sexta-feira, 20 de março de 2015

Alice - Último Capítulo


ÚLTIMO CAPÍTULO

Cena 1/Rio Grande do Sul/Pico do Monte Negro/Manhã
Um carro para no monte. Alice sai dele carregando Estrela. Há sua espera um Citation X.
ALICE – Tão lindo...
Alice fica deslumbrada.
ESTRELA – Você vai me levar embora daqui contigo?
ALICE – Claro que não, Estrelinha. Você é peso morto! Eu vou me livrar de você te jogando desse monte e depois vou pegar aquele belo jatinho ali pra fugir do país.
Alice, apontando uma arma para Estrela, a empurra.
ALICE – ANDA LOGO, VAI!
Alice joga Estrela no chão e aponta a arma para ela.
ALICE – Chegou a tua hora! Faça jus ao teu nome e brilhe no céu, Estrelinha!
Alice sorri, puxa o gatilho da arma e aponta para Estrela, ajoelhada.
ESTRELA – Seja rápida...
ALICE – Como você quiser!
Nesse momento, helicópteros da policia sobrevoam o lugar. Carros da polícia chegam também. Alice puxa Estrela para perto dela e aponta uma arma para a cabeça da mocinha. O carro de Victoria chega. O jatinho de Fagundes posa bem distante.
Toca a instrumental Mozart: Requiem.
ALICE – QUE PALHAÇADA É ESSA?
DELEGADO – (alto falante) Abaixa essa arma e se entregue, Alice! Você está cercada! Não tem mais saída!
Madalena e Fagundes chegam correndo. Victoria, Bárbara, Fernando e Franco saem do carro.
VICTORIA – LARGA A MINHA FILHA, SUA VADIA!
FRANCO – Solta ela, Alice!
BÁRBARA – Pensa bem no que você vai fazer, Alice!
FERNANDO – LARGA A ESTRELA, ALICE!
MADALENA – POR FAVOR, FILHA! SOLTA ELA!
FAGUNDES – Se entregue, Alice. É o melhor!
Alice, com a arma apontada para a cabeça de Estrela, a puxa para o penhasco do morro.
ALICE – A Estrela é o meu passaporte para a liberdade! Se vocês tentarem alguma gracinha, eu me jogo daqui com ela sem pensar duas vezes! TENTEM PRA VER!
A tensão toma conta do monte. Os policias apontam a arma para Alice. Victoria, Bárbara, Fernando, Franco, Madalena e Fagundes estão aflitos. Foco em Alice, apontando uma arma para a cabeça de Estrela.
DELEGADO – Abaixa essa arma, Alice!
ALICE – Pra quê? Pra vocês me balearem? NEM MORTA!
ESTRELA – Escuta eles, Alice! Por favor!
ALICE – Se você disser mais uma palavra eu estouro os teus miolos!
ESTRELA – Será que você seria capaz?
ALICE – E ainda tem a audácia de me desafiar!
ESTRELA – Se você não me matou quando teve oportunidade, por que faria isso?
ALICE – Vai querer mesmo me desafiar?
ESTRELA – Se você não for a frouxa que demonstra ser, vai atirar agora!
ALICE – Eu não posso!
ESTRELA – Viu o que eu disse...
ALICE – Não porque sou frouxa, mas por que antes preciso estar dentro daquele lindo jatinho ali! Depois disso, você vai cantar pra subir!

Cena 2/Agência de Modelos/Sala da Presidência/Manhã
Cristina acabara de acordar. Ela acabou dormindo na empresa.
CRISTINA – Transferência concluída! Suíça, aí vou eu!
Cristina admira a tela do computador e sorri.

