FAKES
MEDICAL - 1x04:
CENA
01: GALPÃO - NOITE - INT.
A
câmera adentra um galpão. Uma certa escuridão predomina ali. As
luzes se acendem. Um instrumental de suspense toca no fundo. Podemos
ver Beatriz senta numa cadeira. Seus olhos estão vendados e sua boca
amordaçada. Braços e pernas bem amarradas. Um dos capangas de Pilar
entra no galpão e vai até Beatriz.
CAPANGA
- Hora
de comer.
Ele
tira a mordaça da boca de Beatriz.
BEATRIZ
- Eu
não quero comer, quero sair daqui. Alguém me ajuda! Socorro!
CAPANGA
- Calada!
Ou será pior pra você.
BEATRIZ
- O
que vocês querem comigo? Se for dinheiro, eu tenho, e muito! Por
favor, apenas me deixem ir embora!
CAPANGA
- Urgh!
Chega de falar.
Ao
tentar colocar a mordaça de volta em Beatriz, ela morde a mão do
capanga e a mordaça cai.
CAPANGA
- Vagabunda!
O
capanga dá um tapa no rosto de Beatriz. Nesse momento, Pilar entra
no galpão.
PILAR
- Algum
problema?
CAPANGA
- Sim.
Você não me disse que iriamos sequestrar uma cadela, olha só o que
ela me fez.
Ele
mostra a mordida feita por Beatriz.
PILAR
- Saia
daqui, me deixe a sós com ela.
BEATRIZ
- Essa
voz... Quem é você?!
O
capanga sai do galpão. Pilar pega uma cadeira e a coloca na frente
de Beatriz. Logo depois, ela se senta e retira o pano que vendava os
olhos de Beatriz.
BEATRIZ
- PILAR?!
PILAR
- Isso
mesmo queridinha. Hora de termos uma conversinha, depois de quinze
anos!
ESCRITO
E CRIADO: @Lesbidani
SUPERVISÃO:
@DoutorEveraldo
ARTE:
@Brancorna
CENA
02: PASSAGENS - DIA
Passagens
pela cidade do Rio de Janeiro, amanhecendo ao som de Apologize.
DIAS
DEPOIS
CENA
03: APARTAMENTO DE MARIA MARTA - DIA - INT.
Stela
abre as cortinas e a luz solar ilumina totalmente o quarto de Maria
Marta. Stela vai até a sua mãe que está deitada na cama, porém
acordada. Seus olhos parecem cansados, isso pelo fato da mesma ter
ficado acordada por noites enquanto esperava por uma possível
ligação de quem sequestrou Beatriz. Stela senta-se na cama e
acaricia o cabelo dela.
STELA
- Mãe,
não consigo imaginar o tamanho da dor que a senhora está sentindo
nesse momento. Mas olha... Você precisa levantar dessa cama, se
alimentar, fazer alguma coisa.
MARIA
MARTA - Como?
A Beatriz era uma das minhas razões de viver. Já se passaram dias,
Stela e até agora nenhuma noticia ou ligação, nada. Só de pensar
que ela pode estar...
STELA
- Nem
fala isso. Tenho fé que a Beatriz está "bem". Mas não
seria melhor se a senhora também estivesse bem? Caso ligassem ou até
se a devolverem.
MARIA
MARTA - Tens
razão, minha filha. Hoje mesmo eu volto a trabalhar.
STELA
- Vem
comigo. Tem café esperando pela senhora na cozinha.
MARIA
MARTA - Já
estou indo. Só preciso tomar um banho e me arrumar.
STELA
- Ok.
Stela
sai do quarto e Maria Marta se senta na cama.
MARIA
MARTA - Beatriz...
Se algo de ruim tiver acontecido com você, não terei condiçoes de
continuar vivendo.
CENA
04: APARTAMENTO DE CONNOR - SALA - DIA - INT.
Patricia
sentada no sofá, mexe em seu notebook. Connor vai até ela e entrega
uma xícara de café.
CONNOR
- Bom
dia.
PATRICIA
- Bom
dia.
CONNOR
- O
que tanto você pesquisa?
PATRICIA
- Estou
tentando achar uma foto que vi na época em que pesquisava pelo
hospital...
CONNOR
- Aposto
que nessa foto tinha o homem que você diz ter visto na van que levou
a Beatriz, não é mesmo?
FLASHBACK
CINCO
DIAS ATRÁS...
Homens
armados e vestidos de preto saem da van. Patricia que passava por
ali, se esconde e observa tudo. Ela presta atenção num homem dentro
da van. Esse homem é Félix. Após colocarem Beatriz na van e
fugirem, Patricia corre até Maria Marta, que chora no chão.
PATRICIA
- Marta!
O que aconteceu?!
