA – Mas você vai mesmo tirar minha filha da prisão?
CRISTINA – Palavra de escoteira! Eu vou tirar a sua queridinha da cadeia, mas essa casa vem pra mim!
RENATA – Negócio fechado.
Cristina estende a mão para Renata, que não a cumprimenta.
CRISTINA – Você não vai se arrepender!
Cristina sorri.

Cena 3/Delegacia/Cela/Manhã
Paloma sentada no chão, com as pernas encolhidas e os braços em volta dela.
PALOMA – Eu tenho que sair daqui! Não posso padecer nesse inferno.

Cena 4/Mansão Albuquerque/Sala de Estar/Manhã
CRISTINA – Quando essa casa for minha vou mandar reformar tudinho! Não quero uma lembraça sua aqui dentro.
RENATA – Por que você é tão má, hein?
CRISTINA – Por puro prazer. Sou sádica! Me divirto vendo a dor alheia.
RENATA – Até a dor do seu próprio marido?
CRISTINA – O que você quer dizer com isso?
RENATA – Desde o Marcos sofreu esse acidente você não demonstra um por cento de preocupação. Por que, hein?
CRISTINA – Porque eu não o amo!
RENATA – Então por que diabos se casou com o Marcos? Por que destruiu o meu relacionamento com ele?
CRISTINA – Uma pergunta de cada vez, querida. A resposta pra sua primeira pergunta é: me casei com Marcos por ambição. Eu sabia que ele conseguiria dar o golpe em você e que sairia rico dessa, então apenas joguei do lado certo. E a segunda resposta é simples também. Eu não destrui o seu relacionamento com o Marcos porque vocês nunca tiveram um relacionamento! Ele jamais te amou. Tanto que te deu um golpe milionário e te deixou nessa situação.
RENATA – O que eu fiz pra merecer isso?
CRISTINA – Foi otário! Acreditou que o amor existe. Pensou que o Marcos era o seu príncipe encantado e que vocês viveriam felizes para sempre. Mas a vida não é um conto de fadas, Renata. Ela é cruel! E é por isso que eu sou assim, má! A vida me ensinou a ser cruel. Eu fui uma boa aluna e aprendi cada lição.
Renata e Cristina se encaram até que o silêncio é quebrado pelo toque do celular de Cristina.
CRISTINA – Alô?
..
CRISTINA – O Marcos o quê?
...
CRISTINA – Tudo bem, eu estou indo para aí.
Cristina desliga o celular.
RENATA – Quem era? O que aconteceu com o Marcos?
CRISTINA – O estado dele se agravou e o médico acredita que essas sejam as últimas horas de vida do meu querido marido. Se você quiser vir comigo, está convidada! O meu carro está lá fora.
Renata e Cristina se encaram.

CORTA PARA:

Cena 5/Hospital São Lucas/UTI/Manhã
Adriana, Cristina, Renata e o médico estão do lado de fora da UTI.
RENATA – E então, qual o estado dele?
MÉDICO – Evoliu de estável para gravíssimo.
ADRIANA – Meu Deus!
RENATA – E não há chances dele sobreviver?
MÉDICO – Infelizmente, não.
Algumas lágrimas escorrem dos olhos de Renata.
CRISTINA – Que fato lamentável!
RENATA – Como você é dissimulada, garota! Agora mesmo me disse que não ama o Marcos. Quer enganar a quem com esse teatrinho barato? Essa atuação micha?
CRISTINA – Posso não demonstrar fisicamente, mas a dor que sinto em minha alma é enorme! O medo de perder o meu marido é maior que tudo. Doutor, salve a vida do Marcos, por favor!
MÉDICO – Faremos o possível.
RENATA – E eu posso vê-lo?
MÉDICO – Eu ia dizer isso agora mesmo para a senhora. O Marcos susurrou algumas palavras e uma delas mencionava o seu nome. Acredito que ele queira vê-la.
ADRIANA – Diz pro Marcos que eu sinto muito por tudo isso.
Renata encara Adriana.