Cena 3/Mansão Albuquerque/Sala/Manhã
RENATA – Então a Cristina não está em casa?
CLARICE – Não, senhora. Ela saiu ontem à noite e ainda não voltou.
RENATA – E você sabe para onde ela pode ter ido?
CLARICE – Não faço a mínima ideia. Cristina não é o tipo ideal de patroa.
RENATA – Essa cadela deve estar planejando uma fuga.
CLARICE – E por que ela faria isso? A Cristina cometeu algum crime?
RENATA – Ainda não tem provas, mas provavelmente ela causou a morte do Marcos.
CLARICE – Meu Deus! E por que ela faria isso?
RENATA – Porque o Marcos tinha tido que deixaria toda a herança no nome dela. E a Cristina não perderia a oportunidade de mata-lo, né. Esperar a morte do Marcos pra receber toda aquela bolada não é o tipo da Cris.
CLARICE – Eu tô tão feliz pela senhora ter retomado tudo o que lhe era de direito!
RENATA – Eu mais ainda!
CLARICE – E a senhora volta pra essa casa, dona Renata?
RENATA – Não. Eu vendi essa casa para a Cristina e agora a dona dessa casa é ela.
CLARICE – E se eu fosse trabalhar com a senhora?
RENATA – Você estaria disposta?
CLARICE – A minha patroa sempre foi e sempre será você, Renata.
RENATA – Então se considere contratada! Você e todos os outros.
Renata sorri.
CLARICE – A senhora jura mesmo?
RENATA – Por tudo que há de mais sagrado!
CLARICE – E eu posso contar pra eles essa novidade?
RENATA – Já devia estar lá!
CLARICE – Então eu vou.
Clarice abraça Renata.
CLARICE – Obrigada por tudo, dona Renata!
RENATA – Eu que agradeço por essa cumplicidade ímpar.
Clarice vai para a cozinha contar para os empregados. Renata pega o celular.
RENATA – Alô, é da polícia federal? Tenho uma denuncia a fazer.
...
RENATA – Contra quem?
...
RENATA – Cristina Fraga.

Cena 4/Rio Grande do Sul/Pico do Monte Negro/Manhã
Alice ainda segurando Estrela e apontando a arma para a cabeça dela. Os policias seguem apontando a arma para Alice sob o olhar de Madalena, Fagundes, Bárbara, Fernando e Franco.
VICTORIA – Abaixa essa arma e solta a minha filha, sua bandida!
ALICE – Como sempre protegendo a filhinha adorada!
VICTORIA – E você queria que eu fizesse diferente? A Estrela é minha filha! Eu tenho que protege-la de abutres como você.
ALICE – Pena que é tarde demais pra pensar em proteção, né Victoria? Me colocou na sua casa, me tornou uma semi-Grimaldi pra no final de contas terminar com a morte da sua filha.
VICTORIA – Você que não ouse mata-la! Porque aí sim eu te mostro do que sou capaz e acabo com a tua raça.
ALICE – Com o quê? Com outra surra como aquela que você me deu quando me flagrou aos beijos com o até então seu marido?
VICTORIA – Chegou ao ponto que eu queria!
ALICE – O que foi, querida? Vai relembrar dos chifres que levou? (risos)
VICTORIA – Não porque o passado não me importa. Mas quero falar do Olavo!
ALICE – Ué, pensei que o passado não te importasse.
VICTORIA – Mas o Olavo está presente no nosso presente. Ou melhor, estava. Você matou o Olavo, não é?
ALICE – Eu não sei do que você está falando!
VICTORIA – Sabe sim! Não se faça de sonsa, sua vadia!
ALICE – Quer saber? Matei mesmo!
Todos ficam surpresos.
MADALENA – ALICE! VOCÊ O MATOU?
ALICE – Matei sim, mamãe. Matei porque ele me flagrou aos beijos com o Fábio, ou melhor, na cama com ele e tentou me matar! Então brigamos e o Fábio deu um tiro no Olavo.
MADALENA – Mas você não disse que tinha o matado?
ALICE – Mas eu o matei! Depois que eu contei sobre aquele nosso segredinho, o Olavo insistiu em continuar vivo. Então eu acabei com ele com as minhas próprias mãos!
MADALENA – Meu Deus, Alice! Como você pôde? Outro assassinato!
VICTORIA – Outro? Como assim?
MADALENA – É uma longa história, dona Victoria. Uma história que eu não estou disposta a relembrar!
ALICE – Matei e mataria de novo! E isso serve pra provar que eu não estou de brincadeira e que se tentarem alguma gracinha, eu mato essa infeliz agora mesmo!
A tensão toma conta do monte.

Cena 5/Marina da Glória/Cais/Manhã
Um homem caminha pelo cais até chegar a seu barco. Ele entra no barco e antes de dar partida, percebe que tem algo boiando por perto.
HOMEM – O que é aquilo ali?
O homem se aproxima da beirada do barco e percebe que é um corpo.
HOMEM – MEU DEUS! SOCORRO! TEM UM HOMEM MORTO AQUI!
Este corpo é o de Olavo.

Cena 6/Hospital/Quarto de Estevão/Manhã
Estevão já está fora da UTI e desentubado.
ESTEVÃO – Foram todos e me deixaram sem notícias. O telefone dos meus pais não atende e muito menos o da Victoria! O que será que está acontecendo, meu Deus?

