sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Fixação - Capítulo 10


Cena 1/ Casa de Raimunda/ Quarto de Luana/ Interno/ Dia
LUANA: Saudades? Fala a verdade. O que você veio fazer aqui?
SOLANO: Já disse. Vim te ver. Fiquei com saudades.
LUANA: Estou bem surpresa com a sua presença aqui. Poderia ter me ligado.
SOLANO: Mas a minha intenção era justamente te surpreender. Pensei que você gostaria disso. Bom, mas falando sério agora, soube que você veio para Dourados, pesquisei um pouco sobre essa cidade e decidi vim para cá também.
RAIMUNDA: Espera aí. Eu não estou entendendo nada. Quem é esse rapaz, Luana?
SOLANO: Não precisa se apresentar por mim, Luana. Pode deixar. Eu mesmo me apresento. Dona Raimunda, eu sou Solano, o...
LUANA (interrompendo): Primo. O Solano é meu primo por parte de pai, tia. É por isso que a senhora não o conhece, já que a senhora é irmã da minha mãe e nunca teve um contato mais íntimo com meu lado paterno da família.
RAIMUNDA: Realmente, eu não conheço esse seu primo. Solano, não é?
SOLANO: Isso mesmo.
LUANA: Você veio para Dourados apenas para passar uma temporada rápida?
SOLANO: Não. Claro que não. Eu vim para ficar. Soube que você já encontrou um emprego. Poderia me arranjar um também.
LUANA: Vou ver o que posso fazer para te ajudar. E onde mesmo você vai morar?
SOLANO: Pensei que seria aqui, na casa da Dona Raimunda.
LUANA: Impossível. Procure uma pousada, Solano.
RAIMUNDA: Que é isso, Luana? Imagina. Eu faço questão de acolher o Solano. Afinal, se ele é seu primo, é como se fizesse parte da minha família também.
SOLANO: Dona Raimunda, eu agradeço. Como a senhora é gentil.
LUANA: Mas, se você quer mesmo ficar aqui, vai ter que trabalhar.
RAIMUNDA: Isso é verdade, Solano. Eu não sustento vagabundo. Se quiser ficar na minha casa, vai ter que me ajudar a custear as despesas, colocar dinheiro nessa casa.
SOLANO: Fique tranqüila, dona Raimunda. Foi por isso mesmo que eu pedi que a Luana me ajudasse a arrumar um emprego. Você vai me ajudar, não é?
LUANA: Vou. Mas agora tenho que voltar para a mansão. Ao contrário de você, eu estou empregada. Mas hoje a noite, a gente combina de passear pela cidade e te apresento alguém que possa te oferecer um emprego.
(Luana sai)

Cena 2/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
VIVIAN: Não consegui roubar o celular da Luana. Na hora que eu ia pegar, ele tocou.
MARTA: Você viu quem estava ligando para ela?
VIVIAN: Sim. Era a tia dela, a dona Raimunda. Parece que ela recebeu uma visita em casa e queria que a Luana recepcionasse essa tal visita.
MARTA: Estranho. E ela foi?
VIVIAN: Sim senhora. Ela abandonou o almoço na metade e correu para a casa da tia.
MARTA: Bom saber

Cena 3/ Mansão Bertolin/ Quarto de Tiago/ Interno/ Dia
TIAGO: Expulsar o Alexandre?
AMANDA: Isso mesmo. Por mim, meu amor.
TIAGO: Mas por quê? O que aconteceu? Amanda, qual é o problema que você tem com o Alexandre?
AMANDA: Eu não me sinto bem com ele, amor. Eu não gosto do seu amigo. Na verdade, eu acho o Alexandre um falso, um fingido. Por favor, tira ele das nossas vidas.
TIAGO: Amanda, isso não tem fundamento.
AMANDA: Tiago, eu estou sendo sincera. Eu não gosto do Alexandre.
TIAGO: Mas ele é meu amigo.
AMANDA: Ele é um fingido. Ele não é o seu amigo
TIAGO: Amanda, como eu disse, isso não tem fundamento nenhum. É ilógico. Desculpa, mas eu não vou expulsar o Alexandre da minha casa, muito menos impedi-lo de assistir o nosso casamento. Não vou.

Cena 4/ SP/ Restaurante/ Interno/ Dia
(Lara sai da sala do gerente. Celso está encostado no balcão)
CELSO: E então?
LARA: Ele me deu uma licença de três semanas. Acho que ficou comovido com a minha história.
CELSO: Então, o que você acha de irmos amanhã para Dourados?
LARA: Sério?
CELSO: Sim. Eu tenho ainda só um negócio a tratar aqui em São Paulo. Amanhã, já estarei livre e já que seu gerente te deu essa licença, creio também que você esteja.
LARA: Certo. Vamos para Dourados amanhã.

Cena 5/ Mansão Bertolin/ Quarto de Alexandre/ Interno/ Dia
(Alguém bate na porta e Alexandre atende)
ALEXANDRE: Amanda?
AMANDA: Eu quero falar com você.
ALEXANDRE: Pode falar.
AMANDA: Alexandre, eu serei bem direta. Eu quero que você vá embora daqui. Saia dessa casa agora.