Cena 6/Hospital São Lucas/UTI/Quarto de Marcos/Tarde
Renata abre a porta lentamente e entra no quarto. Marcos não está mais entubado. Ela se aproxima da cama e segura em sua mão.
MARCOS – Renata...
Marcos, quase sem forças para falar, sussurra algumas palavras.
RENATA – Não diz nada! Apenas me escuta.
Marcos tenta olhar para Renata.
RENATA – Eu sei que você foi um canalha comigo. Me traiu, me enganou, disse que me amava, mas na verdade estava tramando pelas minhas costas! Foi amante da minha melhor amiga e da garota que se dizia minha filha. Me deu um golpe e me deixou na miséria, na pior! Eu tenho todos os motivos do mundo para te odiar, Marcos... mas não consigo! Eu te amei e ainda te amo com todo o meu coração. Com você eu passei momentos de pura alegria, sem saber que tudo na verdade era uma mentira. E acredito que lá no fundo você tenha me amado de verdade! Lamento que tenha se deixado levar pelo amor ao dinheiro. Mesmo com tudo o que você fez, eu não te desejo o pior. Espero que consiga sair dessa, ileso. Eu gosto muito de você Marcos, de verdade. E odeio te ver nessa situação. Eu te amo!
Renata chora.
MARCOS – Me perdoa... Por favor!
RENATA – Eu te perdoo sim, meu amor.
MARCOS – Por tudo! Eu fui um canalha com você.
RENATA – Não se esforce!
MARCOS – Eu tenho que falar porque sei que essas serão minhas últimas palavras. Eu deveria ter te dado o devido valor, deveria ter te tratado com mais amor, sinceridade e tudo o que você merecia! Eu estou arrependido de tudo o que fiz e por isso... Por isso fiz algo que acredito que vai te ajudar a se reerguer.
RENATA – O quê? O que você fez?
MARCOS – Você vai descobrir já, já.
Marcos faz sinal com a mão para que Renata se aproxime dele. Renata abaixa-se e coloca seu ouvido perto da boca de Marcos.
MARCOS – Eu... te... amo! Meu amor.
Marcos, com muito esforço, dá um leve beijo na bochecha de Renata, que chora.
Os aparelhos apitam, anunciando a morte de Marcos. Os paramédicos, imediatamente, entram no quarto com o desfibrilador, tentando reanimar Marcos, sem sucesso. Adriana corre para dentro do quarto e, chorando, abraça Renata, desolada. Cristina observa tudo e ri.

Cena 7/Mansão Grimaldi/Escritório/Tarde
Franco sentado na cadeira, analisando uns papéis. Victoria também sentada, mas na mesa, com as pernas cruzadas.
VICTORIA – Muito trabalho, meu amor?
FRANCO – Nada demais.
VICTORIA – E o que são esses papéis?
FRANCO – Estou apenas analisando.
VICTORIA – E é sobre o quê?
FRANCO – O testamento do Marcos Fraga.
VICTORIA – Pobre homem, está numa situação difícil.
FRANCO – Também lamento por ele. Acredito que dessa ele não sai!
VICTORIA – E por que você acha isso?
FRANCO – O último boletim médico que recebi me disse que o estado do Marcos havia piorado.
VICTORIA – E você acha que ele tem chances de se salvar?
FRANCO – Não. Infelizmente, não.
VICTORIA – E o que diz esse testamento? Se não for muito mal educado me dizer, claro!
FRANCO – De forma alguma, meu amor. Acho que o Marcos se deu conta do erro que cometeu e decidiu devolver para a Renata tudo o que pertencia a ela.
VICTORIA – O que você quer dizer com isso?
FRANCO – Depois da morte dele, a Renata vai herdar tudo o que era dela.
Victoria fica pasma.

Cena 8/Vila do Sossego/Casa de Madalena/Sala/Tarde
Carmen, Patrícia e Madalena sentadas no sofá.
CARMEN – E então, Mad, como está a sua filha?
MADALENA – Viajando em lua de mel.
PATRÍCIA – E ela disse quando volta?
MADALENA – Não. Mas que mal lhe pergunte, por que tanta curiosidade?
PATRÍCIA – Por nada!
CARMEN – Até parece que você não conhece essa aí. Adora uma fofoca!
PATRÍCIA – Eu compartilho os fatos de uma maneira diferente.
CARMEN – Resumindo: fofoca.
MADALENA – Ai, meninas, vocês não cansam, né? (risos)
PATRÍCIA – Essa aí que vive implicando comigo!
CARMEN – Apenas digo a verdade, querida.
Madalena ri.
MADALENA – Só vocês duas mesmo!

Cena 9/Alemanha/Rua/Tarde
O táxi com Alice e Olavo está parado na rua. Chove um pouco. Alice olha pela janela do veículo.
ALICE – (em pensamento) Eu não vou deixar esse maldito casamento acontecer. Não vou mesmo! A felicidade daqueles dois não vai vir nunca. Não no que depender de mim! Eu posso estar casada com o Olavo, mas o Estevão pertence a mim! Ele é só meu e de mais ninguém! Não vou deixar aquela vagabunda se casar com o meu homem. Eu vou impedir esse casamento nem que tenha que matar um dos dois... Nem que tenha que matar!