Cena 7/Mansão Montenegro/Sala/Manhã
Odete e Rebeca ainda rolando pelo chão. O fogo toma conta da mansão. César e Bianca conseguem se desprender.
CÉSAR – VAMOS, ODETE! VAMOS!
ODETE – EU SÓ SAIO DAQUI DEPOIS QUE ACABAR COM A RAÇA DESSA VADIA!
REBECA – ISSO, ODETE! ME BATE! ME BATE MAIS PORQUE ASSIM VOCÊ NÃO SAI DAQUI E TODOS NÓS MORREREMOS!
BIANCA – Vamos embora!
Bianca corre até a porta e tenta abri-la, mas percebe que está trancada.
BIANCA – A PORTA TÁ TRANCADA, PAI!
CÉSAR – Não pode ser, meu Deus!
César corre até a porta e tenta arromba-la.
BIANCA – Vai tentando ligar pros bombeiros!
Bianca corre até o telefone e tenta ligar.
BIANCA – Não estou conseguindo ligar pra ninguém!
CÉSAR – Os fios devem ter derretido... Me ajuda aqui!
Bianca e César tentam arrombar a porta. Odete e Rebeca continuam rolando pelo chão.
REBECA – Eu disse que ia te matar e vou te matar, sua vagabunda!
Rebeca bate com a cabeça de Odete na mesinha e a desmaia.
REBECA – Uma já foi!
Rebeca procura pela arma. César e Bianca conseguem abrir a porta.
CÉSAR – ENFIM!
BIANCA – Vamos Ode...
Bianca vira-se para chamar Odete e vê Rebeca apontando uma arma para ela. César faz o mesmo.
CÉSAR – O que você vai fazer, Rebeca?
REBECA – Uma eu já matei... Agora só faltam dois!
Rebeca sorri e puxa o gatilho da arma.
BIANCA – Você não seria capaz de matar a sua própria filha!
REBECA – Nunca subestime Rebeca Montenegro, meu amor!
Antes que Rebeca possa atirar, Odete acerta um pequeno vaso com flores na cabeça da vilã, que desmaia.
ODETE – Vamos ver que vai acabar com quem!
Odete encara Rebeca.
CÉSAR – Vamos, Odete! Se a gente não sair agora vai morrer!
ODETE – Mas e a Rebeca?
CÉSAR – Não vai dar pra salvar ela! Vamos!
ODETE – Eu não posso deixar a minha irmã aqui!
CÉSAR – Não temos outra escolha. Ou é você, ou é ela!
Odete corre para perto de César.
BIANCA – MÃE! ACORDA MÃE!
CÉSAR – Vamos, Bianca!
BIANCA – Mas é a minha mãe!
CÉSAR – Infelizmente não podemos fazer nada. Primeiro salvamos nossa pele e se der tempo, eu venho buscar ela!
Bianca, César e Odete saem da casa. Rebeca acorda.
REBECA – NÃO ME DEIXEM MORRER, SEUS DESGRAÇADOS!
Rebeca, cambaleando, tenta se levantar para sair. Uma cortina de fogo se forma na porta, a impedindo de sair de casa.
REBECA – NÃO! NÃO! NÃAAAAAAAAAAAO!
Rebeca grita por socorro, mas já é tarde. Ela percebe que tem fogo em sua calça e tenta apagar.
REBECA – NÃO! EU NÃO MEREÇO ISSO! DESGRAÇADOS!
Rebeca rola pelo chão e o fogo se espalha em seu corpo.

Cena 8/Mansão Montenegro/Saída/Portão/Manhã
Cena em câmera lenta. César, Odete e Bianca saem correndo. Ao fundo a mansão, em chamas.
CÉSAR – VAMOS!
Ao colocar a mão no portão, César é impedido de abri-lo devido a uma explosão: a da mansão. Ele, Odete e Bianca vão ao chão. Os vidros das janelas estilhaçam para todos os lados e o fogo consome a mansão por completo. Os três desmaiados. A vizinha sai para a rua para ver o que há.
MULHER – CHAMEM A AMBULÂNCIA! CHAMEM OS BOMBEIROS! CHAMEM A POLÍCIA!

Cena 9/Agência de Viagens/Entrada/Manhã
Os carros da policia param em frente à agência. Renata, Adriana e Paloma saem do carro de Renata, Adriana e Paloma saem do carro de Renata.
DELEGADO – Então aqui é o local?
RENATA – Sim!
DELEGADO – Vamos!
Renata entra na empresa acompanhada dos policias, do delegado e de Adriana e Paloma. O delegado mostra a ordem judicial para os seguranças, que autorizam a passagem dele.

Cena 10/Agência de Viagens/Sala da Presidência/Tarde
Prestes a sair da sala, Cristina ouve o barulho das sirenes e corre para a janela.
CRISTINA – A POLÍCIA? Não! Não pode ser!
Cristina encara as viaturas lá embaixo.