MARIA
MARTA - Homens
levaram a Beatriz. Chama a polícia, por favor!
PATRICIA
- Chamarei,
mas primeiro vamos entrar no hospital. Você precisa tomar uma água,
se acalmar.
Maria
Marta levanta-se e entra no hospital acompanhada de Patricia, que ao
telefone chama a polícia.
FIM
DO FLASHBACK
PATRICIA
- Sim.
Tenho certeza que já vi aquele homem. E você, têm alguma novidade?
CONNOR
- O
Ben não me contou nenhuma novidade. Sabe o tanto quanto nós.
PATRICIA
- Hm...
Falando em Ben, as desconfianças pararam?
CONNOR
- Pararam.
Inventei que eu tinha uma irmã com câncer, e o bobo acreditou.
PATRICIA
- Ótimo!
Ei, acho que encontrei a foto. Vem ver.
Patricia
abre a foto e aponta o dedo para o homem. Connor o reconhece.
CONNOR
- Eu
conheço ele.
PATRICIA
- Conhece?
CONNOR
- Sim,
sim. Seu nome é Félix Khoury. Parece que ele já foi um enfermeiro
do hospital. Mas saiu do país, há quinze anos atrás, ao receber
uma bolada milionária.
PATRICIA
- Quinze
anos atrás? Estranho...
CONNOR
- O
quê?
PATRICIA
- O
marido da Branca sumiu há quinze anos.
CONNOR
- Pode
ser apenas uma coincidência, ué.
PATRICIA
- Pode
ser...
Patricia
continua olhando atentamente para a foto.
CENA
05: HOSPITAL LANGE - ADMINSTRAÇÃO - DIA - INT.
Cora
entra em sua sala e se depara com José Pedro, sentado em sua
cadeira.
CORA
- Mas
que diabos você está fazendo aqui?!
PEDRO
- Esperando
por você. Precisamos conversar.
CORA
- Desculpe,
Pedro. Porém não tenho nada para conversar com você.
PEDRO
- Claro
que temos! Descobri tudo, querida.
CORA
- Como
assim descobriu "tudo"?
PEDRO
- Das
transferências milionárias feitas com o dinheiro do hospital para
uma conta sua, no exterior.
CORA
- Só
pode estar blefando...
PEDRO
- Eu
não estou, e você sabe muito bem disso. E então, Cora, vamos
conversar ou você vai continuar fingindo não saber de nada?
Eles
se encaram.
CENA
06: HOSPITAL LANGE - PRESIDÊNCIA - DIA - INT.
Guto
está sentado numa cadeira dentro da sala de Branca. Marizete entra e
vai até ele segurando um copo de suco.
MARIZETE
- Aqui
está o suco, seu Guto.
GUTO
- Obrigado
Marizete.
Ao
entregar o suco a Guto, ela acaba derramando de próposito, manchando
toda a camisa de Guto.
MARIZETE
- Ai
meu deus... Desculpe-me, senhor Gustavo. Foi sem querer. Mas eu já
limpo. Só... tire sua camisa, ok?
GUTO
- Marizete,
não precisa. Está tudo bem.
MARIZETE
- Eu
insisto!
Marizete
pega um pano e Guto tira a camisa que estava vestindo. Marizete passa
o pano no peitoral úmido de Guto.
MARIZETE
- Nossa...
Que peitoral, hein. Quanta força. O senhor malha?
GUTO
- Bom,
as vezes. Aos fins de semana (risos). Acho que já está bom.
Branca
entra na sala, flagrando tudo. Marizete para de passar o pano em
Guto, que veste sua camisa de volta.
BRANCA
- O
que está acontecendo aqui?
GUTO
- Nada
de mais, mãe. É que a Marizete acabou derramando o suco em mim sem
querer e e ela se ofereceu para enxugar.
MARIZETE
- Já
estou indo, desculpe novamente.
GUTO
- Sem
problemas.
Marizete
sai da sala. Branca coloca a pasta que estava segurando em sua mesa.
BRANCA
- Essa
daí é louquinha por você.
GUTO
-
Pois é.
BRANCA
- Só
espero que você não se interesse por ela. O seu casamento com a
Stela está marcado, e ela é uma boa garota.
GUTO
- Pode
deixar, mãe. Eu amo a Stela. Ela pediu para avisar que a Marta volta
a trabalhar hoje.
BRANCA
- Coitada
da Marta... Deve estar sofrendo tanto quanto sofri há quinze anos,
quando o seu pai sumiu...
GUTO
- A
senhora ainda sente muita falta dele, não é?
BRANCA
- Sim,
meu filho. Muita falta...
Guto
vai até Branca e a abraça.
CENA
07: FLASHBACK - MANSÃO LANGE - QUARTO - DIA - INT.