SEMANAS DEPOIS

Cena 10/Delegacia/Saída/Noite
Cristina, Renata, Paloma, Adriana e o advogado na porta da delegacia.
CRISTINA – A minha boa ação foi feita e minha vaga já está garantida no céu. Boa sorte na nova vida que vocês vão levar daqui em diante!
Cristina ri e, junto com o advogado, vai embora.
PALOMA – Enfim livre!
RENATA – E sem casa.
PALOMA – Lamento que você tenha se sacrificado por mim de tamanha maneira.
RENATA – Eu não estou reclamando, querida! Tudo o que fiz por você é válido.
Renata acaricia o rosto de Paloma.
ADRIANA – A gente vai dar a volta por cima!
PALOMA – Juntas somos mais fortes!
RENATA – E acredito que nossa vida vai mudar pra melhor em breve.
PALOMA – E por que você pensa isso?
RENATA – Antes de morrer o Marcos me disse que fez algo que vai ajudar a me reerguer.
PALOMA – E você sabe o que pode ser isso?
RENATA – Não faço a mínima idéia.
ADRIANA – Vamos logo porque porta de delegacia não é o lugar mais propenso para colocar o papo em dia!
RENATA – Vamos sim.
Renata abraça Paloma e depois coloca a mão em seu ombro. As três descem as escadas.

TRÊS MESES DEPOIS

Cena 11/Rio de Janeiro/Aeroporto/Interno/Noite
Alice e Olavo, empurrando algumas malas em um carrinho, desembarcam no aeroporto. Eles caminham, felizes.

Cena 12/Rio de Janeiro/Aeroporto/Saída/Noite
Olavo e Alice saem do aeroporto e fazem sinal para um táxi, que para. O taxista sai do carro e, com a ajuda de Olavo, coloca as malas no porta-malas. Alice os observa.
ALICE – Agora sim o jogo vai começar de verdade! Um jogo com muito sangue... Nada melhor do que uma morte para marcar minha volta ao Brasil!
Alice sorri.

Cena 13/Mansão Montenegro/Sala de Estar/Noite
César e Odete sentados no sofá. Bianca em sua poltrona.
BIANCA – E como foi a viagem de volta?
CÉSAR – Exaustiva!
ODETE – Mas a viagem em si foi tão maravilhosa.
BIANCA – Nada melhor do que uma lua de mel, né? Fico feliz que vocês tenham, enfim, conseguido um pouco de paz!
Bianca sorri.
CÉSAR – E você, filha, não pretende conhecer ninguém novo?
BIANCA – Se o senhor está dizendo em namorar, não! Antes só do que mal acompanhada.

Cena 14/Mansão Grimaldi/Escritório/Noite
Estrela abre a porta do escritório e vê Olavo sentado na cadeira.
ESTRELA – Pai? Me disseram que eu tinha visita mas não sabia que era você!
OLAVO – Eu decidi voltar uma semana antes do combinado.
ESTRELA – Você ou a Alice?
OLAVO – Nós dois!
ESTRELA – Por que você não abandona essa mulherzinha, hein?
OLAVO – Porque eu a amo!
ESTRELA – Mas pai...
OLAVO – Eu não vim aqui pra discutir com você sobre isso.
ESTRELA – Eu que fui muito agressiva. Perdão!
OLAVO – Eu vim aqui te pedir perdão!
ESTRELA – Perdão? Mas por quê?
OLAVO – Por ter sido um idiota!
ESTRELA – Que isso, pai?
OLAVO – É verdade, Estrela. Quando eu descobri que você estava viva, quer dizer, quando você apareceu no meu casamento, eu deveria ter te tratado melhor. Mas não! Eu fui um bronco e te expulsei de lá.
ESTRELA – Eu já me esqueci de tudo isso!
OLAVO – Jura?
ESTRELA – Sim! Você é meu pai e eu te perdôo por aquela atitude. E sei que errei também! Perdi a cabeça e não deveria ter feito o que eu fiz.
OLAVO – Então você me perdoa?
ESTRELA – Nós nunca estivemos mal!
Olavo e Estrela, emocionados, se abraçam.
ESTRELA – E agora? O que o senhor vai fazer?
OLAVO – Preciso conversar com a sua mãe!