Cena 6/ Mansão Bertolin/ Sala de estar/ Interno/ Dia
(Marta está com o telefone ao ouvido)
MARTA: Fico feliz por isso, filho. Que bom que amanhã você vem.
...
MARTA: Seu pai vai ficar muito animado com a notícia. Por acaso, você vem acompanhado?
...
MARTA: Prefere não dizer nada? Certo. Todos nós estaremos aqui de tocaia à sua espera.
...
MARTA: Amo você, meu filho. Beijo. Boa viagem, Celso. Cuidado na direção. Beijo.
(Marta desliga. Ela ouve passos na cozinha)
MARTA (para si): Aquela sonsa deve ter chegado.

Cena 7/ Mansão Bertolin/ Cozinha/ Interno/ Dia
(Luana coloca as panelas no fogão. Marta entra)
MARTA: Ainda bem que já chegou. Pensei que não viria mais. Se bem que isso não seria tão ruim assim.
LUANA: Dona Marta.
MARTA: Achava o quê? Que eu não descobriria da sua ausência.
LUANA: A minha tia estava precisando de mim e ela parecia desesperada pelo telefone.
MARTA: Espero que isso nunca mais se repita. Aqui é o seu trabalho, não uma colônia de férias. Incompetente.
(Marta sai)
LUANA (para si): Maldita.

Cena 8/ Mansão Bertolin/ Quarto de Alexandre/ Interno/ Dia
ALEXANDRE: Não acredito no que você está me pedindo.
AMANDA: Isso não é um pedido. Isso é praticamente um ultimato. Depois daquele absurdo que aconteceu no jardim da minha casa por tua culpa, eu não me sinto bem em ter que conviver com você.
ALEXANDRE: Desculpa, mas eu não vou sair daqui porque você quer.
AMANDA: Você não tem respeito pela amizade que diz compartilhar com o Tiago. Você não está aqui por causa dele, muito menos por causa dessa falsa amizade que os une.
ALEXANDRE: Falsa não. Eu sou o melhor amigo do Tiago.
AMANDA: Então, se comporte como tal. Seja decente e saia daqui.
(Tiago entra no quarto, interrompendo a discussão)
TIAGO: Amanda? O que você está fazendo aqui?
AMANDA: Eu vim conversar com o Alexandre.
ALEXANDRE: Ela veio me convidar para ser o padrinho de casamento de vocês.
TIAGO: Sério? Você realmente fez isso, Amanda?
AMANDA: Fiz. Depois daquela conversa que acabamos de ter no seu quarto, eu fiquei pensando e vi que a minha cisma com o Alexandre era realmente sem fundamento, como você mesmo disse. Então, eu decidi dar essa chance para o Alexandre, mas, infelizmente, quem não quis ser o padrinho de casamento foi ele.
TIAGO: Por que, Alexandre? Aceita. Em nome da nossa amizade.
ALEXANDRE: Você me convenceu. Em nome da nossa amizade, eu aceito ser o padrinho de casamento do seu casamento, Tiago.

Cena 9/ Paisagens de Dourados/ Noite
(Toca Be Like That – 3 Doors Down)

Cena 10/ Casa de Raimunda/ Sala/ Interno/ Noite
(Raimunda e Solano estão conversando FORA DE ÁUDIO na sala. Luana entra)
LUANA: Boa noite.
SOLANO e RAIMUNDA: Boa noite
LUANA: Vamos passear pela cidade, Solano? Como eu te prometi hoje pela manhã, eu pretendo te apresentar à algumas pessoas que podem te oferecer um emprego.
SOLANO: Ah, que maravilha.
RAIMUNDA: Não era para você estar trabalhando agora, Luana?
LUANA: Eu pedi essa noite de folga para o Tiago. Expliquei para ele que a senhora, tia Raimunda, estava precisando da minha ajuda e ele deixou.
SOLANO: E você nem citou o meu nome?
LUANA: Ele não precisa saber da tua existência, Solano. Agora vamos, que essas pessoas têm hora.
SOLANO: Com licença, dona Raimunda.
LUANA: Boa noite, tia.
RAIMUNDA: Boa noite.
(Solano e Luana saem. O telefone de Raimunda toca e ela atende)
RAIMUNDA: Alô? Lucrécio? Já está chegando para me buscar? Certo. Vou ficar te esperando na calçada da minha casa. Beijo.

Cena 11/ Motel/ Quarto/ Interno/ Noite
(Solano, apenas coberto por lençóis, está sentado na cama. Luana está ao lado dele, usando sutiã e calcinha)
SOLANO: Agora, depois disso, ficou com saudades de mim?
LUANA: Muita. Mas isso não apaga a tua atitude precipitada. Quantas vezes eu te avisei que você só poderia aparecer em Dourados depois do meu sinal?
SOLANO: Que sinal, Luana? Sinal uma pinóia. Pelo muito que eu te conheço, você iria passar a perna em mim, isso sim. Iria me deixar minguando em São Paulo, enquanto estava finalizando o golpe contra a família Bertolin.
LUANA: Eu nunca seria capaz de fazer isso, seu bobo. Você é meu parceiro.
SOLANO: Ah é? E quando você me pretendia dar esse tal sinal, hein? Quando? No dia de São Nunca?
LUANA: Não, depois que eu conseguisse deixar de virar cozinheira para virar patroa naquela mansão.
SOLANO: O que levaria bem mais que um mês. Ou seja, estaria minguando do mesmo jeito.
LUANA: Bom, mas já que você está aqui, é melhor ir colocando suas manguinhas de fora, porque já é hora de agir.
SOLANO: E no quê eu devo te ajudar exatamente?
LUANA: A acabar com a Amanda.
(Luana dá um sorriso sarcástico. Solano a acompanha)
(Congela em Luana. Toca Promises – The Cramberries)
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