Cena 11/Vila do Sossego/Casa de Patrícia/Tarde
CARMEN – Quem diria que a Alice seria capaz dessa atrocidade, hein?
PATRÍCIA – Nem eu esperava que ela chegasse a esse ponto.
CARMEN – O que ela fez no passado foi justificável, mas isso...
PATRÍCIA – Imagino como a Madalena deve estar sofrendo agora.
CARMEN – A coitadinha não merece mais essa decepção.
PATRÍCIA – Como será que ela está agora, hein?
CARMEN – A coitadinha deve estar desesperada.
PATRÍCIA – Espero que tudo termine bem!
CARMEN – Bem infelizmente nada vai terminar, Patrícia. Vai acontecer uma tragédia! Mais uma! E não tem como ninguém impedir.
Patrícia olha para Carmen, com medo.

Cena 12/Agência de Modelos/Primeiro Andar/Tarde
DELEGADO – Vamos invadir!
PALOMA – NÃO!
DELEGADO – O que você disse, mocinha?
PALOMA – Vocês não podem invadir!
DELEGADO – E por que não?
PALOMA – Porque antes disso eu tenho que ter a conversa final com a Cristina!
DELEGADO – Eu não posso ceder ao seu capricho. Converse com ela quando a Cristina estiver atrás das grades!
PALOMA – Isso não é um capricho, seu delegado.
DELEGADO – Eu não posso colocar sua vida em risco e comprometer o meu trabalho.
RENATA – Não arrisque sua vida, minha filha!
ADRIANA – Isso é perigoso demais, Paloma!
PALOMA – Se vocês invadirem logo de cara, a Cristina vai dar um jeito de fugir. Tem um heliponto lá em cima e é por lá que ela vai escapar se vocês a enquadrarem logo! Ouçam o que eu digo!
Todos encaram Paloma.

Cena 13/Agência de Viagens/Sala Presidencial/Tarde
Cristina anda de um lado pro outro, sem saber o que fazer.
CRISTINA – Já sei por onde escapar... O heliponto!
Ao abrir a porta ela dá de cara com Paloma.
PALOMA – Já vai, querida?
CRISTINA – Então foi você, não é mesmo?
PALOMA – Na verdade foi a minha mãe, mas admito que eu adoraria ter te denunciado.
CRISTINA – Você quer mesmo me ver na pior, não é?
PALOMA – Você quis o mesmo pra mim, por que eu não poderia querer o mesmo pra você?
CRISTINA – Na pior eu já estou.
PALOMA – Pois é, fiquei sabendo que o Marcos não te deixou nada. Que coisa, não?
CRISTINA – Com esse novo testamento até você saiu beneficiada.
PALOMA – Não precisa me contar isso, querida. Mamãe já me disse!
CRISTINA – O que você veio fazer aqui?
PALOMA – Te impedir de fugir!
CRISTINA – E acha mesmo que você vai conseguir?
Cristina empurra Paloma e sai correndo para o heliponto. Paloma pega seu celular.
PALOMA – MÃE? ELA VAI FUGIR! SUBA AGORA!

Cena 14/Hospital/Quarto/Tarde
Odete, Bianca e César estão deitados. Um em cada cama diferente.
ODETE – Apesar de tudo eu sinto muita pena da Rebeca.
CÉSAR – Mesmo com todas as maldades que ela cometeu, a morte não é algo que eu desejei para ela.
BIANCA – Eu não sei nem como reagir.
ODETE – Imagino que você deve estar perdida, querida.
BIANCA – Mais do que isso... Uma parte de mim se foi!
CÉSAR – Eu sei que em um momento como esse é impossível não ficar triste, mas eu estou aqui para te confortar! Minha filha.
ODETE – Conte comigo também... Filha!
Odete e César sorriem para Bianca.

Cena 15/Rio Grande do Sul/Pico do Monte Negro/Tarde
O cenário continua o mesmo: Alice com Estrela no penhasco, os policiais apontando uma arma para ela enquanto o delegado tenta negociar. O celular de Franco toca.
VICTORIA – Quem pode ser a essa hora?
FRANCO – Vamos descobrir agora!
VICTORIA – Não atende, Franco! Deve ser besteira qualquer!
FRANCO – Vai que não é?
Franco atende o celular.
FRANCO – Sim.
...
FRANCO – Como é que é?
...
FRANCO – Tudo bem, eu vou para aí!
Franco desliga o celular.
VICTORIA – Quem era?
FRANCO – Encontraram o corpo do Olavo boiando na Marina da Glória.
Victoria, chocada, encara Franco.