Cena 15/Mansão Garcia/Quarto de Alice/Noite
Alice e Fábio estão transando.
ALICE – Nada melhor que voltar ao Brasil e matar a saudade... na cama do corno!
Alice ri e volta a beijar Fábio.

Cena 16/Mansão Grimaldi/Escritório/Noite
Victoria e Olavo sentados frente a frente. Ela atrás da mesa e ele em uma cadeira, na frente.
VICTORIA – Então você quer conversar comigo?
OLAVO – Sim.
VICTORIA – Sobre o quê? Sobre como a sua lua de mel foi maravilhosa?
OLAVO – Não.
VICTORIA – E sobre o que então?
OLAVO – Eu quero te pedir perdão!
VICTORIA – Perdão?
OLAVO – Sim. Perdão por ter te traído! Perdão por ter te enganado e sido um cafajeste contigo. Eu deveria ter colocado tudo em pratos limpos e não te traído, como fiz.
VICTORIA – Olha Olavo...
OLAVO – Você me perdoa?
VICTORIA – A traição é o tipo de erro que o ser humano escolhe cometer. Você me traiu porque quis! Eu nunca te dei motivos para isso. Nunca! Sempre fui leal e fiel a você. Recebi amor durante anos dos nossos casamentos, mas nos últimos meses você só soube me enganar. Me traiu com a mulher que se dizia minha melhor amiga e melhor amiga de minha filha. Eu te amei com todo o meu coração e também te odiei, mas a única coisa que eu sinto por você agora é pena! Pena porque está envolvido em um casamento sem amor. Você pode amar a Alice, mas ela não te ama! Aquela lá só se importa com o dinheiro. E eu lamento que você tenha se deixado cegar por ela. Mas ao mesmo tempo te agradeço porque encontrei um homem maravilhoso. O Franco me ama tanto quanto eu o amo! Nós somos almas gêmeas e, enfim, depois de muito choro e tristeza, reencontrei a felicidade. Obrigada por me trair, Olavo! Eu sou uma nova mulher agora, uma mulher melhor!
OLAVO – Bom... Isso significa que você me perdoa?
VICTORIA – Sim. Eu te perdôo! E espero que você abra os olhos quanto ao caráter da Alice. Apesar de ter me traído, você é uma boa pessoa e merece ser feliz de verdade. Boa sorte, Olavo! Que você encontre um amor verdadeiro e seja tão feliz quanto eu sou com o Franco.
Victoria sorri para Olavo.

Cena 17/Vila do Sossego/Casa de Madalena/Sala/Noite
MADALENA – Meu Deus... Por que eu ainda tenho essas lembranças? Porque eu ainda me lembro disso? Eu quero apagar essa parte trágica do meu passado da memória. Eu quero esquecer que um dia o meu marido... O meu marido foi assassinado!

CORTA PARA:

Cena 18/Mansão Garcia/Noite
A cena oscila em mostrar Alice e Fábio transando na cama de Olavo e ele chegando em casa. Segue oscilando em mostrar Alice com o amante e, agora, Olavo entrando em casa, sem fazer barulho.

CORTA PARA:

