ÚLTIMO CAPÍTULO
Cena 1/Rio Grande do Sul/Pico do
Monte Negro/Manhã
Um carro para no monte. Alice sai dele
carregando Estrela. Há sua espera um Citation X.
ALICE – Tão lindo...
Alice fica deslumbrada.
ESTRELA – Você vai me levar embora
daqui contigo?
ALICE – Claro que não, Estrelinha.
Você é peso morto! Eu vou me livrar de você te jogando desse monte
e depois vou pegar aquele belo jatinho ali pra fugir do país.
Alice, apontando uma arma para Estrela,
a empurra.
ALICE – ANDA LOGO, VAI!
Alice joga Estrela no chão e aponta a
arma para ela.
ALICE – Chegou a tua hora! Faça jus
ao teu nome e brilhe no céu, Estrelinha!
Alice sorri, puxa o gatilho da arma e
aponta para Estrela, ajoelhada.
ESTRELA – Seja rápida...
ALICE – Como você quiser!
Nesse momento, helicópteros da policia
sobrevoam o lugar. Carros da polícia chegam também. Alice puxa
Estrela para perto dela e aponta uma arma para a cabeça da mocinha.
O carro de Victoria chega. O jatinho de Fagundes posa bem distante.
Toca a instrumental Mozart: Requiem.
ALICE – QUE PALHAÇADA É ESSA?
DELEGADO – (alto falante) Abaixa essa
arma e se entregue, Alice! Você está cercada! Não tem mais saída!
Madalena e Fagundes chegam correndo.
Victoria, Bárbara, Fernando e Franco saem do carro.
VICTORIA – LARGA A MINHA FILHA, SUA
VADIA!
FRANCO – Solta ela, Alice!
BÁRBARA – Pensa bem no que você vai
fazer, Alice!
FERNANDO – LARGA A ESTRELA, ALICE!
MADALENA – POR FAVOR, FILHA! SOLTA
ELA!
FAGUNDES – Se entregue, Alice. É o
melhor!
Alice, com a arma apontada para a
cabeça de Estrela, a puxa para o penhasco do morro.
ALICE – A Estrela é o meu passaporte
para a liberdade! Se vocês tentarem alguma gracinha, eu me jogo
daqui com ela sem pensar duas vezes! TENTEM PRA VER!
A tensão toma conta do monte. Os
policias apontam a arma para Alice. Victoria, Bárbara, Fernando,
Franco, Madalena e Fagundes estão aflitos. Foco em Alice, apontando
uma arma para a cabeça de Estrela.
DELEGADO – Abaixa essa arma, Alice!
ALICE – Pra quê? Pra vocês me
balearem? NEM MORTA!
ESTRELA – Escuta eles, Alice! Por
favor!
ALICE – Se você disser mais uma
palavra eu estouro os teus miolos!
ESTRELA – Será que você seria
capaz?
ALICE – E ainda tem a audácia de me
desafiar!
ESTRELA – Se você não me matou
quando teve oportunidade, por que faria isso?
ALICE – Vai querer mesmo me desafiar?
ESTRELA – Se você não for a frouxa
que demonstra ser, vai atirar agora!
ALICE – Eu não posso!
ESTRELA – Viu o que eu disse...
ALICE – Não porque sou frouxa, mas
por que antes preciso estar dentro daquele lindo jatinho ali! Depois
disso, você vai cantar pra subir!
Cena 2/Agência de Modelos/Sala da
Presidência/Manhã
Cristina acabara de acordar. Ela acabou
dormindo na empresa.
CRISTINA – Transferência concluída!
Suíça, aí vou eu!
Cristina admira a tela do computador e
sorri.
Cena 3/Mansão
Albuquerque/Sala/Manhã
RENATA – Então a Cristina não está
em casa?
CLARICE – Não, senhora. Ela saiu
ontem à noite e ainda não voltou.
RENATA – E você sabe para onde ela
pode ter ido?
CLARICE – Não faço a mínima ideia.
Cristina não é o tipo ideal de patroa.
RENATA – Essa cadela deve estar
planejando uma fuga.
CLARICE – E por que ela faria isso? A
Cristina cometeu algum crime?
RENATA – Ainda não tem provas, mas
provavelmente ela causou a morte do Marcos.
CLARICE – Meu Deus! E por que ela
faria isso?
RENATA – Porque o Marcos tinha tido
que deixaria toda a herança no nome dela. E a Cristina não perderia
a oportunidade de mata-lo, né. Esperar a morte do Marcos pra receber
toda aquela bolada não é o tipo da Cris.
CLARICE – Eu tô tão feliz pela
senhora ter retomado tudo o que lhe era de direito!
RENATA – Eu mais ainda!