Cena 16/Agência de Modelos/Heliponto/Tarde
CRISTINA – Cadê essa porcaria de helicóptero que não chega?
Os policias, junto com Adriana, Paloma e Renata, invadem o heliponto.
DELEGADO – ACABOU, CRISTINA!
CRISTINA – QUE ISSO?
ADRIANA – Você vai pra cadeia, sua vadia!
PALOMA – Eu disse que o jogo tinha acabado!
RENATA – Se entregue logo, Cristina!
CRISTINA – NUNCA! Jamais!
DELEGADO – Não dificulte o nosso trabalho.
CRISTINA – E eu sou lá de dar facilidade para qualquer um? Ainda mais quando querem atrapalhar os meus planos!
PALOMA – Será que você não percebe que o jogo chegou ao fim?
CRISTINA – Esse jogo só chegará ao fim quando eu achar que ele chegou!
RENATA – Não tem mais como você escapar! E se conseguir, como vai sobreviver?
CRISTINA – Ai como você é tola, Renata! Acha que eu vim pra empresa ontem à noite por quê?
RENATA – Você roubou a empresa?
CRISTINA – Exatamente! Só não consegui levar o dinheiro vivo porque essa intrometida chegou no momento errado. Mas para sua informação, eu transferi dinheiro da empresa para uma conta no exterior!
RENATA – Você é uma golpista!
CRISTINA – E você uma otária! Acreditou em mim, em tudo o que eu disse. Caiu no meu golpe igual uma patinha. Dançou, Renata!
ADRIANA – E você matou o Marcos, não é?
CRISTINA – Não.
PALOMA – Não adianta negar!
CRISTINA – E quem disse que eu estou negando? Ainda não terminei de falar! Eu não matei o Marcos, apenas dei um empurrãozinho.
DELEGADO – O que você quer dizer com isso?
CRISTINA – Olha, seu delegado, se você fosse esperto, saberia. Acontece que eu envenenei o Marcos. O acidente que ele sofreu foi consequência disso!
ADRIANA – VOCÊ É UM MONSTRO!
CRISTINA – Elogia mais porque eu tô amando!
Cristina ri.
PALOMA – LOUCA! MAS ACABOU, CRISTINA!
O helicóptero vai se aproximando.
CRISTINA – Acabou sim, mas pra você!
Cristina saca uma arma e aponta para Paloma.
CRISTINA – ACABOU, BASTARDA!
RENATA – NÃO!
Cristina puxa o gatilho e um tiro é disparado. Ao ouvir o tiro e ver os policias, o piloto, que já estava bem perto, foge com o helicóptero dali. Cristina sorri e, cambaleando, vai andando para trás. Vemos que quem levou o tiro foi ela, disparado por um policial. A arma cai da mão de Cristina.
CRISTINA – Idiotas! Malditos! Eu adorei brincar com cada um de vocês. Envolvê-los no meu jogo foi algo inesquecível! Mas o jogo acabou... Game over!
Cristina, ainda sorrindo e cambaleando, cai para trás, do alto do prédio. Renata arregala os olhos, surpresa. Adriana leva a mão à boca, chocada.