Cena 19/Mansão Garcia/Quarto de Alice/Noite
Alice e Fábio ainda transando. Olavo abre a porta e flagra os dois.
OLAVO – ALICEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
Alice, com o berro, para de transar com Fábio e, assustada, encara Olavo.
OLAVO – O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI, SUA VADIA?
ALICE – OLAVO?
OLAVO – NÃO, O COMENDADOR DA NOVELA DAS 9!
ALICE – Eu posso te explicar, meu amor!
FÁBIO – IH, deu ruim...
OLAVO – Não tem o que explicar, sua vagabunda! Você está me traindo!
ALICE – Não é bem assim...
OLAVO – Ah, então vai dizer que é o quê? Que você e o Fábio estão brincando de pique-pega embaixo das cobertas?
ALICE – Embaixo delas não porque a gente estava meio descoberto! (risos)
OLAVO – E ainda zomba de mim, vagabunda!
ALICE – Quer que eu seja séria? Tá bom! Então vamos lá. Eu estou te traindo sim, seu otário!
Alice enrola-se no lençol da cama e se ajoelha na cama. Olavo se aproxima dela e lhe dá uma bofetada. Fábio observa.
OLAVO – EU VOU TE DESTRUIR, SUA VAGABUNDA!
ALICE – BATE, BATE OLAVO! BATE PORQUE OS TAPAS QUE VOCÊ ME DER NÃO VÃO DIMINUIR O PESO DOS SEUS CHIFRES!
Olavo segura Alice pelo cabelo.
OLAVO – Por que você fez isso comigo, hein? Por que você me traiu? Eu te amo tanto!
ALICE – Um homem que troca uma mulher como a Victoria por uma ruiva gostosa como eu, com cara de inocente, não merece fidelidade! Você traiu uma mulher que foi fiel a você, Olavo! Traiu a sua parceira! Queria que eu te respeitasse? Claro que não! E digo mais, só não fiquei com outros porque não tive oportunidade. Você me importunava a cada segundo, não me dava um minuto de paz! Nem pra arrumar um amante eu tive tempo! Nem pra isso!
Olavo solta Alice e dá outra em bofetada nela que, rindo, cai na cama. Fábio segue observando.
OLAVO – E você hein, seu motoristazinha de bosta? Vai ficar aí me olhando! EU VOU TE MATAR!
Olavo avança para cima de Fábio, que o dribla, pula por cima da cama e foge do quarto.
OLAVO – Olha que merda de amante você arrumou, Alice! Te deixou sozinha!
ALICE – A gente vai se encontrar depois! Pra transar mais ainda. E nessa cama aqui!
Olavo esbofeteia Alice, sobe em cima dela e começa a enforcá-la.
OLAVO – NESSA CAMA VOCÊ NÃO DEITA MAIS! E NEM NESSA CASA VOCÊ COLOCA MAIS OS PÉS!
Alice passa a mão sobre o criado-mudo, pega o abajur e joga contra a cabeça de Olavo, que cai na cama, desmaiado.
ALICE – Meu Deus... Eu o matei! Eu matei o Olavo!
Desnorteada, Alice se enrola no lençol e sai do quarto, correndo. Olavo acorda aos poucos e, meio tonto, pega o revólver que estava na gaveta do criado-mudo. Ele puxa o gatilho.
OLAVO – ALICEEEEEEEEEEEEEEEE! EU VOU TE PEGAR SUA VADIA!
Olavo sai correndo do quarto.

Cena 20/Mansão Grimaldi/Sala de Estar/Noite
ESTRELA – Então quer dizer que o papai também te pediu perdão?
VICTORIA – Sim. E eu o perdoei! Apesar de tudo eu quero bem do Olavo.
ESTRELA – Mas a senhora sabe que o bem pro papai só virá se ele se separar da Alice, né?
VICTORIA – Sei. Sei muito bem e por isso tentei alertá-lo! Mas o Olavo está cego de amor. Ele não vai abandonar aquela piranha nunca. A não ser que...
ESTRELA – A não ser que o quê?
VICTORIA – Que aconteça uma tragédia!
ESTRELA – Que horror, mamãe! Pé de pato mangalô três vezes.
Estrela bate na mesinha perto do sofá. Estrela e Victoria se encaram.

Cena 21/Mansão Garcia/Sala/Noite
Alice desce as escadas correndo, tropeça no lençol e cai escada abaixo. Olavo, com frieza e lentidão, desce as escadas e se aproxima de Alice, com medo.
ALICE – O que você vai fazer comigo?
OLAVO – Te matar, sua piranha!
Olavo pega Alice pelos cabelos, a levanta do chão e joga-a no sofá.
Toca a instrumental Desespero – Império.
Olavo deixa a arma jogada no chão, sobe em cima de Alice e começa a enforcá-la com as próprias mãos.
OLAVO – Eu devia te matar com um tiro na testa, Alice. Mas seria rápido demais! Você merece uma morte lenta e dolorosa por fazer o que fez comigo. Eu te odeio, Alice! Te odeio!
Alice tenta tirar as mãos de Olavo de seu pescoço, mas não consegue. Ela fica vermelha e Olavo aperta com mais força. Alice tenta reagir mas está sem forças. Um tiro é disparado e Alice arregala os olhos, tal qual Olavo. Suspense no ar, deixando icognita quem foi baleado. Minutos depois, Olavo começa a soltar o pescoço de Alice e cai sob a mesinha de vidro, quebrando-a. Uma poça de sangue começa a se formar em baixo das costas de Olavo. Alice enrola-se no lençol e, tossindo, senta-se no sofá. Fábio aponta a arma para Olavo.
FÁBIO – Foi necessário, meu amor! Pra te salvar!
Alice, sorrindo, encara Fábio.

FIM DE CAPÍTULO


Dia 23, estreia, de Lady Marizete: Rainha do Mar. A sua nova web novela das 7.
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