CLARICE – E a senhora volta pra essa
casa, dona Renata?
RENATA – Não. Eu vendi essa casa
para a Cristina e agora a dona dessa casa é ela.
CLARICE – E se eu fosse trabalhar com
a senhora?
RENATA – Você estaria disposta?
CLARICE – A minha patroa sempre foi e
sempre será você, Renata.
RENATA – Então se considere
contratada! Você e todos os outros.
Renata sorri.
CLARICE – A senhora jura mesmo?
RENATA – Por tudo que há de mais
sagrado!
CLARICE – E eu posso contar pra eles
essa novidade?
RENATA – Já devia estar lá!
CLARICE – Então eu vou.
Clarice abraça Renata.
CLARICE – Obrigada por tudo, dona
Renata!
RENATA – Eu que agradeço por essa
cumplicidade ímpar.
Clarice vai para a cozinha contar para
os empregados. Renata pega o celular.
RENATA – Alô, é da polícia
federal? Tenho uma denuncia a fazer.
...
RENATA – Contra quem?
...
RENATA – Cristina Fraga.
Cena 4/Rio Grande do Sul/Pico do
Monte Negro/Manhã
Alice ainda segurando Estrela e
apontando a arma para a cabeça dela. Os policias seguem apontando a
arma para Alice sob o olhar de Madalena, Fagundes, Bárbara, Fernando
e Franco.
VICTORIA – Abaixa essa arma e solta a
minha filha, sua bandida!
ALICE – Como sempre protegendo a
filhinha adorada!
VICTORIA – E você queria que eu
fizesse diferente? A Estrela é minha filha! Eu tenho que protege-la
de abutres como você.
ALICE – Pena que é tarde demais pra
pensar em proteção, né Victoria? Me colocou na sua casa, me tornou
uma semi-Grimaldi pra no final de contas terminar com a morte da sua
filha.
VICTORIA – Você que não ouse
mata-la! Porque aí sim eu te mostro do que sou capaz e acabo com a
tua raça.
ALICE – Com o quê? Com outra surra
como aquela que você me deu quando me flagrou aos beijos com o até
então seu marido?
VICTORIA – Chegou ao ponto que eu
queria!
ALICE – O que foi, querida? Vai
relembrar dos chifres que levou? (risos)
VICTORIA – Não porque o passado não
me importa. Mas quero falar do Olavo!
ALICE – Ué, pensei que o passado não
te importasse.
VICTORIA – Mas o Olavo está presente
no nosso presente. Ou melhor, estava. Você matou o Olavo, não é?
ALICE – Eu não sei do que você está
falando!
VICTORIA – Sabe sim! Não se faça de
sonsa, sua vadia!
ALICE – Quer saber? Matei mesmo!
Todos ficam surpresos.
MADALENA – ALICE! VOCÊ O MATOU?
ALICE – Matei sim, mamãe. Matei
porque ele me flagrou aos beijos com o Fábio, ou melhor, na cama com
ele e tentou me matar! Então brigamos e o Fábio deu um tiro no
Olavo.
MADALENA – Mas você não disse que
tinha o matado?
ALICE – Mas eu o matei! Depois que eu
contei sobre aquele nosso segredinho, o Olavo insistiu em continuar
vivo. Então eu acabei com ele com as minhas próprias mãos!
MADALENA – Meu Deus, Alice! Como você
pôde? Outro assassinato!
VICTORIA – Outro? Como assim?
MADALENA – É uma longa história,
dona Victoria. Uma história que eu não estou disposta a relembrar!
ALICE – Matei e mataria de novo! E
isso serve pra provar que eu não estou de brincadeira e que se
tentarem alguma gracinha, eu mato essa infeliz agora mesmo!
A tensão toma conta do monte.
Cena 5/Marina da Glória/Cais/Manhã
Um homem caminha pelo cais até chegar
a seu barco. Ele entra no barco e antes de dar partida, percebe que
tem algo boiando por perto.
HOMEM – O que é aquilo ali?
O homem se aproxima da beirada do barco
e percebe que é um corpo.
HOMEM – MEU DEUS! SOCORRO! TEM UM
HOMEM MORTO AQUI!
Este corpo é o de Olavo.
Cena 6/Hospital/Quarto de
Estevão/Manhã
Estevão já está fora da UTI e
desentubado.
ESTEVÃO – Foram todos e me deixaram
sem notícias. O telefone dos meus pais não atende e muito menos o
da Victoria! O que será que está acontecendo, meu Deus?
Cena 7/Mansão Montenegro/Sala/Manhã
Odete e Rebeca ainda rolando pelo chão.
O fogo toma conta da mansão. César e Bianca conseguem se
desprender.
CÉSAR – VAMOS, ODETE! VAMOS!