Cena 17/Rio Grande do Sul/Pico do Monte Negro/Tarde
A tensão segue tomando conta do monte.
VICTORIA – ACABOU, ALICE!
ALICE – Lá vem ela com o mesmo papinho de sempre.
VICTORIA – O CORPO DO OLAVO FOI ENCONTRANDO!
ESTRELA – ACHARAM O MEU PAI?
ALICE – Não acredito que esse imbecil resolveu aparecer!
BÁRBARA – Como assim acharam o Olavo?
VICTORIA – O corpo dele foi encontrado boiando na Marina da Glória.
FERNANDO – Meu Deus!
ALICE – CANSEI! CANSEI! CHEGA!
MADALENA – Você vai se entregar, filha?
ALICE – Não, mamãe! Isso jamais!
ESTRELA – Vai fazer o quê então?
ALICE – Me livrar de você, sua vadia!
DELEGADO – Cuidado com o que você vai fazer, Alice!
Alice empurra Estrela para um pouco distante dela.
VICTORIA – Ela vai libertar a minha filha!
ALICE – Vai pro inferno!
Alice aponta uma arma para Estrela...
TODOS – NÃAAAAAAAAAAAAAAAAO!
... E um tiro é disparado...
MADALENA – ALICE!
... No peito de Alice!
Todos ficam surpresos. Vemos que o delegado atirou nela. Alice sorri e sua arma cai.
VICTORIA – Corre, Estrela!
Estrela, meio fraca, corre para perto de Victoria.
MADALENA – FILHA!
Madalena tenta correr para perto de Alice, mas é impedida pelos policias.
MADALENA – MAS É A MINHA FILHA!
DELEGADO – Você não pode ir até lá!
MADALENA – MAS ELA...
FAGUNDES – Infelizmente não dá, Madalena!
FERNANDO – SANTO CRISTO!
BÁRBARA – Que tragédia!
Estrela corre para Victoria e é abraçada por ela.
VICTORIA – Enfim livre, filha!
ESTRELA – Enfim!
Victoria e Estrela, emocionadas, se abraçam e choram.
FRANCO – Parece que ela ainda está viva.
Alice ainda de pé. O sangue jorra de seu peito. Ela olha para ele e sorri.
ALICE – (narração) Eu sei que fui uma mulher terrível. Fiz muitas maldades, cometi muitos crimes, atrocidades imperdoáveis. Matei um homem que me amava. Sequestrei a esposa do meu eterno amor só para fazê-lo sofrer. Atirei nele e o matei... ou não! Muitas vezes desprezei e maltratei a minha mãe, a única pessoa que realmente me amou. A única que esteve do meu lado em todas as situações possíveis e tentou abrir meus olhos. Eu te amo, dona Madalena! Mas não me arrependo do que fiz. Faria tudo de novo. Eu te amo, Estevão! Te amo!
Alice, sorrindo, abre os braços.
ALICE – Adeus, mamãe! Me perdoa por tudo, ok? Eu te amo!
O corpo de Alice cai do penhasco.
MADALENA – NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!
Madalena desmaia nos braços de Fagundes. A câmera se afasta aos poucos e vemos o seguinte cenário: Estrela abraçada com Victoria, Franco, Bárbara e Fernando. Madalena desmaiada nos braços de Fagundes e os policias já com as armas abaixadas.

CORTA PARA:

Cena 18/Capela Mortuária/Interno/Noite
Estevão, Estrela, Bárbara, Fernando, Victoria, Melissa, Afonso e Franco reunidos em volta do caixão de Olavo.
ESTRELA – Ah, meu pai... Por que, hein? Por que você se deixou levar por uma paixão doentia? Teve um fim que não merecia! Eu lamento tanto que você tenha terminado dessa maneira: em um caixão. Apesar de tudo, de ter me desprezado pela Alice, eu compreendi seu lado e te perdoei. Te perdoei porque te amo! Vá em paz, papai querido.
Estrela, emocionada e sorrindo, seca as lágrimas que caem de seu rosto.

Cena 19/Incinerador
O caixão de Olavo passa pelo incinerador e é queimado.

Passagem das paisagens do Rio de Janeiro ao som de Apologize – One Republic

UM MÊS DEPOIS

Cena 20/Mansão Bittencourt/Jardim/Manhã
Duas crianças correm pelo jardim. César, Odete e Bianca sentados à mesa.
CÉSAR – Eles crescem tão rápido.
BIANCA – Quem vê você dizendo isso vai pensar que viu essas crianças nascerem!
CÉSAR – Apesar de não tê-las visto nascer, é como se tivesse. Podem não ser sangue do meu sangue, mas são meus filhos!
ODETE – Nossos filhos!
César e Odete dão um selinho.
BIANCA – Acho que adotar foi uma ideia linda demais!
ODETE – Eu também acho.
CÉSAR – Mas sabe o que foi mais lindo que adotar essas crianças?
BIANCA – O quê, papai?
CÉSAR – Tirar o sobrenome Montenegro!
Todos riem.
ODETE – Nisso eu concordo!
BIANCA – Essa sim foi uma ideia de ouro!
CÉSAR – Que Deus tenha a Rebeca em sua graça!
BIANCA – Isso eu duvido muito.
ODETE – A Rebeca cometeu tantos atos imperdoáveis que eu duvido que ela esteja ao lado de Deus agora.
CÉSAR – Mas não vamos falar da Rebeca, certo? Ela já se foi definitivamente e agora estamos em paz!
Odete mostra sua aliança.
ODETE – E casados!
Todos sorriem. Odete e César se beijam.
BIANCA – Hey, não quero ficar segurando vela não, viu?
Bianca ri.
ODETE – Perdão, querida.
Odete ri.
CÉSAR – E se fossemos brincar com as crianças?
ODETE – Ótima ideia!
César, Odete e Bianca correm pelo jardim, brincando com as duas crianças. Um menino e uma menina.