Branca
se arruma para o hospital. É quando Claudio entra no quarto, depois
de ter passado a noite inteira fora de casa. Claudio abraça ela por
trás.
BRANCA
- Você
poderia fazer o favor de me soltar?
CLAUDIO
- Acho
que não.
Branca
dá um tapa nele.
BRANCA
- Isso
é por ter passado a noite inteira fora. Qual a desculpa dessa vez,
Cláudio?
CLAUDIO
- Meu
amor... Eu sou um homem ocupado. Presidente de um hospital, precisei
ficar mesmo até tarde. Resolver problemas...
BRANCA
- Sei
bem os problemas que você resolveu até tarde. Mas saiba que essa
desculpinha não funciona mais, Claudio.
CLAUDIO
- Para
de me encher, Branca. Acredite se quiser.
BRANCA
- Olha
aqui, Claudio. Te direi uma coisa. E é melhor você prestar bastante
atenção. Caso eu descubra uma traição sua, te matarei.
Eles
se encaram e Branca saiu do quarto.
CENA
08: HOSPITAL LANGE - ADMINSTRAÇÃO - DIA - INT.
Cora
e José Pedro continuaram a se encarar.
CORA
- Tudo
bem, eu admito. Estava mesmo roubando do hospital. Satisfeito?
PEDRO
- Não.
Eu quero mais do que uma confissão. Quero uma parte do dinheiro que
você está roubando. Participar desse seu esquema.
CORA
- E
por quê eu faria isso?
José
Pedro mostra a ela um gravador que gravou tudo que ela falou. Ele
reproduze.
PEDRO
- Pois
se você não fazer isso, esse gravador vai direto para as mãos da
Branca. E ai... Que deus tenha pena da sua alma.
CORA
- Patético.
PEDRO
- Você
que sabe. Te dou até a noite para pensar.
CORA
- Não
precisa esperar até lá. Eu aceito te dar uma parte do dinheiro.
PEDRO
- Assim
que eu gosto de ver.
José
Pedro aperta a mão de Cora, ela corresponde. Depois, José Pedro sai
da sala. Cora joga um fraco que estava em sua mesa no chão.
CORA
- Desgraçado!
Preciso me livrar urgentemente dele.
Focamos
em José Pedro, que ouviu tudo atrás da porta.
PEDRO
- Vamos
ver quem cai primeiro, queridinha.
CENA
09: GALPÃO - DIA - INT.
Pilar
entra com alguns sacos em mão. Ela coloca os sacos na mesa, retira
uma quentinha e vai até Beatriz. Ao oferecer, Beatriz balança a
cabeça negativamente.
PILAR
- Vai
continuar se recusando a comer?
BEATRIZ
- Não
me diga que está preocupada comigo?
PILAR
- Claro
que estou! Se não comer, você vai acabar morrendo. E minha vingança
não terá sido pra nada.
BEATRIZ
- Essa
sua vingança não te levará a nada, Pilar. Me deixe ir embora, por
favor! Desculpe pelo o que eu fiz.
PILAR
- Você
acha que desculpas é o suficiente depois de tudo o que eu sofri
naquele maldito manicômio? Eu quero mais, Beatriz!
BEATRIZ
- Então
mate-me de uma vez!
PILAR
- A
morte seria muito fácil para você. Eu posso até te matar, mas
primeiro você sofrerá muito. E esse sofrimento começa agora.
Pilar
vai até o seu bolso e pega uma tesoura.
BEATRIZ
- Pilar,
o que você vai fazer com isso? Espera! Por favor, não faz isso! Me
desculpa!
Ela
fura dois dedos de Beatriz, que grita de dor. Os capangas entram no
galpão e vão até ela.
PILAR
-
Tirem fotos dela e dos dedos. Quero que a querida Maria Marta veja
como o amor de sua vida está sofrendo. (risos)
Close
no rosto de Pilar, sorrindo.
CENA
10: HOSPITAL LANGE - VICE-PRESIDÊNCIA - DIA - INT.
Branca
entra na sala de Maria Marta, e vai até ela, que observa um
porta-retrato com uma foto de Beatriz.
BRANCA
- Minha
amiga... Eu sinto muito sobre tudo isso.
Elas
se abraçam.
MARIA
MARTA - Obrigado
pelo apoio, Branca.
BRANCA
- Amigas
servem pra isso. Você fez muito bem em vir trabalhar.
MARIA
MARTA - Só
senti que não podia continuar deitada naquela cama...
BRANCA
- A
policia deu alguma novidade?
MARIA
MARTA - Nenhuma,
Branca. E é isso que me estranha. Os sequestradores já deviam ter
pelo menos ligado.