ODETE – EU SÓ SAIO DAQUI DEPOIS QUE
ACABAR COM A RAÇA DESSA VADIA!
REBECA – ISSO, ODETE! ME BATE! ME
BATE MAIS PORQUE ASSIM VOCÊ NÃO SAI DAQUI E TODOS NÓS MORREREMOS!
BIANCA – Vamos embora!
Bianca corre até a porta e tenta
abri-la, mas percebe que está trancada.
BIANCA – A PORTA TÁ TRANCADA, PAI!
CÉSAR – Não pode ser, meu Deus!
César corre até a porta e tenta
arromba-la.
BIANCA – Vai tentando ligar pros
bombeiros!
Bianca corre até o telefone e tenta
ligar.
BIANCA – Não estou conseguindo ligar
pra ninguém!
CÉSAR – Os fios devem ter
derretido... Me ajuda aqui!
Bianca e César tentam arrombar a
porta. Odete e Rebeca continuam rolando pelo chão.
REBECA – Eu disse que ia te matar e
vou te matar, sua vagabunda!
Rebeca bate com a cabeça de Odete na
mesinha e a desmaia.
REBECA – Uma já foi!
Rebeca procura pela arma. César e
Bianca conseguem abrir a porta.
CÉSAR – ENFIM!
BIANCA – Vamos Ode...
Bianca vira-se para chamar Odete e vê
Rebeca apontando uma arma para ela. César faz o mesmo.
CÉSAR – O que você vai fazer,
Rebeca?
REBECA – Uma eu já matei... Agora só
faltam dois!
Rebeca sorri e puxa o gatilho da arma.
BIANCA – Você não seria capaz de
matar a sua própria filha!
REBECA – Nunca subestime Rebeca
Montenegro, meu amor!
Antes que Rebeca possa atirar, Odete
acerta um pequeno vaso com flores na cabeça da vilã, que desmaia.
ODETE – Vamos ver que vai acabar com
quem!
Odete encara Rebeca.
CÉSAR – Vamos, Odete! Se a gente não
sair agora vai morrer!
ODETE – Mas e a Rebeca?
CÉSAR – Não vai dar pra salvar ela!
Vamos!
ODETE – Eu não posso deixar a minha
irmã aqui!
CÉSAR – Não temos outra escolha. Ou
é você, ou é ela!
Odete corre para perto de César.
BIANCA – MÃE! ACORDA MÃE!
CÉSAR – Vamos, Bianca!
BIANCA – Mas é a minha mãe!
CÉSAR – Infelizmente não podemos
fazer nada. Primeiro salvamos nossa pele e se der tempo, eu venho
buscar ela!
Bianca, César e Odete saem da casa.
Rebeca acorda.
REBECA – NÃO ME DEIXEM MORRER, SEUS
DESGRAÇADOS!
Rebeca, cambaleando, tenta se levantar
para sair. Uma cortina de fogo se forma na porta, a impedindo de sair
de casa.
REBECA – NÃO! NÃO! NÃAAAAAAAAAAAO!
Rebeca grita por socorro, mas já é
tarde. Ela percebe que tem fogo em sua calça e tenta apagar.
REBECA – NÃO! EU NÃO MEREÇO ISSO!
DESGRAÇADOS!
Rebeca rola pelo chão e o fogo se
espalha em seu corpo.
Cena 8/Mansão
Montenegro/Saída/Portão/Manhã
Cena em câmera lenta. César, Odete e
Bianca saem correndo. Ao fundo a mansão, em chamas.
CÉSAR – VAMOS!
Ao colocar a mão no portão, César é
impedido de abri-lo devido a uma explosão: a da mansão. Ele, Odete
e Bianca vão ao chão. Os vidros das janelas estilhaçam para todos
os lados e o fogo consome a mansão por completo. Os três
desmaiados. A vizinha sai para a rua para ver o que há.
MULHER – CHAMEM A AMBULÂNCIA! CHAMEM
OS BOMBEIROS! CHAMEM A POLÍCIA!
Cena 9/Agência de
Viagens/Entrada/Manhã
Os carros da policia param em frente à
agência. Renata, Adriana e Paloma saem do carro de Renata, Adriana e
Paloma saem do carro de Renata.
DELEGADO – Então aqui é o local?
RENATA – Sim!
DELEGADO – Vamos!
Renata entra na empresa acompanhada dos
policias, do delegado e de Adriana e Paloma. O delegado mostra a
ordem judicial para os seguranças, que autorizam a passagem dele.
Cena 10/Agência de Viagens/Sala da
Presidência/Tarde
Prestes a sair da sala, Cristina ouve o
barulho das sirenes e corre para a janela.
CRISTINA – A POLÍCIA? Não! Não
pode ser!