Cena 21/Agência de Modelos/Sala da Coletiva/Manhã
ADRIANA – E é com imenso prazer que aceito presidiar essa empresa!
Todos os empregados presentes aplaudem.
ADRIANA – Obrigada por esse voto de confiança, Renata.
RENATA – Você fez por merecer, querida!
Adriana e Renata se abraçam. Paloma chega correndo acompanhada de um homem da sua faixa etária.
PALOMA – Gente, eu quero apresentar ele pra vocês.
ADRIANA – E ele é quem?
RENATA – Acho que já sei...
PALOMA – Esse é o Heitor, meu namorado!
ADRIANA – Prazer, Heitor, eu sou Adriana!
Adriana e Heitor se cumprimentam e trocam olhares.
RENATA – Enfim conheci o meu genro!
Renata e Heitor se abraçam.
HEITOR – A sua filha é uma mulher muito especial pra mim, dona Renata.
RENATA – Eu sei disso. E olha se quiser ganhar a minha simpatia, nada de me chamar de dona, ok?
Todos riem.
HEITOR – Tudo bem, Renata.
ADRIANA – E a viagem para Milão?
RENATA – Faremos depois do casamento do Estevão com a Estrela.
PALOMA – E se o Heitor fosse com a gente, mãe?
RENATA – Você gostaria, Heitor?
HEITOR – Sempre quis conhecer Milão!
ADRIANA – Fico feliz que enfim a vida de vocês tenha tomado o rumo que vocês merecem: o da felicidade. Depois de tanto sofrimento vocês merecem sorrir!
RENATA – Você também merece, minha amiga.
PALOMA – Esse momento amorzinho pede um abraço coletivo, não é mesmo? TODOS ABRAÇANDO ELA!
Paloma, Renata e Heitor abraçam Adriana, emocionada.

Nova passagem pelas paisagens do Rio de Janeiro. Toca Elastic Heart – Sia.

MESES DEPOIS

Cena 22/Fazenda A Fortaleza/Quarto de Hóspedes/Tarde
Victoria bate na porta do quarto e entra. Estrela em frente ao espelho vê seu vestido de noiva.
VICTORIA – Querida, como você está linda!
ESTRELA – A senhora também está deslumbrante, mamãe.
VICTORIA – Enfim você vai ter paz!
ESTRELA – Depois de muito sofrimento.
VICTORIA – Mas como dizem, sem dor não há vitória!
ESTRELA – A senhora tá chorando?
VICTORIA – Fica difícil não se emocionar em um momento como esse.
Estrela seca as lágrimas de Victoria e depois a abraça.
ESTRELA – Eu te amo, mãe!
VICTORIA – Eu te amo mais, minha filha! Minha Estrela!
ESTRELA – Agora para de chorar pra não borrar a maquiagem.
Victoria sorri.
VICTORIA – Vamos que está na hora do casamento começar!
Estrela volta a se olhar no espelho.
ESTRELA – Enfim, o casamento!

Cena 23/Fazenda A Fortaleza/Jardim/Tarde
Toca a instrumental Ave Maria.
Franco caminha, lentamente, com Estrela para o altar. Os convidados se levantam e, emocionados, olham a noiva passar. Estrela olha para cada um e sorri. Franco deixa Estrela no altar e fala com Estevão, que sorri. A cerimônia começa, ainda ao som da instrumental. O padre fala algumas coisas, mas sem som. Apenas a instrumental toca. Estrela e Estevão se olham, apaixonados. Vemos de um lado Victoria e Franco, emocionados. E do outro lado Bárbara e Fernando, compartilhando do mesmo sentimento.

Cena 24/Alto Mar/Cruzeiro/Salão/Tarde
Madalena, Fagundes, Patrícia, Elias e Carmen e Júlia estão sentados em suas cadeiras, assim como muitos outros. Todos lado a lado.
CARMEN – E esse show que não começa, hein?
PATRÍCIA – Pra que tanta pressa, vai tirar o pai da forca?
CARMEN – Cuidado da tua vida, Patrícia!
MADALENA – Ai meninas, vocês não vão começar, né? (risos)
ELIAS – Elas não têm jeito mesmo!
JÚLIO – Se não brigarem é porque não estão bem da cabeça!
CARMEN – Culpa dessa velha aí implicando comigo!
PATRÍCIA – Disse a novinha, né miss Egito?
CARMEN – Você me respeite, hein? A única velha aqui é você! Tão velha que o boletim escolar deve ter sido escrito em papiro.
PATRÍCIA – ORA! Eu sou nova, viu? Ainda dou um caldo!
CARMEN – Uma canja, né galinha.
PATRÍCIA – ME RESPEITE!
CARMEN – Velha!
PATRÍCIA – MÚMIA!
MADALENA – Meninas...
CARMEN E PATRÍCIA – FOI ELA!
FAGUNDES – Silêncio, meninas! O show vai começar!
O cantor sobe ao palco.
CARMEN – Ai como ele é lindo!
PATRÍCIA – Sossega esse facho, assanhada!
CARMEN – Estou sossegada.
PATRÍCIA – Você tem um marido agora!
CARMEN – Eu sei disso, mas nada me impede de achá-lo bonito!
PATRÍCIA – Você falou tanto que a música inteira quase se foi!
CARMEN – Então vamos cantar! Todos juntos, ok?
MADALENA – Se chorei ou se sorri...
FAGUNDES – O importante é que emoções...
TODOS – Eu vivi!
Fagundes e Madalena se beijam, apaixonados. Tal qual Carmen e Elias, Patrícia e Júlio.

