quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Superação - Capítulo 13


Continuação imediata do capítulo anterior.

Cena 1. Favela – Casa de Tonhão – Quarto de Guilherme – Dia
Guilherme em frente ao computador, conferindo o site do jornal Bertollo.
GUILHERME – Ê sogrão, a filha eu já conquistei! O próximo passo é a presidência desse jornal! Vida mansa, aí vou eu!
Guilherme fica com um sorriso suspeito no rosto.
GUILHERME – Não importa o que eu tenha que fazer, eu vou ter tudo que eu quero!

Cena 2. Escola Napoinara – Exterior – Dia
Edvaldo e Fábio estão chegando de carro pra deixar Marcelo na escola. Marcelo olha as outras crianças e se desespera.
MARCELO – Desisto! Não quero! Não vou!
FÁBIO – Filho, vamos lá! Eu vou com você até lá dentro.
MARCELO – Não, pai. Eles vão ficar me olhando. Não quero. Não gosto.
FÁBIO – Ninguém vai olhar. E se olharem também, deixa que olhem. Você não deve nada pra ninguém.
EDVALDO – O seu pai tá certo, Marcelo. Você é igual a todo mundo, aliás, você é muito mais inteligente que muita gente aí.
MARCELO – To com medo, mas vamos lá.
FÁBIO – Isso aí, filho! Vamos!
EDVALDO – Boa aula, Marcelo!
MARCELO – Obrigado, vovô!
Marcelo e Fábio vão para a escola. Fábio ajuda Marcelo com seu material.

Cena 3. Hospital – Farmácia – Dia
Ana atendendo os pacientes que foram buscar remédios.
ANA – Aqui está senhor. Obrigada. Um bom dia!
Ana vai atendendo a fila que tá extensa.
ANA – Trouxe a receita, senhora? Não, esse aqui pra retirar, só com a receita.
E assim vai indo, os pacientes vão aparecendo pra buscar os remédios.
ANA – E para o senhor?
Ana toma um susto.
ANA – Você?

Cena 4. Escola Napoinara – Sala da Direção – Dia
MARIANA – E então, filho? Preparado?
DORIVAL – Claro, mãe. Podemos ir.
MARIANA – Eu mesma faço questão de te apresentar.
DORIVAL – Tá bom, mas posso pedir uma coisa?
MARIANA – Claro, filho. O que é?
DORIVAL – Pode não dizer que é minha mãe? Ao menos hoje que to chegando.
MARIANA – Que isso, filho? Tá com vergonha da mamãe é?
DORIVAL – Não, mãe! Que isso! Nunca teria vergonha da senhora.
MARIANA – E então?
DORIVAL – É que eu ainda não conheço ninguém e se a senhora disser que é minha mãe, vão ficar falando que to aqui por causa disso. Eu quero que me reconheçam pelos meus méritos.
MARIANA – Entendi. Tá bom, filho, mas não podemos esconder isso pra sempre.
DORIVAL – Claro que não, mãe! É só hoje. Depois eu mesmo conto. Vou ter o maior orgulho de contar que sou filho da melhor mãe do mundo!
MARIANA – Ai, filho! Você que é, aliás, você e sua irmã Ana. Os melhores filhos!
Mariana pega Dorival pelo braço e o auxilia a ir até sua sala de aula.

Cena 5. Hospital – Sala de Consulta
DR. ARTHUR – Próximo!
Catarina se levanta e vai até a sala.
CATARINA – Sou eu, doutor Arthur!
DR. ARTHUR – A senhora, de novo? Já não esteve aqui esses dias?
CATARINA – Ai, Dr! Falando assim até parece que eu to todo dia aqui.
DR. ARTHUR – Me desculpe, mas no que posso ajudar dessa vez? Aquelas dores voltaram?
CATARINA – Não, não. Tá tudo bem.
DR. ARTHUR – E então...
CATARINA – Eu queria que o senhor me desse mais uma receitinha daquele calmante...
DR. ARTHUR – Dona Catarina, eu já lhe falei que calmantes demais podem lhe fazer mal...
CATARINA – Mas, Dr... Um bem fraquinho, vá... Por favor! Pra eu me sentir melhor!
DR. ARTHUR – Ai, ai... Dona Catarina... Vou lhe dar um bem fraquinho...
CATARINA – Tá ótimo! Obrigada!

Cena 6. Hospital – Farmácia – Dia
ANA – O que você tá fazendo aqui? Precisando de um remédio é?
GUILHERME – Hmmm. To precisando de uma dose de Ana, uns beijos...
Guilherme dá um beijo em Ana.
ANA – Guilherme, aqui não! É meu local de trabalho!
GUILHERME – (gritando) E quem aqui vai me proibir de visitar minha namorada? Hein?
ANA – (baixo, cutucando Guilherme) Guilherme, sem escândalo, por favor!
GUILHERME – Tá bom. Então, vou indo que tenho umas coisas pra resolver. Passo aqui pra te pegar depois?
ANA – Tá certo. Beijo.
Guilherme dá um beijo em Ana e sai.

Cena 7. Escola Napoinara – Sala de Aula
A diretora Mariana entra com Dorival.
MARIANA – Professora Vanessa, com licença!
VANESSA – Claro, fique à vontade.
MARIANA – Queridos, hoje to aqui pra apresentar um coleguinha novo pra vocês. Esse é o Dorival!
Todos percebem que Dorival é deficiente visual, inclusive Marcelo. Dorival dá um sorriso tímido.
CIRO – Ah não! Mais um deficiente nessa sala?
Todos olham para Ciro com desaprovação. Marcelo fica triste.

Congela na expressão de tristeza de Marcelo.

FIM DE CAPÍTULO.
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