Cristina encara as viaturas lá
embaixo.
Cena 11/Vila do Sossego/Casa de
Patrícia/Tarde
CARMEN – Quem diria que a Alice seria
capaz dessa atrocidade, hein?
PATRÍCIA – Nem eu esperava que ela
chegasse a esse ponto.
CARMEN – O que ela fez no passado foi
justificável, mas isso...
PATRÍCIA – Imagino como a Madalena
deve estar sofrendo agora.
CARMEN – A coitadinha não merece
mais essa decepção.
PATRÍCIA – Como será que ela está
agora, hein?
CARMEN – A coitadinha deve estar
desesperada.
PATRÍCIA – Espero que tudo termine
bem!
CARMEN – Bem infelizmente nada vai
terminar, Patrícia. Vai acontecer uma tragédia! Mais uma! E não
tem como ninguém impedir.
Patrícia olha para Carmen, com medo.
Cena 12/Agência de Modelos/Primeiro
Andar/Tarde
DELEGADO – Vamos invadir!
PALOMA – NÃO!
DELEGADO – O que você disse,
mocinha?
PALOMA – Vocês não podem invadir!
DELEGADO – E por que não?
PALOMA – Porque antes disso eu tenho
que ter a conversa final com a Cristina!
DELEGADO – Eu não posso ceder ao seu
capricho. Converse com ela quando a Cristina estiver atrás das
grades!
PALOMA – Isso não é um capricho,
seu delegado.
DELEGADO – Eu não posso colocar sua
vida em risco e comprometer o meu trabalho.
RENATA – Não arrisque sua vida,
minha filha!
ADRIANA – Isso é perigoso demais,
Paloma!
PALOMA – Se vocês invadirem logo de
cara, a Cristina vai dar um jeito de fugir. Tem um heliponto lá em
cima e é por lá que ela vai escapar se vocês a enquadrarem logo!
Ouçam o que eu digo!
Todos encaram Paloma.
Cena 13/Agência de Viagens/Sala
Presidencial/Tarde
Cristina anda de um lado pro outro, sem
saber o que fazer.
CRISTINA – Já sei por onde
escapar... O heliponto!
Ao abrir a porta ela dá de cara com
Paloma.
PALOMA – Já vai, querida?
CRISTINA – Então foi você, não é
mesmo?
PALOMA – Na verdade foi a minha mãe,
mas admito que eu adoraria ter te denunciado.
CRISTINA – Você quer mesmo me ver na
pior, não é?
PALOMA – Você quis o mesmo pra mim,
por que eu não poderia querer o mesmo pra você?
CRISTINA – Na pior eu já estou.
PALOMA – Pois é, fiquei sabendo que
o Marcos não te deixou nada. Que coisa, não?
CRISTINA – Com esse novo testamento
até você saiu beneficiada.
PALOMA – Não precisa me contar isso,
querida. Mamãe já me disse!
CRISTINA – O que você veio fazer
aqui?
PALOMA – Te impedir de fugir!
CRISTINA – E acha mesmo que você vai
conseguir?
Cristina empurra Paloma e sai correndo
para o heliponto. Paloma pega seu celular.
PALOMA – MÃE? ELA VAI FUGIR! SUBA
AGORA!
Cena 14/Hospital/Quarto/Tarde
Odete, Bianca e César estão deitados.
Um em cada cama diferente.
ODETE – Apesar de tudo eu sinto muita
pena da Rebeca.
CÉSAR – Mesmo com todas as maldades
que ela cometeu, a morte não é algo que eu desejei para ela.
BIANCA – Eu não sei nem como reagir.
ODETE – Imagino que você deve estar
perdida, querida.
BIANCA – Mais do que isso... Uma
parte de mim se foi!
CÉSAR – Eu sei que em um momento
como esse é impossível não ficar triste, mas eu estou aqui para te
confortar! Minha filha.
ODETE – Conte comigo também...
Filha!
Odete e César sorriem para Bianca.
Cena 15/Rio Grande do Sul/Pico do
Monte Negro/Tarde
O cenário continua o mesmo: Alice com
Estrela no penhasco, os policiais apontando uma arma para ela
enquanto o delegado tenta negociar. O celular de Franco toca.
VICTORIA – Quem pode ser a essa hora?
FRANCO – Vamos descobrir agora!
VICTORIA – Não atende, Franco! Deve
ser besteira qualquer!
FRANCO – Vai que não é?
Franco atende o celular.
FRANCO – Sim.
...
FRANCO – Como é que é?
...
FRANCO – Tudo bem, eu vou para aí!
Franco desliga o celular.
VICTORIA – Quem era?
FRANCO – Encontraram o corpo do Olavo
boiando na Marina da Glória.