Cena 25/Vila do Sossego/Entrada/Tarde
Uma mulher misteriosa, vestindo uma saia curta e uma blusa decotada, entra na vila. Câmera foca apenas em seus pés.
Toca a instrumental Má Intención – Rubi.
A mulher para em frente à moça e depois sobe lentamente. Vemos que ela é idêntica a Alice.
MULHER – Então aqui foi que começou tudo... O início da história!
A mulher sorri.

Cena 26/Prisão/Cela/Tarde
A câmera adentra pelo corredor da cela até parar em uma específica. Fábio está com os braços para fora, apoiado nas grades.
FÁBIO – Essa mulher desgraçou a minha vida, mas tem alguma coisa nela que continua me fazendo amá-la. Ah se eu pudesse te fazer minha para sempre, Alice... Ah se eu pudesse!

Cena 27/Fazenda A Fortaleza/Jardim/Tarde
Todos os convidados sentados em suas respectivas mesas. Os garçons servem os aperitivos e bebidas. Todos felizes. Foca em uma mesa em especial com Victoria, Franco, Bárbara, Fernando, Melissa e Afonso.
MELISSA – Enfim eles se casaram!
FERNANDO – E agora não vai ter a Alice pra atrapalhar a vida dos dois, né.
BÁRBARA – Ela teve o que merecia.
VICTORIA – Apesar de tudo eu não desejava a morte para ela.
FRANCO – Não?
VICTORIA – Eu queria que a Alice pagasse por seus crimes na cadeia!
AFONSO – Talvez a morte foi o melhor para ela. A justiça brasileira não é justa com quem merece.
MELISSA – Ai não vamos falar dela, né? Essa mulherzinha já se foi e nunca mais vai voltar!
VICTORIA – Mamãe tem razão.
FRANCO – E que tal se contássemos a novidade para eles, amor?
AFONSO – Novidade?
MELISSA – Que novidade?
VICTORIA – O Franco e eu decidimos adotar uma criança!
Todos comemoram.
BÁRBARA – Mas que notícia maravilhosa!
FERNANDO – Meus parabéns!
MELISSA – E a Estrela já sabe disso?
VICTORIA – Não. O Franco e eu decidimos isso hoje.
AFONSO – E cadê ela pra contar essa novidade?
FERNANDO – Acho que ela e o Estevão sumiram!
FRANCO – Como assim sumiram?
VICTORIA – Explica isso direito!
BÁRBARA – Acontece que um dos convidados viu o Estevão e a Estrela saindo pela tangente.
VICTORIA – E aonde eles foram?

CORTA PARA:

Cena 28/Rio Grande do Sul/Pico do Monte Negro/Tarde
Um jatinho pousa no monte. Estevão e Estrela, ainda vestidos a caráter após o casamento, saem dele.
ESTEVÃO – Que ideia foi essa, meu amor?
ESTRELA – Eu apenas quis rever esse lugar!
ESTEVÃO – Mas por quê? Foi aqui que você quase morreu!
ESTRELA – Justamente por isso. Eu renasci quando coloquei meus pés aqui!
Estrela sorri e corre para a beirada do monte, tomando cuidado para não cair. Estevão vai logo atrás.
ESTEVÃO – Você é louca!
ESTRELA – Louca sim, mas por você! Passamos por cada coisa, mas no final o amor prevaleceu. Eu te amo e quero te fazer meu para sempre, Estevão!
ESTEVÃO – Eu já sou seu, meu amor. Para sempre!
Estevão e Estrela, apaixonados, se beijam.

Toca One Last Time – Ariana Grande.

FIM


E nesta segunda, de Lady Marizete: RAINHA DO MAR. A sua nova web novela das 7.


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