BRANCA
- Talvez
ainda não acharam que seja o momento certo..
MARIA
MARTA - Dúvido
muito. É como se estivessem fazendo isso para me atingir.
BRANCA
- Quem
seria tão cruél a ponto disso?
MARIA
MARTA - Eu
não sei, realmente não sei...
CENA
11: PASSAGENS - NOITE
Passagens
pela cidade do Rio de Janeiro, anoitecendo.
CENA
12: APARTAMENTO DE MARIA MARTA - NOITE - INT.
No
quarto de Maria Marta, Stela recolhe alguns fios de cabelo da escova
de sua mãe. Ela os guarda em saquinhos.
STELA
- O
primeiro passo já dei!
Stela
sai do quarto e volta para a sala. Maria Marta entra no apartamento.
MARIA
MARTA - Boa
noite, minha filha.
STELA
- Boa
noite, mãe. Como foi voltar ao trabalho?
MARIA
MARTA - Nunca
me senti tão bem, apesar de tudo...
Maria
Marta se senta no sofá segurando um envelope.
STELA
- O
que é isso?
MARIA
MARTA - Não
sei. Chegou hoje a tarde para mim. Peguei na portaria, assim que
cheguei.
STELA
- Então
abre, mãe.
Ela
abre o envelope e dentro contém fotos de Beatriz e de seus dedos,
furados.
MARIA
MARTA - Meu
deus!
Chocada
com as fotos, Maria Marta acaba as derrubando e começa a chorar.
MARIA
MARTA - DESGRAÇADOS!
DESGRAÇADOS!
Stela
abraça sua mãe, que continua a chorar.
CENA
13: APARTAMENTO DE CONNOR - SALA - NOITE - INT.
Connor
entra em seu apartamento, acompanhado de Ben.
CONNOR
- E
então, Ben, o que é tão importante que tivemos que vir para o meu
apartamento.
BEN
- Como
você foi capaz de mentir para mim, Connor? Eu investiguei a garota
com câncer, e adivinha só o que eu descubri: ela nem sequer é a
sua irmã!
CONNOR
- Ben...
BEN
- Não
me vem com esse "Ben...". Me conta a verdade. Por quê você
inventou essa história? E com quem você realmente estava falando!
CONNOR
- Você
quer a verdade.
BEN
- Sim,
por favor.
CONNOR
- É
essa a verdade.
Connor
empurra Ben no sofá e o agarra. Os dois transam ali mesmo, no sofá.
CENA
14: RUA - NOITE - EXT.
Guto
e Stela caminham de mãos dadas.
GUTO
- Realmente
mandaram essas tais fotos para a sua mãe?! Que horror.
STELA
- Sim,
e a coitada só faltou morrer de tanto chorar.
GUTO
- E
por quê você não ficou dando apoio a ela?
STELA
- E
eu estava. Só que ela me pediu pra ficar um pouco sozinha... Mas eu
tenho uma novidade.
GUTO
- Que
novidade?
STELA
- Peguei
alguns fios de cabelo da minha mãe e amanhã mesmo farei aquilo que
te disse.
GUTO
- Stela!
Pelo amor de deus. Você ainda está com essa idéia na cabeça de
que a Marta não é a sua mãe?
STELA
- E
não tirarei ela da cabeça até que eu descubra a verdade!
GUTO
- Olha
no que você se transformou. A namorada da sua mãe foi sequestrada,
e você parece nem ligar pra isso. Onde está aquela Stela doce que
um dia eu conheci?
STELA
- Claro
que eu ligo pra isso, e muito! A Beatriz era como uma segunda mãe
para mim.
GUTO
- Sério?
Por quê não parece. E tem o nosso casamento, é como se você
tivesse esquecido dele.
STELA
- Não
esqueci, meu amor. Olha, vamos parar de falar disso.
GUTO
- Sabe
de uma coisa, Stela? É melhor adiarmos o nosso casamento.
STELA
- Não
é pra tanto!
GUTO
- Só
até tudo isso passar. Até você voltar a ser o que era.
Guto
sai dali, deixando Stela sozinha.
STELA
- Guto,
volta aqui!
CENA
15: HOSPITAL LANGE - ESCADARIAS - NOITE - INT.
Patricia
sobe as escadas e volta ao mesmo lugar em que quase caiu, dias atrás.
Primeiro ela olha para trás e vê se tem alguém atrás dela. Ela
tenta abrir a porta com uma ferramenta. Patricia abre a porta.
PATRICIA
- Finalmente!
Mas
antes que possa entrar, Branca aparece atrás dela e cutuca a mesma,
assustando-a.
BRANCA
- Eu
posso saber que diabos você está fazendo aqui?!
Close
nas duas, se encarando.
FIM
DO EPISÓDIO
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