Victoria, chocada, encara Franco.
Cena 16/Agência de
Modelos/Heliponto/Tarde
CRISTINA – Cadê essa porcaria de
helicóptero que não chega?
Os policias, junto com Adriana, Paloma
e Renata, invadem o heliponto.
DELEGADO – ACABOU, CRISTINA!
CRISTINA – QUE ISSO?
ADRIANA – Você vai pra cadeia, sua
vadia!
PALOMA – Eu disse que o jogo tinha
acabado!
RENATA – Se entregue logo, Cristina!
CRISTINA – NUNCA! Jamais!
DELEGADO – Não dificulte o nosso
trabalho.
CRISTINA – E eu sou lá de dar
facilidade para qualquer um? Ainda mais quando querem atrapalhar os
meus planos!
PALOMA – Será que você não percebe
que o jogo chegou ao fim?
CRISTINA – Esse jogo só chegará ao
fim quando eu achar que ele chegou!
RENATA – Não tem mais como você
escapar! E se conseguir, como vai sobreviver?
CRISTINA – Ai como você é tola,
Renata! Acha que eu vim pra empresa ontem à noite por quê?
RENATA – Você roubou a empresa?
CRISTINA – Exatamente! Só não
consegui levar o dinheiro vivo porque essa intrometida chegou no
momento errado. Mas para sua informação, eu transferi dinheiro da
empresa para uma conta no exterior!
RENATA – Você é uma golpista!
CRISTINA – E você uma otária!
Acreditou em mim, em tudo o que eu disse. Caiu no meu golpe igual uma
patinha. Dançou, Renata!
ADRIANA – E você matou o Marcos, não
é?
CRISTINA – Não.
PALOMA – Não adianta negar!
CRISTINA – E quem disse que eu estou
negando? Ainda não terminei de falar! Eu não matei o Marcos, apenas
dei um empurrãozinho.
DELEGADO – O que você quer dizer com
isso?
CRISTINA – Olha, seu delegado, se
você fosse esperto, saberia. Acontece que eu envenenei o Marcos. O
acidente que ele sofreu foi consequência disso!
ADRIANA – VOCÊ É UM MONSTRO!
CRISTINA – Elogia mais porque eu tô
amando!
Cristina ri.
PALOMA – LOUCA! MAS ACABOU, CRISTINA!
O helicóptero vai se aproximando.
CRISTINA – Acabou sim, mas pra você!
Cristina saca uma arma e aponta para
Paloma.
CRISTINA – ACABOU, BASTARDA!
RENATA – NÃO!
Cristina puxa o gatilho e um tiro é
disparado. Ao ouvir o tiro e ver os policias, o piloto, que já
estava bem perto, foge com o helicóptero dali. Cristina sorri e,
cambaleando, vai andando para trás. Vemos que quem levou o tiro foi
ela, disparado por um policial. A arma cai da mão de Cristina.
CRISTINA – Idiotas! Malditos! Eu
adorei brincar com cada um de vocês. Envolvê-los no meu jogo foi
algo inesquecível! Mas o jogo acabou... Game over!
Cristina, ainda sorrindo e cambaleando,
cai para trás, do alto do prédio. Renata arregala os olhos,
surpresa. Adriana leva a mão à boca, chocada.
Cena 17/Rio Grande do Sul/Pico do
Monte Negro/Tarde
A tensão segue tomando conta do monte.
VICTORIA – ACABOU, ALICE!
ALICE – Lá vem ela com o mesmo
papinho de sempre.
VICTORIA – O CORPO DO OLAVO FOI
ENCONTRANDO!
ESTRELA – ACHARAM O MEU PAI?
ALICE – Não acredito que esse
imbecil resolveu aparecer!
BÁRBARA – Como assim acharam o
Olavo?
VICTORIA – O corpo dele foi
encontrado boiando na Marina da Glória.
FERNANDO – Meu Deus!
ALICE – CANSEI! CANSEI! CHEGA!
MADALENA – Você vai se entregar,
filha?
ALICE – Não, mamãe! Isso jamais!
ESTRELA – Vai fazer o quê então?
ALICE – Me livrar de você, sua
vadia!
DELEGADO – Cuidado com o que você
vai fazer, Alice!
Alice empurra Estrela para um pouco
distante dela.
VICTORIA – Ela vai libertar a minha
filha!
ALICE – Vai pro inferno!
Alice aponta uma arma para Estrela...
TODOS – NÃAAAAAAAAAAAAAAAAO!
... E um tiro é disparado...
MADALENA – ALICE!
... No peito de Alice!
Todos ficam surpresos. Vemos que o
delegado atirou nela. Alice sorri e sua arma cai.
VICTORIA – Corre, Estrela!
Estrela, meio fraca, corre para perto
de Victoria.
MADALENA – FILHA!
Madalena tenta correr para perto de
Alice, mas é impedida pelos policias.
MADALENA – MAS É A MINHA FILHA!
DELEGADO – Você não pode ir até
lá!
MADALENA – MAS ELA...
FAGUNDES – Infelizmente não dá,
Madalena!
FERNANDO – SANTO CRISTO!
BÁRBARA – Que tragédia!
Estrela corre para Victoria e é
abraçada por ela.
VICTORIA – Enfim livre, filha!
ESTRELA – Enfim!
Victoria e Estrela, emocionadas, se
abraçam e choram.
FRANCO – Parece que ela ainda está
viva.
Alice ainda de pé. O sangue jorra de
seu peito. Ela olha para ele e sorri.
ALICE – (narração) Eu sei que fui
uma mulher terrível. Fiz muitas maldades, cometi muitos crimes,
atrocidades imperdoáveis. Matei um homem que me amava. Sequestrei a
esposa do meu eterno amor só para fazê-lo sofrer. Atirei nele e o
matei... ou não! Muitas vezes desprezei e maltratei a minha mãe, a
única pessoa que realmente me amou. A única que esteve do meu lado
em todas as situações possíveis e tentou abrir meus olhos. Eu te
amo, dona Madalena! Mas não me arrependo do que fiz. Faria tudo de
novo. Eu te amo, Estevão! Te amo!
Alice, sorrindo, abre os braços.
ALICE – Adeus, mamãe! Me perdoa por
tudo, ok? Eu te amo!
O corpo de Alice cai do penhasco.
MADALENA –
NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!
Madalena desmaia nos braços de
Fagundes. A câmera se afasta aos poucos e vemos o seguinte cenário:
Estrela abraçada com Victoria, Franco, Bárbara e Fernando. Madalena
desmaiada nos braços de Fagundes e os policias já com as armas
abaixadas.
CORTA PARA:
Cena 18/Capela
Mortuária/Interno/Noite
Estevão, Estrela, Bárbara, Fernando,
Victoria, Melissa, Afonso e Franco reunidos em volta do caixão de
Olavo.
ESTRELA – Ah, meu pai... Por que,
hein? Por que você se deixou levar por uma paixão doentia? Teve um
fim que não merecia! Eu lamento tanto que você tenha terminado
dessa maneira: em um caixão. Apesar de tudo, de ter me desprezado
pela Alice, eu compreendi seu lado e te perdoei. Te perdoei porque te
amo! Vá em paz, papai querido.
Estrela, emocionada e sorrindo, seca as
lágrimas que caem de seu rosto.
Cena 19/Incinerador
O caixão de Olavo passa pelo
incinerador e é queimado.
Passagem das paisagens do Rio de
Janeiro ao som de Apologize – One Republic
UM MÊS
DEPOIS
Cena 20/Mansão
Bittencourt/Jardim/Manhã
Duas crianças correm pelo jardim.
César, Odete e Bianca sentados à mesa.
CÉSAR – Eles crescem tão rápido.
BIANCA – Quem vê você dizendo isso
vai pensar que viu essas crianças nascerem!
CÉSAR – Apesar de não tê-las visto
nascer, é como se tivesse. Podem não ser sangue do meu sangue, mas
são meus filhos!
ODETE – Nossos filhos!
César e Odete dão um selinho.
BIANCA – Acho que adotar foi uma
ideia linda demais!
ODETE – Eu também acho.
CÉSAR – Mas sabe o que foi mais
lindo que adotar essas crianças?
BIANCA – O quê, papai?
CÉSAR – Tirar o sobrenome
Montenegro!
Todos riem.
ODETE – Nisso eu concordo!
BIANCA – Essa sim foi uma ideia de
ouro!
CÉSAR – Que Deus tenha a Rebeca em
sua graça!
BIANCA – Isso eu duvido muito.
ODETE – A Rebeca cometeu tantos atos
imperdoáveis que eu duvido que ela esteja ao lado de Deus agora.
CÉSAR – Mas não vamos falar da
Rebeca, certo? Ela já se foi definitivamente e agora estamos em paz!
Odete mostra sua aliança.
ODETE – E casados!
Todos sorriem. Odete e César se
beijam.
BIANCA – Hey, não quero ficar
segurando vela não, viu?
Bianca ri.
ODETE – Perdão, querida.
Odete ri.
CÉSAR – E se fossemos brincar com as
crianças?
ODETE – Ótima ideia!
César, Odete e Bianca correm pelo
jardim, brincando com as duas crianças. Um menino e uma menina.
Cena 21/Agência de Modelos/Sala da
Coletiva/Manhã
ADRIANA – E é com imenso prazer que
aceito presidiar essa empresa!
Todos os empregados presentes aplaudem.
ADRIANA – Obrigada por esse voto de
confiança, Renata.
RENATA – Você fez por merecer,
querida!
Adriana e Renata se abraçam. Paloma
chega correndo acompanhada de um homem da sua faixa etária.
PALOMA – Gente, eu quero apresentar
ele pra vocês.
ADRIANA – E ele é quem?
RENATA – Acho que já sei...
PALOMA – Esse é o Heitor, meu
namorado!
ADRIANA – Prazer, Heitor, eu sou
Adriana!
Adriana e Heitor se cumprimentam e
trocam olhares.
RENATA – Enfim conheci o meu genro!
Renata e Heitor se abraçam.
HEITOR – A sua filha é uma mulher
muito especial pra mim, dona Renata.
RENATA – Eu sei disso. E olha se
quiser ganhar a minha simpatia, nada de me chamar de dona, ok?
Todos riem.
HEITOR – Tudo bem, Renata.
ADRIANA – E a viagem para Milão?
RENATA – Faremos depois do casamento
do Estevão com a Estrela.
PALOMA – E se o Heitor fosse com a
gente, mãe?
RENATA – Você gostaria, Heitor?
HEITOR – Sempre quis conhecer Milão!
ADRIANA – Fico feliz que enfim a vida
de vocês tenha tomado o rumo que vocês merecem: o da felicidade.
Depois de tanto sofrimento vocês merecem sorrir!
RENATA – Você também merece, minha
amiga.
PALOMA – Esse momento amorzinho pede
um abraço coletivo, não é mesmo? TODOS ABRAÇANDO ELA!
Paloma, Renata e Heitor abraçam
Adriana, emocionada.
Nova passagem pelas paisagens do Rio
de Janeiro. Toca Elastic Heart – Sia.
MESES
DEPOIS
Cena 22/Fazenda A Fortaleza/Quarto
de Hóspedes/Tarde
Victoria bate na porta do quarto e
entra. Estrela em frente ao espelho vê seu vestido de noiva.
VICTORIA – Querida, como você está
linda!
ESTRELA – A senhora também está
deslumbrante, mamãe.
VICTORIA – Enfim você vai ter paz!
ESTRELA – Depois de muito sofrimento.
VICTORIA – Mas como dizem, sem dor
não há vitória!
ESTRELA – A senhora tá chorando?
VICTORIA – Fica difícil não se
emocionar em um momento como esse.
Estrela seca as lágrimas de Victoria e
depois a abraça.
ESTRELA – Eu te amo, mãe!
VICTORIA – Eu te amo mais, minha
filha! Minha Estrela!
ESTRELA – Agora para de chorar pra
não borrar a maquiagem.
Victoria sorri.
VICTORIA – Vamos que está na hora do
casamento começar!
Estrela volta a se olhar no espelho.
ESTRELA – Enfim, o casamento!
Cena 23/Fazenda A
Fortaleza/Jardim/Tarde
Toca a instrumental Ave Maria.
Franco caminha, lentamente, com Estrela
para o altar. Os convidados se levantam e, emocionados, olham a noiva
passar. Estrela olha para cada um e sorri. Franco deixa Estrela no
altar e fala com Estevão, que sorri. A cerimônia começa, ainda ao
som da instrumental. O padre fala algumas coisas, mas sem som. Apenas
a instrumental toca. Estrela e Estevão se olham, apaixonados. Vemos
de um lado Victoria e Franco, emocionados. E do outro lado Bárbara e
Fernando, compartilhando do mesmo sentimento.
Cena 24/Alto
Mar/Cruzeiro/Salão/Tarde
Madalena, Fagundes, Patrícia, Elias e
Carmen e Júlia estão sentados em suas cadeiras, assim como muitos
outros. Todos lado a lado.
CARMEN – E esse show que não começa,
hein?
PATRÍCIA – Pra que tanta pressa, vai
tirar o pai da forca?
CARMEN – Cuidado da tua vida,
Patrícia!
MADALENA – Ai meninas, vocês não
vão começar, né? (risos)
ELIAS – Elas não têm jeito mesmo!
JÚLIO – Se não brigarem é porque
não estão bem da cabeça!
CARMEN – Culpa dessa velha aí
implicando comigo!
PATRÍCIA – Disse a novinha, né miss
Egito?
CARMEN – Você me respeite, hein? A
única velha aqui é você! Tão velha que o boletim escolar deve ter
sido escrito em papiro.
PATRÍCIA – ORA! Eu sou nova, viu?
Ainda dou um caldo!
CARMEN – Uma canja, né galinha.
PATRÍCIA – ME RESPEITE!
CARMEN – Velha!
PATRÍCIA – MÚMIA!
MADALENA – Meninas...
CARMEN E PATRÍCIA – FOI ELA!
FAGUNDES – Silêncio, meninas! O show
vai começar!
O cantor sobe ao palco.
CARMEN – Ai como ele é lindo!
PATRÍCIA – Sossega esse facho,
assanhada!
CARMEN – Estou sossegada.
PATRÍCIA – Você tem um marido
agora!
CARMEN – Eu sei disso, mas nada me
impede de achá-lo bonito!
PATRÍCIA – Você falou tanto que a
música inteira quase se foi!
CARMEN – Então vamos cantar! Todos
juntos, ok?
MADALENA – Se chorei ou se sorri...
FAGUNDES – O importante é que
emoções...
TODOS – Eu vivi!
Fagundes e Madalena se beijam,
apaixonados. Tal qual Carmen e Elias, Patrícia e Júlio.
Cena 25/Vila do
Sossego/Entrada/Tarde
Uma mulher misteriosa, vestindo uma
saia curta e uma blusa decotada, entra na vila. Câmera foca apenas
em seus pés.
Toca a instrumental Má Intención –
Rubi.
A mulher para em frente à moça e
depois sobe lentamente. Vemos que ela é idêntica a Alice.
MULHER – Então aqui foi que começou
tudo... O início da história!
A mulher sorri.
Cena 26/Prisão/Cela/Tarde
A câmera adentra pelo corredor da cela
até parar em uma específica. Fábio está com os braços para fora,
apoiado nas grades.
FÁBIO – Essa mulher desgraçou a
minha vida, mas tem alguma coisa nela que continua me fazendo amá-la.
Ah se eu pudesse te fazer minha para sempre, Alice... Ah se eu
pudesse!
Cena 27/Fazenda A
Fortaleza/Jardim/Tarde
Todos os convidados sentados em suas
respectivas mesas. Os garçons servem os aperitivos e bebidas. Todos
felizes. Foca em uma mesa em especial com Victoria, Franco, Bárbara,
Fernando, Melissa e Afonso.
MELISSA – Enfim eles se casaram!
FERNANDO – E agora não vai ter a
Alice pra atrapalhar a vida dos dois, né.
BÁRBARA – Ela teve o que merecia.
VICTORIA – Apesar de tudo eu não
desejava a morte para ela.
FRANCO – Não?
VICTORIA – Eu queria que a Alice
pagasse por seus crimes na cadeia!
AFONSO – Talvez a morte foi o melhor
para ela. A justiça brasileira não é justa com quem merece.
MELISSA – Ai não vamos falar dela,
né? Essa mulherzinha já se foi e nunca mais vai voltar!
VICTORIA – Mamãe tem razão.
FRANCO – E que tal se contássemos a
novidade para eles, amor?
AFONSO – Novidade?
MELISSA – Que novidade?
VICTORIA – O Franco e eu decidimos
adotar uma criança!
Todos comemoram.
BÁRBARA – Mas que notícia
maravilhosa!
FERNANDO – Meus parabéns!
MELISSA – E a Estrela já sabe disso?
VICTORIA – Não. O Franco e eu
decidimos isso hoje.
AFONSO – E cadê ela pra contar essa
novidade?
FERNANDO – Acho que ela e o Estevão
sumiram!
FRANCO – Como assim sumiram?
VICTORIA – Explica isso direito!
BÁRBARA – Acontece que um dos
convidados viu o Estevão e a Estrela saindo pela tangente.
VICTORIA – E aonde eles foram?
CORTA PARA:
Cena 28/Rio Grande do Sul/Pico do
Monte Negro/Tarde
Um jatinho pousa no monte. Estevão e
Estrela, ainda vestidos a caráter após o casamento, saem dele.
ESTEVÃO – Que ideia foi essa, meu
amor?
ESTRELA – Eu apenas quis rever esse
lugar!
ESTEVÃO – Mas por quê? Foi aqui que
você quase morreu!
ESTRELA – Justamente por isso. Eu
renasci quando coloquei meus pés aqui!
Estrela sorri e corre para a beirada do
monte, tomando cuidado para não cair. Estevão vai logo atrás.
ESTEVÃO – Você é louca!
ESTRELA – Louca sim, mas por você!
Passamos por cada coisa, mas no final o amor prevaleceu. Eu te amo e
quero te fazer meu para sempre, Estevão!
ESTEVÃO – Eu já sou seu, meu amor.
Para sempre!
Estevão e Estrela, apaixonados, se
beijam.
Toca
One Last Time – Ariana Grande.
FIM
E nesta
segunda, de Lady Marizete: RAINHA DO MAR. A sua nova web novela das
7.
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